05/03/2014

7.602.(5mar13.9') DIMulher (8março) e as posições do PCP...Dia da igualdade salarial (6 de março)

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2019
 DIMULHER...CGTP...DIA DELUTA, nomeadamente, pela IGUALDADE SALARIAL!!!

"08 de Março - Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, nas empresas e na rua!":
A culminar a intensa Semana da Igualdade com acções e iniciativas em 1.250 locais de trabalho e a realização de 40 acções públicas e de rua, a CGTP-IN assinala hoje o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora em todo o País, pela igualdade no trabalho e na vida.
Hoje é um dia de todas as lutas e uma luta de todos os dias:
- Pelo emprego com direitos, contra a precariedade!
- Pelo aumento dos salários, contra a discriminação salarial!
- Pelas 35 horas de trabalho semanal, contra a desregulação dos horários!
- Pela efectivação dos direitos, contra o assédio no trabalho!
- Por melhores condições de trabalho, contra a intensificação dos ritmos de trabalho e as doenças profissionais!
- Por mais e melhores serviços públicos, contra as privatizações!
- Pela revogação das normas gravosas do Código do Trabalho, contra as propostas de lei do PSD/CDS e do PS.
Lutamos "por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres".
ALGUMAS DAS INICIATIVAS QUE HOJE SE REALIZAM, EM CADA DISTRITO E REGIÃO:
Viana do Castelo - 10h00: Tribuna Pública, na Praça da República - Viana do Castelo e Jantar Comemorativo à noite.
Porto - 15h00: Concentração na Rua 31 de Janeiro (Praça da Batalha) com desfile em Cordão Humano para a Rua de Santa Catarina (CC Via Catarina).
Vila Real - 09h00: Acção Pública, no Mercado Municipal, de Vila Real.
Bragança - 11h00 às 17h00: Banca de rua, no Largo dos Correios, Bragança.
Aveiro - 11h00: Sessão Pública sobre "O papel das trabalhadoras corticeiras na luta pela igualdade salarial e pela efectivação dos direitos", em Santa Maria de Lamas (SOCN).
Coimbra - 16h00: Sessão Pública "A Mulher e a Paz", no Auditório da Escola Avelar Brotero, em Coimbra (SPRC).
Castelo Branco - 09h00: Arruada Castelo Branco - Fundão - Covilhã, com início no Jardim Público da Covilhã e encerramento, com espectáculo, pelas 16h30 e dois Jantares Comemorativos no Distrito.
Viseu - 11h30 às 13h00: Acção Pública, no Rossio, em Viseu.
Leiria - 16h00: Concentração no Mercado Santana e desfile em Cordão Humano para o Largo do Papa, em Leiria.
Santarém - 11h00 às 14h00: Acção Pública no Largo Cândido dos Reis, em Santarém.
Lisboa - 14h30: Tribuna de Canto e Luta, na Rua do Carmo (Rossio), em Lisboa.
Setúbal - 16h00: Concentração e desfile, da Praça do Bocage até à Tribuna Pública, no Largo da Misericórdia, em Setúbal, seguida de Tertúlia, em Setúbal.
Évora - 14h00: Concentração de trabalhadoras do Município de Évora e de activistas sindicais, na Praça do Sertório, desfile em bicicleta (18 km) e visita guiada ao Cromeleque dos Almendres (STAL).
Beja - 10h00: Acção Pública, no centro da cidade e às 18h00: Caminhada pela Igualdade, desde a Praça da República até ao Parque da Cidade, junto ao Memorial à Mulher Alentejana.
Faro - 14h00 - Concentração no Jardim da Alameda, seguida de Cordão Humano pela Rua das Lojas e encerramento com debate na Casa Inglesa, em Portimão.
Funchal - 15h00: Acção Pública, na Avª. Arriaga, junto à Loja do Cidadão, no Funchal.
Ponta Delgada - 12h00: Acção Pública e Concentração nas Portas da Cidade / Matriz, em Ponta Delgada.

 http://www.cgtp.pt/informacao/comunicacao-sindical/12696-8-de-marco-dia-internacional-da-mulher-trabalhadora-nas-empresas-e-na-rua?fbclid=IwAR25_EDotrO6YMVC5Vn8rFS9WazrgxaOET2grhhqx06zAkr6s7iGsKCkYyQ
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 Hj.8mar.biblioteca...Sophia...DIMulher...em Alcobaça que vos abRRaaaaaaAÇA
 No ano em que se celebra o Centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen e no âmbito do Dia Internacional da Mulher, a Biblioteca Municipal de Alcobaça associa-se a esta celebração com a evocação da Sophia no Sarau da Mulher na próxima sexta-feira à noite no Auditório.
A convite da BMA e dos Amigos das Letras, a professora Maria Sobral Velez vai deixar neste sarau o seu apontamento pessoal das obras de uma das melhores poetas (ela dizia que não era poetisa) de língua portuguesa, realçando ao mesmo tempo a sua intervenção cívica e política.
Venha celebrar a Sophia.
Venha celebrar a Mulher.
(com partilha de muitos textos e músicas de muitas mulheres ou a elas dedicados)
Dia 8, a partir das 21 horas no Auditório da Biblioteca Municipal.

