7 dez
DIA DOS HERÓIS NACIONAIS
*
via Marta Luís
“Não há paz se não houver respeito das diferenças de ideias, pensamentos, religiões, maneiras de ser e estar no mundo, como hoje infelizmente vemos acontecer em várias regiões do Globo”
bispo D. Ximenes Belo
*via biblioteca de alcobaça
https://www.facebook.com/BibliotecaMunicipaldeAlcobaca/photos/a.444379262309624.1073741825.150448905035996/1177435945670615/?type=3&theater
Em Timor-Leste o dia 7 de dezembro é feriado e chama-se Dia dos Heróis Nacionais.
Foi a 7 de dezembro de 1975 que ocorreu a invasão e ocupação indonésia de Timor, com a operação “Komodo”. Portugal denunciou a invasão e cortou relações diplomáticas com a Indonésia no mesmo dia, abandonando a administração portuguesa o território a 8 de dezembro de 1975.
Este dia 7 de dezembro começou entretanto a ser conhecido como o Dia Internacional de Solidariedade com Timor-Leste.
Timor-Leste, oficialmente República Democrática de Timor-Leste, conseguiu a sua independência de Portugal a 28 de novembro de 1975 e o fim da ocupação da Indonésia a 20 de maio de 2002.
"Timor" advém de Timur, que significa "leste" em indonésio e malaio
Também é o Dia Internacional da Aviação Civil, o 7 de dezembro.
Este dia foi comemorado originalmente a 7 de dezembro de 1994, em celebração dos 50 anos da assinatura da Convenção sobre a Aviação Civil Internacional. Dois anos depois, em 1996, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a data de 7 de dezembro de modo oficial como o Dia Internacional da Aviação Civil.
A aviação civil compreende os voos comerciais e privados, referindo-se a qualquer voo de natureza não militar. Assim, a aviação desportiva, acrobática, ultraleve e de transporte de passageiros ou cargas está englobada na aviação civil, que se comemora todos os anos a 7 de dezembro.
191 países fazem parte da Organização da Aviação Civil Internacional, trabalhando em conjunto para a progressão dos transportes aéreos, favorecendo a segurança, a economia e a eficiência dos serviços aéreos.
Sugerimos algumas obras relacionadas com estas temáticas, hoje no átrio da Biblioteca.
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22noVEMbro2013
foto de Jorge Pereira Sampaio:
via tintafresca.net
Alcobaça | ||
Café Tertúlia recebe esta sexta-feira sarau de poesia sobre Timor | ||
*** VIA ALCOA via alcoa Professor de Timor dá testemunho à comunidade escolar
Onde é Timor? Como é dar aulas em Timor? O que é que está a fazer aqui? Estas foram algumas das perguntas dirigidas ao professor timorense Hipólito Sarmento pelos alunos do 3º ano do Centro Escolar do Agrupamento de Escolas de Cister – Alcobaça (AECA) no passado dia 17 de outubro. “O meu país está a 19 horas de distância de Portugal de avião; o dedo indicador no mapa mundo é maior do que Timor; cá, nas escolas, vocês têm tudo e em Timor não temos nada, não temos cadeiras que cheguem para todos os alunos e por isso eles têm que ficar no chão”, foram algumas das respostas do professor Hipólito de 58 anos de idade e 40 de profissão.
O objetivo da estadia do professor em Alcobaça, no AECA é desenvolver competências pedagógicas.
(Saiba mais na edição em papel de 31 de outubro de 2013)
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2012
Timor Leste Debaixo de Fogo
Em 1999 a Indonésia aceitou a realização de um referendo sobre o futuro de Timor-Leste, uma antiga colónia portuguesa que tinha ocupado em 1975.
https://www.youtube.com/watch?v=RBiBXGfS6K8
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festa do avante 3set2011
Luis Represas
https://www.youtube.com/watch?v=dSiqnJpxeMw
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21.dez2009
recebi esta sugestão via Maria H.
