13/02/2010

2.078.(13fev2010.10h44') "Sapinho Gelásio" também tratou uma promessa do PSD para Pataias: Av. Rainha Santa...

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2016
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sábado, 14 de maio de 2016


Assembleia de Freguesia - Apresentação do projeto da Avenida Rainha Santa Isabel

Assembleia de Freguesia de Pataias

Decorreu na passada quinta-feira, 12 de maio, uma sessão extraordinária da Assembleia de Freguesia da União de Freguesias de Pataias e Martingança com o objetivo único de apresentar e discutir a nova proposta de requalificação da Avenida Rainha Santa Isabel. Entre outros, estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Alcobaça Paulo Inácio, os vereadores Hermínio Rodrigues e Eugénia Rodrigues, alguns técnicos da Câmara Municipal e o responsável pelo projeto Engº António Ribeiro.
António Ribeiro fez a apresentação do projeto dizendo que na conceção do mesmo esteve uma visão de controle e minimização de custos, tentando manter ao máximo as infraestruturas e equipamentos existentes. Assim, todo o projeto é desenvolvido sem que existam alterações à Praça Comendador Joaquim Matias e ao traçado atual da EN242, sendo as intervenções previstas realizadas no envolvimento destes dois espaços. Garantiu que a largura mínima dos passeios é de 1,5 metros.
Outra ideia tida em consideração na intervenção é a segurança rodoviária e de peões. Desta forma, são fechados muitos dos inúmeros acessos à EN242, são eliminados os semáforos e não há atravessamentos de via, ou seja, o tráfego nunca é cortado e quem entra na EN242 é sempre obrigado a virar à direita. 
Finalmente, foi ainda referido que a atual proposta deve ser encarada como um documento de trabalho, para discussão das propostas e que existem algumas áreas (Largo do Josefino e troço da 242 entre a Igreja e o corte do Rossio d’Alonça, por exemplo) cujas intervenções ainda não se encontram definidas.
Para terminar, Paulo Inácio acrescentou que toda a intervenção iria ficar muito bonita com a colocação do mobiliário urbano, “de uns vasos de flores e caixotes do lixo”…

As intervenções dos eleitos na Assembleia de Freguesia

António Calaxa (PS) levantou um conjunto de questões nomeadamente quanto ao custo da intervenção e os prazos da obra. Referiu ainda o que lhe parecia ser de maior complexidade que é a zona da Igreja (nó Rua da Estação-Avenida), a largura dos passeios junto à rotunda (estreitos) e a drenagem das águas pluviais, nomeadamente o que irá acontecer às valetas.
Marina Rodrigues (PS) chamou a atenção para aquilo que considerava ser apenas uma apresentação paisagístico-rodoviária da Avenida, revelando algumas preocupações quanto ao escoamento das águas pluviais, eventuais interrupções no abastecimento de água e saneamento aquando a execução das obras e questionou sobre os custos de intervenção no subsolo com a requalificação da Avenida.
António Mourato (PSD), chamou a atenção para a ligação entre a Rua da Estação e a Avenida e que este projeto deveria estar em discussão pública durante mais tempo.
Paulo Pereira (PSD) referiu a necessidade de intervencionar a parte sul da Avenida, da fonte luminosa até à saída de Pataias, nomeadamente no que se refere às valetas.