 https://www.facebook.com/marta.luis.31/posts/2351819578175673
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http://www.pcp.pt/sites/default/files/documentos/folheto_8_marco_2013.pdf
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2018
"Assinalamos hoje o Dia Internacional da Mulher, uma data que desde a sua proclamação, em 1910, ganhou grande força na afirmação da luta emancipadora das mulheres."
Intervenção de Jerónimo de Sousa:https://goo.gl/4xA8p2
Dossier «Exercer direitos. Participar em igualdade»:http://www.pcp.pt/8marco
https://www.facebook.com/pcp.pt/photos/a.1933687580283897.1073741828.1548718718780787/2003554329963888/?type=3&theater
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Via Clementina Henriques
MULHER
A mulher não é só casa
mulher-loiça, mulher-cama
ela é também mulher-asa,
... mulher-força, mulher-chama
E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração
Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha
Trabalho não só de parto
mas também de construção
para um filho crescer farto
para um filho crescer são
A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade
Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher
José Carlos Ary dos Santos
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10214204201772340&set=a.1326347812112.44404.1633435684&type=3&theater
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8mar2016
Palma Rodrigues cria soneto:
DIA DA MULHER
Em homenagem a todas as mulheres, ofereço este poema:
TENS DE SER MULHER!
Madrugada agreste. Andas por aí
Cansada de sonhos que não realizas.
O que te faz falta, do que é que precisas
Para seres feliz, p'ra gostares de ti?
Deus fez-te mulher. E o sacrifício
Vai até ao fim, tens de ser mulher,
Vencer o cansaço, sofrer e sofrer...
A vida sem sonhos é um precipício.
Tens de ser mulher, de saber amar,
De aceitar desprezos, de saber sorrir.
É esse o destino que tens de cumprir,
Pontapés do mundo, fada no teu lar.
Os filhos, a vida, tudo tem de ser,
Sonhos destruídos, folhas arrancadas
E horas felizes... E encruzilhadas...
Levanta a cabeça...Tens de ser mulher!
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https://www.facebook.com/centrocenico.dacela/photos/a.921947514521049.1073741826.921947461187721/955899147792552/?type=3&theater
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João Paulo Raimundo, pela CDU,  propôs moção sobre o DIMulher:
MOÇÃO
Dia Internacional da Mulher  8 de Março
Um dia incontornável no caminho de uma sociedade justa,
livre de desigualdades e discriminações

O Dia Internacional da Mulher está historicamente ligado à luta das mulheres trabalhadoras pela sua emancipação política, económica e social.
Ao longo de mais de um século, desde a aprovação durante a 2.ª Conferência Internacional de Mulheres (Copenhaga) em 1910 de um Dia Internacional da Mulher, são inúmeros os exemplos em que este dia se eleva como manifestação e luta pelas mais justas aspirações das mulheres de todo o mundo, um dia de acção das mulheres pelos seus direitos próprios, contra todas as formas de discriminação.
Os objectivos que estiveram na origem da instituição do Dia Internacional da Mulher mantêm-se actuais: a sociedade em que vivemos é marcada pelo triunfo de desigualdades, pela gigantesca desproporção entre os poucos detentores da riqueza e os muitos milhões de homens, mulheres e crianças que não têm nada. Milhões de mulheres no mundo não têm garantida a sua sobrevivência e dos seus familiares. São as primeiras vítimas dos conflitos armados.
O 8 de Março assume-se pelo facto de transportar para o tempo presente um património histórico de luta das mulheres pela sua emancipação, com reivindicações específicas, que constitui um factor de enriquecimento de uma luta comum a homens e mulheres pela transformação social.
O Poder Local tem tido um papel importante na promoção dos direitos das mulheres, da valorização da sua participação como parte integrante da história das regiões.
Em Portugal, está a ser feito um caminho de recuperação de direitos de grande significado para as mulheres: o aumento do salário mínimo nacional, a reposição dos quatro feriados suspensos, o direito das mulheres à interrupção voluntária da gravidez sem pressões nem condicionamentos, a eliminação das penhoras e hipotecas da habitação em execuções fiscais.
É um caminho de avanços que importa consolidar.
A Assembleia Municipal de Alcobaça, reunida a 26 de Fevereiro de 2016, apela às mulheres para que, com a sua determinação, coragem e confiança no futuro, comemorem o Dia Internacional da Mulher, honrando todas e todos os que lutam por uma sociedade justa, livre de desigualdades e de discriminações. 


