Quando a Câmara da Nazaré fazia Congressos sobre o mar, num deles,
aprendi que as barragens no Douro e no Mondego são as causadoras da perda de areal nas nossas praias do norte de Alcobaça
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2019
Heloísa Apolónia tentou que 1.º ministro se comprometesse com a não construção da barragem do Lapão...Mas ele não teve tempo para responder...
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2009
A barragem do Lapão está abandonada há seis anos
Nunca chegou a funcionar porque logo no primeiro enchimento foram detectadas anomalias de construção. E até agora, o concelho de Mortágua espera pelo projecto de reabilitação que teima em não sair do papel.
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2011
Verdes dizem que barragem no Tua é "crime ambiental e de mobilidade"
A deputada ecologista Heloísa Apolónia condenou, esta sexta-feira, no Parlamento a construção da barragem do Tua, que classificou de "crime ambiental e de mobilidade", mas o primeiro-ministro garantiu que o projeto vai promover o emprego na região.
O lançamento da primeira pedra para a construção da barragem do Tua, na semana passada, acabou por motivar um momento cómico no debate quinzenal, entre o primeiro-ministro e a bancada do Partido Ecologista Os Verdes (PEV).
Heloísa Apolónia reproduziu um diálogo entre o primeiro-ministro e o presidente da EDP - inserido no documentário "Pare, escute e olhe", de Jorge Pelicano, sobre o Tua -- em que Sócrates dizia: "Agora só falta aqui é cimento", e António Mexia respondia: "Está quase", um "diálogo revelador e tão tramado", considerou a deputada ecologista.
Na réplica, José Sócrates perguntou: "A senhora deputada demorou muito lá em casa a ensaiar esse número? Eu não calculava que a senhora deputada andasse com fotografias minhas no bolso", disse, motivando gargalhadas gerais e aplausos da bancada do PS.
Para os Verdes, "esta primeira pedra é a primeira pedrada na linha ferroviária do Tua, na navegabilidade do Douro, no Alto Douro Vinhateiro".
Heloísa Apolónia considerou que, tal como a barragem do Sabor, esta infraestrutura "não faz sentido por via da destruição do desenvolvimento e do potencial de desenvolvimento concreto das regiões".
"Já contabilizou quantos empregos se podem perder com a perda de potencial de desenvolvimento turístico e agrícola da região?", questionou.
O primeiro-ministro criticou a posição dos Verdes: "são contra tudo".
"A barragem é um investimento que vai dar muitas oportunidades de emprego a muita empresa, essencial para a política energética do país, para reduzir a dependência do petróleo, e vai dar muito emprego e a muitos jovens", defendeu o primeiro-ministro.
Defendendo que "foi por essas e por outras que no passado não se construiu nenhuma barragem", Sócrates garantiu que o Governo é "capaz de enfrentar" aqueles "que são sempre do contra".
"Os jovens não querem estar na sua posição, de serem contra tudo, querem que o país ande para a frente. Não vão atrás daqueles que estão sempre contra tudo, apenas por sectarismo partidário", disse.
Os Verdes rejeitaram ainda que as medidas já tomadas pelo Governo tenham dado resultado. https://sicnoticias.pt/pais/2011-02-25-verdes-dizem-que-barragem-no-tua-e-crime-ambiental-e-de-mobilidade3
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14 de março: Dia Internacional de Luta Contra as Barragens e pelos Rios
pela Água e pela Vida, representando a luta de milhares de pessoas ao redor do mundo que tiveram suas vidas afetadas pela construção de barragens
Nesta terça-feira, dia 14, é Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela Vida,
marcando especialmente a luta de milhares de pessoas e movimentos
sociais que tiveram suas vidas afetadas pela construção de barragens e
que tentam impedir que novas sejam construídas sobre suas histórias.
O maior desastre socioambiental do País aconteceu com o rompimento de uma barragem que despejou 40 bilhões de litros de lama com resíduos de mineração no Rio Doce, matando pessoas e destruindo a fauna e flora em 700 km do leito do rio. Mais de um ano depois, a mineradora Samarco, controlada por Vale e BHP Billiton, continua protelando na justiça a reparação aos atingidos e ao ambiente, e afirma que voltará a operar neste segundo semestre.
Já em Altamira, onde fica a hidrelétrica de Belo Monte, milhares de pessoas foram removidas de forma compulsória de suas casas enquanto povos indígenas e ribeirinhos sofrem com as mudanças causadas pela barragem no rio Xingu (segundo reportagem do ISA, desde o início da construção da usina até junho de 2016, mais de 22 toneladas de peixes morreram). A usina deixou como legado graves violações aos direitos humanos e ao meio ambiente.
Quanto ao propagado desenvolvimento que a cidade iria receber, este passou longe. Notícia recente mostra que a o município às margens do Xingu vive uma explosão de violência desde que a obra começou, figurando entre as dez cidades com maiores taxas de homicídios do país.
No rio Tapajós, o povo Munduruku luta ao lado de ribeirinhos para impedir que a próxima grande hidrelétrica depois de Belo Monte seja construída, destruindo seu modo de vida. Só na bacia deste rio são mais de 40 barragens planejadas ou já em construção, colocando em risco toda a região, conhecida por sua enorme biodiversidade. Os Munduruku exigem a demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, diretamente ameaçada pelos planos do complexo hidrelétrico do Tapajós.
Enquanto as pessoas resistem na luta para sobreviver e proteger nossos rios e florestas, no Congresso Nacional, deputados e senadores se apressam para facilitar ainda mais os interesses das empresas que lucram com a construção de hidrelétricas e outras obras que ameaçam a integridade social e ambiental dos rios brasileiros.
Por meio do Projeto de Lei (PL) 3729/2004, na Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei (PLS) 654/2015, de autoria do senador Romero Jucá (PMDB/RR), e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 65/2012, os congressistas ameaçam destruir o já frágil sistema de licenciamento ambiental do país em nome de um modelo de desenvolvimento que só amplia as desigualdades sociais e aprofunda a prática de exploração irresponsável de nossas riquezas naturais.
Documentário expõe as consequências de Belo Monte
Para comemorar o Dia Internacional de Luta Contra as Barragens, pelos Rios, pela Água e pela Vida, o documentário “Belo Monte: Depois da Inundação” foi disponibilizado para download gratuito no site do filme e na sua página de Facebook.Narrado pelo ator Marcos Palmeira, o documentário do premiado cineasta Todd Southgate fala sobre as consequências de uma das hidrelétricas mais polêmicas do mundo, mostrando os danos socioambientais de Belo Monte.
Também conta a história de luta dos povos indígenas, movimentos sociais e seus aliados para cobrar justiça e a responsabilização pelos crimes cometidos em Belo Monte, e para evitar a repetição dos mesmos erros na bacia do Tapajós, onde o povo Munduruku e comunidades ribeirinhas têm defendido seus territórios e direitos, resistindo a grandes projetos destrutivos como a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. Em novembro, o filme foi premiado com o troféu de júri popular no Festival Cineamazônia.
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