Caros amigos,
> Alguns sabem e outros nem por isso (e assim aqui vai a notícia) mas
> estou em Timor a dar aulas na UNTL (Universidade Nacional de Timor
> Leste) no âmbito de uma colaboração com a ESE do Porto.
> Aquilo que vos venho pedir é o seguinte: livros. Não vou dar a grande
> conversa que é para montar uma biblioteca ou seja o que for, porque
> não é. O que se passa é o seguinte... não sei muito bem como funcionam
> as instituições, nem fui mandatada para angariar seja o que for, mas o
> que é certo é que sou (somos!) muitas vezes abordados na rua por
> pessoas que desejariam aprender português mas não possuem um livro
> sequer e vão pedindo, o que é mto bom.
> O que é certo é que a minha biblioteca pessoal não suportaria tanta
> pessão e nem eu, nos míseros 50 quilos a que tive direito na viagem,
> pude trazer grande coisa para além dos livros de trabalho de que
> necessito.
>
> COMO MANDAR?
> Basta dirigirem-se aos correios (CTT) e mandarem uma encomenda tarifa
> económica para Timor (insistam porque nem todos os funcionários
> conhecem este tarifário!) e mandam a coisa por 2,49 €. Claro que a
> encomenda não pode exceder os 2 quilos para poder ser enviada por este
> preço.
> Devem enviar as encomendas em meu nome (Joana Alves dos Santos) para:
> Embaixada de Portugal em Díli
> Av. Presidente Nicolau Lobato
> Edifício ACAIT
> Díli - TIMOR LESTE
>
> E O QUE MANDAR?
> Mandem por favor livros de ficção, romances, novela, ensaio, livros
> infantis etc, etc. Evitem gramáticas e manuais escolares. Dicionários,
> mesmo que um pouquinho desatualizados são bem vindos. Este critério é
> meu e explico porquê. Alguns timorenses (estudantes e não só) são um
> bocado fixados em aprender gramática mas ainda não têm os skills
> básicos de comunicação. Parece-me melhor ideia que possam ler outras
> coisas, deixar-se apaixonar um bocadinho pelas histórias mesmo que não
> entendam as palavras todas, do que andarem feitos tolinhos a marrar
> manuais e gramáticas. O caso dos dicionários é outro. Um aluno, por
> exemplo, usa um dicionário português-inglês para tentar adivinhar o
> significado das palavras. Como o inglês dele tb não é grande charuto
> imaginam como é a coisa.
>
> Bom, espero ter vendido bem o peixe do povo timorense. Falam pouco e
> mal mas na sua grande maioria manifesta simpatia pela língua
> portuguesa. De qualquer forma isto não vai lá (muito sinceramente) com
> umas largas dezenas de professores portugueses por cá. É preciso ter a
> língua a circular em vários meios e suportes. Espero que respondam ao
> meu apelo!! Eu por cá andarei sempre com um livrito na carteira para
> alguém que peça!
>
> beijos grandes
> j.
>
***
10-10
2009
recebi via escultor António Delgado
Pediram-me que tentasse saber se conhecia professores interessados em leccionar, no próximo ano lectivo,
na Escola Portuguesa de Díli, em TimorLeste.
São precisos:
3 educadoras
2 professores de Português/Inglês
1 professor de Físico-Química
1 professor de Biologia
1 professor de Filosofia
Contactar: Professor Rui Menezes 969038293
***
9ag2007
http://www.avante.pt/pt/1758/internacional/20882/
Fretilin acusa Horta de violar a constituição
Golpe consumado em Timor
José Ramos-Horta convidou Xanana Gusmão a formar governo desrespeitando a vontade popular que deu à Fretilin a vitória nas legislativas de 30 de Junho.