As intervenções do público

Paulo Grilo, após fazer a introdução sobre os aspetos a serem considerados na intervenção sobre a Avenida, apontou como problemas na atual proposta: a convergência de todo o tráfego (de passagem na EN242 entre a Marinha Grande e a Nazaré, de atravessamento do interior para as praias e local/interno da vila de Pataias) na rotunda proposta; a ausência de uma saída direta da EN242 para a Rua de Nossa Senhora da Vitória; a localização das paragens de autocarro; a entrada da Rua da Estação na Avenida e o sentido de circulação no Largo António Correia Neves. Referiu ainda que com a atual proposta seria necessário criar algumas ligações entre ruas em Pataias, de forma a permitir a circulação dentro da vila sem a necessidade de usar a EN242, apontando como exemplos a ligação da EB23 ao mercado, a criação de uma rotunda no cemitério e a ligação da Av. do Clube Desportivo Pataiense à Rua da Estação. Referiu ainda que poderia ser considerada a criação de uma ciclovia.
António Grilo vincou a necessidade que a paralela à EN242 (entre o Totta e Rua de Nossa Senhora da Vitória e o Café Mido e a Av. Filarmónica) ter dois sentidos de tráfego, de forma a evitar que todo o trânsito conflua na EN242.
Telmo Moleiro chamou a atenção para a necessidade de realizar a obra de forma a que alguns meses depois não se esteja a abrir o piso porque alguém se esqueceu de qualquer coisa, sugerindo a instalação de canais/condutas de atravessamento na EN242 para futuros usos. Reforçou a ideia da necessidade de se criarem alternativas de circulação à EN242 e de se poder aproveitar a ideia da ciclovia.
Armando matos questionou sobre o futuro do quiosque junta às bombas de gasolina da Galp.
Albino Coutinho referiu que o projeto sendo de requalificação da Avenida Rainha Santa Isabel era “curto” e questionou sobre a possibilidade de aumentar o estacionamento junto à Praça Comendador Joaquim Matias.

As respostas da autarquia

Valter Ribeiro referiu que a criação de variantes à EN242 significam a diminuição de comércio no centro da vila e que algumas das soluções pensadas, nomeadamente, junto do Café Mido e do Largo do Josefino estão relacionadas com a segurança rodoviária e diminuição de acidentes. Quanto ao Quiosque e às casas de banho, está prevista a construção de um único edifício que albergará o quiosque, as casas de banho e o apoio às bombas de gasolina.
Paulo Inácio focou que o objetivo da intervenção está relacionado com a revitalização comercial, a segurança da vida humana e a qualidade de vida das pessoas. O investimento previsto é de 1 milhão de euros, financiamento total da Câmara o que transforma esta intervenção a maior obra de sempre de responsabilidade (financiamento) exclusivo da Câmara. Adiantou ainda que há questões relacionadas com as redes de água e saneamento que estão ainda a ser estudadas pelos Serviços Municipalizados. Quanto aos semáforos e a sua retirada referiu que essa era uma questão técnica e que não via necessidade na construção de uma ciclovia pois a tendência atual nos espaços urbanos é a partilha das mesmas vias pelos automóveis e bicicletas. O projeto será para estar concluído antes das eleições (mas questionado “eleições de que ano?”, não deu resposta).
António Ribeiro, autor do projeto, começou por referir que o estudo das infraestruturas ainda não se encontra feito e que a questão das águas pluviais, cujo escoamento passará a ser subterrâneo, é um assunto que causa muita preocupação. Quanto ao abastecimento de água, essas situações encontram-se previstas neste tipo de intervenções com a construção de by-passes à superfície para abastecimento das várias casas. Relativamente aos semáforos, insistiu que a intervenção está pensada para a retirada dos mesmos, sendo que os tempos de espera no acesso à EN242 irão diminuir. Mesmo quando confrontado com os elevados volumes de tráfego que a EN242 regista em algumas horas e dias da semana, reafirmou-se convicto de que tal não será problema para o atravessamento da estrada, embora não tenha sido capaz de apresentar números de tráfego. Respondendo ao conjunto de questões levantadas por Paulo Grilo, referiu que este tipo de intervenção é o que se costuma fazer nos núcleos urbano e que a obra, tal como está, é a expressão gráfica da encomenda da Câmara “foi isto que a Câmara pediu”.

