24mAIo2019
May faz brexit a si própria...
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica/detalhe/theresa-may-demite-se-e-abandona-cargo-a-7-de-junho
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Brexit
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Reino Unido
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Inglaterra
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Grã Bretanha
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Recordo a visita de Isabel II ao mosteiro de Alcobaça
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02 de Junho de 1953: Coroação da rainha Isabel II
Soberana do Reino Unido, filha do rei Jorge VI (1895-1952) e de Elizabeth Bowes-Lyon (1900-2002), nasceu a 21 de abril de 1926, quando seus pais, casados em 1923, eram ainda duques de York e não esperavam jamais reinar. Mas em dezembro de 1936 tudo se modificou, quando o recém coroado rei Eduardo VIII abdicou do trono inglês para poder contrair matrimónio com uma senhora norte-americana, divorciada, chamada Wallis Simpson, o que fez com que seu irmão Alberto se tornasse no novo monarca sob o nome de Jorge VI, passando a sua sobrinha Isabel a ser a princesa herdeira.
Isabel foi educada no palácio de Buckingham e no castelo de Windsor por precetores privados (como a sua avó paterna, a rainha Maria), tendo recebido um conjunto de lições de História, Direito, Arte e Música. Em 1942 ascendeu ao posto de coronel do Corpo de Granadeiros e em 1944 substituiu seu pai no Conselho de Estado, que superintendia à guerra contra a Alemanha. Seu pai deslocou-se nesse ano a Itália para inspecionar a frente inglesa no ataque Aliado naquele país. Nem Isabel nem a sua irmã Margarida (1930-2002), apesar dos apelos para tal, abandonaram a Inglaterra como medida de precaução face aos bombardeamentos que a Luftwaffe alemã infligia sobre Londres. Como princesa herdeira que era e com uma consciência de Estado notável, ainda antes da maioridade Isabel assumiu responsabilidades públicas e humanitárias, como presidente do Hospital Infantil Queen Elizabeth, em Hackney, e da Sociedade Nacional para a Prevenção da Violência Infantil. Em 1945 integrou até, como subalterna, o Serviço de Auxílio Territorial (ATS).
Depois da Guerra, entre fevereiro e abril de 1947, deslocou-se à África do Sul na sua primeira viagem oficial ao estrangeiro. Em 20 de novembro desse mesmo ano casou com o tenente da Royal Navy Filipe de Mountbatten (1921- ), na abadia de Westminster. Filipe é filho do príncipe André da Grécia e da princesa Alice de Battenberg, sendo sobrinho do vice-rei da Índia Lord Louis Mountbatten e tetraneto da rainha Vitória. Primo afastado de Isabel, portanto, tinha renunciado aos seus direitos sobre o trono grego em 1944 e em fevereiro de 1947 ao título de príncipe da Grécia e da Dinamarca. O casal, que adotou o título de duques de Edimburgo e tinha a dignidade de pares do Reino, recebeu a Ordem da Jarreteira, a mais alta condecoração britânica. Tiveram quatro filhos: Carlos (Charles Philip Arthur George), nascido em 1948, duque da Cornualha e de Rothesay, conde de Chester e de Carrick, barão de Renfrew e desde julho de 1958 príncipe de Gales e herdeiro do trono (casou em 29 de julho de 1981 com Lady Diana Spencer, de que se divorciou em 1996, um ano antes da morte desta, tendo o casal tido dois filhos, Guilherme, futuro príncipe de Gales, n. 1982, e Henrique, n. 1984); Ana (Anne Elizabeth Alice Louise), nascida em 1950, princesa da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e princesa real; André (Andrew Albert Christian Edward), príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, duque de York, nascido em 1960; Eduardo (Edward Anthony Richard Louis), nascido em 1964, príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e conde Wessex.
Com 25 anos de idade, Isabel foi proclamada rainha do Reino Unido, da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, por ocasião da morte de seu pai em 6 de fevereiro de 1952. Achava-se a princesa com seu marido em visita oficial ao Quénia quando tomou conhecimento da notícia da morte de seu pai. Em 2 de junho de 1953 foi solenemente coroada na abadia de Westminster como a quarta soberana da Casa de Windsor. Em fevereiro de 1957 seu marido, Filipe, recebeu a dignidade de príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. Apesar de ter recebido o apelido de Mountbatten pelo casamento, a conselho do Governo, Isabel, dois meses após a coroação, retomou legalmente o de Windsor.
São mais de 700 as organizações de todos os géneros que Isabel II apadrinha ou preside com carácter honorífico. Entre as suas prerrogativas reais, é a ela que cumpre, depois de eleições, a leitura do programa de governo do partido vencedor, receber em audiência o primeiro-ministro uma vez por semana (terças-feiras ao meio-dia), conceder as ordens da Jarreteira e do Cardo e nomear os Cavaleiros. É ainda a cabeça da Igreja de Inglaterra e comandante em chefe do Exército, da Armada e da Força Aérea reais, para além de ainda manter o posto de coronel em chefe de todos os regimentos da Guarda Real e do Corpo de Engenheiros Reais, para além de capitão general do Regimento de Artilharia Real.
É ainda a chefe máxima da Commonwealth e, no jubileu de ouro de 2002, passou a ser chefe de Estado nominal (simbolicamente) dos outros quinze países (para além do Reino Unido) pertencentes a esta estrutura pan-britânica que não instauraram o regime republicano (Antígua e Barbuda, Austrália, Baamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Saint Kitt's & Nevis, São Vicente e as Granadinas, Santa Lucia e Tuvalu). Ao longo deste mais de meio século, em determinadas ocasiões, no trono britânico, Isabel II foi também chefe nominal de muitas outras antigas colónias inglesas, que se tornaram entretanto estados independentes, até que aboliram a monarquia e se transformaram em repúblicas (Fiji, Gâmbia, Ghana, Guiana, Quénia, Malawi, Malta, Maurícia, Nigéria, Paquistão, Zimbabwe, Serra Leoa, África do Sul, Sri Lanka, Tanzânia, Trinidad e Tobago e Uganda.
É conhecida pela sua capacidade de trabalho, que começa todas as manhãs ao tomar conhecimento do mundo e principalmente dos assuntos do seu país, que trata minuciosamente, com dignidade e elevado sentido de Estado nas suas reuniões com os primeiros-ministros que conheceu em todos estes anos de reinado e em todas as suas visitas e aparições públicas.
1992 foi o seu anno horribilis, como ela própria comentou na sua mensagem de Natal desse ano: divórcios de seus filhos Carlos e André, envoltos em escândalos públicos e incêndio de parte do castelo de Windsor.
Dez anos depois, apesar da alegria do Jubileu, morriam a sua mãe e a sua irmã Margarida com poucos meses de intervalo. Mas uma vez mais Isabel II soube recompor-se e assumir a sua dignidade e postura de mulher de luta e de elevado sentido de Estado e capacidade de trabalho.