Cinco semanas após as legislativas em Timor Leste, o presidente da república nomeou como o novo primeiro-ministro do país Xanana Gusmão, líder do segundo partido mais votado, o Congresso Nacional da Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), formação que lidera a denominada Aliança para Maioria Parlamentar (ANP) constituída após o sufrágio com um único objectivo: isolar a Fretilin, o partido mais votado nas eleições.Para Ramos-Horta, Xanana e a AMP representam «neste momento, a opinião política da maioria», mas a Fretilin rejeita tal análise e acusa o ex-ministros dos Negócios Estrangeiros de promover um «golpe de estado constitucional».
Ramos-Horta justificou-se com a necessidade de pôr fim ao impasse governativo em Timor, motivado pela falta de entendimento entre as principais forças políticas para a partilha de funções no executivo. Esgotadas as soluções discutidas em três reuniões de alto nível envolvendo os vários dirigentes partidários, Horta considerou que «não estamos em tempo de repetir eleições», cenário que, para mais, «a Constituição proíbe», aduziu.
Fretilin contra inconstitucionalidade
Ao invocar o texto fundamental do país para sustentar a sua posição, Ramos-Horta omitiu que a mesma Constituição o obriga a convidar, em primeiro lugar, o partido mais votado pelo povo nas urnas, no caso, a Fretilin, com 29 por cento.
Tal decisão, comentou a Fretilin em conferência de imprensa em Dili, «é contrária à Constituição da República Democrática de Timor-Leste e politicamente desrespeitadora das expectativas do eleitorado timorense», por isso, o partido anunciou que «não cooperará com um governo empossado à margem da Constituição».
«Combateremos por vias legais a usurpação do poder», acrescentou Mari Alkatiri na declaração pública onde estiveram também Francisco Guterres «Lu Olo», presidente da Fretilin e ex-presidente do parlamento, e Manuel Tilman, líder da Aliança Democrática, que reúne os partidos KOTA e PPT.
O ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin lembrou ainda que «há dois anos avisei que o golpe ia acontecer», referindo-se à instabilidade política e social fomentada no país, a qual acabaria por resultar na destituição do governo da Fretilin por ordem do então presidente, Xanana Gusmão, a mesma figura que agora pretende transitar para a chefia do governo perpetuando-se no centro do poder político.
Parlamento bloqueado
De acordo com fontes próximas da presidência ouvidas pela Lusa, para ontem estava prevista a cerimónia oficial de entrada em funções do novo governo, mas a denuncia do processo golpista em curso já havia sido avançada pela Fretilin, faz hoje uma semana, mais precisamente na sequência da eleição de Fernando LaSama, um dos cabecilhas da AMP, para a condução dos trabalhos do parlamento durante a legislatura numa votação que negou ao maior grupo parlamentar timorense, a Fretilin, qualquer cargo na mesa do parlamento maubere.
O facto representou para Mari Alkatiri a confirmação de um golpe que se cozinhava em lume brando visando o controle de todos os órgãos de soberania por parte dos sectores conservadores anti-Fretilin.
Segundo o dirigente, Ramos-Horta comunicou à Fretilin, quarta-feira, dia 1 de Agosto, que iria convidar a AMP para o governo com base «no resultado das votações para presidente e vicepresidentes do parlamento», descartando, assim, a última proposta do partido vencedor que defendia a indicação de um independente para primeiro-ministro e a partilha do lugar de vice-primeiro-ministro entre a Fretilin e a AMP.
Em resposta a Ramos-Horta, a Fretilin fez saber que irá bloquear os trabalhos do hemiciclo. «Se o problema é usar de uma arma para influenciar o parlamento, também temos uma arma a usar, que é deixar de comparecer às sessões plenárias», explicou Alkatiri.
«Um governo da Fretilin não teria o programa aprovado no parlamento. Agora, um governo da AMP não tem parlamento para aprovar programa. O Regimento Interno torna claro que as comissões devem ter representação proporcional das bancadas. Sem a nossa presença, as comissões não funcionam», esclareceu.
