Como peixe na água
16 de Setembro de 2009
O dia de campanha da CDU nos distritos de Leiria e Coimbra iniciou-se com uma visita de Jerónimo de Sousa à SPAL, empresa cerâmica de Alcobaça que já empregou cerca de 500 trabalhadores, mas que nos últimos tempos não tem procedido à substituição dos que se reformam, mantendo, actualmente, cerca de 400 funcionários, explicaram os responsáveis da empresa, que aproveitaram também a oportunidade para se queixarem dos preços dos factores de produção e justificar com isso o não pagamento de salários mais elevados.
Movendo-se como peixe na água no interior do ambiente fabril que tão bem conhece, o Secretário-Geral do PCP contactou a maioria dos funcionários, que se encontravam a cumprir turno, muitos dos quais mulheres.
Entre cumprimentos, simpatia e palavras de agradecimento e incentivo, Jerónimo de Sousa interessou-se pela tarefa que a cada um cabia, ficando a conhecer melhor as voltas que dão as peças de loiça que ali se fazem, desde que iniciam o percurso, em matéria-prima bruta, até que chegam às nossas mesas, já trabalhadas por mãos infatigáveis que moldam, cozem, conferem, envernizam, decoram, embalam, etc..
No final da visita aos dois pavilhões, um dos operários abordou Jerónimo de Sousa e manifestou o seu apoio à CDU, dizendo que como ele muitos pensam que a CDU devia ganhar as eleições.
Isto precisa de dar uma volta e só com a CDU essa mudança é possível. È que os aumentos, por aqui, não se vêem faz seis anos, as injustiças não deixam calar a revolta e os rendimentos de muitos andam entre os 500 e os 600 euros, expressou.
16 de Setembro de 2009
O dia de campanha da CDU nos distritos de Leiria e Coimbra iniciou-se com uma visita de Jerónimo de Sousa à SPAL, empresa cerâmica de Alcobaça que já empregou cerca de 500 trabalhadores, mas que nos últimos tempos não tem procedido à substituição dos que se reformam, mantendo, actualmente, cerca de 400 funcionários, explicaram os responsáveis da empresa, que aproveitaram também a oportunidade para se queixarem dos preços dos factores de produção e justificar com isso o não pagamento de salários mais elevados.
Movendo-se como peixe na água no interior do ambiente fabril que tão bem conhece, o Secretário-Geral do PCP contactou a maioria dos funcionários, que se encontravam a cumprir turno, muitos dos quais mulheres.
Entre cumprimentos, simpatia e palavras de agradecimento e incentivo, Jerónimo de Sousa interessou-se pela tarefa que a cada um cabia, ficando a conhecer melhor as voltas que dão as peças de loiça que ali se fazem, desde que iniciam o percurso, em matéria-prima bruta, até que chegam às nossas mesas, já trabalhadas por mãos infatigáveis que moldam, cozem, conferem, envernizam, decoram, embalam, etc..
No final da visita aos dois pavilhões, um dos operários abordou Jerónimo de Sousa e manifestou o seu apoio à CDU, dizendo que como ele muitos pensam que a CDU devia ganhar as eleições.
Isto precisa de dar uma volta e só com a CDU essa mudança é possível. È que os aumentos, por aqui, não se vêem faz seis anos, as injustiças não deixam calar a revolta e os rendimentos de muitos andam entre os 500 e os 600 euros, expressou.
