Rocha Vieira
e a última cerimónia com bandeira portuguesa

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In Avante
Documentos de Macau na Memória do Mundo
Edição: 2219, 09-06-2016
Mais de 3600 documentos oriundos de Macau passaram a integrar o Programa Memória do Mundo da UNESCO.
A decisão, divulgada dia 1, refere-se a mais de 3600 documentos que integram a coleção «Chapas Sínicas», do acervo do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.
A colecção documenta e ilustra as relações luso-chinesas desenvolvidas entre o procurador do Leal Senado de Macau e as diversas autoridades chinesas, abrangendo cronologicamente um período entre 1693 e 1886.
A candidatura resultou de um protocolo assinado entre o Instituto Cultural de Macau e a direcção-geral do Livro e Arquivo e das Bibliotecas de Portugal.
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Macau a China Portuguesa
https://www.youtube.com/watch?v=BYcZXgwNYjU
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14dez2015
A extraordinária obra do aeroporto internacional
...representou uma das maiores obras de engenharia da Ásia na década de 1990 e foi a mais importante infra-estrutura a ser construída pela Administração portuguesa em Macau. Há 20 anos o aeroporto era oficialmente inaugurado, depois de quase oito décadas falhadas da conquista de uma terceira ‘fronteira’
Texto Patrícia Cruz
A 18 de Janeiro de 1891, centenas de pessoas concentravam-se junto ao cemitério protestante para um momento marcante na história de Macau: ver as acrobacias em balão dos irmãos Baldwin, naquele que foi o primeiro voo efectuado em Macau. Já quatro décadas depois, precisamente em 1920, surgiu a primeira tentativa para a criação de uma companhia aérea local. Charles Ricou, cidadão francês de espírito empreendedor, natural de Hong Kong e radicado em Macau, pretendia criar uma companhia com uma frota de 12 hidroaviões, que fariam a ligação até Hong Kong, às principais cidades do Interior do País e da região.
Os planos de Ricou, no entanto, eram vistos como inverosímeis e de pouca confiança, levando as autoridades de Hong Kong a proibi-lo de sobrevoar o território a uma cota superior a 150 pés. Macau, por seu lado, ameaçava-o de expulsão. Perante tantos obstáculos, o empresário desistiu da empreitada e vendeu dois dos seus quatro aviões ao Governo de Macau – uma escola de aviação foi então criada pelas autoridades, em 1922, mas não chegou a vingar.
Depois de 16.380 quilómetros e 115 horas de voo, o aparelho ‘Pátria’, no qual seguiam a bordo os pilotos Brito Pais e Sarmento de Beires e ainda o mecânico Manuel Gouveia, sobrevoou Macau a 25 de Junho de 1924, naquela que seria a primeira travessia aérea Lisboa-Macau. Uma tempestade forçou a tripulação a desviar-se de Macau e a fazer uma aterragem de emergência a uma povoação chinesa junto a Hong Kong.
Os feitos aéreos continuam a se desenvolver a alta velocidade nos anos seguintes. Exemplo disso é o aparecimento, em 1927, de um Centro de Aviação Militar, quando existiam apenas dois em Portugal, ou a aterragem, a 18 de Novembro de 1934, do aviador Humberto Cruz e do mecânico António Lobato, durante o voo Lisboa-Índia. Dois anos mais tarde, a 23 de Outubro, chegava a Macau o primeiro hidroavião da companhia americana Pan Am, iniciando-se voos regulares entre Manila e a Califórnia. Contudo, Hong Kong nunca perdoará a Macau esta vitória, acabando por convencer o presidente da companhia a mudar a escala para a então colónia britânica.
Mas nem só de boas notícias se fez a história aérea da região. No dia 26 de Junho de 1942, por exemplo, um dos aviões do Centro de Aviação Naval que se dedicava ao lançamento de panfletos pela cidade despenhou-se na zona do Tap Seac. Os dois ocupantes do aparelho morreram, para além de uma mulher que foi atingida em terra. Cinco prédios também foram destruídos. Nesse ano, Portugal encerrou o Centro de Aviação Naval, numa demonstração da sua neutralidade na Guerra do Pacífico.