Povo contesta Xanana
Nas ruas, a decisão de Ramos-Horta já suscita os protestos do povo timorense. Face à hipótese de falseamento da vontade expressa nas assembleias de voto, surgiram em Dili os primeiras manifestações de repúdio ao golpe e aos seus promotores, contestação particularmente notada nos campos de deslocados da capital, Dili, onde se encontram 30 mil dos cerca de 100 mil refugiados que se estima que existam em todo o território maubere.
Xanana é apelidado de «traidor» nos cartazes pendurados no campo de Comoro – junto ao aeroporto, onde antes das eleições se registaram confrontos entre populares e forças militares australianas – e o CNRT é descrito como o «Conselho Nacional da Revolta do Traidor».
Os deslocados exigem ainda que os responsáveis pelos crimes cometidos em 2006 sejam levados perante a justiça e apontam o dedo ao grupo de actuais golpistas como principais culpados pela situação em que vivem. «Não somos tratados como pessoas, mas como projecto dos governantes», disse Manuela Tilman em nome dos refugiados. «Os deslocados não têm dignidade a viver debaixo de um toldo no seu próprio país», disse a porta-voz que considerou que Xanana «não merece governar» porque, «é um traidor».
***
6jan2000
Lixo para Timor?!...
Portugal está a enviar sucata hospitalar para Timor Lorosae, e A RTP mostrou-o, na noite da passada terça-feira, através da sua equipa de reportagem actualmente de serviço em Dili, numa evidência de imagens que não deixa margem para dúvidas: mesas de cabeceira tortas e enferrujadas, macas antigas e desarticuladas, baldes de lixo que mais pareciam lixo de baldes, mesas de instrumentos cirúrgicos empenadas e de ferro à mostra, eis a que se resume o «equipamento» enviado, a peso de ouro, para fornecer o hospital português de Dili. Incrédulos e consternados, os médicos e enfermeiros portugueses que se encontram em serviço voluntário neste hospital timorense lá iam mostrando as carências de toda a ordem: falta de água e de electricidade, de material cirúrgico ou de esterilização, de medicamentos e camas, de compressas e instrumentos cirúrgicos, de lençóis ou blocos operatórios, de vacinas e mobiliário, etc., etc. Entretanto, alguém, com responsabilidades em Portugal na aquisição e envio de material hospitalar urgente, ia à lixeira buscar o que os hospitais portugueses deitaram fora e enviava-o para Timor Lorosae, com o dinheiro do povo português e em seu nome, numa viagem para o outro lado do mundo cujo simples custo dava para comprar tudo aquilo na região, mas a triplicar e novinho em folha.
É de notar que este lixo não foi enviado anonimamente nem resultou duma operação had hoc a coberto do improviso. Organismos estatais e o próprio Governo português tutelam estes e outros envios, aliás na assunção de um compromisso nacional que teve, na criação e apetrechamento financeiro do Alto Comissariado para Timor-Leste, uma identificação concreta e uma responsabilização oficial.
Todavia, embora haja personalidades, organismos, tutelas, ministérios e instituições a protagonizar e a dirigir, há mais de três meses, um trabalho de auxílio a Timor oficialmente afirmado como desígnio nacional, os portugueses continuam sem fazer a mínima ideia do que esta gente anda a gastar ou, sequer, a fazer, além de passear um implacável sorriso de auto-satisfação para as câmaras televisivas.
O que se sabe – e sabemo-lo graças aos jornalistas de serviço em Timor – é que carregamentos de material desgarrado e desconhecido seguem tarde e a más horas para Timor Lorosae, encalham misteriosamente na Austrália e chegam, finalmente, ao território sob a forma de lixo hospitalar ou de rebotalho de biblioteca, fingindo deste modo cumprir o auxílio português nas áreas da Saúde e da Educação.
Pelo meio, assistimos à deprimente performance do padre Melícias travestido de Pai Natal e lançando rebuçados para as crianças de Dili apanharem, do chão, o que, pelos vistos, o Alto Comissário português para Timor entende ser um bodo natalício.
