Zeca canta pela 1ª x a Grândola
no dia 10maio1972
https://www.youtube.com/watch?v=8vJYgN-4ELY
https://www.youtube.com/watch?v=8vJYgN-4ELY
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
***
Timóteo de Matos recorda Zeca Afonso em Alcobaça
"Boas amigas e excelentes amigos:
Uma das memórias que retenho de quando era rapazito, no fim da primária, é de um dia ter conhecido o Zeca Afonso. Ia eu com o meu irmão mais velho pela Rua d. Pedro V quando, da Pensão Frei Bernardo, saiu um tipo que vendo o meu irmão, atravessou a rua e veio cumprimentá-lo. Calçava sapatilhas, usava óculos e era professor de Francês na Escola Técnica de Alcobaça.
Dava-se o caso de ser professor do meu irmão e, por isso, o ter atravessado a estrada. Não recordo o que disseram. Recordo sim que me deu uma pancadita nas costas e, depois, seguiu caminho. O meu irmão explicou-me entao que era o Dr. José Afonso e que era um professor porreiro.
Em Alcobaça, voltei a vê-lo, ainda mais vezes, mas recordo especialmente três delas: na primeira, no largo da Sra da Conceição e, na segunda, no topo da ala sul do Mosteiro, à noite, depois das aulas, ou talvez num feriado, cantou, como só ele sabia fazê-lo, para um grupo de estudantes dos cursos nocturnos,onde o meu irmão me levara, muitas das baladas de Coimbra,
das quais o "menino de ouro" era a minha preferida.
Contagiava a malta que, por vezes, cantava com ele mas, mais frequentemente, ficava fascinada a ouvi-lo. Duma dessas vezes, calhou-me mais uma pancada nas costas e um despentear dos cabelos revoltos e, da outra, um rebuçado que me terá cativado definitivamente.
Na outra vez, foi no novo estádio de Alcobaça, num torneio concelhio de futebol, onde competiam equipas das freguesias, de empresas e também da Escola. O Zeca jogava muito bem futebol mas não tirava os óculos porque tinha já dificuldades de visão. Jogava ao ataque, no lugar de interior (esquerdo, evidentemente). Só vi um jogo desse torneio e não me recordo nem do adversário nem do resultado.
O director da Escola achou por bem não reconduzi-lo como professor porque dava maus exemplos aos alunos: andava de sapatilhas, não usava gravata... e outros gravíssimos crimes semelhantes. Encontrei-o, mais tarde, em várias circunstâncias e lugares e não vale a pena acrescentar mais: O Zeca Afonso não necessita de apresentações.
Por ironia do destino faleceu com a mesma doença de que eu padeço, a Esclerose Lateral Amiotrófica. Infelizmente, cantar sempre foi o meu fraco e, portanto, terei de me queixar como Bocage, no célebre soneto, que abaixo transcrevo, em que cotejava a sua vida com a de Camões:
Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Bocage, in 'Rimas'
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante;
Como tu, junto ao Ganges sussurrante,
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza.
Bocage, in 'Rimas'
Há dias, uma amiga, a MFS, enviou-me este link, que quero, agora, compartilhar convosco, porque é bom recordar o Zeca Afonso.
Em 2011 a produtora Nanook em parceria com a RTP produziram:
***MAIOR QUE O PENSAMENTOSérie documental em três episódios sobre José Afonsocom assinatura de Joaquim Vieira.Claro que foi parar à RTP2, vá lá!Maior que o pensamento (1 de 3)Nos anos 50 nasceu um VULCÃO que levou tudo a reboque!Maior que o pensamento (2 de 3)55 minutosQuem não seemocionar, trate-se!Timóteo, o emotivo"
3 de 3
http://www.youtube.com/watch?v=-t892yBVuiQ