Isabel foi educada no palácio de Buckingham e no castelo de Windsor por precetores privados (como a sua avó paterna, a rainha Maria), tendo recebido um conjunto de lições de História, Direito, Arte e Música. Em 1942 ascendeu ao posto de coronel do Corpo de Granadeiros e em 1944 substituiu seu pai no Conselho de Estado, que superintendia à guerra contra a Alemanha. Seu pai deslocou-se nesse ano a Itália para inspecionar a frente inglesa no ataque Aliado naquele país. Nem Isabel nem a sua irmã Margarida (1930-2002), apesar dos apelos para tal, abandonaram a Inglaterra como medida de precaução face aos bombardeamentos que a Luftwaffe alemã infligia sobre Londres. Como princesa herdeira que era e com uma consciência de Estado notável, ainda antes da maioridade Isabel assumiu responsabilidades públicas e humanitárias, como presidente do Hospital Infantil Queen Elizabeth, em Hackney, e da Sociedade Nacional para a Prevenção da Violência Infantil. Em 1945 integrou até, como subalterna, o Serviço de Auxílio Territorial (ATS).
Depois da Guerra, entre fevereiro e abril de 1947, deslocou-se à África do Sul na sua primeira viagem oficial ao estrangeiro. Em 20 de novembro desse mesmo ano casou com o tenente da Royal Navy Filipe de Mountbatten (1921- ), na abadia de Westminster. Filipe é filho do príncipe André da Grécia e da princesa Alice de Battenberg, sendo sobrinho do vice-rei da Índia Lord Louis Mountbatten e tetraneto da rainha Vitória. Primo afastado de Isabel, portanto, tinha renunciado aos seus direitos sobre o trono grego em 1944 e em fevereiro de 1947 ao título de príncipe da Grécia e da Dinamarca. O casal, que adotou o título de duques de Edimburgo e tinha a dignidade de pares do Reino, recebeu a Ordem da Jarreteira, a mais alta condecoração britânica. Tiveram quatro filhos: Carlos (Charles Philip Arthur George), nascido em 1948, duque da Cornualha e de Rothesay, conde de Chester e de Carrick, barão de Renfrew e desde julho de 1958 príncipe de Gales e herdeiro do trono (casou em 29 de julho de 1981 com Lady Diana Spencer, de que se divorciou em 1996, um ano antes da morte desta, tendo o casal tido dois filhos, Guilherme, futuro príncipe de Gales, n. 1982, e Henrique, n. 1984); Ana (Anne Elizabeth Alice Louise), nascida em 1950, princesa da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e princesa real; André (Andrew Albert Christian Edward), príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, duque de York, nascido em 1960; Eduardo (Edward Anthony Richard Louis), nascido em 1964, príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte e conde Wessex.
Com 25 anos de idade, Isabel foi proclamada rainha do Reino Unido, da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte, por ocasião da morte de seu pai em 6 de fevereiro de 1952. Achava-se a princesa com seu marido em visita oficial ao Quénia quando tomou conhecimento da notícia da morte de seu pai. Em 2 de junho de 1953 foi solenemente coroada na abadia de Westminster como a quarta soberana da Casa de Windsor. Em fevereiro de 1957 seu marido, Filipe, recebeu a dignidade de príncipe da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. Apesar de ter recebido o apelido de Mountbatten pelo casamento, a conselho do Governo, Isabel, dois meses após a coroação, retomou legalmente o de Windsor.
São mais de 700 as organizações de todos os géneros que Isabel II apadrinha ou preside com carácter honorífico. Entre as suas prerrogativas reais, é a ela que cumpre, depois de eleições, a leitura do programa de governo do partido vencedor, receber em audiência o primeiro-ministro uma vez por semana (terças-feiras ao meio-dia), conceder as ordens da Jarreteira e do Cardo e nomear os Cavaleiros. É ainda a cabeça da Igreja de Inglaterra e comandante em chefe do Exército, da Armada e da Força Aérea reais, para além de ainda manter o posto de coronel em chefe de todos os regimentos da Guarda Real e do Corpo de Engenheiros Reais, para além de capitão general do Regimento de Artilharia Real.
É ainda a chefe máxima da Commonwealth e, no jubileu de ouro de 2002, passou a ser chefe de Estado nominal (simbolicamente) dos outros quinze países (para além do Reino Unido) pertencentes a esta estrutura pan-britânica que não instauraram o regime republicano (Antígua e Barbuda, Austrália, Baamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, Ilhas Salomão, Saint Kitt's & Nevis, São Vicente e as Granadinas, Santa Lucia e Tuvalu). Ao longo deste mais de meio século, em determinadas ocasiões, no trono britânico, Isabel II foi também chefe nominal de muitas outras antigas colónias inglesas, que se tornaram entretanto estados independentes, até que aboliram a monarquia e se transformaram em repúblicas (Fiji, Gâmbia, Ghana, Guiana, Quénia, Malawi, Malta, Maurícia, Nigéria, Paquistão, Zimbabwe, Serra Leoa, África do Sul, Sri Lanka, Tanzânia, Trinidad e Tobago e Uganda.
É conhecida pela sua capacidade de trabalho, que começa todas as manhãs ao tomar conhecimento do mundo e principalmente dos assuntos do seu país, que trata minuciosamente, com dignidade e elevado sentido de Estado nas suas reuniões com os primeiros-ministros que conheceu em todos estes anos de reinado e em todas as suas visitas e aparições públicas.
1992 foi o seu anno horribilis, como ela própria comentou na sua mensagem de Natal desse ano: divórcios de seus filhos Carlos e André, envoltos em escândalos públicos e incêndio de parte do castelo de Windsor.
Dez anos depois, apesar da alegria do Jubileu, morriam a sua mãe e a sua irmã Margarida com poucos meses de intervalo. Mas uma vez mais Isabel II soube recompor-se e assumir a sua dignidade e postura de mulher de luta e de elevado sentido de Estado e capacidade de trabalho.
Isabel
II. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/02-de-junho-de-1953-coroacao-da-rainha.html?spref=fb&fbclid=IwAR3lLBDHcufIUfoyj4nKcRVY4QeQAepMnQB1_dkiPT1usqGW7k7JJ-unbNU
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03 de Junho de 1937: Casamento de Eduardo VIII e Wallis Simpson
A
11 de dezembro de 1936, o rei Eduardo VIII da Inglaterra decide abdicar
do trono por amor a Wallis Simpson, uma plebeia norte americana
divorciada duas vezes. O escândalo foi enorme. Os costumes da família
real tornavam difícil e até mesmo impossível a ascensão de uma
divorciada ao estatuto de consorte e o governo aproveita o affair para
livrar o trono de um monarca que não escondia simpatias pela Alemanha
nazi.
Após
reinar menos de um ano, Eduardo VIII torna-se o primeiro monarca inglês
a abdicar voluntariamente do trono. Prefere abdicar após o governo
britânico, a opinião pública e a Igreja Anglicana terem condenado a sua
decisão de casar-se com Wallis.
Eduardo,
nascido em 1896, era o filho mais velho do rei Jorge V, que havia
subido ao trono britânico em 1910. Ainda solteiro perto dos 40 anos,
Eduardo costumava frequentar a alta sociedade londrina. Por volta de
1934, apaixona-se profundamente pela norte americana Wallis Simpson,
então casada com Ernest Simpson, um empresário anglo-americano que vivia
perto de Londres.
Wallis,
nascida na Pensilvânia, já se havia divorciado de um piloto da marinha
dos Estados Unidos. A família real desaprova a relação. No entanto, em
1936, o príncipe manifesta a intenção de se casar com ela. Porém, antes
de discutir o assunto com o pai, Jorge V morre e Eduardo é aclamado rei.