Comentário

Nesta obra será difícil agradar a gregos e a troianos e a mudança, seja ela qual for, será sempre foco de constestação.
Em Pataias, coexistem no mesmo espaço e ao mesmo tempo, duas importantes vias: a EN242 que faz a ligação regional de Leiria/Marinha Grande à Nazaré/Caldas da Rainha e a Avenida Rainha Santa Isabel, avenida e eixo principal, alma mater de Pataias.
O atual projeto, tal como é apresentado, é apenas e só a reabilitação da EN242, resultando na melhoria de circulação da EN242 (os semáforos desaparecem) e no aumento da sua segurança (desaparecem, pelo menos, 6 entradas/acessos à mesma, a partir das laterais). Neste sentido, é um bom projeto.
Todavia, esquece a Avenida Rainha Santa Isabel, aquela avenida que é atravessada diariamente por todos os habitantes e fregueses de Pataias nas suas deslocações diárias de e para a Burinhosa, Paredes, Alva, Ferraria, Pataias-Gare e Pisões; Centro de Saúde, Junta de Freguesia, Escolas, bombeiros, farmácia, correios, Biblioteca e Universidade Sénior, mercado, piscinas e Lar/Centro de Dia. Para este tráfego, para estes movimentos internos, a resposta é nula e sacrificada em função da fluência de tráfego na EN242. É este facto, inegável, que me faz rejeitar o atual projeto. A abolição dos semáforos na interceção da Rua da Estação com a Avenida é o exemplo mais claro. Esse local, pela sua importância, não pode ser visto como um acesso a uma estrada nacional mas tem ser encarado como um cruzamento urbano de grande tráfego. E nesse sentido, não há cruzamentos urbanos de grande tráfego sem a regulação por semáforos do trânsito existente.
A intervenção na Avenida Rainha Santa Isabel deve em primeiro lugar melhorar a vida das pessoas de Pataias, não de quem por cá passa. E enquanto esse não for o grande objetivo da intervenção, este projeto não serve Pataias.
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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Requalificação da Avenida Rainha Santa Isabel


O projeto de requalificação da Av. Rainha Santa Isabel. Uma ideia plasmada do projeto de 2009.

Requalificação da Avenida Rainha Santa Isabel

Foi apresentado à discussão pública em sessão extraordinária de Assembleia de Freguesia, o projeto de Requalificação da Avenida Rainha Santa Isabel. O projeto apresentado plasma a segunda proposta existente para a avenida e datada de 2009.
Em primeiro lugar, a designação de “requalificação” cria expetativas que não se cumprem. A “requalificação”, no léxico das intervenções urbanas, designa as intervenções que mantendo a traça, o desenho original dos espaços e dos edifícios, lhes faz uma alteração de usos e de funções. Ora, a intervenção proposta para a Av. Rainha Santa Isabel mantém o tráfego automóvel  e a circulação viária como eixo principal de ação. Logo, não se trata de uma requalificação. Quando muito, será uma reabilitação.
Um segundo aspeto prende-se com a própria área de intervenção. Para quem é nascido em Pataias, a Av. Rainha Santa Isabel estende-se dos Calços até à rotunda dos bombeiros na Alva de Pataias. A atual proposta limita essa mesma avenida da igreja e do Rossio até à rotunda da fonte luminosa. E como se não fosse suficiente, esta intervenção na Av. Rainha Santa Isabel esquece problemas como o acesso ao cemitério (e possível ligação à Burinhosa), o estrangulamento existente e consequente falta de passeios entre o Zé Paulico e o Rino, as entradas (e valetas) na EN242 entre a rotunda (iClub) e as bombas (antiga cerâmica). Ou seja, não é toda a avenida que será intervencionada.

Outro aspeto importante está relacionado com a mudança e a resistência à mudança. Naturalmente, todos nós, somos avessos à mudança e resistimos a alterações daquilo que conhecemos e sobre o qual se sabemos movimentar e agir. Mas a mudança pode ser boa e quando se vislumbram melhorias e benefícios é desejada. Neste projeto, os benefícios e melhorias estão de tal forma esbatidos que muitos não os conseguem vislumbrar.
Como se tudo isso não fosse suficiente, num projeto destas caraterísticas torna-se difícil compatibilizar o tráfego e trânsito automóvel com as necessidades de estacionamento, com a circulação de peões, o comércio e demais atividades económicas e com o bem-estar das pessoas enquanto moradores em Pataias e em especial na Av. Rainha Santa Isabel. É assim necessário definir prioridades e garantir que a intervenção vai efetivamente traduzir-se numa melhoria da qualidade de vida das pessoas de Pataias e não de quem por cá passa (e não para).

