No seguimento da
notícia divulgada a 9 de Abril de 2012 no vosso jornal, sobre a eventual saída do município de Alcobaça da Artemrede, vimos por este meio exercer o nosso direito de resposta, solicitando a publicação do seguinte conteúdo informativo.
A Artemrede nasceu em 2005 com 16 Associados, entre os quais a Câmara Municipal de Alcobaça. Desde essa data que promove, em estreita articulação com os agentes culturais locais, uma programação cultural inovadora e diversificada, tendo conquistado público e reconhecimento do meio artístico nacional e internacional. A programação em rede, aliada ao financiamento comunitário de que usufrui desde a sua criação (sem interrupção), permitiu aos municípios associados obter um retorno significativo do investimento realizado, aumentando assim a oferta cultural nos seus concelhos e possibilitando o acesso dos seus munícipes a projetos artísticos de qualidade e dificilmente programáveis fora deste circuito.
Entre 2007 e 2010 a Artemrede desenvolveu ainda um vasto plano de formação dirigido aos recursos humanos dos Associados, possibilitando assim a qualificação das equipas municipais a trabalhar na área cultural.
O custo de participação na Artemrede foi sempre, para qualquer Associado, muito menor do que o retorno obtido em bens e serviços. No caso de Alcobaça, o valor da quota paga pelo município totaliza anualmente 32 520,00 € (e não 40 000,00 como noticiado). De 2005 a 2010 este município obteve um retorno na ordem dos 150%, ou seja, por cada euro investido recebeu 1,50 € em bens e serviços (programação, comunicação e formação).
Em 2007, por exemplo, chegou a receber 2,40 €! Apenas em 2011 esta média sofreu um abalo, devido aos gravosos atrasos nos reembolsos do QREN, que co-financia a programação da Artemrede em 60% desde 2009. De salientar que, apesar destes atrasos, a Artemrede conseguiu resistir durante todo o ano de 2009 sem financiamento externo e sem reduzir o volume de programação, o que demonstra a boa saúde financeira da estrutura.
Apenas em 2010, não recebendo, nos prazos contratualizados, as verbas comunitárias correspondentes ao investimento já realizado, a Artemrede iniciou a redução de programação, sendo que só em 2011 esta medida teve um impacto significativo no retorno para os Associados. Estas medidas foram sempre discutidas no contexto dos órgãos sociais da Artemrede, apresentadas pela Direção e aprovadas em sede de Assembleia Geral, por todos os Associados.
Sublinhamos que o Município de Alcobaça pertenceu à Direção da Artemrede de Dezembro de 2007 a Janeiro de 2012, pelo que todas estas decisões foram tomadas com o conhecimento e aprovação dos seus representantes. Por outro lado, esta situação foi considerada sempre como temporária, na medida em que o expectável ressarcimento por parte do QREN permitirá a recuperação da tesouraria da Artemrede e, assim, o regresso à sua plena atividade.
Acrescente-se ainda que a informação veiculada pelo vosso jornal, de que 10 dos 15 municípios associados da Artemrede não pagaria quotas desde 2009, é totalmente falsa. Apesar das dificuldades sentidas pelas autarquias, os Associados têm honrado os seus compromissos para com a Artemrede, o que tem permitido a sobrevivência da estrutura face aos problemas do co-financiamento comunitário. Existem apenas dois casos em que os atrasos são significativos, com quotas em dívida desde 2010, num dos casos, e 2011, no outro. Este esforço desenvolvido pelas autarquias, de uma forma geral, é demonstrativo do reconhecimento pelo trabalho da Artemrede e da sua mais-valia para a programação cultural local.
Por último, informamos que nunca recebemos qualquer contacto por parte de jornal Tinta Fresca para esclarecimento das questões abordadas na notícia divulgada. Se apenas agora respondemos deve-se a razões de organização interna que não permitiram uma reação imediata.
Agradecemos desde já a publicação desta resposta e colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.
Com os melhores cumprimentos,
Marta Martins
Diretora Executiva
Nota da Direção: o Tinta Fresca tentou contatar telefonicamente a Artemrede aquando da publicação da notícia em causa, em dois dias consecutivos, à hora de expediente, mas ninguém atendeu as chamadas. Relativamente às informações por nós publicadas, correspondem à posição do Município de Alcobaça, veiculada também noutros órgãos de comunicação social.