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6.6.2022
Mais
de 1,7 milhões de indianos morrem todos os anos por doenças ligadas a
má alimentação. Um relatório destaca o aumento brutal registado na
inflação do índice de preços alimentares ao consumidor.
https://www.abrilabril.pt/internacional/india-71-dos-habitantes-nao-tem-dinheiro-para-uma-refeicao-saudavel?fbclid=IwAR3fqMZ4RLvZOO4F_kc5VoH2lpaq5LaFblRnhnDQ2EQdZAncmiPO4Bc1OVY
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GOA
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DAMÃO
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DIU
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BACAIM
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CHAUL
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- A "Índia Portuguesa": Goa, Damão, Diu, Baçaim, Chaul,
Bombaim. Qual a sua história? Quando lá chegámos? O que construiu aí
Portugal? Que sociedade e cultura aí nasceu? Que monumentos e fortalezas
ainda estão de pé? Como podem ser visitadas?;
https://www.indiaportuguesa.com/
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BOMBAIM
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18 de Fevereiro de 1665: Portugal entrega a cidade de Bombaim, na Índia, à coroa inglesa, como dote de Catarina de Bragança
Membro da monarquia, filha de D. João IV e de
D. Luísa de Gusmão, D. Catarina nasceu a 25 de Novembro de 1638, em Vila Viçosa,
e casou-se em 1662 com o rei Carlos II de Inglaterra, tornando-se assim rainha
da Inglaterra. A sua educação religiosa privou-a do conhecimento das línguas não
ibéricas, pelo que conversava com o marido em espanhol. O casamento real foi
proposto em 1660 através do seu padrinho, D. Francisco de Melo, conde da Ponte,
que ofereceu como dote dois milhões de cruzados, a cedência de Tânger e Bombaim,
juntamente com a liberdade de comércio aos ingleses nas colónias portuguesas. Em
contrapartida, a infanta poderia continuar a praticar a religião católica e a
Inglaterra auxiliaria Portugal no caso de ataque espanhol ou holandês. Esta
proposta foi aceite e o conde da Ponte voltou a Portugal para ultimar os
preparativos. No entanto, quando retornou a Londres o rei mostrou-se adverso
pois tinha sido alvo de uma campanha de dissuasão desencadeada por Batteville,
embaixador espanhol, e do conde de Bristol, que se opunham ao casamento. Estes
tentaram convencer Carlos II que D. Catarina era feia, defeituosa e doente.
Contudo, o contrato de casamento, assente no tratado ango-luso a 23 de Junho de
1661, que confirmava os anteriores tratados assinados em 1641, foi assinado. D.
Catarina partiu para Inglaterra em Abril de 1662 e o casamento protestante foi
celebrado em Portsmouth, a 14 de Maio, mas não sem que antes fosse efectuada uma
cerimónia católica.
O casamento de Catarina de Bragança com o rei
de Inglaterra, tendo sido fundamental para o futuro de Portugal, custou muito ao
país. O dote da princesa incluía o pagamento, por Portugal, de dois milhões de
cruzados, que custaram muito a reunir. A rainha (Luísa de Gusmão) terá dado o
exemplo, desfazendo-se das suas numerosas e valiosas jóias. Empenharam-se
pratas, jóias e outros tesouros de conventos e igrejas portugueses. E durante
dois anos foi necessário dobrar o pagamento das sisas. Além dos dois milhões de
cruzados, o dote da princesa Catarina incluiu ainda a transferência, para os
ingleses, da posse de Tânger, em Marrocos, e de Bombaim, efectuada a 18 de
Fevereiro de 1665. Foi precisamente com Bombaim, oferecida pelos
portugueses, que os ingleses iniciaram a sua presença na Índia e aí construíram
um grande império, que se manteve até à independência indiana e paquistanesa no
século XX.
A sua vida na corte inglesa não foi muito
fácil: primeiro, devido às relações amorosas do rei; depois porque a sua fé,
vincadamente católica, gerou alguma suspeição por parte dos Anglicanos. Mesmo
assim, durante os 30 anos que viveu em Inglaterra D. Catarina notabilizou-se
pelos bailados e teatros que organizou, pela sua perícia com o arco e setas,
tendo sido a patrona da Honorable Company of Bowmen. Foi igualmente pela
sua mão que foi introduzida a moda do chá na corte britânica. Por outro lado,
foi o alvo das querelas e conspirações entre católicos e protestantes. Estes
últimos tentaram por várias vezes obrigar o rei a divorciar-se, apoiando-se na
infecundidade da rainha (teve quatro partos prematuros). Carlos II não cedeu,
todavia, mostrando sempre grande amizade pela esposa (que o converteu ao
Catolicismo), apesar de ter tido inúmeras amantes e quinze bastardos. Após a
morte do rei, em 1685, D. Catarina ainda permaneceu em Inglaterra, regressando à
pátria apenas em 1692, quando mandou construir o palácio da Bemposta. Até à sua
morte, em 1705, em Lisboa, ainda interferiu nos negócios do reino (Tratado de
Methuen), assumindo a regência por duas vezes. O seu casamento com Carlos II acabou por não dar os
frutos que a Coroa portuguesa desejava, saldando-se pela perda das possessões
cedidas e pela abertura ao comércio das colónias a mercadores
ingleses.
D. Catarina de
Bragança. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora,
2003-2014.
wikipedia
(imagens)
D. Catarina de
Bragança
Carlos II de Inglaterra - John Michael Wright
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/18-de-fevereiro-de-1665-portugal.html?fbclid=IwAR3lXX8C5hBRFXdWWSlhx3ZOs0yHU54xdQsSGbby5FYFWMybJc1SY6XuCe4