O contexto da intervenção

Uma intervenção na Av. Rainha Santa Isabel que implique (como esta implica) uma alteração significativa na circulação rodoviária tem de ter em conta diversos fatores:
- A EN242 é um eixo de atravessamento longitudinal da vila de Pataias. Esse eixo, serve de ligação intrarregional entre Leiria/ Marinha Grande com Nazaré e Caldas da Rainha. Em 2005 (últimos dados disponíveis) a então Estradas de Portugal contabilizava uma circulação em Pataias (ou melhor, à saída de Pataias, na estrada da Nazaré), contabilizava 11500 veículos diários, dos quais 850 eram pesados. Sabe-se também, que como critério base para a construção de uma variante urbana, os levantamentos de tráfego apontam para uma circulação de 10000 veículos/ dia e 1000 pesados/dia. Ora, já em 2005 Pataias estava no limiar deste números, o que no mínimo significa que o tráfego de atravessamento longitudinal é muito intenso.
- A Av. Rainha Santa Isabel representa ainda um ponto fundamental no atravessamento transversal da vila, no sentido nascente-poente, entre o “interior” (Pisões, Alpedriz, Montes, Juncal, Alcobaça…) e o litoral e as praias (e a Burinhosa). É passagem obrigatória.
- A estas duas realidades, atravessamento longitudinal e atravessamento transversal, junta-se toda a circulação local da própria vila, o que transforma a Avenida num local de convergência e confluência de todo o tráfego automóvel existente em Pataias.
- Finalmente, a própria estrutura viária e desenho urbano de Pataias, que grosso modo pode ser interpretado como uma rede radial, uma vez que quase todas as ruas têm origem na própria avenida. No entanto, há ausência de eixos viários que liguem entre si essas mesmas ruas o que obriga a que todas as pessoas tenham de vir à Av. Rainha Santa Isabel se quiserem “passar” de umas ruas para as outras. O que agrava a convergência e confluência de trânsito na Avenida.
- Assim seria interessante, e certamente proveitoso, tentar conhecer, efetivamente, os fluxos de tráfego existente no centro da vila:
Quantos automóveis atravessam Pataias?
Qual a origem e destino de quem passa por Pataias?
Quantos automóveis vêm de propósito a Pataias (e por aqui ficam algumas horas)?
Quantos automóveis param em Pataias?
Qual o impacto do trânsito de atravessamento (principalmente longitudinal) no comércio local?
Quantas motorizadas e bicicletas circulam pela EN242?
Quantos peões atravessam a EN242 e se deslocam ao longo do seu eixo?
Qual a origem e destino do tráfego local? – tendo em consideração a origem/destino destes locais: Paredes e praias, Burinhosa, Ferraria, Alva de Pataias, Pisões e Pataias-Gare, Alpedriz e Alcobaça, Nazaré; Igreja, Farmácia e Correios, Mercado e Piscinas e ATL/ Centro de Dia, Junta de Freguesia e Centro de Saúde, Escolas? 
Qual o tráfego das ruas de Alcobaça e Estação, Nossa Senhora da Vitória, Av. da Filarmónia, Av. da Lagoa e Av. do CD Pataiense.

O que não funciona

- A rotunda oval
Nesta proposta,  vão convergir na rotunda o tráfego de atravessamento longitudinal, transversal e local, ou seja, uma mistura de tráfego de passagem com trânsito local que agora se encontram todos no mesmo local. Ao mesmo tempo, este é o local da vila de Pataias que apresenta maior concentração e número de estabelecimentos comerciais e de serviços, o que origina não só uma sobrecarga de trânsito como de estacionamento. Esta rotunda tem o condão de afunilar e de concentrar todo este tráfego, obrigando a que TODOS passem por ela. E rouba estacionamento agora existente.

- Ausência de saída direta para a R. Nsa. Sra. da Vitória
A Rua de Nossa Senhora da Vitória representa a saída direta do centro de Pataias para o litoral. Por outra palavras, é um dos principais eixos de escoamento de trânsito da vila. É ainda o acesso primordial ao mercado, às piscinas e ao Lar e Centro de Dia. Ao mesmo tempo, é a rua de Pataias, depois da Av. Rainha Santa Isabel, com maior presença de comércio local. É incompreensível fazer o acesso a esta rua por uma lateral secundária da Av. Rainha Santa Isabel, idealizada para proporcionar lugares de estacionamento e permitir o acesso às casas aí existentes (na lateral da Av. Rainha Santa Isabel).