Alcobaça, 26 de Fevereiro de 2016
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2015
MULHER, de José Carlos Ary dos Santos

A mulher não é só casa
mulher-loiça, mulher-cama
ela é também mulher-asa,
mulher-força, mulher-chama

E é preciso dizer
dessa antiga condição
a mulher soube trazer
a cabeça e o coração

Trouxe a fábrica ao seu lar
e ordenado à cozinha
e impôs a trabalhar
a razão que sempre tinha

Trabalho não só de parto
mas também de construção
para um filho crescer farto
para um filho crescer são

A posse vai-se acabar
no tempo da liberdade
o que importa é saber estar
juntos em pé de igualdade

Desde que as coisas se tornem
naquilo que a gente quer
é igual dizer meu homem
ou dizer minha mulher
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2014
8 março é DI MULHER...CCCela faz jantar.festa
Jantar Comemorativo do Dia Internacional das Mulheres!! Para todas as que fazem parte da familia C.C.Cela: sócias, amigas, mães dos nossos pequenotes, filhas dos nosso graúdos, alunas das actividades desportivas... ou seja, Para todas aquelas que são a nossa razão de existir, e que justificam o nosso trabalho e a nossa vontade de fazer mais e melhor todos os dias!!!
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Paula Matias aviva-nos que é há muitos anos:
https://www.facebook.com/photo.phpfbid=1679605452296066&set=a.1622534041336541.1073741828.100007398817370&type=3&theater?
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=496295890555677&set=a.130526690465934.1073741826.100005258101403&type=3&theater
8 DE MARÇO. 
DIA PLENO DE SIGNIFICADO PARA A CLASSE OPERÁRIA E PARA TODOS OS TRABALHADORES.
A 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, de Nova Iorque, fizeram greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica e esta foi incendiada. 129 tecelãs morreram carbonizadas. 
Em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres assassinadas em 1857. Em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU. 
(Imagem: fotografia de algumas das operárias assassinadas)
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=837621739700253&set=a.460892797373151.1073741830.100003573049463&type=3&theater
"No Dia 8 de março de 1857, morreram aproximadamente 130 mulheres carbonizadas, quando foram trancadas na fábrica de tecelagem, em Nova York, onde trabalhavam, por estarem em greve. Em homenagem a estas mulheres, em 1910, declarou-se o dia 8 de março como o “Dia Internacional da Mulher”.
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https://www.facebook.com/414874041876652/photos/a.583018551728866.1073741829.414874041876652/1123801170983932/?type=3&theater
O Dia Internacional da Mulher e a data de 8 de março estão associados a dois fatos históricos que teriam dado origem à comemoração. O primeiro deles uma manifestação das operárias do setor têxtil nova-iorquino ocorrida em 8 de março de 1857 (segundo outras versões, em 1908), quando trabalhadoras ocuparam uma fábrica, em protesto contra as más condições de trabalho. A manifestação teria sido reprimida com extrema violência. Segundo essa versão, as operárias foram trancadas dentro do prédio, o qual foi, então, incendiado. Em consequência disso, cerca de 130 mulheres morreram.
O outro acontecimento é o incêndio de uma fábrica, ocorrido na mesma data e na mesma cidade. Não existe consenso historiográfico quanto a esses dois fatos, nem sequer sobre as datas, o que gerou mitos sobre esses acontecimentos.
Alguns historiadores afirmam que o incêndio de 1857 não ocorreu (pelo menos, não naquela data), e defendem a ideia de que o incêndio relacionado ao Dia Internacional da Mulher fora, de fato, o incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist, em Nova York, no dia 25 de março de 1911 (ou seja, um ano depois de a proposta de criação do Dia Internacional da Mulher ser apresentada por Clara Zetkin, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague).
A Triangle empregava 600 trabalhadores, em sua maioria mulheres imigrantes. Na tragédia, 146 pessoas morreram, sendo 125 mulheres e 21 homens.
Nos países ocidentais, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a década de 1920. Depois, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo movimento feminista, já na década de 1960.
Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em 1975, foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.
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Sophia de Mello Breyner Andresen

















(:::)

O múltiplo nos enebria
O espanto nos guia
Com audácia desejo e calculado engenho
Forçámos os limites -

(:::)
No quadrado aberto da janela o mar cintila coberto de escamas e brilhos como na infância.
O mar ergue o seu radioso sorrir de estátua arcaica.
Toda a luz se azula.
Reconhecemos nossa inata alegria: a evidência do lugar sagrado.