O
novo rei era popular entre os seus súbditos. A coroação é marcada para
maio de 1937. A 27 de outubro de 1936, Simpson consegue uma certidão
preliminar de divórcio, provavelmente com a intenção de se casar com o
rei, o que precipita o maior dos escândalos. Winston Churchill, então um
parlamentar do Partido Conservador, é o único político notável a apoiar
Eduardo.
Apesar
da frente aparentemente unida contra ele, Eduardo não é dissuadido.
Propõe um casamento em que Wallis não receberia direitos de distinção ou
propriedade. A 2 de dezembro, o primeiro-ministro Stanley Baldwin
rejeita a proposta como impraticável. No dia seguinte, o escândalo
explode nas primeiras páginas dos jornais e é discutido abertamente no
Parlamento. Sem qualquer solução à vista, o rei abdica. Posteriormente, o
Parlamento aprova o ato.
Como
novo rei, Jorge VI (irmão de Eduardo) concede ao mesmo o título de
Duque de Windsor. No dia 3 de junho de 1937, Eduardo casa-se com Wallis
no Castelo de Candé, no Vale do Loire, na França. O novo rei, Jorge VI,
proibiu os membros da família real de assistirem à cerimónia.
Nos
dois anos seguintes, o casal visita vários países, entre eles a
Alemanha, sendo homenageado por funcionários nazis e tendo encontro
reservado com Hitler. Depois da eclosão da Segunda Guerra, o duque
aceita um posto como elo de ligação com a França.
Em
1945, o casal retorna a Paris. Eduardo faz poucas visitas à Inglaterra,
como para assistir aos funerais do seu irmão, em 1952, e ao da sua mãe,
a rainha Maria, em 1953. Eduardo morre em Paris em 1972 e é enterrado
no Castelo de Windsor. Em 1986, morre Wallis, e seu corpo é enterrado ao
lado do marido.
Fontes: operamundi.uol.com.br
wikipedia (Imagens)
O Casamento de Eduardo VIII e Wallis Simpson
Eduardo VIII e Wallis Simpson em 1936
A Abdicação de Eduardo VIII
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RAINHA VITÓRIA
28 de Junho de 1838: Coroação da rainha Vitória, do Reino Unido.
Alexandrina Vitória, filha de Vitória Maria Luísa, descendente do duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld, e de Eduardo Augusto, duque de Kent, 4.° filho do rei Jorge III, nasceu no Palácio de Kensington, Londres, a 24 de Maio de 1819.
A 20 de Junho de 1837, com apenas 18 anos, Vitória ascendia ao trono de Inglaterra por morte do seu tio Guilherme IV, que não deixara descendência, dando início ao mais longo reinado da história da Inglaterra e um dos mais famosos, que inclusivamente deu nome a uma era britânica, a Vitoriana.No seu diário escreveu: "Fui acordada às seis da manhã pela mamã que me disse que o Arcebispo da Cantuária e Lorde Conyngham estavam aqui e queriam ver-me. Saí da cama e fui até à minha salinha-de-espera (vestida só com a minha camisa de dormir), sozinha, e vi-os. Lorde Conyngham informou-me depois que o meu pobre tio, o rei, já não existia, e tinha dado o seu último fôlego doze minutos depois das duas da manhã e, consequentemente, sou rainha." Documentos oficiais do seu primeiro dia de reinado referiram-se a ela como Alexandrina Vitória, mas o primeiro nome foi retirado a pedido da rainha e não voltou a ser usado. A sua coroação aconteceu no dia 28 de Junho de 1838 e Vitória tornou-se na primeira soberana a residir no Palácio de Buckingham. Herdou as propriedades dos ducados de Lencastre e Cornualha e passou a receber 385.000 libras por ano. Sendo prudente a nível financeiro, conseguiu pagar as dívidas do seu pai.
Quando subiu ao trono, Vitória era uma estranha para os seus súbditos, mas à sua morte tinha construído uma reputação e respeito que extravasava as fronteiras do mundo britânico. De início, Vitória foi guiada, política e socialmente, pelo Primeiro Ministro Whig, William Lamb (1834, 1835-41), 2.° visconde de Melbourne, que manteve sobre ela grande influência até se casar com o seu primo Alberto, Príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha, a 10 de Maio de 1840.
Até se tornar esposa deste Príncipe, Vitória foi educada pela sua governante de origem alemã, a Baronesa Lehzen, que aos 11 anos a advertira para o facto de ser uma presumível candidata ao trono de Inglaterra. O seu pai, Eduardo Augusto, duque de Kent, o irmão mais novo de Guilherme IV, morrera em 1820 quando ela era ainda uma criança, e a sua mãe, a alemã Vitória Maria Luísa, pouco habilitada a providenciar-lhe uma educação esmerada, deixou a criança entregue aos cuidados da governanta.
O casamento modificou completamente a sua vida, pois trouxe-lhe, ao que parece, mais alegria de viver, apesar de durar apenas até 1861. Nesse ano, o primeiro marido da rainha Vitória morria prematuramente, deixando 9 descendentes e um bom exemplo de vida familiar. O primeiro dos seus filhos, Vitória, veio a ser imperatriz alemã, e o segundo filho o futuro Eduardo VII.
A sua vida familiar repartia-se, para além de Londres, entre a Casa Osborne, na Ilha de Wight (mais para o inverno), e o Castelo de Balmoral (residência estival), na Escócia, comprado em 1852 e reconstruído segundo desenhos de Alberto.
O poder constitucional que detinha era limitado; embora as suas escolhas pessoais influenciassem as resoluções políticas e as escolhas de gabinete, ela não determinava a política. Alberto, que estava sempre a seu lado, particularmente em questões de política externa, usava a sua influência para persuadir Vitória a aceitar a sua versão do monarca ideal.
Os dois estavam em acordo na antipatia que nutriam por Lorde Palmerston e suas políticas, mas não contestaram a sua liderança. Ambos estavam preocupados com a política externa, sobretudo na questão que conduziu à Guerra da Criméia, tendo apoiado a intervenção das tropas britânicas no conflito. Em 1856, a soberana instituiu a condecoração Victoria Cross, para galardoar o militar mais valioso para o seu país, e em 1857 deu a Alberto o título de Príncipe Consorte.
Após a morte do seu marido, Vitória entrou num período de depressão e nervosismo, que deu azo a fortes críticas por parte da opinião pública e das autoridades. A rainha, no entanto, fez prevalecer o seu bom senso e manteve viva a monarquia britânica.
Vitória encontrou em Benjamim Disraeli, um Primeiro Ministro judeu e conservador que destituiu Robert Peel - um homem que o seu falecido muito admirava -, um líder que a encorajou. Foi este homem, Disraeli, que em 1876 convenceu o Parlamento, sobretudo a ala liberal, a passar o Royal Titles Act, conferindo à rainha o título de imperatriz da Índia.
Ao contrário de Benjamim Disraeli, a rainha não tinha grande apreço por um dos mais autoritários líderes liberais do século XIX, William Ewart Gladstone (1809-1898), com quem manteve diversos confrontos institucionais.
Em 1887, celebrou-se um dos mais importantes eventos do seu reinado: o jubileu, comemorativo dos seus 50 anos de reinado. Nesta cerimónia, a rainha compareceu em público, na missa da Acção de Graças na Abadia de Westminster, num evento que ajudou a organizar, e no qual estavam presentes representantes de todas as partes do império.