Em 1948 Pedro José Lobo, de Macau, alia-se a Roy Farrell e Sydney de Kantzow, os fundadores da Cathay Pacific Airways, a fim de efectuar viagens entre Macau e Hong Kong com aparelhos DC 3. No entanto, a aterragem do primeiro aparelho revela-se um fiasco, indo imobilizar-se a poucos metros da tribuna de honra. Assim, a solução era mais uma vez os hidroaviões. Estes foram alugados à Cathay Pacific e os voos tornaram-se conhecidos por cigarette flights, visto demorarem menos de 20 minutos entre as duas regiões, o tempo de fumar um cigarro. Todavia, a bordo dos aviões da Macao Aerial Transport Company (MATCO) não seguiam apenas passageiros, mas também ouro. Sabendo deste facto, uma quadrilha executa o primeiro desvio de aviões da história, no dia 16 de Julho de 1948. Apesar de bem planeado, os assaltantes não contaram com a resistência do piloto, que se envolveu numa luta corpo a corpo. O avião despenhou-se no mar e dos 27 passageiros e tripulantes nenhum sobreviveu. O único sobrevivente foi um dos membros da quadrilha. A empresa suspendeu a actividade no início dos anos de 1960, e os aviões desapareceram dos céus de Macau.
Uma antiga aspiração
A construção de um aeroporto em Macau era uma aspiração comum a vários governadores que ocuparam os seus cargos a partir da década de 1950. Joaquim Marques Esparteiro, Jaime Silvério Marques, Nobre de Carvalho, Garcia Leandro, Melo Egídio, Almeida e Costa, todos eles alimentaram a esperança da população, ao incluir a construção do aeroporto no programa de acção do Governo ou encomendar estudos sobre o mesmo. Mas as prioridades eram outras e os projectos nunca passavam da intenção.
Até que em 1987 Carlos Melancia assegura no seu discurso de tomada de posse como governador de que desta vez o aeroporto era para valer. O Governo elabora então um estudo de viabilidade no pressuposto da construção do Aeroporto Internacional de Macau (AIM) e, face aos resultados obtidos, solicita aos Aeroportos de Frankfurt a actualização do estudo que haviam realizado em 1983. A 23 de Novembro de 1987 é criado o Gabinete do Aeroporto de Macau (GAIM) e no ano seguinte Carlos Melancia consegue autorização legislativa para definir as bases gerais da concessão de construção e exploração da nova infra-estrutura.
Em Janeiro de 1989 é constituída a Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, S.A.R.L. (CAM), que assume a responsabilidade pela construção e exploração do AIM em regime de concessão, por um período de 25 anos. Três meses mais tarde, era assinado o contrato de concessão entre a Administração e a CAM, na mesma altura em que o Governo aprova o Plano Director do Aeroporto e o GAIM passa a ter apenas funções de assessoria. Em 1991, este órgão é extinto aquando da criação da Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM).
O dia 8 de Dezembro de 1989 torna-se um marco histórico, com a detonação das primeiras cargas de dinamite para o desmonte da Ponta da Cabrita. Era o início das obras do AIM. Mas o ano de 1990 revela-se crítico para o projecto. Dentre os vários problemas, destacam-se as dúvidas relativas à solução técnica a adoptar para a plataforma de suporte para a pista – aterros em ilha artificial ou solução do tipo ponte em estacas de betão; e ao impacto ambiental na região vizinha de Zhuhai (um estudo encomendado aos Aeroportos de Paris acaba com os receios de poluição sonora). A isto, junta-se a falta de fornecimento de areia proveniente do Interior da China, que contribui para atrasos significativos das obras.
A confiança na viabilidade do AIM é reposta em Maio de 1991 pelo novo governador Rocha Vieira. No final desse ano e no início de 1992 são tomadas várias decisões importantes para o desenvolvimento da obra. Com a aprovação do Governo de Macau, a CAM decide reduzir a apenas três a dezena e meia de contratos inicialmente previstos, resolve ainda construir a pista em ilha artificial e e determina que os diferentes empreendimentos passem a ter um preço final fixo em vez de preço variável.