***
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
AS MULHERES SÃO MOTOR DE CONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO

Considerando que:

- O Dia Internacional da Mulher se comemora desde 1910, por proposta de Clara Zetkin, continuando a simbolizar, ano após ano, a capacidade de luta das mulheres na conquista de direitos económicos, sociais, políticos e pela paz;

- Em Portugal, com o 25 de Abril de 1974, realizado com a intervenção imprescindível das mulheres, foi possível alcançar importantes direitos e sensibilizar a população em geral para a necessidade de se criarem condições para dignificar o estatuto de plena igualdade da mulher;

- Passados 39 anos da Revolução de Abril, as mulheres ainda estão confrontadas, na sua vida real, com os grandes atropelos à qualidade de vida e aos seus direitos como trabalhadoras, mães e cidadãs, em resultado de políticas neoliberais que põem em causa a igualdade de direitos e aprofundam a crise social;

- A entrada em vigor do novo Código de Trabalho vai atingir, particularmente, as trabalhadoras, ao facilitar o caminho aos despedimentos, à desregulamentação dos horários de trabalho e à anulação de regalias fundamentais consagradas designadamente na contratação colectiva, tornando cada vez mais difícil o livre exercício de direitos e regalias, nomeadamente, os relacionados com a maternidade e paternidade;

- O encerramento de serviços públicos – centros de saúde, serviços de urgência, maternidades – afecta especialmente as mulheres criando novos obstáculos ao planeamento familiar, à saúde sexual e reprodutiva, ao acompanhamento na gravidez e ao acesso aos cuidados de saúde primários, assim como a inexistência de uma rede pública de apoio à infância e a idosos, de qualidade e a preços acessíveis, dificultam a articulação entre a vida profissional e familiar das mulheres;

- A violência sobre as mulheres continua a existir e a crescer, seja sob a forma mais comum de violência doméstica seja o dramático tráfico de seres humanos para fins de exploração sexual, persistindo a falta de medidas eficazes e concretas que a combatam;

- As mulheres são motor de construção e desenvolvimento da sociedade, sendo essencial criar condições económicas, sociais e políticas favoráveis à alteração de mentalidades e que permitam a sua participação activa na vida política, social e familiar;


A Assembleia DE QUALQUER TIPO, reunida no dia 08/03/DE QUALQUER ANO, delibera:

Saudar todas as portuguesas e exortá-las à luta na defesa dos seus direitos, por uma sociedade mais justa, mais fraterna, com igualdade entre mulheres e homens;

Repudiar a ofensiva aos direitos e liberdades democráticas e às políticas causadoras de profundas desigualdades e injustiças;
Exigir a implementação de políticas económicas, sociais e culturais que combatam todas as formas de violência sobre as mulheres: o desemprego, a precariedade, as baixas reformas e a pobreza, o tráfico de mulheres e crianças que atentam contra a dignidade e os direitos das mulheres;

Exigir a defesa do Serviço Nacional de Saúde, o acesso efectivo e universal ao planeamento familiar e o acompanhamento devido nas especialidades de saúde sexual e reprodutiva para as mulheres, incluindo a difusão da informação relativa aos novos direitos consignados para o Interrupção Voluntária da Gravidez;

Exigir o cumprimento integral da legislação sobre protecção da maternidade e paternidade bem como a implantação de mais estruturas sociais que respondam às necessidades das famílias;

Reclamar, neste ano fortemente marcado pelo calendário eleitoral, as soluções mais adequadas aos problemas específicos das mulheres assim como a criação de condições que permitam às mulheres participar activamente na vida política, integrando listas e participando nas campanhas para o esclarecimento e debate das populações;

Enviar esta moção a todos os órgãos de soberania e aos órgão de comunicação social.

QUALQUER LOCALIDADE, 8 de Março de QUALQUER ANO
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MARIA TERESA HORTA
PAÍS FERIDO

Portugal anda aturdido
numa tristeza absorta

Até quando deixaremos
que lhe entreteçam a sombra?

Portugal anda sangrando
num estertor de país ferido
pelas armas do negrume

daqueles que o desacertam
o desonram e o empurram
no poço do seu abismo

Até quando deixaremos
que o derrubem e o lacerem
entre vertigens incertas?

Estilhacem-lhe o coração
e a alma dos seus poetas

Maria Teresa Horta
Lisboa, 5 de Fevereiro de 2013


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IRENE LISBOA
Nova, nova, nova, nova!

Não era a minha alma que eu queria ter.
Esta alma já feita, com seu toque de sofrimento
e de resignação, sem pureza nem afoiteza.
Queria ter uma alma nova.
Decidida, capaz de tudo ousar.
Nunca esta que tanto conheço, compassiva, torturada, de trazer por casa.
A alma que eu queria e devia ter...
Era uma alma asselvajada, impoluta, nova, nova, nova, nova!