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cister.fm
2009-09-17 17:00:00
Jeronimo de Sousa visitou Alcobaça e Marinha Grande
Jerónimo de Sousa jantou esta quinta-feira num restaurante da Martingança, no concelho de Alcobaça e perante o forte apoio recebido, referiu que foi a maior iniciativa da CDU dos últimos 10 anos, mostrando-se surpreendido com a recepção feita. O líder do PCP passou por Alcobaça e pela Marinha Grande, num dia dedicado às empresas e ao tecido económico, tendo visitado a Sociedade de Porcelanas de Alcobaça (SPAL), onde se inteirou sobre a sua realidade. Em conversa com José António Paiva, administrador da SPAL, Jerónimo de Sousa ficou a saber que a empresa de cerâmica estaria na disposição de “pagar mais aos trabalhadores”, se pagasse menos energia. O administrador pediu também ao poder político para tudo fazer para “aumentar o poder de compra dos portugueses”, uma vez que a SPAL “vive do consumo e este tem-se retraído”, mesmo nas classes mais altas, que constituem o mercado preferencial da marca de loiça, contou o administrador ao líder da CDU. Apesar do reconhecimento no mercado interno, a marca “tem grandes problemas ao nível de exportação”. Jerónimo de Sousa ainda mencionou as ajudas que o Governo tem dito que distribui para a exportação, mas o administrador contou que a questão está na alteração do valor da moeda, já que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha eram os seus principais mercados. Há pouco tempo, a empresa perdeu também a maior parte das encomendas que tinha de uma multinacional com que trabalha há 35 anos, que deslocalizou as suas compras para a Turquia e China. O administrador garantiu que a empresa nunca teve grandes problemas sociais, mas em 2007, quando começou “a sentir mais dificuldades”, negociou com uma centena de trabalhadores, “sobretudo pessoas com 35 e 40 anos de descontos”. “Fomo-nos ajustando”, justificou José António Paiva. Então, as duas fábricas de Alcobaça tinham 500 trabalhadores, agora são 400. José António Paiva e Jerónimo de Sousa concordaram que têm diferenças de opinião e pontos de antagonismo. “Mas também muitos em comum. Temos que pensar no interesse nacional”, disse o primeiro, acrescentando não haver dimensão, a nível nacional, para a coexistência de três ou quatro grandes empresas de loiça cerâmica. Por isso, defendeu que “é urgente o apoio à exportação”, por exemplo, com a melhoria dos portos, mas também da factura da energia, já que a Spal depende muito do gás natural e da electricidade. “Seria uma mais-valia: se pagasse menos energia poderia pagar mais aos trabalhadores.” Arruada curta na Marinha Grande Foi a que mais jovens juntou desde o início da campanha, mas a arruada que Jerónimo fez hoje na Marinha Grande acabou por ser curta e encontrar poucas pessoas. O local escolhido para Jerónimo dizer umas palavras, junto a uma rotunda, também não foi o melhor. A intenção da CDU era marcar presença num município que é uma ilha comunista - a par com Peniche - num distrito de maioria social-democrata. O presidente eleito pela CDU passou, em 2007, por um processo polémico em que o PCP da Marinha Grande lhe retirou a confiança política depois de lhe indicar que deveria renunciar ao cargo. Para o seu lugar subiu o vereador Alberto cascalho, que volta agora a ser candidato. Tendo em conta que o distrito é um considerado um bastião PSD, seria uma honra para Jerónimo conseguir ali um deputado. O líder da CDU diz que embora não tendo definido “objectivos desses”, o ambiente demonstra que isso “é mais palpável que um sonho”. “Se não for desta, é da próxima.”
Jerónimo de Sousa visitou a Spal
Depois de um dia de campanha morno, em Lisboa e Guimarães, a caravana do PCP passou esta quarta-feira pela fábrica de cerâmica da SPAL, em Alcobaça, e pela Marinha Grande. O dia acaba com um comício em Coimbra. À margem destas visitas, Jerónimo de Sousa garantiu que não troca o compromisso assumido com o eleitorado por uns lugares no Governo. No entanto,o secretário-geral do PCP não descarta totalmente a hipótese de um entendimento pós eleitoral com o PS, , caso os socialistas mostrem disponibilidade para fazer uma «alteração política» de «ruptura com este caminho para o desastre».