A obra e a inauguração
Sendo Macau um território pequeno e acidentado, a solução encontrada foi a da construção de uma ilha artificial, entre as ilhas da Taipa e de Coloane. Durante largos meses, cerca de 4000 trabalhadores a bordo de 400 embarcações trabalharam 24 horas por dia, em condições de mar muitas vezes adversas, como as que se registaram durante as épocas de tufões de 1992 e 1993. Apesar de todas as dificuldades, a obra foi entregue quatro meses antes do prazo previsto. No total, foram removidos mais de 24 milhões de metros cúbicos de lodos e transportados até ao local da construção 34 milhões de metros cúbicos de areia.
Na ilha artificial, que constitui 95 por cento da área do AIM, foi construída a pista, com 3360 metros de comprimento e 60 de largura, à medida do maior avião daquela época – o Boeing 747-400. A restante área foi obtida a partir do desmonte da Ponta da Cabrita. Foram gastos no total cerca de 8000 milhões de patacas.
Inserido num reduzido e saturado espaço aéreo, devido à proximidade dos aeroportos de Hong Kong, Zhuhai, Shenzhen e Cantão, o AIM enfrentava uma forte concorrência. Havia, ainda assim, duas vantagens: a possibilidade de operar 24 horas por dia (o de Hong Kong só o podia fazer até às 23h30) e a de ter uma maior diversificação de destinos internacionais, já que o de Zhuhai é apenas doméstico. A inauguração oficial deu-se a 8 de Dezembro de 1995, mas a abertura comercial aconteceu, na verdade, a 9 de Novembro, com a aterragem de um aparelho da companhia Malaysia Airlines. Naquela data iniciaram-se também as operações comerciais da Air Macau, a companhia local criada em 1994. No primeiro avião a descolar, o Cidade de Macau, um A321, rumo a Pequim, seguia uma delegação oficial e muitos passageiros que queriam fazer parte daquele momento histórico.
A inauguração foi presidida por Mário Soares, então presidente da República Portuguesa, e contou com a presença do governador Rocha Vieira e do vice-presidente da República Popular da China Rong Yiren. Mais de 3000 convidados, 600 jornalistas e 300 fotógrafos de todo o mundo também estiveram presentes. Houve a tradicional dança do leão, bênçãos católica e budista, e espectáculos protagonizados por 1200 crianças das escolas portuguesas e chinesas. Vanessa Cruz, hoje com 27 anos, foi uma das participantes e lembra com carinho do espectáculo: “Estávamos todos vestidos com as fardas das escolas e cantámos o Hino da Alegria, enquanto abanávamos umas bandeirinhas”. O aeroporto foi ainda sobrevoado por um Hércules C-130 da Força Aérea Portuguesa.
Mário Soares salientou na altura que o aeroporto “representa o bom entendimento entre a China e Portugal” e, a seu ver, teria “enormes consequências no desenvolvimento do território, nos planos económico, social e até cultural”. O vice-presidente da China enfatizou a sua confiança de que a infra-estrutura criaria um “melhor ambiente de investimento em Macau, dando um novo impulso ao desenvolvimento da sua economia”. Rong Yiren apostava que o aeroporto não iria apenas “promover o desenvolvimento económico e o progresso social, como irá favorecer a transição pacífica da soberania”. Já Rocha Vieira apontou que a obra era “uma condição fundamental para que a autonomia [de Macau] possa ser uma realidade assente em bases objectivas”.
O Aeroporto Internacional de Macau fechou 2014 com o registo de 5,48 milhões de passageiros, mais nove por cento face ao ano anterior. O número de movimentos atingiu os 52 mil e os voos executivos totalizaram 2791, ou mais 29,15 por cento do que em 2013. Para este ano, os responsáveis querem ampliar em três por cento o número de passageiros, para 5,65 milhões de pessoas, atingir os 54.500 movimentos (mais quatro por cento) e operar 29.343 toneladas de carga (mais dois por cento). Dos mais de 31 milhões de turistas que visitaram Macau no ano passado, mais de dois milhões serviram-se do Aeroporto Internacional. A capacidade máxima de seis milhões de passageiros por ano ainda está longe de ser alcançada e por isso o aeroporto continua a diversificar o leque de companhias e destinos. Neste momento, 25 companhias aéreas operam na região, servindo mais de 50 ligações a destinos de curto e médio curso.