O Jubileu Dourado, celebrado 10 anos depois foi ainda mais grandioso. Na capela de S. Jorge, em Windsor, para celebrar o dia da Ação de Graças, foi cantado um Te Deum, com música da autoria do príncipe Alberto. Os festejos culminaram quando a rainha premiu um botão elétrico que telegrafou uma mensagem do jubileu para todo o império, tentando manter-se em contacto com as grandes mudanças do seu tempo, apesar de ser muito conservadora.
Entre 1897 e 1901 houve outra ocasião muito especial. Esta ocorreu aquando da visita da rainha à Irlanda em 1900, trinta e nove anos depois da sua última visita ao país. Esta porção europeia do império esteve no centro das políticas britânicas nos dias do Ministro liberal Gladstone. O assunto manteve a sua atualidade no novo século, e mantém-na ainda hoje.
A Guerra dos Bóeres, na África do Sul, iniciada a 12 de Outubro de 1899, arrastou consigo uma cadeia de insucessos militares e a oposição da Europa. Tal como no passado, a rainha apoiou os seus exércitos e festejou triunfalmente a quebra do cerco de Ladysmith a 28 de Fevereiro de 1900.
No ano de 1901, morreu na sua residência de Osborne, após prolongada doença. Uma das últimas pessoas a visitá-la foi o seu neto Guilherme II, o imperador germânico, que na Primeira Guerra Mundial lideraria a Alemanha contra a Inglaterra. O "kaiser" foi um dos familiares presentes nas pomposas cerimónias fúnebres. Fechava-se um ciclo da história britânica, o da "era vitoriana", e iniciava-se um novo capítulo.
Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
A 20 de Junho de 1837, com apenas 18 anos, Vitória ascendia ao trono de Inglaterra por morte do seu tio Guilherme IV, que não deixara descendência, dando início ao mais longo reinado da história da Inglaterra e um dos mais famosos, que inclusivamente deu nome a uma era britânica, a Vitoriana.No seu diário escreveu: "Fui acordada às seis da manhã pela mamã que me disse que o Arcebispo da Cantuária e Lorde Conyngham estavam aqui e queriam ver-me. Saí da cama e fui até à minha salinha-de-espera (vestida só com a minha camisa de dormir), sozinha, e vi-os. Lorde Conyngham informou-me depois que o meu pobre tio, o rei, já não existia, e tinha dado o seu último fôlego doze minutos depois das duas da manhã e, consequentemente, sou rainha." Documentos oficiais do seu primeiro dia de reinado referiram-se a ela como Alexandrina Vitória, mas o primeiro nome foi retirado a pedido da rainha e não voltou a ser usado. A sua coroação aconteceu no dia 28 de Junho de 1838 e Vitória tornou-se na primeira soberana a residir no Palácio de Buckingham. Herdou as propriedades dos ducados de Lencastre e Cornualha e passou a receber 385.000 libras por ano. Sendo prudente a nível financeiro, conseguiu pagar as dívidas do seu pai.
Quando subiu ao trono, Vitória era uma estranha para os seus súbditos, mas à sua morte tinha construído uma reputação e respeito que extravasava as fronteiras do mundo britânico. De início, Vitória foi guiada, política e socialmente, pelo Primeiro Ministro Whig, William Lamb (1834, 1835-41), 2.° visconde de Melbourne, que manteve sobre ela grande influência até se casar com o seu primo Alberto, Príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha, a 10 de Maio de 1840.
Até se tornar esposa deste Príncipe, Vitória foi educada pela sua governante de origem alemã, a Baronesa Lehzen, que aos 11 anos a advertira para o facto de ser uma presumível candidata ao trono de Inglaterra. O seu pai, Eduardo Augusto, duque de Kent, o irmão mais novo de Guilherme IV, morrera em 1820 quando ela era ainda uma criança, e a sua mãe, a alemã Vitória Maria Luísa, pouco habilitada a providenciar-lhe uma educação esmerada, deixou a criança entregue aos cuidados da governanta.
O casamento modificou completamente a sua vida, pois trouxe-lhe, ao que parece, mais alegria de viver, apesar de durar apenas até 1861. Nesse ano, o primeiro marido da rainha Vitória morria prematuramente, deixando 9 descendentes e um bom exemplo de vida familiar. O primeiro dos seus filhos, Vitória, veio a ser imperatriz alemã, e o segundo filho o futuro Eduardo VII.
A sua vida familiar repartia-se, para além de Londres, entre a Casa Osborne, na Ilha de Wight (mais para o inverno), e o Castelo de Balmoral (residência estival), na Escócia, comprado em 1852 e reconstruído segundo desenhos de Alberto.
O poder constitucional que detinha era limitado; embora as suas escolhas pessoais influenciassem as resoluções políticas e as escolhas de gabinete, ela não determinava a política. Alberto, que estava sempre a seu lado, particularmente em questões de política externa, usava a sua influência para persuadir Vitória a aceitar a sua versão do monarca ideal.
Os dois estavam em acordo na antipatia que nutriam por Lorde Palmerston e suas políticas, mas não contestaram a sua liderança. Ambos estavam preocupados com a política externa, sobretudo na questão que conduziu à Guerra da Criméia, tendo apoiado a intervenção das tropas britânicas no conflito. Em 1856, a soberana instituiu a condecoração Victoria Cross, para galardoar o militar mais valioso para o seu país, e em 1857 deu a Alberto o título de Príncipe Consorte.
Após a morte do seu marido, Vitória entrou num período de depressão e nervosismo, que deu azo a fortes críticas por parte da opinião pública e das autoridades. A rainha, no entanto, fez prevalecer o seu bom senso e manteve viva a monarquia britânica.
Vitória encontrou em Benjamim Disraeli, um Primeiro Ministro judeu e conservador que destituiu Robert Peel - um homem que o seu falecido muito admirava -, um líder que a encorajou. Foi este homem, Disraeli, que em 1876 convenceu o Parlamento, sobretudo a ala liberal, a passar o Royal Titles Act, conferindo à rainha o título de imperatriz da Índia.
Ao contrário de Benjamim Disraeli, a rainha não tinha grande apreço por um dos mais autoritários líderes liberais do século XIX, William Ewart Gladstone (1809-1898), com quem manteve diversos confrontos institucionais.
Em 1887, celebrou-se um dos mais importantes eventos do seu reinado: o jubileu, comemorativo dos seus 50 anos de reinado. Nesta cerimónia, a rainha compareceu em público, na missa da Acção de Graças na Abadia de Westminster, num evento que ajudou a organizar, e no qual estavam presentes representantes de todas as partes do império.
O Jubileu Dourado, celebrado 10 anos depois foi ainda mais grandioso. Na capela de S. Jorge, em Windsor, para celebrar o dia da Ação de Graças, foi cantado um Te Deum, com música da autoria do príncipe Alberto. Os festejos culminaram quando a rainha premiu um botão elétrico que telegrafou uma mensagem do jubileu para todo o império, tentando manter-se em contacto com as grandes mudanças do seu tempo, apesar de ser muito conservadora.
Entre 1897 e 1901 houve outra ocasião muito especial. Esta ocorreu aquando da visita da rainha à Irlanda em 1900, trinta e nove anos depois da sua última visita ao país. Esta porção europeia do império esteve no centro das políticas britânicas nos dias do Ministro liberal Gladstone. O assunto manteve a sua atualidade no novo século, e mantém-na ainda hoje.