Jeronimo de Sousa visitou Alcobaça e Marinha Grande
Jerónimo de Sousa jantou esta quinta-feira num restaurante da Martingança, no concelho de Alcobaça e perante o forte apoio recebido, referiu que foi a maior iniciativa da CDU dos últimos 10 anos, mostrando-se surpreendido com a recepção feita. O líder do PCP passou por Alcobaça e pela Marinha Grande, num dia dedicado às empresas e ao tecido económico, tendo visitado a Sociedade de Porcelanas de Alcobaça (SPAL), onde se inteirou sobre a sua realidade. Em conversa com José António Paiva, administrador da SPAL, Jerónimo de Sousa ficou a saber que a empresa de cerâmica estaria na disposição de “pagar mais aos trabalhadores”, se pagasse menos energia. O administrador pediu também ao poder político para tudo fazer para “aumentar o poder de compra dos portugueses”, uma vez que a SPAL “vive do consumo e este tem-se retraído”, mesmo nas classes mais altas, que constituem o mercado preferencial da marca de loiça, contou o administrador ao líder da CDU. Apesar do reconhecimento no mercado interno, a marca “tem grandes problemas ao nível de exportação”. Jerónimo de Sousa ainda mencionou as ajudas que o Governo tem dito que distribui para a exportação, mas o administrador contou que a questão está na alteração do valor da moeda, já que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha eram os seus principais mercados. Há pouco tempo, a empresa perdeu também a maior parte das encomendas que tinha de uma multinacional com que trabalha há 35 anos, que deslocalizou as suas compras para a Turquia e China. O administrador garantiu que a empresa nunca teve grandes problemas sociais, mas em 2007, quando começou “a sentir mais dificuldades”, negociou com uma centena de trabalhadores, “sobretudo pessoas com 35 e 40 anos de descontos”. “Fomo-nos ajustando”, justificou José António Paiva. Então, as duas fábricas de Alcobaça tinham 500 trabalhadores, agora são 400. José António Paiva e Jerónimo de Sousa concordaram que têm diferenças de opinião e pontos de antagonismo. “Mas também muitos em comum. Temos que pensar no interesse nacional”, disse o primeiro, acrescentando não haver dimensão, a nível nacional, para a coexistência de três ou quatro grandes empresas de loiça cerâmica. Por isso, defendeu que “é urgente o apoio à exportação”, por exemplo, com a melhoria dos portos, mas também da factura da energia, já que a Spal depende muito do gás natural e da electricidade. “Seria uma mais-valia: se pagasse menos energia poderia pagar mais aos trabalhadores.” Arruada curta na Marinha Grande Foi a que mais jovens juntou desde o início da campanha, mas a arruada que Jerónimo fez hoje na Marinha Grande acabou por ser curta e encontrar poucas pessoas. O local escolhido para Jerónimo dizer umas palavras, junto a uma rotunda, também não foi o melhor. A intenção da CDU era marcar presença num município que é uma ilha comunista - a par com Peniche - num distrito de maioria social-democrata. O presidente eleito pela CDU passou, em 2007, por um processo polémico em que o PCP da Marinha Grande lhe retirou a confiança política depois de lhe indicar que deveria renunciar ao cargo. Para o seu lugar subiu o vereador Alberto cascalho, que volta agora a ser candidato. Tendo em conta que o distrito é um considerado um bastião PSD, seria uma honra para Jerónimo conseguir ali um deputado. O líder da CDU diz que embora não tendo definido “objectivos desses”, o ambiente demonstra que isso “é mais palpável que um sonho”. “Se não for desta, é da próxima.”
Jerónimo de Sousa visitou a Spal
Depois de um dia de campanha morno, em Lisboa e Guimarães, a caravana do PCP passou esta quarta-feira pela fábrica de cerâmica da SPAL, em Alcobaça, e pela Marinha Grande. O dia acaba com um comício em Coimbra. À margem destas visitas, Jerónimo de Sousa garantiu que não troca o compromisso assumido com o eleitorado por uns lugares no Governo. No entanto,o secretário-geral do PCP não descarta totalmente a hipótese de um entendimento pós eleitoral com o PS, , caso os socialistas mostrem disponibilidade para fazer uma «alteração política» de «ruptura com este caminho para o desastre».
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LUSA
Legislativas: Empresário pede à CDU mais poder de compra para os portugueses
16 de Setembro de 2009, 17:24
Nazaré, Leiria, 16 Set (Lusa) - O líder da CDU, Jerónimo de Sousa, que costuma focar a sua atenção nos problemas dos trabalhadores, prometeu hoje atender ao pedido de um empresário do sector cerâmico.