- Cruzamento da Rua da Estação com a Avenida Rainha Santa Isabel
A Rua da Estação representa a entrada primordial em Pataias e o acesso ao seu centro para as populações de Pisões, Mélvoa, Paio e Pataias-Gare, para além de toda a população da vila localizada, grosso modo, desde a Enxurreira até ao Rossio d’Alonça, passando pelo Pereiro e Pedra da Paciência. Seria interessante saber quantos carros entram na EN242 pela Rua da Estação e desses quantos cortam a estrada, virando no sentido da Nazaré.
A atual proposta obriga todos estes veículos a entrarem na EN242 em direção à Marinha Grande e contornar a Praça Comendador Joaquim Matias para voltarem à EN242 na nova rotunda oval. Não estão previstos quaisquer semáforos para parar o trânsito, pelo que se antevê, em algumas horas do dia e muitos dias do ano, um autêntico teste aos nervos, paciência e destreza de condução de forma a conseguir entrar e cortar o trânsito na EN242.

- Paragem de autocarros
No projeto estão previstas duas paragens de autocarro, uma na beira da EN242 no sentido Nazaré-Marinha Grande e outra onde existe atualmente, no sentido Burinhosa-Pataias. As duas paragens distam linearmente uma da outra 40 metros. Para ir de uma à outra, usando as passadeiras à disposição, a distância é de entre 130 metros e 170 metros. Como curiosidade, as paragens urbanas de transportes rodoviários, nas grandes cidades, distam em média umas das outras entre 150 e 200 metros, ou seja, fazer um transbordo de autocarros em Pataias implica caminhar entre duas paragens de autocarro na cidade de Lisboa…
Para além deste incómodo, a colocação de uma paragem rodoviária na beira de uma estrada nacional com mais de 11000 veículos/dia, paragem maioritariamente usada pelos nossos jovens que estudam na Marinha Grande, Nazaré e Juncal, não me parece que seja a solução que defende a maior segurança das pessoas. Não se vislumbra ainda onde possam ser colocados os abrigos de proteção para a chuva e o espaço de paragem de autocarros é demasiado curto, quando a algumas horas do dia há 3, 4 e por vezes 5 autocarros parados ou em operações de transbordo de passageiros.

- Largo António Correia das Neves (Largo da Filipa)
No projeto está assinalada uma entrada para o largo e a saída pela rua da Saudade para a Rua de Alcobaça. Este facto obriga os moradores a ir à rotunda da fonte luminosa e entrar na paralela dos correios para chegar a casa. O acesso deve ser feito pela rua de Alcobaça e rua da saudade e a saída para a paralela dos correios, que logo desemboca junto à nova rotunda.

O que não está representado

A proposta para o “largo do Josefino” e consequente acesso à Av. Filarmónica, o troço da avenida entre a Igreja e o corte para o Rossio d’Alonça, o início da Av. da Lagoa até às escolas primárias, a solução da avenida para o espaço entre a rotunda da fonte luminosa e o bar iClub. Para já não falar do troço entre o acesso ao Rossio d’Alonça e o Rino, o acesso ao cemitério e toda a extensão entre a rotunda luminosa e as bombas de gasolina da antiga cerâmica.

O que falta no projeto

Uma ciclovia, que pode aproveitar um dos quatro passeios, alguns com 2,5 metros de largura (entre a faixa de estacionamento das laterais) e a faixa de circulação da EN242. A ciclovia podia de ser de uso misto, ou seja, para peões e bicicletas. Esta ciclovia obriga a estendê-la e criar alternativas na Praça Comendador Joaquim Matias e a uma solução engenhosa junto à nova rotunda (onde aparentemente não há espaço para a colocar).