A Guerra dos Bóeres, na África do Sul, iniciada a 12 de Outubro de 1899, arrastou consigo uma cadeia de insucessos militares e a oposição da Europa. Tal como no passado, a rainha apoiou os seus exércitos e festejou triunfalmente a quebra do cerco de Ladysmith a 28 de Fevereiro de 1900.
No ano de 1901, morreu na sua residência de Osborne, após prolongada doença. Uma das últimas pessoas a visitá-la foi o seu neto Guilherme II, o imperador germânico, que na Primeira Guerra Mundial lideraria a Alemanha contra a Inglaterra. O "kaiser" foi um dos familiares presentes nas pomposas cerimónias fúnebres. Fechava-se um ciclo da história britânica, o da "era vitoriana", e iniciava-se um novo capítulo.
Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
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24 de Maio de 1819: Nasce a Rainha Vitória
Alexandrina
Vitória, filha de Vitória Maria Luísa, descendente do duque de Saxe-Coburgo-Saalfeld, e de Eduardo Augusto, duque de Kent, 4.° filho do rei Jorge III, nasceu no Palácio de Kensington, Londres, a 24 de maio de 1819.
A 20 de junho de 1837, com apenas 18 anos, Vitória ascendia ao trono de Inglaterra por morte do seu tio Guilherme IV, que não deixara descendência, dando início a um dos mais longos reinados da história da Inglaterra e um dos mais famosos, que inclusivamente deu nome a uma era britânica, a Vitoriana.
Quando subiu ao trono, Vitória era uma estranha para os seus súbditos, mas à sua morte tinha construído uma reputação e respeito que extravasava as fronteiras do mundo britânico. De início, Vitória foi guiada, política e socialmente, pelo Primeiro Ministro Whig, William Lamb (1834, 1835-41), 2.° visconde de Melbourne, que manteve sobre ela grande influência até se casar com o seu primo Alberto, Príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha, a 10 de maio de 1840.
Até se tornar esposa deste Príncipe, Vitória foi educada pela sua governante de origem alemã, a Baronesa Lehzen, que aos 11 anos a advertira para o facto de ser uma presumível candidata ao trono de Inglaterra. O seu pai, Eduardo Augusto, duque de Kent, o irmão mais novo de Guilherme IV, morrera em 1820 quando ela era ainda uma criança, e a sua mãe, a alemã Vitória Maria Luísa, pouco habilitada a providenciar-lhe uma educação esmerada, deixou a criança entregue aos cuidados da governanta.
O casamento modificou completamente a sua vida, pois trouxe-lhe, ao que parece, mais alegria de viver, apesar de durar apenas até 1861. Nesse ano, o primeiro marido da rainha Vitória morria prematuramente, deixando 9 descendentes e um bom exemplo de vida familiar. O primeiro dos seus filhos, Vitória, veio a ser imperatriz alemã, e o segundo filho o futuro Eduardo VII.
A sua vida familiar repartia-se, para além de Londres, entre a Casa Osborne, na Ilha de Wight (mais para o inverno), e o Castelo de Balmoral (residência estival), na Escócia, comprado em 1852 e reconstruído segundo desenhos de Alberto.
O poder constitucional que detinha era limitado; embora as suas escolhas pessoais influenciassem as resoluções políticas e as escolhas de gabinete, ela não determinava a política. Alberto, que estava sempre a seu lado, particularmente em questões de política externa, usava a sua influência para persuadir Vitória a aceitar a sua versão do monarca ideal.
Os dois estavam em acordo na antipatia que nutriam por Lorde Palmerston e suas políticas, mas não contestaram a sua liderança. Ambos estavam preocupados com a política externa, sobretudo na questão que conduziu à Guerra da Criméia, tendo apoiado a intervenção das tropas britânicas no conflito. Em 1856, a soberana instituiu a condecoração Victoria Cross, para galardoar o militar mais valioso para o seu país, e em 1857 deu a Alberto o título de Príncipe Consorte.
Após a morte do seu marido, Vitória entrou num período de depressão e nervosismo, que deu azo a fortes críticas por parte da opinião pública e das autoridades. A rainha, no entanto, fez prevalecer o seu bom senso e manteve viva a monarquia britânica.
Vitória encontrou em Benjamim Disraeli, um Primeiro Ministro judeu e conservador que destituiu Robert Peel - um homem que o seu falecido muito admirava -, um líder que a encorajou. Foi este homem, Disraeli, que em 1876 convenceu o Parlamento, sobretudo a ala liberal, a passar o Royal Titles Act, conferindo à rainha o título de imperatriz da Índia.
Ao contrário de Benjamim Disraeli, a rainha não tinha grande apreço por um dos mais autoritários líderes liberais do século XIX, William Ewart Gladstone (1809-1898), com quem manteve diversos confrontos institucionais.
Em 1887, celebrou-se um dos mais importantes eventos do seu reinado: o jubileu, comemorativo dos seus 50 anos de reinado. Nesta cerimónia, a rainha compareceu em público, na missa da Acção de Graças na Abadia de Westminster, num evento que ajudou a organizar, e no qual estavam presentes representantes de todas as partes do império.
O Jubileu Dourado, celebrado 10 anos depois foi ainda mais grandioso. Na capela de S. Jorge, em Windsor, para celebrar o dia da Ação de Graças, foi cantado um Te Deum, com música da autoria do príncipe Alberto. Os festejos culminaram quando a rainha premiu um botão elétrico que telegrafou uma mensagem do jubileu para todo o império, tentando manter-se em contacto com as grandes mudanças do seu tempo, apesar de ser muito conservadora.
Entre 1897 e 1901 houve outra ocasião muito especial. Esta ocorreu aquando da visita da rainha à Irlanda em 1900, trinta e nove anos depois da sua última visita ao país. Esta porção europeia do império esteve no centro das políticas britânicas nos dias do Ministro liberal Gladstone. O assunto manteve a sua atualidade no novo século, e mantém-na ainda hoje.
A Guerra dos Bóeres, na África do Sul, iniciada a 12 de outubro de 1899, arrastou consigo uma cadeia de insucessos militares e a oposição da Europa. Tal como no passado, a rainha apoiou os seus exércitos e festejou triunfalmente a quebra do cerco de Ladysmith a 28 de fevereiro de 1900.
No ano de 1901, morreu na sua residência de Osborne, após prolongada doença. Uma das últimas pessoas a visitá-la foi o seu neto Guilherme II, o imperador germânico, que na Primeira Guerra Mundial lideraria a Alemanha contra a Inglaterra. O "kaiser" foi um dos familiares presentes nas pomposas cerimónias fúnebres. Fechava-se um ciclo da história britânica, o da "era vitoriana", e iniciava-se um novo capítulo.
Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
A 20 de junho de 1837, com apenas 18 anos, Vitória ascendia ao trono de Inglaterra por morte do seu tio Guilherme IV, que não deixara descendência, dando início a um dos mais longos reinados da história da Inglaterra e um dos mais famosos, que inclusivamente deu nome a uma era britânica, a Vitoriana.