Quando o Executivo de António Guterres anunciou a disponibilização, sem limites, das verbas e dos meios necessários para a reconstrução de Timor Lorosae obteve aí, de imediato, uma singular unanimidade de apoios, tão singular que os portugueses jamais a haviam concedido aos seus ou a quaisquer outros governos. Defraudar um empenho nacional desta dimensão e, ainda por cima, defraudá-lo em nome de Portugal, configura uma total ignomínia.
Para que a ignomínia não se realize, há que secar de imediato este pântano de impune irresponsabilidade em que se atolou, à nascença, o projecto governamental português de auxílio a Timor, planificando com seriedade e transparência, definindo estratégias e prioridades, aproveitando o empenho de todas as forças políticas e sociais, a par e passo exigindo e prestando contas.
Timor Lorosae merece-o e não deve esperar mais. Portugal, exige-o. — Henrique Custódio
***
9set1999
A luta pela liberdade
ainda não terminou
A lei do mais forte
«Avante!» Nº 1345 - 9.Setembro.1999
***
1993
massacre
cemitério santa cruz
https://www.youtube.com/watch?v=5bBbFiww2Uw
*
RTP revisita
https://www.youtube.com/watch?v=RkPVbhScpPM
É de notar que este lixo não foi enviado anonimamente nem resultou duma operação had hoc a coberto do improviso. Organismos estatais e o próprio Governo português tutelam estes e outros envios, aliás na assunção de um compromisso nacional que teve, na criação e apetrechamento financeiro do Alto Comissariado para Timor-Leste, uma identificação concreta e uma responsabilização oficial.
Todavia, embora haja personalidades, organismos, tutelas, ministérios e instituições a protagonizar e a dirigir, há mais de três meses, um trabalho de auxílio a Timor oficialmente afirmado como desígnio nacional, os portugueses continuam sem fazer a mínima ideia do que esta gente anda a gastar ou, sequer, a fazer, além de passear um implacável sorriso de auto-satisfação para as câmaras televisivas.
O que se sabe – e sabemo-lo graças aos jornalistas de serviço em Timor – é que carregamentos de material desgarrado e desconhecido seguem tarde e a más horas para Timor Lorosae, encalham misteriosamente na Austrália e chegam, finalmente, ao território sob a forma de lixo hospitalar ou de rebotalho de biblioteca, fingindo deste modo cumprir o auxílio português nas áreas da Saúde e da Educação.
Pelo meio, assistimos à deprimente performance do padre Melícias travestido de Pai Natal e lançando rebuçados para as crianças de Dili apanharem, do chão, o que, pelos vistos, o Alto Comissário português para Timor entende ser um bodo natalício.
Quando o Executivo de António Guterres anunciou a disponibilização, sem limites, das verbas e dos meios necessários para a reconstrução de Timor Lorosae obteve aí, de imediato, uma singular unanimidade de apoios, tão singular que os portugueses jamais a haviam concedido aos seus ou a quaisquer outros governos. Defraudar um empenho nacional desta dimensão e, ainda por cima, defraudá-lo em nome de Portugal, configura uma total ignomínia.
Para que a ignomínia não se realize, há que secar de imediato este pântano de impune irresponsabilidade em que se atolou, à nascença, o projecto governamental português de auxílio a Timor, planificando com seriedade e transparência, definindo estratégias e prioridades, aproveitando o empenho de todas as forças políticas e sociais, a par e passo exigindo e prestando contas.
Timor Lorosae merece-o e não deve esperar mais. Portugal, exige-o. — Henrique Custódio
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9set1999
Comício de encerramento da Festa do "Avante!"
Vitória de Timor-Leste
e dos povos do mundo
e dos povos do mundo
Intervenção de Roque Rodriguesrepresentante em Portugal do Conselho Nacional de Resistência Timorense
Pela primeira vez, um representante de uma delegação estrangeira falou no comício da Festa do «Avante!». Domingo à tarde, logo depois da dirigente da JCP e antes das intervenções do director do «Avante!» e do secretário-geral do Partido, Roque Rodrigues subiu à tribuna, para falar sobre os dramáticos momentos vividos em Timor-Leste, sobre o significado da vitória popular no referendo de 30 de Agosto e sobre a importância da solidariedade internacionalista. Os muitos milhares de pessoas que enchiam o vasto espaço frente ao Palco 25 de Abril deixaram bem claro o sincero abraço aos combatentes pela independência, a veemente condenação da Indonésia e a premente exigência de uma firme acção das Nações Unidas.