Em conclusão

O atual projeto, a pretexto de se gastar um milhão de euros, preocupa-se com a fluência do trânsito na EN242 e dos eventuais tempos de espera (tempo que os carros estão parados) no atravessamento e no acesso à mesma, eliminando, ainda, TODOS os semáforos (eu sou do tempo em que se reclamou e fez pressão junto da Junta Autónoma de Estradas para a colocação de semáforos e da polémica que se seguiu, com um conjunto de individualidades a reclamarem a “paternidade” dos mesmos. Falou-se mesmo em cortar a EN242 com uma manifestação. Olhámos para a chegada dos semáforos como uma conquista da vila e um aumento da segurança para os pataienses e quem por cá passa, com a redução acentuada de acidentes e atropelamentos. Ou será que já se esquecemos disso?) Ao mesmo tempo, pretende aumentar a segurança da via, na EN242, ao suprimir um conjunto de entradas hoje em dia existentes. Essa é a prioridade do projeto.
Neste sentido, a proposta parece bem conseguida.
Tirando isso, em termo de funcionalidade do trânsito, não tenho dúvidas que será um sucesso absoluto a qualquer terça-feira por volta das 3h30m da manhã.
No entanto, o atual projeto esquece que a Av. Rainha Santa Isabel não é só uma estrada nacional. A avenida é um eixo urbano, que estrangula e divide Pataias em duas e esta solução não parece mais do que reforçar esse estrangulamento, acentuar essa divisão e esquecer por completo que a Avenida Rainha Santa Isabel, e não o troço urbano da EN242 dentro de Pataias, deve facilitar e promover a mobilidade e a qualidade de vida de quem cá mora e está todos os dias e não de quem cá passa.

Concretizar este projeto como está, na realidade e estrutura viária e urbana atual de Pataias, é o mesmo que estar a ligar um "complicómetro" na mobilidade da vila. Para a concretização deste projeto e efetiva melhoria da mobilidade, seria necessário a construção de eixos de ligação entre algumas ruas. Alguns exemplos:
- ligação da Avenida da Lagoa à R. Nsa. Sra da Vitória, das escolas ao mercado - permitiria que quem vem da Burinhosa (ou da Martingança) pudesse aceder ao mercado, ao lar e às piscinas sem necessidade de passar por dentro de Pataias;
- rotunda no cemitério e melhoria da estrada de ligação do cemitério à estrada da Burinhosa - permitiria que quem vem da Burinhosa e do Mato Pinheiro e quer ir para a Ferraria não tenha que vir ao centro de Pataias;
- ligação entre a Rua da Estação à Avenida do Clube Desportivo Pataiense, permitindo a circulação de veículos entre o norte e sul da vila do lado nascente, sem que se tenha de ir à Avenida Rainha Santa Isabel.
Outras vias a abrir:
Ligação do Mato Pinheiro à escola C+S;
Ligação da Rua de Nossa Senhora da Vitória/ Rua dos Currais Velhos à Rua da Cheia, junto às piscinas e consequente ligação à rua das Águas Luxosas;
Melhoria da ligação da Rua da Cal/ Rua do Pereiro/ rua do Brejomeiro (Pataias-Gare - Ferraria).

Assim, nas atuais condições, este projeto, NÃO OBRIGADO.
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2010


