18/02/2019

2.984.(18feVER2019.9.9') Índia...Índia Portuguesa:Damão, Diu, Goa...Bombaim...

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6.6.2022

 Mais de 1,7 milhões de indianos morrem todos os anos por doenças ligadas a má alimentação. Um relatório destaca o aumento brutal registado na inflação do índice de preços alimentares ao consumidor.

 https://www.abrilabril.pt/internacional/india-71-dos-habitantes-nao-tem-dinheiro-para-uma-refeicao-saudavel?fbclid=IwAR3fqMZ4RLvZOO4F_kc5VoH2lpaq5LaFblRnhnDQ2EQdZAncmiPO4Bc1OVY

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GOA
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DAMÃO
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DIU
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BACAIM
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CHAUL
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 - A "Índia Portuguesa": Goa, Damão, Diu, Baçaim, Chaul, Bombaim. Qual a sua história? Quando lá chegámos? O que construiu aí Portugal? Que sociedade e cultura aí nasceu? Que monumentos e fortalezas ainda estão de pé? Como podem ser visitadas?;
 https://www.indiaportuguesa.com/
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BOMBAIM
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18 de Fevereiro de 1665: Portugal entrega a cidade de Bombaim, na Índia, à coroa inglesa, como dote de Catarina de Bragança

Membro da monarquia, filha de D. João IV e de D. Luísa de Gusmão, D. Catarina nasceu a 25 de Novembro de 1638, em Vila Viçosa, e casou-se em 1662 com o rei Carlos II de Inglaterra, tornando-se assim rainha da Inglaterra. A sua educação religiosa privou-a do conhecimento das línguas não ibéricas, pelo que conversava com o marido em espanhol. O casamento real foi proposto em 1660 através do seu padrinho, D. Francisco de Melo, conde da Ponte, que ofereceu como dote dois milhões de cruzados, a cedência de Tânger e Bombaim, juntamente com a liberdade de comércio aos ingleses nas colónias portuguesas. Em contrapartida, a infanta poderia continuar a praticar a religião católica e a Inglaterra auxiliaria Portugal no caso de ataque espanhol ou holandês. Esta proposta foi aceite e o conde da Ponte voltou a Portugal para ultimar os preparativos. No entanto, quando retornou a Londres o rei mostrou-se adverso pois tinha sido alvo de uma campanha de dissuasão desencadeada por Batteville, embaixador espanhol, e do conde de Bristol, que se opunham ao casamento. Estes tentaram convencer Carlos II que D. Catarina era feia, defeituosa e doente. Contudo, o contrato de casamento, assente no tratado ango-luso a 23 de Junho de 1661, que confirmava os anteriores tratados assinados em 1641, foi assinado. D. Catarina partiu para Inglaterra em Abril de 1662 e o casamento protestante foi celebrado em Portsmouth, a 14 de Maio, mas não sem que antes fosse efectuada uma cerimónia católica.
O casamento de Catarina de Bragança com o rei de Inglaterra, tendo sido fundamental para o futuro de Portugal, custou muito ao país. O dote da princesa incluía o pagamento, por Portugal, de dois milhões de cruzados, que custaram muito a reunir. A rainha (Luísa de Gusmão)  terá dado o exemplo, desfazendo-se das suas numerosas e valiosas jóias. Empenharam-se pratas, jóias e outros tesouros de conventos e igrejas portugueses. E durante dois anos foi necessário dobrar o pagamento das sisas. Além dos dois milhões de cruzados, o dote da princesa Catarina incluiu ainda a transferência, para os ingleses, da posse de Tânger, em Marrocos, e de Bombaim, efectuada a 18 de Fevereiro de 1665. Foi precisamente com Bombaim, oferecida pelos portugueses, que os ingleses iniciaram a sua presença na Índia e aí construíram um grande império, que se manteve até à independência indiana e paquistanesa no século XX.
A sua vida na corte inglesa não foi muito fácil: primeiro, devido às relações amorosas do rei; depois porque a sua fé, vincadamente católica, gerou alguma suspeição por parte dos Anglicanos. Mesmo assim, durante os 30 anos que viveu em Inglaterra D. Catarina notabilizou-se pelos bailados e teatros que organizou, pela sua perícia com o arco e setas, tendo sido a patrona da Honorable Company of Bowmen. Foi igualmente pela sua mão que foi introduzida a moda do chá na corte britânica. Por outro lado, foi o alvo das querelas e conspirações entre católicos e protestantes. Estes últimos tentaram por várias vezes obrigar o rei a divorciar-se, apoiando-se na infecundidade da rainha (teve quatro partos prematuros). Carlos II não cedeu, todavia, mostrando sempre grande amizade pela esposa (que o converteu ao Catolicismo), apesar de ter tido inúmeras amantes e quinze bastardos. Após a morte do rei, em 1685, D. Catarina ainda permaneceu em Inglaterra, regressando à pátria apenas em 1692, quando mandou construir o palácio da Bemposta. Até à sua morte, em 1705, em Lisboa, ainda interferiu nos negócios do reino (Tratado de Methuen), assumindo a regência por duas vezes. O seu casamento com Carlos II acabou por não dar os frutos que a Coroa portuguesa desejava, saldando-se pela perda das possessões cedidas e pela abertura ao comércio das colónias a mercadores ingleses.

D. Catarina de Bragança. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014.
wikipedia (imagens)
D. Catarina de Bragança

Carlos II de Inglaterra - John Michael Wright
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/18-de-fevereiro-de-1665-portugal.html?fbclid=IwAR3lXX8C5hBRFXdWWSlhx3ZOs0yHU54xdQsSGbby5FYFWMybJc1SY6XuCe4