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Via Ana Nazário e Eulália Valentim
MULHERES
Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.
Elas andam sem novos sapatos para que as
suas crianças os possam ter
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.
Elas choram quando as suas crianças adoecem
e se alegram quando as suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.
PABLO NERUDA
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2017941414887587&set=a.2017941394887589.1073742036.100000152439363&type=3&theater
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2017
http://www.pcp.pt/8-de-marco-dia-internacional-da-mulher-uma-data-com-historia-um-dia-para-assinalar-compromissos-de
O PCP assinala o Dia Internacional da Mulher levando a cabo um conjunto de acções que decorrerá em todo o País, entre os dias 8 e 12 de Março, suportado na distribuição de um folheto.
A mensagem que nesta data o PCP dirige às mulheres recorda as razões que levaram à proclamação do Dia Internacional da Mulher, em 1910, associando-as à luta das mulheres no tempo presente pelo cumprimento da igualdade, na lei e na vida.
Assinalamos os nossos compromissos de todos os dias, e da luta das mulheres pela necessária mudança das suas vidas, exigindo o direito ao trabalho com direitos, a valorização do seu estatuto socioprofissional e progressão na profissão, o direito a ter tempo para trabalhar e para descansar, tempo para a família e filhos, tempo para participar na vida social, política, cultural e desportiva.
Queremos também saudar todos, e todas, que a partir das organizações unitárias – designadamente os sindicatos, a CGTP-IN, o Movimento Democrático de Mulheres, entre outras organizações –, irão assinalar esta data com a convicção de não poder continuar a ser adiado o cumprimento da igualdade, nas múltiplas dimensões da vida das mulheres, o direito de exercer direitos próprios indissoluvelmente ligados à concretização de um caminho de justiça e progresso social de que o Povo e o País precisam.

Em defesa dos direitos das Mulheres

Pôr fim à política de exploração e empobrecimento

Ao longo das últimas décadas, com particular intensidade nos últimos quatro anos, a política de direita gerou um profundo retrocesso nas condições de vida e de trabalho, na produção nacional, no emprego, nos salários, nos direitos, degradou os serviços públicos e importantes funções sociais do Estado.
As consequências estão à vista – a gravíssima situação das mulheres no mundo do trabalho – como demonstram as mais elevadas taxas de desemprego, de desemprego jovem, de desemprego de licenciadas, a precariedade dos vínculos laborais, o trabalho a tempo parcial, os salários mais baixos, as discriminações salariais e em função da maternidade. Esta é a realidade que afecta a grande maioria das mulheres, empregadas e desempregadas.
Uma realidade que se reflecte em outras dimensões da vida das mulheres, com crescentes dificuldades em articular a vida pessoal, familiar e profissional, devidas à desregulação dos horários de trabalho, ao número crescente das que trabalham por turnos, aos Sábados e Domingos, à maior sobrecarga na vida familiar/doméstica resultante da brutal perda de rendimento das famílias, o tempo despendido nas deslocações entre local de trabalho e residência.
Aumentou a incidência da pobreza entre as mulheres: desempregadas que não conseguem nem trabalho, nem o subsídio de desemprego; trabalhadoras que trabalhando têm salários muito baixos; reformadas com uma vida inteira de trabalho mas com pensões de miséria; mulheres com deficiência sem emprego e sem protecção social; o congelamento e cortes nas prestações sociais –o rendimento social de inserção, o abono de família, o complemento solidário para idosos, o abono pré-natal, subsídio social de desemprego entre outros. Milhares são forçadas a emigrar – outras “passam” a “inactivas” (na estatística) quando na prática a maioria desistiu de procurar emprego ou sobrevive naeconomia paralela.
Dar resposta aos problemas mais sentidos pelas mulheres:
O PCP afirma com verdade, e com convicção, que a vida das mulheres não tem que ser assim, e intervém no actual quadro político para que sejam concretizadas medidas de reposiçãode direitos erendimentos roubados pelo PSD/CDS, cuja derrota nas eleições de 4 de Outubro e o seu afastamento do governo impediu que continuasse o seu projecto de mais exploração e empobrecimento do País.
O PCP tem desenvolvido intensa actividade, designadamente na Assembleia da República, para dar resposta a problemas mais sentidos pelas mulheres que constituem a grande parte dos trabalhadores e do Povo Português.
Valorizando as medidas positivas que têm vindo a ser tomadas, e para as quais o PCP assumiu um papel determinante, ainda que muitas delas estejam aquém das suas propostas e, sobretudo, de responderemcomo se impunha a uma ruptura com a politica de direita.
Entre elas destacam-se:
- A reposição da lei da interrupção voluntária da gravidez, eliminando os mecanismos de chantagem e de imposição de taxas moderadoras nos serviços de saúde. Uma reposição que obrigou a duas votações na Assembleia da República num espaço de três meses, em resultado do veto de Cavaco Silva que, em final de mandato, pretendeu sobrepor a posição obscurantista do PSD e do CDS, sobre a vontade expressa numa lei que resultou do referendo de 2007 ecuja reposiçãofoi expressão da vontade da Assembleia da República.
A reposição de uma lei indissociável da efectivação do direito da mulher à saúde, e à saúde sexual e reprodutiva, que encontra ainda sinais positivos nas medidas que estão a ser tomadas de reforço dos cuidados primários de saúde, na contratação de médicos, e na redução de custos para os utentes com a redução das taxas moderadoras para grupos específicos.
- A eliminação dos cortes salariais aos trabalhadores da Administração Pública que vigoraram até Dezembro de 2015, a abertura de caminho para a reposição e fixação do horário de trabalho nas 35 horas, a revogação das medidas lesivas da dignidade dos professores; a reposição dos feriados roubados, a redução da sobretaxa do IRS, na base da progressividade e sua eliminação em 2017, a protecção da morada de família face a penhoras decorrentes de execuções fiscais, aumento do salário mínimo nacional para 530 euros (ainda que aquém dos 600 euros propostos pelo PCP), o aumento e majoração do abono de família, do rendimento social de inserção e do complemento solidário para idosos.
Entretanto, consciente de que é preciso ir mais longe na resposta aos problemas concretos, o PCP toma a iniciativa na Assembleia da República visando: o alargamento da atribuição do subsídio social de desemprego, o aumento real das reformas e pensões, o combate à precariedade laboral, a revogação do regime de requalificação na Administração Pública, a suspensão dos aumentos das rendas e dos despejos, e regime de renda apoiada, a contratação de bolseiros de investigação científica, na contratação efectiva com vínculos públicos de docentes do ensino superior, bem como, o caminho para a aplicação progressiva do horário de trabalho de 35 horas a todos os trabalhadores.