A requalificação da Av. Rainha Santa Isabel
Ainda do Caderno dedicado a Pataias, suplemento do Região de Cister nº858Avenida Rainha Santa Isabel
Requalificação ainda sem data marcada
Dois milhões de euros serão investidos na requalificação da principal avenida de Pataias.
A intervenção, ainda sem data marcada, pretende dar mais dignidade e aumentar a segurança dos dois quilómetros de estrada que atravessam a vila. O projecto está feito. E as negociações com as Estradas de Portugal (EP) estão em curso.
Hermínio Rodrigues, vereador da Câmara de Alcobaça, sintetiza, desta forma, o andamento do projecto de requalificação da Avenida Rainha Santa Isabel, a principal via de Pataias.As obras ainda não têm data marcada para começar mas a sua realização responde a um antigo anseio dos moradores. A estrada será alargada, a zona envolvente irá sofrer trabalhos de embelezamento, serão criadas zonas de estacionamento e até uma nova rotunda. “O trânsito deverá ter um ordenamento diferente e vai fluir, por certo, melhor”, considera Dário Moleiro, secretário da Junta de Freguesia, mostrando-se esperançado de ver, ainda neste mandato, o trabalho realizado.Tal intervenção, considera, possibilitará uma melhoria significativa no tráfego - aquela zona, no Verão, é atravessada, diariamente, por milhares de automóveis – sem retirar dali a circulação, o que era uma preocupação dos comerciantes. “Durante muito tempo, falou-se da possibilidade de ser criada uma via alternativa, fora da freguesia, que permitisse retirar dali o trânsito. Mas os comerciantes consideram que isso colocará em risco os negócios”, explica. Para o vereador Hermínio Rodrigues, esta intervenção não pode ser vista de forma isolada em relação à zona envolvente e aos projectos que estão para aí previstos. Refere-se às praias do concelho que, desde o ano passado, estão a ser requalificadas.
Na praia das Paredes da Vitória, a intervenção está praticamente concluída. Entre passadiços que possibilitam os passeios pedestres, a intervenções no saneamento e tratamento de águas pluviais, a praia está hoje mais bonita e mais segura. Seguir-se-ão as restantes: Légua, Pedra do Ouro, Polvoeira e Água de Madeiros. No total, o investimento nestas intervenções rondará os cinco milhões de euros.E, revela o vereador, são obras feitas a pensar no futuro. É que está prevista, para a zona da Pedra do Ouro, um empreendimento ligado ao Golfe que, na expectativa dos autarcas da região, atrairá grande número de turistas e contribuirá para o desenvolvimento dos concelhos mais próximos.Só a nível da economia, revela ainda Hermínio Rodrigues, a concretização desse projecto representará a criação de “cerca de dois mil postos de trabalho directos”.
Comentário (do Prof. Paulo Grilo)
É público, não morro de amores por esta proposta.Há muito que levanto severas críticas (aqui e aqui, por exemplo) à requalificação da Av. Rainha Santa Isabel defendida pela autarquia. Fala-se agora em dignificar e aumentar a segurança nos «dois quilómetros de estrada que atravessam a vila», quando a mesma está proposta apenas para 600 ou 700 metros. O que se vai fazer nos outros 1300 metros?Pelos vistos, o objectivo é, agradando aos comerciantes, garantir uma maior fluência do trânsito, com alargamento de vias e criação de uma rotunda – que vai estrangular num só local todo o trânsito local e que atravessa a vila.
Eu que pensava que a requalificação era para aumentar a qualidade e paisagem urbana, dar a Pataias um cartão de visita para o século XXI, promover a qualidade-de-vida e bem-estar, acabar definitivamente com este ar de far-west, terra de risco-ao-meio, que Pataias tem. Estava enganado!Volto a dizer, gastar 2 milhões de euros neste projecto é um erro enorme que vai ser pago (em bem-estar e qualidade de vida) nas próximas décadas. A intervenção na Av. Rainha Santa Isabel deve permitir o pleno usufruto deste eixo por parte de todos, em vez de o transformar numa pista automóvel, sem estacionamento disponível, sem lugar aos peões.Em que dados técnicos estão baseadas as propostas da Câmara?Onde está um estudo de impacto ambiental, económico e de tráfego da nova proposta?Quantos automóveis atravessam Pataias (em que período do dia, da semana e do ano)?Que tipo de viagem faz (qual a origem, qual o destino?) quem passa por Pataias?Qual a influência do tráfego que atravessa Pataias no seu comércio? Quantos automóveis param? Que impacto económico tem no comércio?Quantos automóveis, motorizadas e bicicletas usam a Av. Rainha Santa Isabel em deslocações internas (dentro de Pataias)?Quantos peões atravessam a Av. Rainha Santa Isabel?Justificam-se a criação de alternativas à Av. Rainha Santa Isabel?Onde está um estudo dos fluxos de tráfego do atravessamento da Av. Rainha Santa Isabel? (origem/destino: Paredes e litoral da Freguesia, Burinhosa, Ferraria, Pataias-Gare e Pisões, Alpedriz, Montes e Alcobaça, Alva e Nazaré; Junta de Freguesia e Centro de Saúde, Mercado/Piscinas e ATL, EB2,3 e EB1, Igreja e Farmácia, Correios, Rua de Alcobaça/Rua da Estação, R. de Nossa Senhora da Vitória, Av. Da Filarmónica, Av. Clube Desportivo Pataiense)?Esta é uma promessa que a Câmara não deve cumprir, se for para executar o projecto tal como está. Reconhecer um erro e evitá-lo é um sinal de sabedoria.Estarão os nossos autarcas à altura?