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A curta ligação Macau-Lisboa
A TAP Portugal iniciou a chamada Rota do Oriente, a ligação aérea entre Lisboa e Macau, a 2 de Abril de 1996, disponibilizando para tal dois aviões – o Wenceslau de Moraes e o Fernão Mendes Pinto. As viagens faziam-se duas vezes por semana. Inicialmente, a escala era feita em Bruxelas, numa parceria com a companhia belga Sabena. Todavia, os maus resultados obtidos fizeram com que a companhia belga desistisse do acordo. A TAP passou então a assegurar sozinha a ligação, com uma escala em Banguecoque. Depois de avultados prejuízos financeiros, a companhia decidiu encerrar a rota a 31 de Outubro de 1998, o que significa também o fim da única ligação aérea com a Europa. Durante os 30 meses de operação, foram feitos 536 voos, e transportados 120 mil passageiros e mais de 4600 toneladas de carga. Vanessa Cruz regressou a Portugal com a família em 1998 e apanhou um dos últimos voos da TAP. Também Belinda Ferreira, residente local de 56 anos, chegou a fazer essa rota. “Lá se foi o tempo. Mas apesar de terem acabado com essa ligação, o aeroporto de Macau continua a ter um papel importante”, aponta ela. “É uma mais-valia para o turismo, facilitando a deslocação não só de turistas mas também a dos residentes para destinos de férias, tais como Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura ou interior da China.”
https://www.youtube.com/watch?v=BYcZXgwNYjU
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17jun2018
https://www.dn.pt/portugal/interior/consolidar-macau-como-ponte-entre-a-china-e-portugal-9477003.html
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Conheça a China que fala português
Macau é, certamente, um dos destinos mais interessantes e inusitados em toda a China!
Enquanto muitos visitantes equiparam automaticamente ‘Macau’
ao ‘jogo’, a histórica península é muito mais sobre história do que
sobre apostas. A península é o núcleo ocupado da cidade, com bairros de
trabalho denso, edifícios coloniais encantadores (e, sim, alguns casinos
– na maior parte pequenos e antigos). É aqui que você virá para ver as
principais atrações históricas da cidade e vestígios do seu passado como
uma colônia portuguesa. É também o cerne da cena artística florescente de Macau, com um número crescente de cafés e galerias interessantes. Nesse artigo, listaremos dicas de viagem para a região.
Apesar de apenas 5% da população de Macau falar português, placas como essa são de fácil encontro
Habitantes que falem de fato o português
são raros de encontrar, e, hoje, estima-se que apenas cerca de 5% da
população saiba falar o idioma. No entanto, na parte escrita, o
português é algo bem comum. Essa influência portuguesa
se reflete em muita coisa na cidade, seja nas placas de sinalização (a
maioria escrita em português também), na comida com influência
ocidental, na arquitetura do centro histórico, que parece muito
europeia, e até nas muitas igrejas (católicas) espalhadas pelo local, o
que seria bem incomum… afinal estamos falando da China, onde o catolicismo está longe de ser a principal religião.
Pastel de Belém, famosa iguaria portuguesa, é facilmente encontrada em Macau
Macau fica pertinho de Hong Kong, outra parte da China
que não tem tanta “cara de China”, por causa da colonização
inglesa/britânica. Inclusive para esses exatos 2 locais na China, não
precisa tirar visto de entrada, pois são considerados zonas
administrativas especiais, com algumas leis e moeda diferente do resto
da China. A maioria vai até Macau como um “bate-e-volta” de um dia,
partindo de Hong Kong.
Centro Histórico de Macau
Ruínas de São Paulo, Macau
O Centro Histórico de Macau foi declarado pela UNESCO em 2006 como Patrimônio Mundial. Essa área se localiza no sudoeste da península de Macau, e pode ser facilmente percorrida a pé, pois os trechos não são muito longos, e o passeio é bem agradável e bem sinalizado.
