Poucos acreditavam que numa segunda-feira, na Cela, Alcobaça, conseguíssemos ter 151 pessoas a jantar para estar com o camarada Jerónimo Sousa, em plena campanha de apoio à eleição de Francisco Lopes a Presidente da República.
Aqui ficam mais 2 reportagens: tintafresca.net e gazeta das caldas
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Secretário-geral do PCP lembra agravamento da situação económica dos portugueses
Jerónimo de Sousa: “Se Cavaco Silva é tão bom, o que andou a fazer nestes cinco anos?”
Mesa de honra
Jerónimo de Sousa foi o principal orador do jantar-comício de apoio à candidatura de Francisco Lopes realizado no dia 17 de Janeiro, na Quinta das Carrascas, no concelho de Alcobaça. Perante cerca de uma centena de apoiantes, (estavam 151 pessoas) o secretário-geral do PCP elogiou as qualidades políticas e capacidade de trabalho de Francisco Lopes e centrou parte da sua intervenção na crítica ao candidato Cavaco silva, a quem acusou de ter feito uma parceria estratégica com o Governo de José Sócrates, promulgando todas as suas leis económicas e de tentar agora fugir a todas as suas responsabilidades políticas na crise económica do País.
“Decidimos apoiar o camarada Francisco Lopes porque é quem tem as melhores condições assumir a responsabilidade de ser candidato apoiado pelo PCP. Conhecemos a sua determinação e seriedade, a sua opção, o seu ideal e o seu projecto, que connosco partilha nesta busca permanente de uma vida melhor para quem trabalha, para os que menos têm e menos podem”, justificou o secretário-geral do PCP.
Jerónimo de Sousa realçou também “a sua capacidade de trabalho, o seu não comprometimento com a política de direita, um candidato que teve de vencer preconceitos devido à sua origem social, tal como aconteceu nas últimas eleições presidenciais (com o próprio Jerónimo de Sousa), mas que, nas suas intervenções e nos debates com os outros candidatos, demonstrou estar em condições de assumir todas as responsabilidades que o povo português entenda atribuir.
Cavaco com poderes sobrenaturais versus País real com dois milhões de pobres.
Jerónimo de Sousa
“Muitas vezes dizem que somos muito duros nas críticas que fazemos, mas não nos esquecemos que Cavaco Silva foi primeiro-ministro durante 10 anos e Presidente da República durante 5 anos. Cavaco apresenta-se ao eleitorado como uma figura algo sobrenatural, quase um Deus e até diz que era preciso nascer duas vezes para ser como ele, mas não sei como é que isso se consegue, uma vez que não professa a religião muçulmana”, ironizou Jerónimo de Sousa.
“Ai do País se não estivesse ele na Presidência nos últimos 5 anos, mas olhamos para a realidade e vemos que a situação económica do País é dramática, de destruição do aparelho produtivo, da nossa produção nacional, de um endividamento cada vez maior no plano da dívida externa, pública e privada, os défices estruturais aumentaram, desde o défice agro-alimentar, transportes, energia e comércio. Temos um País com cerca de 700 mil desempregados, com 1,2 milhões de pessoas, particularmente jovens, são confrontados com trabalho precário, cerca de 2 milhões de pobres, segundo os critérios definidos pela própria união Europeia, um País carregado de injustiças, de acentuação de desigualdades, em que aumenta a pobreza, a exclusão e o desemprego, enquanto se concentra a riqueza na mão de um punhado de senhores donos dos grupos económicos, banqueiros e accionistas, em prejuízo das centenas de milhar de pequenos e médios empresários. Este é o País real”, concluiu Jerónimo de Sousa.