Roque Rodrigues, depois de agradecer a oportunidade de intervir no comício da Festa, salientou que, «mais de duas décadas de multiforme resistência do povo de Timor-Leste – resistência no plano cultural, na luta clandestina, passando pela luta armada protagonizada pelas nossas heróicas forças armadas, as Falintil – deram esta esmagadora vitória ao povo de Timor-Leste». «Entende o Conselho Nacional da Resistência Timorense, entende o nosso presidente, entende o nosso povo que esta não é apenas a vitória do povo de Timor-Leste, esta é a vitória de todos os povos do mundo, de todos aqueles que amam a paz, a justiça, a liberdade e a democracia, e é a vitória do povo indonésio, também», disse o dirigente timorense.
Parar o genocídio
Ao analisar a situação «após esta vitória inequívoca do nosso povo, Roque Rodrigues considerou que «as forças armadas da Indonésia, os seus serviços secretos, as forças especiais estão a levar a efeito um verdadeiro genocídio» e «procuram derrubar a Unamet, afastar a missão das Nações Unidas de Timor-Leste, de modo a conseguirem reverter a situação e os ganhos».
«É preciso que denunciemos veementemente este crime», apelou, alertando que «atenta-se também contra a Igreja, e não é sem razão que as instalações da Igreja estão a ser atacadas, hoje, em Timor-Leste», tal como «não é sem razão que criaram todas as condições para que os jornalistas deixassem Timor-Leste». O objectivo é «poderem fazer o que melhor entenderem na nossa pátria».
«Nós, que estamos habituados a um combate duríssimo, dizemos: estamos em condições, com o vosso apoio, com o apoio da solidariedade internacional, de reverter mais uma vez esta onda assassina, esta vontade de praticar de novo o genocídio contra o povo de Timor-Leste», afirmou Roque Rodrigues.
«Estão hoje a forçar a saída, o êxodo da população para Atambua (em Timor Ocidental) e para outras ilhas que compõem o arquipélago da Indonésia. Estamos a denunciar esta situação. E é de exigir, com toda a força, a presença das forças das Nações Unidas em Timor-Leste. Não há razão hoje para dizer que a situação em Timor não é conhecida: todo o mundo que quer conhecer conhece a situação, e pode e deve actuar perante este crime organizado» – exigiu o representante do CNRT, reafirmando que «temos a experiência de duas décadas de sofrimento e hoje, mais do que nunca, com o apoio e a solidariedade que temos, com o capital da solidariedade que temos, nós dizemos: iremos vencer».
Roque Rodrigues expressou a convicção de que «as nossas forças armadas vão respeitar a directriz do seu comandante, presidente do CNRT e líder do povo de Timor-Leste, que soube transformar a prisão num verdadeiro posto de combate».
Depois de saudar «todas as delegações estrangeiras que aqui estão», o dirigente timorense destacou uma, em particular, exprimindo «a nossa solidariedade indefectível com a causa do povo irmão do Sahara Ocidental, sob a direcção da Frente Polisário», que «terminou agora o seu congresso», ao qual «o nosso presidente enviou uma mensagem de respeito e de profunda solidariedade para com o povo irmão saharaui». Endereçou igualmente «um particular agradecimento aos povos africanos de língua oficial portuguesa, que desde a primeira hora deram apoio inequívoco à luta do povo de Timor pela autodeterminação».