Esse centro histórico é considerado como “intercâmbio cultural” entre o Oriente e Ocidente,
ao longo dos seus 400 anos de colonização portuguesa, sendo atualmente o
mais antigo, completo e consolidado conjunto arquitetônico intacto e de
raiz europeia em solo chinês.
Os Cassinos: a Las Vegas Chinesa
Macau é também conhecida por ser um dos maiores mercados de cassinos do mundo
A cidade é hoje um dos maiores mercados globais dos “jogos de azar”. Suas dezenas de cassinos faturam tanto quanto seus equivalentes de Las Vegas,
com a vantagem de possuir uma lucratividade muito maior. Com sua
arquitetura inusitada, o casino Gran Lisboa é um dos ícones da cidade.
Hotelaria
A cidade tem poucos hotéis, sendo a maioria deles de alto padrão,
de 4 ou até 5 estrelas, e tem poucas opções de hostels, albergues e
afins. Os hotéis são caros para o padrão do sudeste asiático, porém com
preço igual ao de um quarto com mais de 6m² em Hong Kong, ou similar a
um hotel 2-3 estrelas na Europa. A diária por lá fica em torno de 80 a
100 dólares americanos (ou mais, dependendo do local).
Placa bilíngue nas ruas de Macau
Vistos e Cuidados com Saúde
Não é necessária a obtenção de visto prévio para a entrada no território de Macau,
quer para cidadãos portugueses, quer para brasileiros. É apenas
necessário passaporte com data de validade de pelo menos 6 meses. O
visto é obtido, gratuitamente, em qualquer das fronteiras terrestre,
marítima ou aérea e tem uma validade de 90 dias.
Além das vacinas normais que todos devem ter em dia, não são necessárias vacinas especiais para viajar para Macau.
Também não é necessária qualquer tratamento de profilaxia da malária.
No entanto, deve-se ter especial cuidado durante o verão e época das
chuvas, tomando precauções especiais contra a picada de mosquitos, uma vez que por vezes são declarados casos de dengue no território.
Segurança e Dinheiro
A cidade é considerada muito segura
Macau é uma cidade muito pacata e bastante segura, praticamente sem registo de crimes violentos.
Deve-se, como é normal em zonas de muito movimento e turismo, ter
especial atenção com potenciais crimes “menores”, como o roubo de
carteiras, máquinas fotográficas, etc. Em todo o caso, é um
destino bastante seguro para saídas a qualquer hora do dia ou da noite,
sozinho ou acompanhado, e também para mulheres que viajam sozinhas.
A moeda local de Macau é a Pataca
(MOP$), que vale cerca de 0,1 euro. Também se pode usar sem dificuldades
dólares de Hong Kong (HKD, $) ou Renminbi Chineses (CNY, ¥).
Trocar dinheiro em Macau
é muito fácil, quer seja em bancos ou casas de câmbio que se encontram
espalhadas um pouco por toda a cidade. As cotações são mais ou menos
iguais, mas as casas de câmbio encontram-se normalmente abertas ate às
23h, enquanto que os bancos, só até as 16h.
Também é muito fácil fazer levantamentos
com cartões de débito. Há milhares de caixas espalhados por todo o
território e aceitam todos os cartões a nível mundial. O mesmo se passa
com pagamento com cartões de crédito Visa, MaterCard, AmericanExpress ou
outros, pois são aceitos em quase todos os estabelecimentos, e a
maioria deles não cobra qualquer taxa extra.
Em Macau, existe o hábito de dar gorjeta em restaurantes e afins, mas não existe um valor pré-estabelecido. Isso já depende de cada um.
Clima e quando visitar
Catedral de Santo Agostinho, Macau
O clima em Macau é
subtropical úmido. A temperatura média anual é de 22°C, sendo no verão
de 30°C e no inverno 15°C. A região está localizada numa zona de monções
que causam alterações significativas no tempo. Por esta razão, a chuva é
muito frequente e muitas vezes intensa, atingindo o seu auge no verão.