Sala cheia para receber o secretário geral do PCP
O secretário-geral deixou uma pergunta: “Se Cavaco Silva é tão bom, o que andou a fazer nestes cinco anos? Agora aparece de novo em campanha a dizer que vai fazer tudo para melhorar o País, mas o que é que sempre declarou? Estava em concertação estratégica com o Governo de José Sócrates. Nunca vetou nenhuma lei económica, naquilo que é estrutural esteve sempre de acordo com o Governo de José Sócrates.
Para Jerónimo de Sousa, o Governo PS foi “o pai da criança” do Orçamento de Estado de 20011, mas teve “um padrinho” e “um parteiro”, que foi Cavaco Silva. “O Presidente da República reuniu com os banqueiros e convocou o Conselho de Estado para pedir a aprovação do Orçamento de Estado”, recordou. “Cavaco diz que está preocupado com os pobres, mas promulgou um orçamento de Estado que agrava as condições dos trabalhadores, dos doentes e dos desempregados”, referiu Jerónimo de Sousa, lembrando que Cavaco é professor de Economia, não é analfabeto e tinha a consciência do que estava a aprovar.
Mário Lopes21-01-2011
(21Jan.18.40') Gazeta das Caldas escreveu assim: Líder do PCP apelou em Alcobaça ao voto “de esperança no futuro”Publicado a 21 de Janeiro de 2011 .Jerónimo de Sousa não se esquece das responsabilidades de Cavaco Silva na actual situação do país e não quer acreditar que os trabalhadores votem em quem esteve contra eles
Jerónimo de Sousa, o secretário-geral do PCP, esteve em Alcobaça na passada segunda-feira, num jantar de apoiantes à candidatura de Francisco Lopes que reuniu centena e meia de pessoas. A menos de uma semana das eleições presidenciais do próximo domingo, o líder dos comunistas disse que “nada está decidido” e apelou a todos os presentes para que espalhem a mensagem de que o voto em Francisco Lopes é “um voto de confiança, de esperança no futuro”.
Já antes o responsável pelo PCP no concelho de Alcobaça, Rogério Coelho, tinha dito que é preciso “ganhar mais e mais gente para o voto da ruptura”. O comunista elogiou aquele que diz ser “o único candidato saído dos trabalhadores”, e por isso mesmo atento aos problemas destes.
Depois foi a vez de Jerónimo de Sousa apelar à mobilização numa “batalha que não vai decidir tudo, mas pode decidir muito”. Repetindo aquilo que tem sido constantemente defendido pelos comunistas (ainda na segunda-feira anterior o deputado António Filipe tinha dito o mesmo nas Caldas), o líder do PCP afirmou que “é muito importante que na Presidência da República esteja alguém que não se limite a jurar, mas que cumpra e faça cumprir a Constituição”. E quem melhor para esta missão que “um homem que não tem nenhum compromisso nem nenhum comprometimento com a política de direita”?
Ao que parece, o PCP recusa-se a reconhecer a legitimidade da candidatura de José Manuel Coelho, apesar do Tribunal Constitucional a ter aceite. É que são já diversas as ocasiões em que os comunistas teimam referir-se aos “cinco candidatos presidenciais”, precisamente o que fez Jerónimo de Sousa no jantar-comício em Alcobaça. Francisco Lopes “não é mais um candidato”, garantiu, mas sim “um candidato diferente de todos os outros”, o único que tem um projecto e que afirma claramente a necessidade de romper com as políticas de direita com que os comunistas dizem que o país tem sido governado. Isto apesar do Governo actualmente no poder ser do PS, logo de esquerda.
Uma crítica insistentemente repetida, que antecedeu uma outra que também não é nova: a de que todos os outros candidatos têm culpa na actual situação do país e que todos foram coniventes com um Orçamento de Estado que penaliza sobretudo trabalhadores, pensionistas e pequenos e médios empresários.
Mas o dedo foi apontado sobretudo ao actual Presidente da República e candidato Cavaco Silva. Para Jerónimo de Sousa, o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP é um grandes culpados por hoje Portugal ser um país com 700 mil desempregados, em que 1,2 milhões de jovens são confrontados com o trabalho precário, com dois milhões de pobres, “enquanto a riqueza se concentra na mão de um punhado de financeiros e senhores da Banca”.