Quando subiu ao trono, Vitória era uma estranha para os seus súbditos, mas à sua morte tinha construído uma reputação e respeito que extravasava as fronteiras do mundo britânico. De início, Vitória foi guiada, política e socialmente, pelo Primeiro Ministro Whig, William Lamb (1834, 1835-41), 2.° visconde de Melbourne, que manteve sobre ela grande influência até se casar com o seu primo Alberto, Príncipe de Saxe-Coburgo-Gotha, a 10 de maio de 1840.
Até se tornar esposa deste Príncipe, Vitória foi educada pela sua governante de origem alemã, a Baronesa Lehzen, que aos 11 anos a advertira para o facto de ser uma presumível candidata ao trono de Inglaterra. O seu pai, Eduardo Augusto, duque de Kent, o irmão mais novo de Guilherme IV, morrera em 1820 quando ela era ainda uma criança, e a sua mãe, a alemã Vitória Maria Luísa, pouco habilitada a providenciar-lhe uma educação esmerada, deixou a criança entregue aos cuidados da governanta.
O casamento modificou completamente a sua vida, pois trouxe-lhe, ao que parece, mais alegria de viver, apesar de durar apenas até 1861. Nesse ano, o primeiro marido da rainha Vitória morria prematuramente, deixando 9 descendentes e um bom exemplo de vida familiar. O primeiro dos seus filhos, Vitória, veio a ser imperatriz alemã, e o segundo filho o futuro Eduardo VII.
A sua vida familiar repartia-se, para além de Londres, entre a Casa Osborne, na Ilha de Wight (mais para o inverno), e o Castelo de Balmoral (residência estival), na Escócia, comprado em 1852 e reconstruído segundo desenhos de Alberto.
O poder constitucional que detinha era limitado; embora as suas escolhas pessoais influenciassem as resoluções políticas e as escolhas de gabinete, ela não determinava a política. Alberto, que estava sempre a seu lado, particularmente em questões de política externa, usava a sua influência para persuadir Vitória a aceitar a sua versão do monarca ideal.
Os dois estavam em acordo na antipatia que nutriam por Lorde Palmerston e suas políticas, mas não contestaram a sua liderança. Ambos estavam preocupados com a política externa, sobretudo na questão que conduziu à Guerra da Criméia, tendo apoiado a intervenção das tropas britânicas no conflito. Em 1856, a soberana instituiu a condecoração Victoria Cross, para galardoar o militar mais valioso para o seu país, e em 1857 deu a Alberto o título de Príncipe Consorte.
Após a morte do seu marido, Vitória entrou num período de depressão e nervosismo, que deu azo a fortes críticas por parte da opinião pública e das autoridades. A rainha, no entanto, fez prevalecer o seu bom senso e manteve viva a monarquia britânica.
Vitória encontrou em Benjamim Disraeli, um Primeiro Ministro judeu e conservador que destituiu Robert Peel - um homem que o seu falecido muito admirava -, um líder que a encorajou. Foi este homem, Disraeli, que em 1876 convenceu o Parlamento, sobretudo a ala liberal, a passar o Royal Titles Act, conferindo à rainha o título de imperatriz da Índia.
Ao contrário de Benjamim Disraeli, a rainha não tinha grande apreço por um dos mais autoritários líderes liberais do século XIX, William Ewart Gladstone (1809-1898), com quem manteve diversos confrontos institucionais.
Em 1887, celebrou-se um dos mais importantes eventos do seu reinado: o jubileu, comemorativo dos seus 50 anos de reinado. Nesta cerimónia, a rainha compareceu em público, na missa da Acção de Graças na Abadia de Westminster, num evento que ajudou a organizar, e no qual estavam presentes representantes de todas as partes do império.
O Jubileu Dourado, celebrado 10 anos depois foi ainda mais grandioso. Na capela de S. Jorge, em Windsor, para celebrar o dia da Ação de Graças, foi cantado um Te Deum, com música da autoria do príncipe Alberto. Os festejos culminaram quando a rainha premiu um botão elétrico que telegrafou uma mensagem do jubileu para todo o império, tentando manter-se em contacto com as grandes mudanças do seu tempo, apesar de ser muito conservadora.
Entre 1897 e 1901 houve outra ocasião muito especial. Esta ocorreu aquando da visita da rainha à Irlanda em 1900, trinta e nove anos depois da sua última visita ao país. Esta porção europeia do império esteve no centro das políticas britânicas nos dias do Ministro liberal Gladstone. O assunto manteve a sua atualidade no novo século, e mantém-na ainda hoje.
A Guerra dos Bóeres, na África do Sul, iniciada a 12 de outubro de 1899, arrastou consigo uma cadeia de insucessos militares e a oposição da Europa. Tal como no passado, a rainha apoiou os seus exércitos e festejou triunfalmente a quebra do cerco de Ladysmith a 28 de fevereiro de 1900.
No ano de 1901, morreu na sua residência de Osborne, após prolongada doença. Uma das últimas pessoas a visitá-la foi o seu neto Guilherme II, o imperador germânico, que na Primeira Guerra Mundial lideraria a Alemanha contra a Inglaterra. O "kaiser" foi um dos familiares presentes nas pomposas cerimónias fúnebres. Fechava-se um ciclo da história britânica, o da "era vitoriana", e iniciava-se um novo capítulo.
Rainha Vitória de Inglaterra (1819-1901). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia
(Imagens)
Rainha Vitória
-1887
Vitória com 4 anos - Stephen Poyntz Denning
Vitória na sua coroação
Casamento da rainha Vitória com o príncipe
Alberto
Vitória e Alberto 1861
***
3jan1839
Via
https://www.facebook.com/historiadigital/photos/a.290073491065559.66857.157087761030800/592715344134704/
No dia 03 de janeiro de 1839, começa a Guerra do Ópio entre a China e a Grã-Bretanha. A causa do conflito foi a exportação ilícita de ópio à China pela Inglaterra.
Na imagem, juncos chineses sob bombardeio britânico durante a guerra (litografia britânica do 1843).
**
GUERRA DO ÓPIO
18 de Março de 1839: A China proíbe a importação de ópio facto que conduzirá à Guerra do Ópio
No
dia 18 de Março de 1839, o imperador da China proíbe a importação de
ópio de organizações estrangeiras e anuncia a pena de morte aos
infractores. Principais atingidos, os britânicos, iniciam a Guerra do
Ópio.
Entre
1811 e 1821, o volume anual de importação de ópio na
China aproximava-se de 4,5 mil pacotes de 15 quilos cada (67,5
toneladas). Esta quantidade quadruplicou até 1835 e, quatro anos mais
tarde, o país importava 450 toneladas, ou seja, um grama para cada um
dos 450 milhões de habitantes da China na época.
A
Companhia Britânica das Índias Orientais mantinha intenso comércio com
os chineses, comprando chá e vendendo o ópio trazido da Índia. A droga
chegou a representar a metade das exportações britânicas para a China. O
primeiro decreto que proibia o consumo de ópio datou de 1800, mas
nunca chegou a ser respeitado.
Em
1839, a droga ameaçava seriamente não só as finanças do país, como
também a saúde dos soldados. A corrupção grassava. Em 18 de Março, o
imperador lançou um novo decreto, com um forte apelo à população.
Através
de um panfleto, o governo advertiu sobre o consumo de ópio. As firmas
estrangeiras foram cercadas pelos militares, que em poucos dias
apreenderam e queimaram mais de 20 mil caixas da droga na cidade de
Cantão.
