Quero saudar o blogue do, pró Pataias, Prof. Paulo Grilo que nos traz esta informação interessantíssima...
Recebido via e-mail do Tiago Inácio, adepto entusiasta do Geo-caching e curioso pela história local.
O Pinhalinho
Pinhalinho é uma zona onde ser insere uma vasta propriedade particular.
Nos anos 20 do século passado, uma companhia composta por 9 pessoas sediada na marinha Grande começou a comprar vários terrenos neste local, a maioria dos terrenos eram de agricultura e os seus proprietários eram maioritariamente da localidade da Burinhosa. A propriedade foi toda semeada com pinheiro, dividida em 40 talhões (cada talhão tinha 400m por 800m) e estendia-se desde o facho até pedra do ouro e Água de Madeiros. No final dos anos 30, a vasta propriedade foi comprada por Narciso Dias da Silva.
Narciso Dias da Silva era espanhol e possuía uma vasta fortuna, refugiou-se em Portugal durante a Guerra civil espanhola, onde comprou a propriedade pertencente à companhia e construiu uma grande casa onde habitou até a propriedade ser novamente vendida. O responsável pela propriedade era o seu genro Carlos que vivia em Água de Madeiros.
Narciso Dias procedeu ao fabrico de carvão artesanal na sua propriedade e construiu também uma pequena casa onde o responsável pelo fabrico do carvão vivia (um pouco mais acima da casa de Narciso Dias).
No Final dos anos 40, foi obrigado a pagar uma coima ao estado Português e Espanhol por tráfico de bens alimentares para a Alemanha. Assim teve de cortar parte dos pinheiros da sua propriedade. Acabou por vendar a sua propriedade à Família Cardeira da Moita e foi viver para Lisboa. A propriedade manteve-se com a família Cardeira até aos finais dos anos 80 e ai foi vendida à família Raposo Magalhães.
Actualmente a propriedade tem sido vendida aos poucos, para construção de habitações na Pedra do Ouro. A casa construída por Narciso encontra-se praticamente em ruínas.
Perto da casa encontram-se ruínas de mais uma casa do guarda.
Post Scriptum do Prof. Paulo Grilo no Sapinho Gelásio em 2.11.2010
Tomo a liberdade de acrescentar alguma informação ao texto do Tiago.
António Batista Cardeira, da Moita, e conhecido por “Sarradela”, foi quem comprou o “Pinhal do Espanhol”, onde hoje está a urbanização da Pedra do Ouro.
Em 1949, António Batista Cardeira, foi um dos peritos encarregues pela avaliação da parte da Alva de Pataias que a Cibra pretendia então adquirir. Da sua avaliação, em conjunto com Emílio Duarte e Carlos Vinagre (Carlos “Pai do Céu”) resultou um valor de 3 milhões de escudos (quinze mil euros), que a Câmara Municipal de Alcobaça deveria pedir à CIBRA
A Urbanização da Pedra do Ouro, no Pinhal do Espanhol
O projecto de golfe para a Pedra do Ouro, no Pinhalinho
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Prof. Paulo Grilo, acrescentou na
http://sapinhogelasio.blogspot.com/2010/11/o-pinhalinho-e-cova-do-forno.html
Terça-feira, 9 de Novembro de 2010:
O Pinhalinho e a Cova do Forno O magnífico Tiago Inácio enviou por e-mail:
Olá Paulo, num comentário houve alguém que falou na cova do forno e resolvi fazer mais uma pequena investigação. Segue em anexo a investigação e algumas fotos.
Cova do Forno
A cova do forno é um local pertencente á actual propriedade da família Magalhães.
Quando nos anos 40 Narciso Dias da Silva comprou a propriedade, procedeu ao fabrico artesanal de carvão. Construiu uma pequena casa na sua propriedade onde o responsável pelo fabrico do carvão vivia. A casa tinha 2 quartos, uma cozinha e um alpendre de entrada, no exterior tinha um poço, um tanque de lavar roupa e uma eira. A casa situa-se no limite superior da propriedade, localizada no terreno ideal para o fabrico artesanal de carvão. O fabrico procedia-se da seguinte forma: abria-se uma vala, colocava-se caruma no fundo, depois madeira, incendiava-se depois a caruma e tapava-se com areia com alguns furos para o fumo poder sair. Passado algumas horas o carvão estava feito. Depois da propriedade ser vendida á família Cardeira e os responsáveis pelo fabrico terem falecido, nunca mais de fabricou carvão. Alguns anos depois foram construídos alguns anexos (incluindo um furo de água) e aquele local passou a ser um viveiro de pinheiros, na qual estes iam sendo plantados á medida que iam sendo cortados os talhões.
O local actualmente encontra-se ao abandono, o dito poço desabou e o furo ainda lá se encontra.