Agir contra as discriminações

O PCP há muito que tem vindo a apresentar propostas visando a adopção de mecanismos eficazes de combate e penalização das discriminações salariais, e em função da maternidade e paternidade nos locais de trabalho.
Em resultado de algumas destas iniciativas legislativas foram aprovadas, na anterior legislatura, um conjunto de Resoluções a que o anterior governo PSD/CDS não deu qualquer andamento.
Destacam-se as que foram aprovadas visando o reforço dos instrumentos para defesa e valorização efectiva dos direitos das mulheres no mundo do trabalho (Resolução AR nº 48/2013); o combate às discriminações salariais, directas e indirectas (45/2013); o combate ao empobrecimento e à agudização da pobreza entre as mulheres (47/2013); o reforço dos meios da Autoridade para as Condições de Trabalho e a criação de um Plano de combate às discriminações em função da maternidade e paternidade (115/2015). O PCP irá continuar a intervir para que seja dada concretização a aspectos fundamentais nelas contidas, em que se destaca:
- Adopção de um Plano Nacional de Combate às discriminações directas e indirectas através da intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no emprego (CITE) dando prioridade à acção inspectiva.
- Elaboração de um Plano Nacional de Combate às discriminações em função da maternidade e paternidade a implementar no âmbito da acção inspectiva e punitiva, pela ACT e CITE.
- Fiscalização anual da conduta laboral das empresas que aderem ao Acordo de Adesão no âmbito do Fórum de Empresas para a Igualdade de Género, nomeadamente no que concerne à valorização dos salários e complementos remuneratórios, eliminação das discriminações directas e indirectas; respeito e cumprimento dos direitos de maternidade e paternidade; garantia do direito de articulação da vida pessoal, familiar e profissional, e respeito pela contratação colectiva.
- Melhoria dos instrumentos de análise da situação das mulheres, designadamente quanto à sua situação laboral, com desagregação pelos diversos sectores de actividade e categorias, grupos etários, níveis salariais e diferenças salariais entre mulheres e homens.

Cumprir a igualdade na lei e na vida

O PCP considera que as promessas em torno das políticas de igualdade de sucessivos governos subordinadas às orientações da União Europeia, não visam servir a justa aspiração das mulheres à igualdade como enganadoramente pretendem fazer crer. Pelo contrário, são instrumentos de ocultação dos negativos impactos da política de direita no agravamento das desigualdades e discriminações que pesam sobre as mulheres.
Honrando os seus compromissos, o PCP continuará a intervir na defesa dos direitos das mulheres e da sua luta emancipadora dando prioridade a uma política de promoção da igualdade inseparável da ruptura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda assente na:
- Efectivação do direito das mulheres ao trabalho com direitos, e a sua participação em igualdade em todos os sectores de actividade;
- Aplicação progressiva do horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores;
- Valorização dos salários e no efectivo combate às discriminações salariais, directas e indirectas;
- Garantia da protecção da maternidade e paternidade no âmbito laboral, da saúde e da segurança social;
- Garantia da universalidade do abono de família a todas as crianças e jovens;
- Criação de rede pública de creches, de qualidade e a preços acessíveis;
- Promover a protecção às mulheres vítimas de violência, aumentando os meios do Estado necessários a uma resposta efectiva nesta área e intervir nas múltiplas causas que têm contribuído para o crescimento deste flagelo;
- Adopção de um Plano de Combate à Exploração na Prostituição porque a prostituição não é uma opção, é uma aviltante violação dos direitos das mulheres;
- Promoção da mudança de atitudes e mentalidades que contrariem concepções assentes na subalternização do papel das mulheres na família, no trabalho e na sociedade, do mais forte sobre o mais frágil, patente na violência exercida sobre mulheres e crianças e que reflectem relações de poder na sociedade determinada pelo domínio das classes dominantes sobre as classes exploradas;

