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01 de Maio de 1873: Morre David Livingstone, missionário e explorador britânico
No
dia 1 de Maio de 1873, o missionário e descobridor inglês David
Livingstone foi encontrado morto, ajoelhado diante da sua cama, em
África.
Ele
percorreu 48 mil quilómetros em terras africanas. Numa aventura de mais
de 15 anos, atravessou duas vezes o deserto de Kalahari, navegou o rio
Zambeze de Angola até Moçambique, procurou as fontes do Nilo, descobriu
as cataratas Vitória e foi o primeiro europeu a atravessar o lago
Tanganica. Cruzou o Uganda, a Tanzânia e o Quénia. Andava a pé, em
carros de boi e em canoas. Nas aldeias, tratava dos doentes,
conquistando assim a amizade dos nativos.
David
Livingstone não foi o primeiro, mas com certeza um dos maiores
exploradores de África. Quando embarcou pela primeira vez para o
continente africano, em 1841, pretendia actuar principalmente como
missionário. Constatou logo que as missões em território pouco povoado
não seriam promissoras, se não viajasse muito e visitasse os "selvagens"
– como os nativos eram chamados pelos colonizadores.
Combateu,
desde o início, o tráfico de escravos que, embora proibido no Império
Britânico desde 1833, ainda era praticado. O objectivo de Livingstone
era levar o livre comércio, o cristianismo e a civilização para o
interior do continente africano.
Durante
sua actividade missionária, ele ouvira falar de regiões frutíferas além
do deserto de Kalahari. Em 1849, partiu com a família e um amigo em
direcção ao norte. Enfrentou o calor inclemente e a escassez de água do
deserto, até descobrir o lago Ngami – o seu primeiro êxito de
descobridor. De 1852 a 1856, viajou pelo rio Zambeze, cruzando quase
todo continente africano, de Leste a Oeste.
De volta à Inglaterra, Livingstone publicou, em 1857, o livro Viagens missionárias e pesquisas na África do Sul, que
se tornou um bestseller. Famoso, passou a trabalhar para o governo
britânico. Ao serviço da Royal Geographical Society, partiu em 1865 à
procura da nascente do Nilo. Foi atacado impiedosamente pela malária,
sua "companheira" de viagens. Além disso, ele encontrava-se numa região
completamente desconhecida e hostil. Muitas tribos viam-no como
traficante de escravos.
Na
sua penúltima expedição, partiu de Zanzibar, na costa oriental da
África, e queria chegar ao lago Niassa. Abandonado pelos guias
africanos, que fugiram com a comida e os remédios, e enfraquecido pela
malária, o explorador chegou à aldeia de Ujiji, na margem tanzaniana do
lago Tanganica. Na Europa, a estas alturas, ele já era dado como
desaparecido. Supunha-se que estivesse mortalmente enfermo nas selvas
africanas ou tivesse sido assassinado. Só nos Estados Unidos ainda se
acreditava encontrá-lo vivo.
Em
Março de 1871, o editor James Gordon Bennett encarregou o jornalista
Henry Morton Stanley, correspondente em Madrid do jornal New York Herald, de
procurar Livingstone e contar sua história. Com o auxílio de 200
carregadores, o repórter finalmente encontrou o explorador, com 58 anos
de idade e esqueleticamente magro, em Ujiji (na fronteira entre o antigo
Zaire e a Tanzânia), onde hoje se situa o Parque Gomba, um santuário de
52 quilómetros quadrados para chimpanzés.
Depois
de recuperar forças com os alimentos e remédios levados pelo
jornalista, Livingstone acompanhou Stanley em viagens ao extremo norte
do lago Tanganica. Quando se preparava para retornar aos EUA, Stanley
insistiu para que o explorador voltasse à Inglaterra, porém o fanático
pesquisador resistiu. Passou os seus últimos dias de vida errante na
região do lago Bangweolo. No dia 1 de Maio de 1873, os nativos
encontraram David Livingstone morto em Ilala, ajoelhado ao lado da cama.
Morreu
a rezar. Souzi e Chouma, seus auxiliares de confiança, enterraram o seu
coração debaixo de uma árvore. Depois lavaram o corpo com sal e
aguardente e o puseram-no para secar ao sol. Envolto numa manta de lã e
dentro de uma caixa de casca de árvore, foi levado a Zanzibar. Ele fora o
primeiro a descrever a geografia, a estrutura social, os animais e as
plantas do continente africano. Contudo, o seu trabalho como missionário
teve menor êxito do que o de descobridor. Hoje, os ossos do explorador
encontram-se na Abadia de Westminster, em Londres.
Fontes: DW
Wikipedia (imagens)
David Livingstone em 1864
David Livingstone descobriu as Cataratas Vitória em 17 de Novembro de1855
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/05/01-de-maio-de-1873-morre-david.html?spref=fb&fbclid=IwAR29EdwVTwza0P1VBQLyrGAu2bur_BUh98buV8XN3fVHaHoUTqiaKNq6N9s***