O presidente do conselho de administração da empresa de porcelana Spal pediu aos políticos que se preocupem com o poder de compra dos portugueses, uma reivindicação que Jerónimo de Sousa disse concordar.
Para o líder comunista e cabeça-de-lista da CDU por Lisboa, a defesa do aparelho produtivo nacional é "a única solução para sair da crise".
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LUSA
Legislativas: Empresário pede à CDU mais poder de compra para os portugueses
16 de Setembro de 2009, 17:24
Nazaré, Leiria, 16 Set (Lusa) - O líder da CDU, Jerónimo de Sousa, que costuma focar a sua atenção nos problemas dos trabalhadores, prometeu hoje atender ao pedido de um empresário do sector cerâmico.
O presidente do conselho de administração da empresa de porcelana Spal pediu aos políticos que se preocupem com o poder de compra dos portugueses, uma reivindicação que Jerónimo de Sousa disse concordar.
Para o líder comunista e cabeça-de-lista da CDU por Lisboa, a defesa do aparelho produtivo nacional é "a única solução para sair da crise".
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publico
Líder do PCP na Marinha Grande
Jerónimo confia mais nas arruadas que nas sondagens
16.09.2009 - 21h33 Maria Lopes
A massa de pessoas de bandeiras em riste animadas pelos dois bombos e um saxofone dos Taroutos ia já ao fundo da rua, no centro da Marinha Grande, e Sara, de olhos afilados, empurrou o carrinho com o bebé até à porta da ourivesaria. “CDU avança… o que é avança?”, perguntou, com sotaque forçado, à amiga da loja. “É 'vai para a frente’”, responde esta.Não será bem este tipo de esclarecimento que Jerónimo de Sousa quer fazer nas suas arruadas, mas já é um princípio. Sobretudo quando a conversa é feita num distrito maioritariamente “laranja”, onde o líder da CDU acredita poder eleger um deputado ao Parlamento, mas só em 2013. Jerónimo diz que “o ambiente [que encontra pelas ruas] não mostra que seja assim tão distante”, mas há que ser realista. À noite, jantou em Martingança com 450 apoiantes – uma das maiores iniciativas do género da CDU na zona em muitos anos.A arruada do final da tarde de ontem na terra de vidreiros – e agora também de moldes e cerâmica - contou com a maior proporção de jovens desde o início da campanha, que se juntaram à porta do centro de trabalho do PCP.Um ponto a favor de Jerónimo de Sousa, que normalmente é acompanhado por pessoas de mais idade, fiéis militantes de várias dezenas de anos. Não encontrou muita gente na rua – também é certo que não tem um tão grande à-vontade como seria de esperar -, mas tanto a jovens como a mais velhos, o líder soube agradecer. “Hoje não estão aqui apenas os velhos vidreiros, conhecidos pela sua resistência e luta anti-fascista e pelos postos de trabalho, mas também muitos jovens marinhenses com vontade de lutar por um presente e um futuro melhores.” Lembrou também o historial da terra “onde houve repressões muito violentas e muita gente foi parar ao Tarrafal”. A Marinha Grande foi em tempos “uma referência na indústria nacional”, mas é agora o bom exemplo do “efeito do abandono e destruição do aparelho produtivo”.No meio da arruada, Jerónimo de Sousa confessava, apesar do seu pouco jeito para entabular conversa mais duradoura com quem passa, que gosta bastante de contactar directamente com as populações. “Um comício mostra força e grande dinâmica. Na rua é diferente, não sabemos se ali ao lado vamos ter um abraço ou uma recusa. E cada arruada é também diferente de local para local.”