- Promoção de campanhas de informação sobre os direitos das mulheres, ancoradas nos valores de Abril e nos princípios e direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa.
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2016
folheto
http://www.pcp.pt/sites/default/files/documentos/20160308_folheto_8_marco.pdf
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http://www.pcp.pt/8-de-marco-dia-internacional-da-mulher-uma-data-com-historia-um-dia-para-assinalar-compromissos-de
O PCP assinala o Dia Internacional da Mulher levando a cabo um conjunto de acções que decorrerá em todo o País, entre os dias 8 e 12 de Março, suportado na distribuição de um folheto.
A mensagem que nesta data o PCP dirige às mulheres recorda as razões que levaram à proclamação do Dia Internacional da Mulher, em 1910, associando-as à luta das mulheres no tempo presente pelo cumprimento da igualdade, na lei e na vida.
Assinalamos os nossos compromissos de todos os dias, e da luta das mulheres pela necessária mudança das suas vidas, exigindo o direito ao trabalho com direitos, a valorização do seu estatuto socioprofissional e progressão na profissão, o direito a ter tempo para trabalhar e para descansar, tempo para a família e filhos, tempo para participar na vida social, política, cultural e desportiva.
Queremos também saudar todos, e todas, que a partir das organizações unitárias – designadamente os sindicatos, a CGTP-IN, o Movimento Democrático de Mulheres, entre outras organizações –, irão assinalar esta data com a convicção de não poder continuar a ser adiado o cumprimento da igualdade, nas múltiplas dimensões da vida das mulheres, o direito de exercer direitos próprios indissoluvelmente ligados à concretização de um caminho de justiça e progresso social de que o Povo e o País precisam.

Em defesa dos direitos das Mulheres

Pôr fim à política de exploração e empobrecimento

Ao longo das últimas décadas, com particular intensidade nos últimos quatro anos, a política de direita gerou um profundo retrocesso nas condições de vida e de trabalho, na produção nacional, no emprego, nos salários, nos direitos, degradou os serviços públicos e importantes funções sociais do Estado.
As consequências estão à vista – a gravíssima situação das mulheres no mundo do trabalho – como demonstram as mais elevadas taxas de desemprego, de desemprego jovem, de desemprego de licenciadas, a precariedade dos vínculos laborais, o trabalho a tempo parcial, os salários mais baixos, as discriminações salariais e em função da maternidade. Esta é a realidade que afecta a grande maioria das mulheres, empregadas e desempregadas.
Uma realidade que se reflecte em outras dimensões da vida das mulheres, com crescentes dificuldades em articular a vida pessoal, familiar e profissional, devidas à desregulação dos horários de trabalho, ao número crescente das que trabalham por turnos, aos Sábados e Domingos, à maior sobrecarga na vida familiar/doméstica resultante da brutal perda de rendimento das famílias, o tempo despendido nas deslocações entre local de trabalho e residência.
Aumentou a incidência da pobreza entre as mulheres: desempregadas que não conseguem nem trabalho, nem o subsídio de desemprego; trabalhadoras que trabalhando têm salários muito baixos; reformadas com uma vida inteira de trabalho mas com pensões de miséria; mulheres com deficiência sem emprego e sem protecção social; o congelamento e cortes nas prestações sociais –o rendimento social de inserção, o abono de família, o complemento solidário para idosos, o abono pré-natal, subsídio social de desemprego entre outros. Milhares são forçadas a emigrar – outras “passam” a “inactivas” (na estatística) quando na prática a maioria desistiu de procurar emprego ou sobrevive naeconomia paralela.
Dar resposta aos problemas mais sentidos pelas mulheres:
O PCP afirma com verdade, e com convicção, que a vida das mulheres não tem que ser assim, e intervém no actual quadro político para que sejam concretizadas medidas de reposiçãode direitos erendimentos roubados pelo PSD/CDS, cuja derrota nas eleições de 4 de Outubro e o seu afastamento do governo impediu que continuasse o seu projecto de mais exploração e empobrecimento do País.
O PCP tem desenvolvido intensa actividade, designadamente na Assembleia da República, para dar resposta a problemas mais sentidos pelas mulheres que constituem a grande parte dos trabalhadores e do Povo Português.
Valorizando as medidas positivas que têm vindo a ser tomadas, e para as quais o PCP assumiu um papel determinante, ainda que muitas delas estejam aquém das suas propostas e, sobretudo, de responderemcomo se impunha a uma ruptura com a politica de direita.
Entre elas destacam-se:
- A reposição da lei da interrupção voluntária da gravidez, eliminando os mecanismos de chantagem e de imposição de taxas moderadoras nos serviços de saúde. Uma reposição que obrigou a duas votações na Assembleia da República num espaço de três meses, em resultado do veto de Cavaco Silva que, em final de mandato, pretendeu sobrepor a posição obscurantista do PSD e do CDS, sobre a vontade expressa numa lei que resultou do referendo de 2007 ecuja reposiçãofoi expressão da vontade da Assembleia da República.
A reposição de uma lei indissociável da efectivação do direito da mulher à saúde, e à saúde sexual e reprodutiva, que encontra ainda sinais positivos nas medidas que estão a ser tomadas de reforço dos cuidados primários de saúde, na contratação de médicos, e na redução de custos para os utentes com a redução das taxas moderadoras para grupos específicos.
- A eliminação dos cortes salariais aos trabalhadores da Administração Pública que vigoraram até Dezembro de 2015, a abertura de caminho para a reposição e fixação do horário de trabalho nas 35 horas, a revogação das medidas lesivas da dignidade dos professores; a reposição dos feriados roubados, a redução da sobretaxa do IRS, na base da progressividade e sua eliminação em 2017, a protecção da morada de família face a penhoras decorrentes de execuções fiscais, aumento do salário mínimo nacional para 530 euros (ainda que aquém dos 600 euros propostos pelo PCP), o aumento e majoração do abono de família, do rendimento social de inserção e do complemento solidário para idosos.
Entretanto, consciente de que é preciso ir mais longe na resposta aos problemas concretos, o PCP toma a iniciativa na Assembleia da República visando: o alargamento da atribuição do subsídio social de desemprego, o aumento real das reformas e pensões, o combate à precariedade laboral, a revogação do regime de requalificação na Administração Pública, a suspensão dos aumentos das rendas e dos despejos, e regime de renda apoiada, a contratação de bolseiros de investigação científica, na contratação efectiva com vínculos públicos de docentes do ensino superior, bem como, o caminho para a aplicação progressiva do horário de trabalho de 35 horas a todos os trabalhadores.