O comunista acusa o actual Presidente da República de “concentração estratégica com o Governo de José Sócrates”, mas de andar em campanha a falar nos mais prejudicados. “Cavaco Silva não é capaz de esconder que 90% da factura será paga por quem trabalha, por quem vive de uma pensão, dos pequenos e médios empresários”, disse Jerónimo de Sousa.
E deixou o alerta: “Se a direita apanha lá Cavaco Silva, vai dobrar a parada camaradas, vai acentuar a ofensiva, a pressão, a desestabilização, que está a reflectir, designadamente, no projecto de revisão constitucional, nas intenções que tem em relação ao Serviço Nacional de Saúde, em relação, enfim, a tudo aquilo que são serviços públicos”.
Para Jerónimo de Sousa o país só conseguirá sair da crise criando mais riqueza, trabalhando mais e melhor. “Só criando mais riqueza podemos ficar a dever menos”, mas isso não se faz com a “destruição do aparelho produtivo a que se tem assistido”. O líder dos comunistas diz que Francisco Lopes é o único candidato que tem um projecto a apontar para o caminho certo, um caminho que passa pela recuperação das pescas, da agricultura, pelo aproveitamento do subsolo, tanto dos minérios como do gás natural que há por explorar, pelo apoio à indústria e o reforço não só da exportação, mas também da capacidade de compra do mercado interno.
Por fim, Jerónimo de Sousa garantiu que nestas presidenciais há apenas uma candidatura “no dia seguinte, seja qual for o resultado, vai estar com os portugueses, com os trabalhadores”. E apesar do candidato ter passado o dia bem longe, em campanha no litoral alentejano, não faltaram as palavras de apoio: “Francisco avança, com toda a confiança!”, pôde ouvir-se por diversas vezes no salão da Quinta das Carrascas, na localidade da Junqueira, freguesia de Cela. A noite contou ainda com um poema escrito pelo alcobacense Palma Rodrigues, declamado por José Carlos Faria, encenador do Teatro da Rainha.
Joana Fialho jfialho@gazetacaldas.com
***
EM FRENTE!
Lutador, generoso e coerente
- Assim defino eu o PCP.
Nas lutas do passado se revê
Mas sabe que é preciso andar em frente.
E quer um Portugal muito diferente
Daquele que hoje existe, pois bem vê
Que o Povo nada tem, está à mercê
De um capital cruel e decadente.
Em frente, pois, embora nós saibamos
Que aqueles ideais por que lutamos
Desagradam ao grande capital.
Tracemos no caminho ingrato e duro
Os passos corajosos de um Futuro
Que traga Pão e Paz a Portugal
Já antes o responsável pelo PCP no concelho de Alcobaça, Rogério Coelho, tinha dito que é preciso “ganhar mais e mais gente para o voto da ruptura”. O comunista elogiou aquele que diz ser “o único candidato saído dos trabalhadores”, e por isso mesmo atento aos problemas destes.
Depois foi a vez de Jerónimo de Sousa apelar à mobilização numa “batalha que não vai decidir tudo, mas pode decidir muito”. Repetindo aquilo que tem sido constantemente defendido pelos comunistas (ainda na segunda-feira anterior o deputado António Filipe tinha dito o mesmo nas Caldas), o líder do PCP afirmou que “é muito importante que na Presidência da República esteja alguém que não se limite a jurar, mas que cumpra e faça cumprir a Constituição”. E quem melhor para esta missão que “um homem que não tem nenhum compromisso nem nenhum comprometimento com a política de direita”?