O melhor período para visitar o
território é entre março e abril ou entre outubro e novembro, quando as
temperaturas são mais amenas e não há grandes fluxos de turistas. Em
todo caso, com o turismo e o jogo crescendo tão rapidamente, hoje em dia
já é difícil evitar grandes movimentações de pessoas.
Apesar de ser uma época muito movimentada, o Ano Novo Chinês é uma época interessante para visitar o território.
Mas conte com preços mais elevados, hotéis cheios, transportes e
atrações turísticas lotadas, etc. Esta é a maior festividade do país e a
principal época do ano em que a maioria dos chineses tira férias.
E aí, preparado para visitar Macau?
Por Ariel Oliveira, diretamente de Garça, SP, Brasil
Fonte: Lonely Planet
http://www.chinalinktrading.com/blog/macau-china-que-fala-portugues/***
Os holandeses tentaram tomar Macau a 22 junho de 1622, mas apesar da superioridade em homens e navios foram derrotados pela guarnição portuguesa. Não voltaram a tentar conquistar este reduto e foram obrigados a mudar a sua política expansionista no oriente.
O aparecimento de uma armada holandesa ao largo de Macau, no dia 21 de junho de 1622, confirmou os receios portugueses de que os inimigos holandeses tentariam, mais cedo ou mais tarde, apoderar-se da cidade. Era uma poderosa armada de 14 navios, a que se juntaram 2 embarcações inglesas, que tinha partido de Batávia, atual Jakarta, com esse objetivo. O primeiro desembarque teve lugar no dia 22 e destinou-se a fazer o reconhecimento do terreno.O ataque direto ocorreu apenas no dia 24, com o bombardeamento dos baluartes de Macau e o desembarque de cerca de 800 soldados. Os defensores eram cerca de duas centenas, entre mosqueteiros, moradores da cidade e escravos. O momento decisivo ocorreu quando explodiram os barris de pólvora do campo dos invasores, quando estes marchavam em direção à cidade.
A desorganização e desorientação provocadas pelo incidente motivaram os portugueses à ofensiva, tendo desbaratado os holandeses nos combates que se seguiram. Os invasores recuaram e retiraram-se para os navios, deixando mais de uma centena de mortos.
- Qual era o interesse dos holandeses em tomar Macau?
A rota comercial mais rica e importante explorada pelos portugueses era a ligação entre Macau e Nagasaki, no Japão, que permitia lucros fabulosos e suscitava, naturalmente, o interesse e a cobiça holandesas.
A VOC, a poderosa companhia neerlandesa das Índias Orientais, estava solidamente instalada em diversos pontos do Índico, mas faltava-lhe uma posição que permitisse o acesso direto aos mercados chineses. Em 1619, o novo diretor geral da companhia, Jan Pieterzoon Coen, decidiu avançar com a decisão de conquistar Macau, que considerava fácil de tomar por a cidade não dispor de fortificações ou forças defensivas substanciais. O fracasso do ataque de junho de 1622 constituiu, portanto, uma derrota especialmente pesada.
- Que consequências teve esta derrota?
Do lado português, a vitória foi celebrada como um enorme feito de armas, tanto mais que o Estado da Índia sofreu uma importante perda nesse mesmo ano, com a queda de Ormuz, no Golfo Pérsico. Um dos efeitos mais importantes do ataque de 1622 foi a integração definitiva de Macau na rede oficial de fortalezas portuguesas.
Depois da retirada holandesa, o Senado da cidade aceitou a nomeação de um governador enviado por Goa, algo que sempre tinha recusado, o que revela a gravidade da ameaça holandesa para a sobrevivência de Macau.
http://ensina.rtp.pt/artigo/o-ataque-holandes-a-macau/
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22 de Agosto de 1849: É assassinado pelos chineses o governador de Macau, João Ferreira do Amaral
João Maria Ferreira do Amaral nasceu em Lisboa, no dia 4 de Março de 1803 , foi oficial da Marinha Portuguesa e governador de Macau.
Em 1821, Ferreira do Amaral era aspirante de Marinha e iniciou a sua carreira servindo na esquadra do Brasil.
