Em Caldas houve debate... Aqui em Alcobaça continua a não haver 1 grande debate, envolvendo todos, sobre a saúde no nosso concelho e na região...
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Hospital Oeste Norte. A Solução!
O sucesso de uma região depende da forma como perspectiva as suas necessidades, presentes e futuras. Só assim, se poderá garantir a qualidade de vida actual, e, no futuro, dos seus habitantes. Esta é a nobre e exigente responsabilidade dos políticos e da sociedade civil. Nada acontece por acaso. E hoje, num mundo plano e global, cada vez mais, a construção do nosso futuro colectivo a isso obriga! Como muito bem nos ensinou Peter Drucker. “ Tentar construir o futuro é altamente arriscado. É menos arriscado, no entanto, do que tentar não o fazer”. Em Janeiro de 2008, o Ministro da Saúde, Prof. António Correia de Campos, anunciou o seu apoio a este projecto no programa Prós e Contra do canal 1 da RTP. Conversei várias vezes com ele sobre esta ideia/base - concentrar no Hospital Oeste Norte (HON) os recursos: instalações, tecnologia e os profissionais diferenciados para satisfazer as necessidades e cuidados hospitalares, com 250 camas, localizado a 25 minutos de 250 000 Oestinos. Como sabem, hoje, a distância mede-se em tempo. Face aos critérios técnicos definidos pelo Ministério da Saúde só a localização nas Caldas da Rainha respeita os requisitos exigíveis. O objectivo é criar uma unidade de excelência europeia, ao mais alto nível tecnológico, capaz de corresponder às necessidades actuais e futuras da população residente e alavancar o potencial económico e turístico do Oeste. Esta solução é sustentada pelos reconhecidos técnicos: Prof. Correia de Campos, economista da saúde, Prof. Augusto Mateus, economista estratégico, Prof. Fonseca Ferreira, especialista em ordenamento do território, Prof. Daniel Bessa, economista, autor do estudo da rede hospitalar do oeste, Dr. António Carneiro, presidente da região de turismo do oeste e ainda do saudoso amigo Dr. Bandeira Duarte, ilustre médico pediatra. Os actuais hospitais de Caldas da Rainha, Alcobaça e Peniche, seriam integrados em rede de cuidados com o HON, tal como os centros de saúde do Oeste Norte. O estado da arte do modelo de gestão de cuidados de saúde passa pela sua articulação, da base da pirâmide até ao topo. Só assim, as pessoas terão a garantia de prestação de cuidados de qualidade, a necessária acessibilidade e o encaminhamento ajustado para o tratamento e resolução dos seus problemas de saúde.
A resolução do Conselho de Ministros de 28 de Agosto de 2008 adopta o “ programa de acção para os Municípios do Oeste e da Lezíria do Tejo, a realizar entre 2008 e 2017” confirmando-o como um instrumento, regional, de carácter estratégico. Este programa de acção inclui o novo Hospital Oeste Norte, um investimento da Administração Central de 80 a 120 milhões de euros.
Como nos disse o filósofo Karl Popper: “Não seremos apenas responsabilizados pelo que fizemos, mas também pelo que não fizemos”
Face esta introdução venho mais uma vez ao terreno da comunicação social local para dizer que não há alternativa, credível e sustentada em pressupostos técnicos, à opção pela decisão da edificação do hospital oeste norte. Mais afirmo que, com base nos requisitos técnicos para a escolha de terrenos para edifícios hospitalares a comissão técnica designada pelo Ministério da Saúde apontou a Lavadeira, na recta de Tornada, junto ao nó da A-8, como a melhor solução. Observo que estamos a falar de um conceito de um hospital de elevado interesse estratégico regional e não num novo hospital para as Caldas da Rainha, não é isso que defendemos desde 2001. Trata-se de um projecto inovador, a nível nacional. Trata-se de uma ideia, 3 em 1. Chegados à conjuntura e conjectura actuais, os autarcas da OesteCim e o Ministério da saúde começaram a divagar sobre outras hipóteses e não-soluções. Apetece dizer, a César o que é de César, aos técnicos o que é dos técnicos! Como todos saberão a resolução do Conselho de Ministros de 28 Agosto de 2008 não foi revogada, portanto, está em vigor.
Partindo desta premissa e sabendo que não foram consignadas verbas em PIDDAC, 2011 (plano de investimento e desenvolvimento da administração central) urge que todos os Oestinos se unam na defesa do Hospital Oeste Norte e que a Câmara Municipal de Caldas da Rainha comece a preparar o terreno apontado como o mais apropriado (acesso, infra-estruturas e arborização), e o Ministério da Saúde abra o concurso para o projecto prometido até final do ano de 2009 (gostaria que fosse convidado o Arq. Álvaro Siza Vieira, para o efeito, conforme já é do conhecimento do mesmo, deste meu sonho e desejo), abrindo o caminho para a consequente abertura do concurso público internacional para a construção do HON. Não é possível abdicar desta solução! Caldas da Rainha já perdeu o comboio do Oeste, o comboio do termalismo. Está obrigada a ganhar o comboio do Hospital Oeste Norte! Se assim não acontecer, a história e todos Oestinos julgaremos mal os autarcas do presente pela sua falta de visão estratégica, não construtora do futuro! Não há 3ª via, ou construirmos o futuro, ou o comprometemos! Falhando na solidariedade para com as gerações actuais e, mais grave ainda, para com as futuras!
Defendemos que esta obra seja construída no modelo de PPP (parceria público-privada) apenas na despesa de investimento. Quanto às despesas de exploração, prestação de cuidados “ core business” elas devem ser da responsabilidade directa do SNS, daí ter querido dizer, no debate realizado a 13 de Novembro no CCC, das Caldas da Rainha, que a caneta do médico deve estar dependente directamente da tutela do SNS, como hoje se verifica nos hospitais de gestão pública, sem colocar em causa a liberdade de prescrição médica, a saber: a prescrição medicamentos e de meios de diagnóstico e tratamento, consultas externas, actos médicos: cirúrgicos não cirúrgicos, por se entender que são funções que o Estado não pode alienar, por razões de garantia de qualidade da prestação de cuidados e controlo da despesa pública.
Mais afirmei nesse debate que os administradores têm de ter, cada vez mais, sensibilidade clínica e os médicos sensibilidade de gestão.
Senhor Presidente da Câmara Municipal de Caldas da Rainha, quis a história que lhe compita a determinante deste projecto. Honre os interesses de 250 000 Oestinos! Visite os actuais hospitais: Caldas; Alcobaça e Peniche! Visite os três hospitais do Médio Tejo: Abrantes; Torres Novas e Tomar! Sabe! Quem decide é responsável, quem é responsável decide! Não aceite outra solução! A história não lhe perdoará!
Avance na preparação do terreno, comprometa o governo com a sua dinâmica pró-activa estratégica, lembre-se do azulejo que lhe ofereci: Caldas quer, a obra (HON) nasce! Faça justiça à sua longa carreira autárquica, honre-a!
Oestinos! Cumpram o vosso direito e dever de cidadania! Termino com este pensamento “Não existe vento favorável para o marinheiro que não sabe aonde ir.” Como nos deixou o filósofo romano Séneca, séc. I
José Marques, Administrador Hospitalar 26-11-2010