«Camaradas, nós estamos conscientes de que com o vosso apoio – e eu digo com o apoio das portuguesas e dos portugueses, com o apoio de Portugal, onde Timor-Leste se fez uma verdadeira causa nacional – vamos alcançar uma paz verdadeira na nossa pátria», concluiu Roque Rodrigues, que fechou o seu discurso (interrompido frequentemente por fortes aplausos, gritos «Timor, Timor» e «O povo unido jamais será vencido») com vivas a Xanana Gusmão, a Timor-Leste, ao PCP, à solidariedade e à paz.
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A luta pela liberdade
ainda não terminou
O «novo conteúdo da solidariedade» que hoje se impõe para com o povo timorense, foi invocado por José Casanova, no momento Solidários com Timor, realizado no espaço internacional. Uma iniciativa em que estiveram presentes Carmen Araújo, pela Fretilin e Domingos Lopes, do CC do PCP.
Era a tarde de sábado e o ambiente de festa, de euforia mesmo. Do massacre hoje em curso ainda só se sabia uma primeira fase, já preocupante embora. A hora era de alegria pela imensa vitória, nas urnas, da vontade de independência dos timorenses.
Um momento «emocionante para todos nós», como sublinhou Carmen Araújo, que leu para os presentes uma carta do Conselho Nacional de Resistência (CNR) em que se fala da instabilidade da situação, de «uma nova fase de luta», e se apela à «presença urgente e imediata» de capacetes azuis, mais observadores no terreno, uma maior pressão da comunidade internacional para o cumprimento, pela Indonésia, do acordo de Nova Iorque.
A «luta pela paz e a liberdade ainda não terminou», sublinha-se na carta, que valoriza, simultaneamente, a nova fase de luta, em que - depois da luta pela liberdade, em que «milhares de timorenses tombaram» - o desenvolvimento do país, a criação de uma sociedade de justiça, se assumem como prioridade.
Nesta nova fase a Fretilin afirma a sua convicção de que as grandes dificuldades que hoje se vivem irão ser superadas, com «tolerância mútua», maturidade e respeito pela diversidade, e força de vontade na construção do futuro.
Para Portugal, para o mundo, Timor surge como um exemplo, de como «há sempre uma porta que se abre» quando os povos lutam, como lembrou Domingos Lopes.
Um facto ao arrepio das teorias de filósofos e políticos que proclamam «o fim da História», mas que, entretanto, exige mais e mais solidariedade, face ao banho de sangue com que se está a tentar esmagar a inquestionável vitória, também nas urnas, do povo timorense.
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A lei do mais forte
«Que espécie de humanismo é este que se exprime pela recusa de sofrer perdas militares e pela devastação da economia civil do adversário para as próximas décadas?». A pergunta é do ex-secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, citado por Anabela Fino (Avante) no debate realizado no Palco da Solidariedade sobre «Os media na guerra da Jugoslávia». Um encontro que contou ainda com a participação de Carlos Santos Pereira (RTP e DN) e Pedro Caldeira Rodrigues (Público) e em que múltiplas questões se levantaram sobre uma guerra que antes foi «uma agressão unilateral, não provocada», nas palavras de Santos Pereira.
Neste debate - em que todos os jornalistas presentes na mesa tinham uma experiência, vivida em directo, da agressão à Jugoslávia - a lógica subjacente a esta guerra foi desmontada peça por peça.
Antes do mais, os expedientes utilizados para a justificar, que passaram pela invocação dos direitos humanos e por conceitos como opção zero de vítimas. Estabelecendo-se uma perversa dicotomia, em que «uma parte seria humana, outra não», sendo «a parte boa a favor da guerra, como sublinhou Anabela Fino.
Quando à famosa opção zero de vítimas, reporta-se apenas à parte atacante, ou seja, aos EUA / NATO. E faz tábua rasa das muitas vítimas civis. Pois, como é sabido, «a NATO bombardeou estações de rádio e televisão, pontes, centrais eléctricas, fábricas de todo o tipo, refinarias, hospitais, escolas, prédios de habitação», sobre os quais lançou bombas de fragmentação e bombas de urânio, lembrou a jornalista do «Avante!».