É no contacto “directo, mais íntimo”, que se leva a palavra da CDU a quem está descontente, acredita o líder comunista, que acredita ter assim mais poder de persuasão. “Confio mais nestas iniciativas [arruadas e comícios] do que nas sondagens.”Nas ruas, Jerónimo é ligeiramente rígido: estende a mão, sorri naturalmente, deseja “saúde!”, “felicidades!”, mas poucas vezes apela ao “castigo às políticas de direita”, como não se cansa de repetir nos comícios, e raras vezes se ouviu pedir “não se esqueça de votar CDU”. O candidato da CDU não tem tido grandes recusas, é certo, e até há quem lhe peça beijinhos e para tirar um fotografia ao seu lado.Se as ruas são percorridas num passo mais estugado, ao princípio da tarde de ontem Jerónimo de Sousa mostrou que quando quer sabe interagir bem com o povo. Na visita à fábrica da Spal, foi recebido pelo administrador e depois, já em mangas de camisa, calcorreou toda a fábrica com o director de operações.Cumprimentou muitos trabalhadores, beijocou algumas, circulou entre as ilhas onde operárias ora vidravam ora escolhiam ora pintavam e colavam as decorações nos pratos, chávenas, travessas. Quis saber as dificuldades e os passos da tarefa, quanto tempo demoravam. Não apelou ao voto nem passou mensagens políticas.No final da visita, o administrador José António Paiva contou que o corte de 100 trabalhadores (de 500 para 400), há dois anos, se deveu a dificuldades no mercado da exportação, mas que escolheram as pessoas que tinham mais de 35 anos de casa. E deixou uma queixa: que o Governo deveria dar mais apoios à exportação e às empresas. “Seria uma mais-valia: se pagasse menos energia poderia pagar mais aos trabalhadores”, disse o administrador, deixando Jerónimo bastante satisfeito. “Não viemos apenas ver desgraças, mas também empresas que apesar das dificuldades se esforçam”, disse o líder da CDU.José António Paiva e Jerónimo de Sousa concordaram que têm diferenças de opinião e pontos de antagonismo. “Mas também muitos em comum. Temos que pensar no interesse nacional”, disse o primeiro.
Jerónimo confia mais nas arruadas que nas sondagens
16.09.2009 - 21h33 Maria Lopes
A massa de pessoas de bandeiras em riste animadas pelos dois bombos e um saxofone dos Taroutos ia já ao fundo da rua, no centro da Marinha Grande, e Sara, de olhos afilados, empurrou o carrinho com o bebé até à porta da ourivesaria. “CDU avança… o que é avança?”, perguntou, com sotaque forçado, à amiga da loja. “É 'vai para a frente’”, responde esta.Não será bem este tipo de esclarecimento que Jerónimo de Sousa quer fazer nas suas arruadas, mas já é um princípio. Sobretudo quando a conversa é feita num distrito maioritariamente “laranja”, onde o líder da CDU acredita poder eleger um deputado ao Parlamento, mas só em 2013. Jerónimo diz que “o ambiente [que encontra pelas ruas] não mostra que seja assim tão distante”, mas há que ser realista. À noite, jantou em Martingança com 450 apoiantes – uma das maiores iniciativas do género da CDU na zona em muitos anos.A arruada do final da tarde de ontem na terra de vidreiros – e agora também de moldes e cerâmica - contou com a maior proporção de jovens desde o início da campanha, que se juntaram à porta do centro de trabalho do PCP.Um ponto a favor de Jerónimo de Sousa, que normalmente é acompanhado por pessoas de mais idade, fiéis militantes de várias dezenas de anos. Não encontrou muita gente na rua – também é certo que não tem um tão grande à-vontade como seria de esperar -, mas tanto a jovens como a mais velhos, o líder soube agradecer. “Hoje não estão aqui apenas os velhos vidreiros, conhecidos pela sua resistência e luta anti-fascista e pelos postos de trabalho, mas também muitos jovens marinhenses com vontade de lutar por um presente e um futuro melhores.” Lembrou também o historial da terra “onde houve repressões muito violentas e muita gente foi parar ao Tarrafal”. A Marinha Grande foi em tempos “uma referência na indústria nacional”, mas é agora o bom exemplo do “efeito do abandono e destruição do aparelho produtivo”.No meio da arruada, Jerónimo de Sousa confessava, apesar do seu pouco jeito para entabular conversa mais duradoura com quem passa, que gosta bastante de contactar directamente com as populações. “Um comício mostra força e grande dinâmica. Na rua é diferente, não sabemos se ali ao lado vamos ter um abraço ou uma recusa. E cada arruada é também diferente de local para local.”