30/12/2013

7.297.(30dez2013.17.41') Socorros Voluntários...Todo o potencial que tínhamos no concelho em respostas de proximidade está em perda...

Em construção
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Governos PSócrates e do PSD.CDS deram cabo de muito voluntariado que dava resposta
de proximidade...
Os doentes que precisavam de tratamentos e consultas tinham apoios que deixaram de ter...
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Caso da ASVVimeiro que entregou o que restava à Misericórdia do Vimeiro
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ASVCela
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Misericórdia de Aljubarrota
via tintafresca.net

Devido a dificuldades financeiras
    Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota encerra serviço de ambulâncias
        
         José Carvalho, provedor da Misericórdia de Aljubarrota
       A Santa Casa da Misericórdia de Aljubarrota está a atravessar dificuldades financeiras há cerca de seis meses e a Mesa Administrativa da instituição decidiu, na reunião de 6 de dezembro, encerrar o serviço de ambulâncias. Em declarações ao Tinta Fresca, José Carvalho, provedor da instituição fala da atividade da instituição, da diminuição de utentes na creche e da redução de acordos com a Segurança Social que tem levado a instituição a receber menos verbas de apoio por parte do Estado.

       Segundo José Carvalho, a Santa Casa da Misericórdia que comemora 500 anos, em 2016, tem 65 funcionários e como valências o serviço de creche e Jardim-de-Infância com 100 crianças, o ATL para o 1º ciclo, o fornecimento de refeições diárias a 100 crianças da Pré e do 1º Ciclo da Escola de Aljubarrota, o Apoio domiciliário a 78 idosos, o Centro de Dia para 30 idosos e o serviço de ambulâncias. Além disso distribui refeições grátis diárias a 10 pessoas e a outras 10 famílias com crianças, cujas escolas não têm cantina.
    O provedor admitiu que “a instituição está a passar por dificuldades financeiras” quer por “não ter apoio de mecenas” quer, sobretudo, por “o apoio da Segurança Social e os acordos com esta instituição serem menores”. Segundo José carvalho, a instituição tem em relação a 2012/2013 “menos 30 crianças” o que se traduziu num corte “mensal de cerca de 20 mil euros”. “Estamos a gastar mais do que aquilo que recebemos”, frisou.
           
       O provedor mostrou-se descontente com o Centro Regional de Segurança Social uma vez que tem um pedido de reunião com a diretora do serviço e Leiria há mais de um mês e não obteve qualquer resposta. Além disso, a Santa Casa entregou na Segurança Social um projeto para a criação de um espaço de Lar para 20 utentes, projeto esse que não obteve qualquer resposta.

        José Carvalho mostra-se revoltado com esta atitude por parte do Estado, assegurando que a “instituição tem capacidade para mais acordos com a Segurança Social”, mas que esta, “em vez de nos dar mais acordos, ainda acabou por tirar alguns dos que tínhamos”. O provedor lembrou que “a direção faz um trabalho de voluntariado”, lamentando que “o apoio que nos dão é virarem-nos as costas”.

       Devido a estas situações, e também pelo facto de “cada vez menos o Estado atribuir à instituição credenciais para os serviços de ambulância”, a Mesa Administrativa decidiu, por maioria, “encerrar o serviço de ambulâncias”, uma vez que este serviço tem vindo nos últimos meses a dar “prejuízo à instituição” e “a levar a instituição ao fundo”. Recorde-se que o serviço de ambulâncias foi criado a 7 de fevereiro de 2005, tendo sido considerado na última edição da revista DECO Proteste como “um serviço de excelência”.

       No entanto, José Carvalho adiantou que a instituição irá garantir os serviços já agendados para o mês de janeiro de 2014, encerrando depois o serviço. Além do encerramento do serviço de ambulâncias, a situação económica delicada porque passa a instituição obriga ainda a que seja feito um corte no pessoal, na ordem dos 15 trabalhadores, tendo já a direção anunciado aos funcionários que durante o mês de janeiro dará a conhecer essa decisão.

       Junta de Freguesia de Aljubarrota contra o encerramento do serviço de ambulâncias

       
                 Instalações da Misericórdia de Aljubarrota
    José Lourenço, presidente de Junta de Aljubarrota, admitiu ao nosso jornal que, “é uma situação difícil” uma vez que o “serviço depende da Santa Casa da Misericórdia e não da Junta”, mas lamenta que o serviço acabe: “É mais um serviço que acaba em Aljubarrota. Procurei que ele não acabasse, que fosse remodelado”, mas “não foi esse o entendimento dos órgãos diretivos”.

       Segundo o autarca, a Junta de Freguesia de Aljubarrota já pediu uma reunião com o provedor da Santa Casa da Misericórdia, no sentido de se tentar encontrar uma solução. Questionado se a Junta de Freguesia poderá dar um apoio maior ao serviço de ambulâncias, José Lourenço referiu que esta “não pode dizer nem que sim, nem que não, vamos analisar, vamos ouvir o provedor e depois a Junta irá ver o que poderá fazer”, mas “é um serviço que não depende de nós”.

       José Lourenço revelou ainda que na reunião deverá participar também a Câmara Municipal de Alcobaça. Contatado pelo nosso jornal, o presidente da Câmara Municipal, Paulo Inácio, referiu não ter ainda conhecimento oficial da situação, pelo que, para já, não comenta a situação. O Tinta Fresca tentou também entrar em contato com Maria Do Céu Mendes, diretora da Segurança Social de Leiria, mas tal não foi possível até ao momento.
       Mónica Alexandre
    26-12-2013