Ao que parece, o PCP recusa-se a reconhecer a legitimidade da candidatura de José Manuel Coelho, apesar do Tribunal Constitucional a ter aceite. É que são já diversas as ocasiões em que os comunistas teimam referir-se aos “cinco candidatos presidenciais”, precisamente o que fez Jerónimo de Sousa no jantar-comício em Alcobaça. Francisco Lopes “não é mais um candidato”, garantiu, mas sim “um candidato diferente de todos os outros”, o único que tem um projecto e que afirma claramente a necessidade de romper com as políticas de direita com que os comunistas dizem que o país tem sido governado. Isto apesar do Governo actualmente no poder ser do PS, logo de esquerda.
Uma crítica insistentemente repetida, que antecedeu uma outra que também não é nova: a de que todos os outros candidatos têm culpa na actual situação do país e que todos foram coniventes com um Orçamento de Estado que penaliza sobretudo trabalhadores, pensionistas e pequenos e médios empresários.
Mas o dedo foi apontado sobretudo ao actual Presidente da República e candidato Cavaco Silva. Para Jerónimo de Sousa, o candidato apoiado pelo PSD e CDS-PP é um grandes culpados por hoje Portugal ser um país com 700 mil desempregados, em que 1,2 milhões de jovens são confrontados com o trabalho precário, com dois milhões de pobres, “enquanto a riqueza se concentra na mão de um punhado de financeiros e senhores da Banca”.
O comunista acusa o actual Presidente da República de “concentração estratégica com o Governo de José Sócrates”, mas de andar em campanha a falar nos mais prejudicados. “Cavaco Silva não é capaz de esconder que 90% da factura será paga por quem trabalha, por quem vive de uma pensão, dos pequenos e médios empresários”, disse Jerónimo de Sousa.
E deixou o alerta: “Se a direita apanha lá Cavaco Silva, vai dobrar a parada camaradas, vai acentuar a ofensiva, a pressão, a desestabilização, que está a reflectir, designadamente, no projecto de revisão constitucional, nas intenções que tem em relação ao Serviço Nacional de Saúde, em relação, enfim, a tudo aquilo que são serviços públicos”.
Para Jerónimo de Sousa o país só conseguirá sair da crise criando mais riqueza, trabalhando mais e melhor. “Só criando mais riqueza podemos ficar a dever menos”, mas isso não se faz com a “destruição do aparelho produtivo a que se tem assistido”. O líder dos comunistas diz que Francisco Lopes é o único candidato que tem um projecto a apontar para o caminho certo, um caminho que passa pela recuperação das pescas, da agricultura, pelo aproveitamento do subsolo, tanto dos minérios como do gás natural que há por explorar, pelo apoio à indústria e o reforço não só da exportação, mas também da capacidade de compra do mercado interno.
Por fim, Jerónimo de Sousa garantiu que nestas presidenciais há apenas uma candidatura “no dia seguinte, seja qual for o resultado, vai estar com os portugueses, com os trabalhadores”. E apesar do candidato ter passado o dia bem longe, em campanha no litoral alentejano, não faltaram as palavras de apoio: “Francisco avança, com toda a confiança!”, pôde ouvir-se por diversas vezes no salão da Quinta das Carrascas, na localidade da Junqueira, freguesia de Cela. A noite contou ainda com um poema escrito pelo alcobacense Palma Rodrigues, declamado por José Carlos Faria, encenador do Teatro da Rainha.
Joana Fialho jfialho@gazetacaldas.com
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EM FRENTE!
Lutador, generoso e coerente
- Assim defino eu o PCP.
Nas lutas do passado se revê
Mas sabe que é preciso andar em frente.
E quer um Portugal muito diferente
Daquele que hoje existe, pois bem vê
Que o Povo nada tem, está à mercê
De um capital cruel e decadente.
Em frente, pois, embora nós saibamos
Que aqueles ideais por que lutamos
Desagradam ao grande capital.
Tracemos no caminho ingrato e duro
Os passos corajosos de um Futuro
Que traga Pão e Paz a Portugal