É no contacto “directo, mais íntimo”, que se leva a palavra da CDU a quem está descontente, acredita o líder comunista, que acredita ter assim mais poder de persuasão. “Confio mais nestas iniciativas [arruadas e comícios] do que nas sondagens.”Nas ruas, Jerónimo é ligeiramente rígido: estende a mão, sorri naturalmente, deseja “saúde!”, “felicidades!”, mas poucas vezes apela ao “castigo às políticas de direita”, como não se cansa de repetir nos comícios, e raras vezes se ouviu pedir “não se esqueça de votar CDU”. O candidato da CDU não tem tido grandes recusas, é certo, e até há quem lhe peça beijinhos e para tirar um fotografia ao seu lado.Se as ruas são percorridas num passo mais estugado, ao princípio da tarde de ontem Jerónimo de Sousa mostrou que quando quer sabe interagir bem com o povo. Na visita à fábrica da Spal, foi recebido pelo administrador e depois, já em mangas de camisa, calcorreou toda a fábrica com o director de operações.Cumprimentou muitos trabalhadores, beijocou algumas, circulou entre as ilhas onde operárias ora vidravam ora escolhiam ora pintavam e colavam as decorações nos pratos, chávenas, travessas. Quis saber as dificuldades e os passos da tarefa, quanto tempo demoravam. Não apelou ao voto nem passou mensagens políticas.No final da visita, o administrador José António Paiva contou que o corte de 100 trabalhadores (de 500 para 400), há dois anos, se deveu a dificuldades no mercado da exportação, mas que escolheram as pessoas que tinham mais de 35 anos de casa. E deixou uma queixa: que o Governo deveria dar mais apoios à exportação e às empresas. “Seria uma mais-valia: se pagasse menos energia poderia pagar mais aos trabalhadores”, disse o administrador, deixando Jerónimo bastante satisfeito. “Não viemos apenas ver desgraças, mas também empresas que apesar das dificuldades se esforçam”, disse o líder da CDU.José António Paiva e Jerónimo de Sousa concordaram que têm diferenças de opinião e pontos de antagonismo. “Mas também muitos em comum. Temos que pensar no interesse nacional”, disse o primeiro.
..................
expresso
A luta de classes, segundo Jerónimo
Humberto Costa
19:55 Quarta-feira, 16 de Set de 2009
Na visita à fábrica da SPAL, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, Jerónimo de Sousa foi confrontado com um dilema: as queixas dos trabalhadores e o drama do empresário. Diplomaticamente, Jerónimo arredondou as arestas da quadratura.
A SPAL é uma empresa importante na zona da Marinha Grande, sem trabalho precário. E, isso é uma boa notícia para um distrito fustigado pelo desemprego. Mas, e há sempre um mas, a vida, na perspectiva dos trabalhadores e do empresário, não está fácil. Recebido calorosamente pelo administrador da SPAL, José António Paiva, o líder do PCP, sempre sorridente, irrompeu pela fábrica. Sempre acompanhado pelo director de produção, Jerónimo cumprimentou os trabalhadores um a um. Mais calorosos ou menos efusivos, mas, na verdade, o líder comunista não foi confrontado com indiferença.
Já no final da visita, um trabalhador, António Ferreira, abeira-se do visitante e, perante o director de produção, depois de um abraço deixa o protesto: "Jerónimo, tem que ganhar para acabar com as injustiças. Aqui na fábrica já não somos aumentados há 6 anos e há trabalhadores a ganhar 400 euros por mês". Temeu-se o pior. A quebra do protocolo parecia estar por um fio.
O secretário-geral do PCP ouviu, sorriu, agradeceu o apoio e seguiu.
À saída, o administrador esperava-o também para o lamento: "A política cambial da União Europeia é muito penalizante para o sector tradicional português". E explicava: O destino de 70% da produção de louças de cerâmica é a exportação, sobretudo para Inglaterra e Estados Unidos. Ora a libra e o dólar perdem terreno face ao euro. Resultado, a empresa teve de reformar antecipadamente 100 trabalhadores, manter salários mais baixos, para manter postos de trabalho.