Durante o período da Guerra Civil, foi um dos poucos oficiais da Marinha
que se apresentou na Ilha Terceira ao serviço do partido
constitucionalista. Fez parte do desembarque no Mindelo e teve outras
missões importantes durante as Lutas Liberais, com especial relevo para a
defesa de Lisboa pelo lado oeste, em 1833. No final da guerra era já
oficial superior.
Serviu em Angola, onde dirigiu a estação naval e distinguiu-se no
combate ao tráfico de escravos. Era deputado por Angola, em 1846 ,
quando foi nomeado governador de Macau.
Como consequência da Primeira Guerra do Ópio, a Inglaterra fundou uma
colónia na ilha de Hong Kong, que se tornou o porto ocidental de maior
relevo na China. Na sequência destes acontecimentos, em 1845, Macau foi
declarada um porto franco e tornada independente do governo da Índia, ao
qual estava sujeita até à data.
Macau tinha até então duas alfândegas: a portuguesa, que cobrava impostos sobre o comando dos navios nacionais e a chinesa (o Ho-pu),
cujos impostos eram cobrados pelos mandarins do Império Chinês. O
Governador Ferreira do Amaral expulsou os mandarins de Macau, aboliu a
alfândega chinesa, pôs fim ao pagamento de vários tributos e impostos
(de entre os quais o aluguer de Macau) às autoridades chinesas, abriu os
portos, construiu estradas nos campos anteriormente vedados pelos
chineses, ocupou oficialmente a ilha da Taipa, lançou tributos e
reorganizou os serviços públicos.
O seu governo enérgico, em defesa dos interesses de Portugal e pelo
domínio do território, desagradou aos chineses, que acabaram por
eliminar aquele que consideravam inimigo. Na tarde do dia 22 de
Agosto de 1849, Ferreira do Amaral saiu para um passeio a cavalo,
acompanhado pelo seu ajudante de ordens Jerónimo Pereira Leite, passou
as Portas do Cerco e foi atacado por um grupo de chineses que o mataram à
cutilada, cortaram-lhe a cabeça e o braço direito.
Após a este acontecimento travou-se a Batalha do Passaleão, considerada o único verdadeiro "conflito" bélico entre as forças militares portuguesas e chinesas.
Fontes: CGD
wikipedia


João Maria Ferreira do Amaral
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/22-de-agosto-de-1849-e-assassinado.htmlhttps://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/08/22-de-agosto-de-1849-e-assassinado.html?spref=fb&fbclid=IwAR05wAZ3722mEhDfmnsPZqwxw1crdXKivBdpnCKnDziOZaCUuK-803PDPpQ
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20 de Dezembro de 1999: Devolução de Macau à China
Em 1974, na sequência da Revolução do 25 de
abril, o governo português alterou o estatuto de Macau para "território chinês
sob administração portuguesa". Lisboa sugeriu mesmo a Pequim a devolução do
território, mas o governo chinês adiou a resolução da questão, justificando com
a prioridade de resolver primeiramente o problema de Hong Kong, que era uma
colónia, ao contrário de Macau. O estatuto de Território Especial de Macau foi
definido em 1976, com larga independência económica e administrativa para a
cidade do delta do Rio da Pérola. Só em 1987 se firmou o acordo de devolução de
Macau à China, o qual se cumpriu a 20 de dezembro de 1999. Foi então fundada a
Região Administrativa Especial (RAE) de Macau, com um sistema de governo com
grande autonomia e possibilidade de manter a economia de mercado no território.
A transição foi aprazada para um período de 50 anos a partir de 1999. Apenas a
defesa e as relações externas do território passaram a ser asseguradas por
Pequim.
O processo de transição iniciou-se dois anos
depois do de Hong Kong (1 de julho de 1997). Os habitantes do território puderam
assim verificar que na antiga colónia britânica tudo estava tranquilo, a
transição estava a ser efetuada em bom sentido. Macau tinha problemas de
segurança maiores, no entanto, além de um governo menos "democrático" durante a
administração portuguesa. Destino turístico (jogo, principalmente), a "Las
Vegas" do Oriente viu, com a chegada do Exército do Povo (China), os índices de
segurança subirem exponencialmente. Os maiores problemas da transição prendem-se
com os "filhos da terra", designação dada aos macaenses, os mestiços ou
descendentes de portugueses do território, bilingues e biculturais, com
dificuldades de integração no novo sistema chinês, cuja língua não dominam na
sua forma escrita.
