Nasceu a 1922...Génova...
e morreu a
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Existem «raças puras»? Está a cor da pele, de alguma forma, ligada ao comportamento e à cultura? Neste tempo marcado pelas limpezas étnicas e pela tensão racial, um grande cientista afronta uma das questões mais quentes: a diversidade entre os seres humanos. As novas investigações sobre os grupos sanguíneos e os cromossomas, permitem, hoje, desenhar mapas bastante rigorosos dos vários grupos étnicos, da sua proveniência e dos seus cruzamentos, durante os cem mil anos de história do Homem moderno.
https://www.bertrand.pt/livro/quem-somos-nos-luigi-luca-cavalli-sforza/89873
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Numa entrevista recente, o crítico e ensaísta George Steiner dizia que alguma da melhor literatura de hoje eram os livros de cariz científico. E aí está um livro de um cientista, Francesco Cavalli, professor de genética, em co-autoria com o seu filho, Luigi Luca Cavalli Sforza, professor de Comunicação, que se lê com enorme prazer.
A obra divide-se em três partes: na primeira apresentam-se "alguns dos discursos que a humanidade desenvolveu nestes últimos milénios e as acções que os acompanharam". Fala-se de filosofia, de ética, de religião, de busca espiritual. Na segunda parte, de carácter mais científico (todavia ao alcance de qualquer leitor) aborda-se a história biológica da vida dos homens, o que há de comum e os distingue dos outros seres vivos. E finalmente, na terceira parte, as grandes questões de sempre: o nascimento e a morte, o destino, os genes, a transmissão dos valores às novas gerações. Ou outras, também certamente de sempre, mas cuja discussão política e ética está na ordem do dia, como o aborto e a eutanásia.
Afinal, tudo isto são as "razões e os valores da nossa vida".
https://www.bertrand.pt/livro/os-caminhos-da-felicidade-luigi-luca-cavalli-sforza/47043
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Luigi Luca Cavalli-Sforza é o principal arquiteto de uma revolução na genética humana. Desde a década de 1950, quando começou a estudar o assunto na Universidade de Parma, almeja reconstruir a história da evolução humana utilizando dados genéticos de populações vivas. Foi um dos primeiros a se perguntar se os genes das populações modernas não conteriam um registro histórico da nossa espécie.O pesquisador italiano reconstrói as origens de antigas migrações a partir de evidências genéticas e culturais. Seu estudo mostra como inovações tecnológicas e alterações nos costumes transformaram a carga genética das populações humanas ao longo da história. A partir do estudo dos genes, Cavalli-Sforza constata, por exemplo, que o mapa das migrações na Europa é muito próximo ao da disseminação do trigo, sugerindo que a difusão da agricultura se deu não tanto pela assimilação de técnicas bem-sucedidas mas sobretudo pela mobilidade populacional.A intimidade da relação entre material genético e cultura aponta ainda para um profundo relação entre material genético e cultura aponta ainda para um profundo questionamento do conceito de raça. O autor demonstra que adaptações biológicas e culturais se entrecruzam, o que lhe permite concluir que as diferenças genéticas entre os diversos povos são superficiais e que o racismo é uma falácia que pode ser cientificamente desvelada e combatida.
https://indicalivros.com/pdf/genes-povos-e-linguas-luigi-luca-cavalli-sforza
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17feVER2019
Via Graça Silva
"Aos 96 anos, morreu o geneticista italiano Luigi Luca Cavalli-Sforza, que estudou o ADN e também as línguas das populações humanas para desvendar como, a partir de África, se espalhou a humanidade pelo planeta. Essa investigação ensinou-nos algo ainda mais profundo: que o conceito de “raça” não tem qualquer utilidade em termos biológicos."
(É apenas um conceito cultural, o que lhe valeu algumas ameaças, de "supremacistas brancos")
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Público...1seTEMbro2018
O cientista italiano fundou uma nova área do saber, em que o estudo da distribuição geográfica de variantes genéticas permitiu reconstruir a expansão da humanidade pelo planeta.
Cavalli-Sforza traçou o percurso da humanidade pelo planeta Luca Giarelli
Aos 96 anos, morreu o geneticista italiano
Luigi Luca Cavalli-Sforza, que estudou o ADN e também as línguas das
populações humanas para desvendar como, a partir de África, se espalhou a
humanidade pelo planeta. Essa investigação ensinou-nos algo ainda mais
profundo: que o conceito de “raça” não tem qualquer utilidade em termos biológicos.