Principal
atingido pela proibição, o Reino Unido decretou guerra contra a China
no dia 3 de Novembro de 1839. Nesta primeira Guerra do Ópio, em 1840, a
Inglaterra enviou uma frota militar à Ásia e ocupou Xangai.
As
previsões confirmaram-se e os soldados, corroídos pela dependência,
estavam incapacitados de defender a China. Restou o apelo aos
camponeses. O imperador incitou-os a atacar os invasores com enxadas e
lanças. A única vantagem dos chineses contra os bem armados britânicos
era a superioridade numérica. Mesmo assim, perderam a guerra.
Derrotada,
a China assinou o Tratado de Nanquim, em 1842, pelo qual foi forçada a
abrir cinco portos para o comércio e ceder Hong Kong aos britânicos (a
colónia só foi devolvida à administração chinesa em 1997). A paz, no
entanto, não foi duradoura. A segunda Guerra do Ópio começaria em 1856.
Fontes: DW
wikipedia (imagens)
O consumo de ópio
Depósitos de ópio da Companhia das Índias Orientais na Índia
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/18-de-marco-de-1839-china-proibe.html?spref=fb&fbclid=IwAR1nVVk2ZFJR_xJlDTogSxNAQHwT2Ql_BTrzGn9wjlokUULF80rf3C0-5hk*
Via
http://www.suapesquisa.com/historia/guerra_do_opio.htm
O que foi
A Guerra do Ópio, também conhecida como Guerra Anglo-Chinesa, foi
um conflito armado ocorrido em território chinês, em meados do século
XIX, entre a Grã-Bretanha e a China. Ocorreram dois conflitos: A
Primeira Guerra do Ópio (entre os anos de 1839 e 1842) e a Segunda
Guerra do Ópio (entre 1856 e 1860).
Contexto histórico
A
Guerra do Ópio aconteceu dentro do contexto do Imperialismo e
Neocolonialismo da segunda metade do século XIX. Nações europeias,
principalmente a Inglaterra, conquistaram e impuseram seus interesses
econômicos, políticos e culturais aos povos e países da Ásia, África e
Oceania.
Causas da Primeira Guerra do Ópio (1839 a 1842)
No
início do século XIX, as nações europeias só tinham autorização do
governo chinês para fazer comércio através do porto de Cantão. O governo
chinês também proibia os europeus de comercializarem seus produtos
diretamente com os consumidores chineses. Havia intermediários
(funcionários públicos) que estabeleciam cotas de produtos e preços a
serem cobrados.
A
Grã-Bretanha, em plena Segunda Revolução Industrial, buscava avidamente
mercados consumidores para seus produtos industrializados, porém as
medidas protecionistas chinesas dificultavam o acesso dos britânicos ao
amplo mercado consumidor chinês.
Como
não conseguiam ampliar o comércio de mercadorias com os chineses, os
ingleses passaram a vender ópio, de forma ilegal, para a população da
China como forma de ampliar os lucros. O ópio, cultivado na Índia
(colônia britânica) era viciante e fazia muito mal a saúde. Em pouco
tempo, os ingleses estavam vendendo toneladas de ópio na China, tornando
o vício uma epidemia. O governo chinês chegou a enviar uma carta para a
rainha Vitória I da Inglaterra protestando contra este verdadeira
tráfico de drogas mantido pelos ingleses.
Mesmo
com os protestos do governo chinês, os ingleses continuaram a vender
ópio na China. Em 1839, como forma de protesto, o governo chinês ordenou
a destruição de um carregamento de ópio inglês. O governo britânico
considerou o ataque uma grande afronta aos seus interesses comerciais e
ordenou a invasão armada à China, dando início a Primeira Guerra do
Ópio.
Os britânicos invadiram e dominaram a China. A guerra terminou com a derrota chinesa em 1842.
O tratado de Nanquim
Após a guerra, a Inglaterra impôs o Tratado de Nanquim aos chineses, com as seguintes obrigações:
- A China teve que abrir cinco portos ao livre comércio;
- Os ingleses passaram a ter privilégios no comércio com a China;
- A China teve que pagar indenização de guerra à Inglaterra;
- A China teve que ceder a posse da ilha de Hong Kong aos britânicos (a ilha foi possessão britânica até 1997).
- Os ingleses passaram a ter privilégios no comércio com a China;
- A China teve que pagar indenização de guerra à Inglaterra;
- A China teve que ceder a posse da ilha de Hong Kong aos britânicos (a ilha foi possessão britânica até 1997).
A Segunda Guerra do Ópio (1856 a 1860)
Foi
uma continuação da Primeira Guerra do Ópio, porém a Inglaterra contou
com a França e a Irlanda como aliadas contra os chineses.
O
conflito armado começou logo após funcionários chineses revistarem um
navio britânico. Como os chineses já não estavam respeitando algumas
cláusulas do Tratado de Nanquim, os britânicos resolveram atacar
novamente a China que saiu derrotada mais uma vez. Os ingleses e
franceses impuseram o Tratado de Tianjin a derrotada China.
Tratado de Tianjin
- Dez portos chineses deveriam permanecer abertos ao comércio internacional;
- Liberdade para os estrangeiros de viajar e fazer comércio na China;
- Garantia de liberdade religiosa aos cristãos em território chinês;
- A China deveria pagar pesadas indenizações de guerra à Inglaterra e França.***
29 de Agosto de 1842: O Tratado de Nanquim encerra a primeira Guerra do Ópio entre chineses e britânicos
No dia 29 de Agosto de 1842, o Tratado de Nanquim pôs fim à primeira
Guerra do Ópio entre a China e a Grã - Bretanha. Algumas décadas antes,
em 1793, o grande imperador Qianlong havia rejeitado as tentativas
britânicas de aumentar o comércio com o Império do Meio.
Os mercadores da Companhia Inglesa das Índias Orientais e o governo de
Londres receberam muito mal a indisposição do imperador em encontrá-los.
Não deixaram de difundir fortemente em toda a Europa o desprezo que
lhes inspirava essa China, outrora tão elogiada, hoje arcaica, imóvel,
voltada para si mesma.
O seu despeito era ainda maior visto que continuavam a comprar à China o
chá que os britânicos consumiam bastante, bem como muitos outros
produtos de luxo – porcelanas, pedrarias e sedas.
Para tentar equilibrar uma balança comercial pesadamente deficitária, a
Companhia das Índias pôs em acção um “comércio triangular” tão pouco
recomendável quanto era o tráfico de escravos. A companhia desenvolveu
nas Índias a cultura do pavot – toda planta papaverácea do género
Papaver, agrupando diversas espécies que produzem flores indo da papoila
(Papaver rhoeas) ao pavot a ópio (Papaver somniferum) — e de modo totalmente ilegal, inicia os chineses no consumo do ópio.
As vendas ilegais de ópio na China passaram de 100 toneladas para 2.000 toneladas em 1838.
Em 1839, o novo governador de Cantão, exasperado, manda apreender e
queimar 20 mil caixas de ópio. Em resposta, os ingleses bombardeiam
Cantão enquanto uma esquadra sobe o rio Yangzi Jiang obrigando o
imperador Daoguang a capitular.
Esta “diplomacia através dos canhões” desembocou no Tratado de Nanquim
pelo qual os vencedores ganharam o direito de comercializar livremente
em cinco portos chineses. A Grã - Bretanha obtém, a ilha de Hong Kong na
foz do rio das Pérolas e a riquíssima região de Cantão.