Entretanto, a população civil ficou sem abastecimentos, sem água, sem electricidade, sem combustível, sem emprego, sem casas. A guerra fez da Jugoslávia o país mais pobre da Europa em rendimento per capita, abaixo da própria Albânia.
Esta mesma ideia - deliberado bombardeamento da população civil para impor a lei do mais forte - foi sublinhada e analisada por Santos Pereira que questionou o novo conceito estratégico da NATO.
No seu 50º aniversário - e enquanto os seus aviões «bombardeavam alegremente maternidades e escolas» - a NATO atribuiu-se uma outra função - «intervir em qualquer ponto em que queira intervir».
Com mandato de quem? Provavelmente por «direito divino», ironizou o jornalista do DN. Com que resultados? O que se está a passar no Kosovo fala por si.
Trata-se na verdade, como sublinhou ainda Santos Pereira, de uma operação muito clássica - a «conquista e ocupação pela força de um pedaço de território».
Assim, «estamos a recuar séculos», pondo em causa os muitos esforços antes orientados «para criar mecanismos e foruns de diálogo».
Uma realidade que, na opinião de Pedro Rodrigues, jornalista do Público, não tem tido a resposta adequada, nomeadamente por parte da intelectualidade europeia.
Antes do mais, os expedientes utilizados para a justificar, que passaram pela invocação dos direitos humanos e por conceitos como opção zero de vítimas. Estabelecendo-se uma perversa dicotomia, em que «uma parte seria humana, outra não», sendo «a parte boa a favor da guerra, como sublinhou Anabela Fino.
Quando à famosa opção zero de vítimas, reporta-se apenas à parte atacante, ou seja, aos EUA / NATO. E faz tábua rasa das muitas vítimas civis. Pois, como é sabido, «a NATO bombardeou estações de rádio e televisão, pontes, centrais eléctricas, fábricas de todo o tipo, refinarias, hospitais, escolas, prédios de habitação», sobre os quais lançou bombas de fragmentação e bombas de urânio, lembrou a jornalista do «Avante!».
Entretanto, a população civil ficou sem abastecimentos, sem água, sem electricidade, sem combustível, sem emprego, sem casas. A guerra fez da Jugoslávia o país mais pobre da Europa em rendimento per capita, abaixo da própria Albânia.
Esta mesma ideia - deliberado bombardeamento da população civil para impor a lei do mais forte - foi sublinhada e analisada por Santos Pereira que questionou o novo conceito estratégico da NATO.
No seu 50º aniversário - e enquanto os seus aviões «bombardeavam alegremente maternidades e escolas» - a NATO atribuiu-se uma outra função - «intervir em qualquer ponto em que queira intervir».
Com mandato de quem? Provavelmente por «direito divino», ironizou o jornalista do DN. Com que resultados? O que se está a passar no Kosovo fala por si.
Trata-se na verdade, como sublinhou ainda Santos Pereira, de uma operação muito clássica - a «conquista e ocupação pela força de um pedaço de território».
Assim, «estamos a recuar séculos», pondo em causa os muitos esforços antes orientados «para criar mecanismos e foruns de diálogo».
Uma realidade que, na opinião de Pedro Rodrigues, jornalista do Público, não tem tido a resposta adequada, nomeadamente por parte da intelectualidade europeia.
«Avante!» Nº 1345 - 9.Setembro.1999
***
1993
massacre
cemitério santa cruz
Publicado a 26/06/2012
Este filme é dedicado a todas as mães timorenses
que choram os seus filhos mortos
e também àquelas que não puderam chorar por eles.
TIMOR LOROSAE
O MASSACRE QUE O MUNDO NÃO VIU
que choram os seus filhos mortos
e também àquelas que não puderam chorar por eles.
TIMOR LOROSAE
O MASSACRE QUE O MUNDO NÃO VIU
*
RTP revisita
https://www.youtube.com/watch?v=RkPVbhScpPM