O presidente escolhido para a Região
Administrativa de Macau em 1999, foi Edmund Ho, que ficou à frente de um
conselho executivo. O órgão legislativo do território é a Assembleia
Legislativa. Judicialmente, o sistema legal de Macau tem uma grande influência
da Lei portuguesa, apesar de existir no território um sistema judicial
próprio.
Hong Kong passou a integrar a República Popular
da China a 1 de julho de 1997, na sequência da instalação no território de uma
Região Administrativa Especial, em tudo idêntica à de Macau, presidida até 16 de
junho de 2005 por Tung Chee-Hwa, a quem sucedeu Donald Tsang. Colónia da coroa
britânica desde 1843, Hong incorporou no seu território, a 1 de julho de 1898,
por um prazo de 99 anos, várias ilhas adjacentes, os Novos Territórios. Este
acordo, prestes a caducar em finais do século XX, com a pressão da doutrina de
"Um País, Dois Sistemas" e a vontade política de ambas as partes (principalmente
chinesa) de resolver a questão do território, desencadeou a elaboração, em 1984,
da Declaração Conjunta Sino-Britânica, firmada por Deng Xiaoping e Margaret
Thatcher, a 19 de dezembro desse ano. Definiu-se que todo o território sob
administração colonial britânica passaria a designar-se Região Administrativa
Especial de Hong Kong a partir de 1 de julho de 1997. A passagem do poder
decorreu, nessa data, de forma pacífica, como mais tarde em Macau. Em Hong Kong
não existiam precedentes de criminalidade (por não haver tríades ligadas ao
jogo) como na vizinha Macau.
A Declaração Conjunta previu que Hong Kong não
integrasse, no período de transição (até 2047), o sistema de economia socialista
de Pequim, dada a vigência do sistema "Um País, Dois Sistemas". Como em Macau,
autonomia em tudo menos em matérias de defesa e relações internacionais. Ambas
as RAE's pertencem, como entidades económicas distintas de Pequim, à Organização
Mundial de Comércio, bem como a outras estruturas económicas "capitalistas"
internacionais, ao contrário da RPChina. Mas se em Macau a transição tem corrido
bem, principalmente em termos económicos, em Hong Kong a governação de Tung
Chee-Hwa não foi a melhor, com os valores dos preços do solo a diminuírem e a
afluência turística a baixar drasticamente. Algumas liberdades (imprensa) foram
também postas em causa e instalou-se em certa media a corrupção, o que fez com
que, desde 2003, o modelo de gestão do território fosse posto em causa por
Pequim. O carácter tranquilo da transição de Hong Kong não foi abalado, no
entanto, pois, com toda a "naturalidade" chinesa, Donald Tsang foi chamado pelo
governo de Pequim a dirigir a RAE da antiga colónia britânica. Mas o princípio
"Um País, Dois Sistemas" e a integração de Macau e Hong Kong como aplicação
dessa doutrina têm sido implementados com sucesso e garantias de futuro, sem
grandes problemas e com indicadores de desenvolvimento que fazem o governo de
Pequim apontar aqueles dois territórios como exemplo para um projeto de
reunificação há muito almejado pelos chineses mas com processos e soluções bem
mais complicados e sem fim à vista: Taiwan, onde mais de 80% dos habitantes
deste território nacionalista se manifestam contra integração na China
comunista.
Integração de Hong Kong e Macau na China. In
Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011
wikipedia (Imagens)
As
bandeiras da China e de Macau foram hasteadas no momento da
devolução
Ruínas de São Paulo
(Macau), George
Chinnery(1774–1852). A catedral foi construída
em1602 e destruída por
um incêndio em 1835.
Somente a fachada sul chegou aos dias de
hoje.
Localização de Macau no Delta
do Rio das Pérolas (Pearl River) e em relação a Hong
Kong e a Cantão (que se situa
na prefeitura de
Guangzhou e na província de Guangdong).
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