Jerónimo pôs uma ar sério, agradeceu a hospitalidade do anfitrião e ripostou: "O Estado não ajuda, mas devia ajudar?". "Como?", interrogou o empresário: "O governo não pode alterar a política cambial da União Europeia".
Jerónimo não desarmou: "É verdade, mas se reduzisse a factura energética nos custos de produção? Isso ajudava, ou não?" José Paiva acenou com a cabeça em sinal de concordância: "Isso é verdade. Se baixasse a factura nos custos de produção nós podíamos pagar salários mais altos". Jerónimo voltava a sorrir. Ambos admitiriam ter divergências em relação a algumas matérias, mas também convergências.Estava feita a quadratura do círculo.
..........
sol
Campanha do PCP
Jerónimo dedica dia à indústria
Por Margarida Davim
Depois de um dia de campanha morno, em Lisboa e Guimarães, a caravana do PCP passa hoje pela fábrica de cerâmica da SPAL, em Alcobaça, e pela Marinha Grande. O desemprego e a crise devem ser os temas quentes do dia, que acaba com um comício em Coimbra
expresso
A luta de classes, segundo Jerónimo
Humberto Costa
19:55 Quarta-feira, 16 de Set de 2009
Na visita à fábrica da SPAL, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, Jerónimo de Sousa foi confrontado com um dilema: as queixas dos trabalhadores e o drama do empresário. Diplomaticamente, Jerónimo arredondou as arestas da quadratura.
A SPAL é uma empresa importante na zona da Marinha Grande, sem trabalho precário. E, isso é uma boa notícia para um distrito fustigado pelo desemprego. Mas, e há sempre um mas, a vida, na perspectiva dos trabalhadores e do empresário, não está fácil. Recebido calorosamente pelo administrador da SPAL, José António Paiva, o líder do PCP, sempre sorridente, irrompeu pela fábrica. Sempre acompanhado pelo director de produção, Jerónimo cumprimentou os trabalhadores um a um. Mais calorosos ou menos efusivos, mas, na verdade, o líder comunista não foi confrontado com indiferença.
Já no final da visita, um trabalhador, António Ferreira, abeira-se do visitante e, perante o director de produção, depois de um abraço deixa o protesto: "Jerónimo, tem que ganhar para acabar com as injustiças. Aqui na fábrica já não somos aumentados há 6 anos e há trabalhadores a ganhar 400 euros por mês". Temeu-se o pior. A quebra do protocolo parecia estar por um fio.
O secretário-geral do PCP ouviu, sorriu, agradeceu o apoio e seguiu.
À saída, o administrador esperava-o também para o lamento: "A política cambial da União Europeia é muito penalizante para o sector tradicional português". E explicava: O destino de 70% da produção de louças de cerâmica é a exportação, sobretudo para Inglaterra e Estados Unidos. Ora a libra e o dólar perdem terreno face ao euro. Resultado, a empresa teve de reformar antecipadamente 100 trabalhadores, manter salários mais baixos, para manter postos de trabalho.
Jerónimo pôs uma ar sério, agradeceu a hospitalidade do anfitrião e ripostou: "O Estado não ajuda, mas devia ajudar?". "Como?", interrogou o empresário: "O governo não pode alterar a política cambial da União Europeia".
Jerónimo não desarmou: "É verdade, mas se reduzisse a factura energética nos custos de produção? Isso ajudava, ou não?" José Paiva acenou com a cabeça em sinal de concordância: "Isso é verdade. Se baixasse a factura nos custos de produção nós podíamos pagar salários mais altos". Jerónimo voltava a sorrir. Ambos admitiriam ter divergências em relação a algumas matérias, mas também convergências.Estava feita a quadratura do círculo.
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sol
Campanha do PCP
Jerónimo dedica dia à indústria
Por Margarida Davim
Depois de um dia de campanha morno, em Lisboa e Guimarães, a caravana do PCP passa hoje pela fábrica de cerâmica da SPAL, em Alcobaça, e pela Marinha Grande. O desemprego e a crise devem ser os temas quentes do dia, que acaba com um comício em Coimbra