Cúmulo da humilhação, o imperador teve de conceder um privilégio de
extra-territorialidade aos britânicos e pagar-lhes 21 milhões de libras
esterlinas. Os franceses e norte-americanos apressaram-se em exigir
vantagens equivalentes.
A humilhação sofrida pelos chineses com o Tratado de Nanquim está na
origem dos levantamentos populares contra a dinastia manchu dos Qing, o
mais notável deles a insurreição de Taiping.
Fontes: Opera Mundi
Blogue Estórias da História
wikipedia (imagens)
Assinatura do Tratado de Nanquim
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/29-de-agosto-de-1842-o-tratado-de.html***
08 de Outubro de 1856: Tem início a Segunda Guerra do Ópio
A Segunda Guerra do Ópio, conflito armado entre Reino Unido e França contra a dinastia Qing, da China, teve início em 8 de Outubro de 1856.
Num
esforço para expandir os seus territórios na China, o Reino Unido pediu
às autoridades Qing para renegociar, em 1854, o Tratado de Nanquim Osm,
para exercer o livre comércio em toda a China, legalizar a venda do
ópio, suprimir a pirataria, regular o tráfego de trabalhadores
semiescravos e permitir ao embaixador britânico residir em Pequim.
A
guerra que se instalou pode ser vista como continuação da Primeira
Guerra do Ópio (1839-1842). Em 8 de Outubro de 1856, oficiais dos Qing
abordaram o Arrow, navio chinês registado em Hong Kong, na posse dos
britânicos, suspeito de pirataria e contrabando. Doze chineses foram
presos. Oficiais britânicos em Cantão pediram a libertação dos
navegantes afirmando que o navio estava protegido pelo Tratado de
Nanquim. Insistiram que os soldados Qing haviam insultado sua bandeira.
Apesar
de estar às voltas com a Rebelião da Índia, os britânicos responderam
ao incidente do Arrow em 1857, atacando Guangzhou a partir do rio das
Pérolas.
A França, Estados Unidos e Rússia receberam convites para juntar-se ao
Reino Unido. Paris juntou-se à ação britânica contra a China, provocada
pela execução do missionário padre Auguste Chapdelaine, na provincia de
Guangxi. Os outros dois países mantiveram-se à margem.
A armada britânica, comandada por lorde Elgin, e a francesa, do
almirante Gros, ocuparam Guangzhou no final de 1857. Formou-se um comité
e o governador da província, Bo-gui, permaneceu no seu posto a fim de
“manter a ordem” em nome dos invasores.
A
coligação dirigiu-se para o norte a fim de tomar os fortes de Taku, em
Maio de 1858. Em Junho, a primeira parte da guerra concluiu-se com o
Tratado de Tianjin, firmado também pela Rússia e pelos Estados Unidos,
que em conjunto com o Reino Unido e a França teriam direito a instalar
legações diplomáticas em Pequim. Além disso, dez novos portos seriam
abertos ao comércio internacional, todos os navios estrangeiros
passariam a ter direito de navegar pelo rio Amarelo, entre outras
condições.
Em
26 de Setembro de 1860, uma força anglo-francesa chegou a Pequim,
tomando a cidade em 6 de Outubro. O imperador Xianfeng nomeou o seu
irmão e fugiu para o Palácio de Verão, situado em Chengde.
O
Tratado de Tianjin foi estendido e ratificado pelo irmão do imperador,
príncipe Gong, na Convenção de Pequim de 18 de Outubro de 1860, enquanto
as potências ocidentais ocupavam Pequim e era incendiado o Antigo
Palácio de Verão. Assim terminou a Segunda Guerra do Ópio.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Ly-ee-moon, uma das embarcações que realizava o comércio do ópio
O cerco ao Palácio de Verão
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/08-de-outubro-de-1856-tem-inicio.html***
07 de Setembro de 1901: Termina a revolta dos Boxers na China
A
Rebelião Boxer (1898–1900), movimento contra os estrangeiros na China,
culminou com uma encarniçada rebelião contra os ocidentais e a
influência do Ocidente. No final do século XIX, as potências ocidentais e
o Japão já tinham criado e estabelecido amplos interesses na China. A
guerra do Ópio (1839 –42), que a Grã - Bretanha havia provocado, obrigou
a China a outorgar concessões comerciais e reconhecer o princípio da
extraterritorialidade.
As
concessões à Grã-Bretanha foram logo seguidas por similares concessões à
França, Alemanha e Rússia. O regime da dinastia Ching, já debilitado
pelas invasões europeias, ficou ainda mais enfraquecido pela vitória do
Japão na Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894 –95) e a subsequente
partilha da China em zonas de influência estrangeiras.
O
imperador ching, Kuan-hsu, tentou opor-se à ameaça imperialista
adoptando modernas reformas administrativas e educacionais. Isso, porém,
provocou a oposição conservadora e os esforços foram frustrados pela
imperadora-viúva, Tz'u Hsi, que deu preferência a uma derradeira
tentativa de afastar a influência estrangeira por meio do apoio
à resistência armada.
A
imperadora tacitamente encorajou uma sociedade secreta anti estrangeira
denominada I Ho Ch'uan [punhos honrados e harmoniosos], ou Boxers em
inglês. Não demorou para que os Boxers se tornassem poderosos e já no
final de 1899 tornaram-se ameaçadores. Ocorreram ataques violentos
contra os estrangeiros e os chineses cristãos, particularmente nas
províncias de Zhili, Shanxi e Shandong, na Manchúria e na Mongólia
Interior.
Nessas
regiões, as estações de comboio, símbolo visível do estrangeiro, eram
mais movimentadas. Os cristãos chineses, especialmente os católicos
romanos, fieis à religião dos estrangeiros, eram mais numerosos. Lá
também se encontrava a maioria dos arrendamentos rurais adquiridos pelas
potências europeias.
Em
Junho de 1900, os Boxers, cerca de 140 mil homens liderados pelos
partidários da Guerra na corte, ocuparam Pequim e durante oito semanas
sitiaram os estrangeiros e os chineses cristãos. Os governadores
provinciais no sudeste da China desobedeceram à declaração de guerra da
corte e garantiram forças policiais de protecção aos interesses
estrangeiros, o que limitou a área de conflito ao norte da China.
O
cerco foi rompido em Agosto por uma força internacional constituída de
tropas britânicas, francesas, russas, americanas, alemãs e japonesas. O
avanço dessas tropas para o norte pôs fim à rebelião dos Boxers.
As
potências ocidentais e o Japão concordaram – em grande parte graças às
pressões dos Estados Unidos em “preservar a integridade territorial e
administrativa chinesa” e em virtude da rivalidade entre as potências – a
não levar adiante a divisão da China.
Mesmo
assim, a China foi compelida em 1901 a pagar uma pesada indemnização, a
modificar tratados comerciais para favorecer as nações estrangeiras e a
permitir a presença de tropas estrangeiras em Pequim. A China emergiu
da Rebelião Boxer com uma dívida fortemente aumentada que a tornou, com
efeito, uma nação subjugada.
Em
7 de Setembro de 1901, a Rebelião Boxer na China teve oficialmente fim
com a assinatura do Protocolo de Pequim (Paz de Pequim).
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
A captura do portão sul de Tianjin
Página de assinaturas do Protocolo Boxer