Quando, em certo Abril, soprou um vento
Que devolveu, enfim, a Liberdade,
Eu vi, na cara alegre da Cidade,
Lágrimas de imortal contentamento.
Era o fim de um regime bolorento
E, mais do que uma sã necessidade,
Foi toda a fé de um Povo, uma vontade
Que trouxe a esta terra novo alento.
Abril está aí. e a esperança
Volta a ser, outra vez, uma criança
Que em nosso coração torna a sorrir.
Tanto sonho depois, tanta quimera,
No cravo que é sinal de Primavera
Ainda há muito sonho por cumprir!