Desde sempre, os humanos, mesmo os que não eram Homo sapiens, como nós, tiveram um desejo inato de viajar e correr mundo, o que fez com que há cerca de 12 mil anos, quando surgiu o homem moderno e a agricultura estava prestes a começar, existissem humanos praticamente em todos os pontos da Terra, e todos fôssemos bastante parecidos geneticamente – pelo menos, todos da mesma espécie. A curiosidade de Cavalli-Sforza foi despertada por esta viagem, que procurou compreender.
Nasceu em Génova em 1922 mas fez carreira no Reino Unido, nos Estados Unidos (Universidade de Stanford, onde era professor emérito) e Itália (Universidade de Pavia, onde começou os seus estudos, no curso de Medicina). Estudou genética, quando o gene e os mecanismos da hereditariedade eram ainda um livro cheio de páginas em branco para os cientistas, e também estatística. Essa escolha poderia parecer um pouco heterodoxa quando ele era jovem, mas faz todo o sentido hoje em dia, com a ascensão da genómica – o estudo dos genomas, o livro de instruções dos seres vivos, escrito com letras feitas de ADN.A partir dos anos 1960, depois de ter trocado a genética das bactérias pela genética humana na década anterior, como explicou numa entrevista à Nature em 2007, Cavalli-Sforza começou a publicar os trabalhos que o tornaram célebre (ver Genes, Povos e Línguas, Instituto Piaget). Traçou as migrações em massa do passado remoto da humanidade não apenas através das escavações arqueológicas, como se fazia tradicionalmente, mas também procurando pistas no sangue dos humanos actuais. Tornou-se o fundador de uma nova área do saber, em que o estudo da distribuição geográfica de variantes genéticas permite, por exemplo, reconstruir a expansão da humanidade pelo planeta.
Desde sempre, os humanos, mesmo os que não eram Homo sapiens, como nós, tiveram um desejo inato de viajar e correr mundo, o que fez com que há cerca de 12 mil anos, quando surgiu o homem moderno e a agricultura estava prestes a começar, existissem humanos praticamente em todos os pontos da Terra, e todos fôssemos bastante parecidos geneticamente – pelo menos, todos da mesma espécie. A curiosidade de Cavalli-Sforza foi despertada por esta viagem, que procurou compreender.
Nasceu em Génova em 1922 mas fez carreira no Reino Unido, nos Estados Unidos (Universidade de Stanford, onde era professor emérito) e Itália (Universidade de Pavia, onde começou os seus estudos, no curso de Medicina). Estudou genética, quando o gene e os mecanismos da hereditariedade eram ainda um livro cheio de páginas em branco para os cientistas, e também estatística. Essa escolha poderia parecer um pouco heterodoxa quando ele era jovem, mas faz todo o sentido hoje em dia, com a ascensão da genómica – o estudo dos genomas, o livro de instruções dos seres vivos, escrito com letras feitas de ADN.A partir dos anos 1960, depois de ter trocado a genética das bactérias pela genética humana na década anterior, como explicou numa entrevista à Nature em 2007, Cavalli-Sforza começou a publicar os trabalhos que o tornaram célebre (ver Genes, Povos e Línguas, Instituto Piaget). Traçou as migrações em massa do passado remoto da humanidade não apenas através das escavações arqueológicas, como se fazia tradicionalmente, mas também procurando pistas no sangue dos humanos actuais. Tornou-se o fundador de uma nova área do saber, em que o estudo da distribuição geográfica de variantes genéticas permite, por exemplo, reconstruir a expansão da humanidade pelo planeta.
Cavalli-Sforza animou várias iniciativas de cooperação científica internacional, como o estudo do cromossoma Y e o Projecto de Diversidade do Genoma Humano – passar da leitura do genoma de uma única pessoa para a leitura de várias pessoas, para tentar compreender o que torna cada indivíduo “único e irrepetível”. Tem ADN de 1050 pessoas de 52 países de todo o mundo, guardado na Fundação Jean Dausset, em Paris – mas enfrentou a hostilidade de alguns povos indígenas, que acusaram os cientistas de biopirataria, sentindo que se apropriaram indevidamente do seu património genético.
Foi uma desilusão do cientista italiano, mas este é um campo minado e cheio de mal-entendidos culturais, dos quais não foi alheio Cavalli-Sforza. O investigador que mostrou a proximidade genética entre as populações humanas, reduzindo a raça a um conceito cultural sem justificação biológica, recebeu muito correio de ódio de supremacistas brancos, revelava a revista da Universidade de Stanford, num artigo sobre o seu professor emérito em 1999.
https://www.publico.pt/2018/09/01/ciencia/noticia/morreu-cavallisforza-o-cientista-que-acabou-com-o-conceito-de-raca-1842750?fbclid=IwAR03QHXgdChsTPVCHab2vdN_4oYLTB4PKFucTcE4lH1qIYNsB617zUvtqLc&fb_ref=ZXul9Q15Tj-Facebook
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