Agir contra as discriminações

O PCP há muito que tem vindo a apresentar propostas visando a adopção de mecanismos eficazes de combate e penalização das discriminações salariais, e em função da maternidade e paternidade nos locais de trabalho.
Em resultado de algumas destas iniciativas legislativas foram aprovadas, na anterior legislatura, um conjunto de Resoluções a que o anterior governo PSD/CDS não deu qualquer andamento.
Destacam-se as que foram aprovadas visando o reforço dos instrumentos para defesa e valorização efectiva dos direitos das mulheres no mundo do trabalho (Resolução AR nº 48/2013); o combate às discriminações salariais, directas e indirectas (45/2013); o combate ao empobrecimento e à agudização da pobreza entre as mulheres (47/2013); o reforço dos meios da Autoridade para as Condições de Trabalho e a criação de um Plano de combate às discriminações em função da maternidade e paternidade (115/2015). O PCP irá continuar a intervir para que seja dada concretização a aspectos fundamentais nelas contidas, em que se destaca:
- Adopção de um Plano Nacional de Combate às discriminações directas e indirectas através da intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) e da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no emprego (CITE) dando prioridade à acção inspectiva.
- Elaboração de um Plano Nacional de Combate às discriminações em função da maternidade e paternidade a implementar no âmbito da acção inspectiva e punitiva, pela ACT e CITE.
- Fiscalização anual da conduta laboral das empresas que aderem ao Acordo de Adesão no âmbito do Fórum de Empresas para a Igualdade de Género, nomeadamente no que concerne à valorização dos salários e complementos remuneratórios, eliminação das discriminações directas e indirectas; respeito e cumprimento dos direitos de maternidade e paternidade; garantia do direito de articulação da vida pessoal, familiar e profissional, e respeito pela contratação colectiva.
- Melhoria dos instrumentos de análise da situação das mulheres, designadamente quanto à sua situação laboral, com desagregação pelos diversos sectores de actividade e categorias, grupos etários, níveis salariais e diferenças salariais entre mulheres e homens.

Cumprir a igualdade na lei e na vida

O PCP considera que as promessas em torno das políticas de igualdade de sucessivos governos subordinadas às orientações da União Europeia, não visam servir a justa aspiração das mulheres à igualdade como enganadoramente pretendem fazer crer. Pelo contrário, são instrumentos de ocultação dos negativos impactos da política de direita no agravamento das desigualdades e discriminações que pesam sobre as mulheres.
Honrando os seus compromissos, o PCP continuará a intervir na defesa dos direitos das mulheres e da sua luta emancipadora dando prioridade a uma política de promoção da igualdade inseparável da ruptura com a política de direita e a concretização de uma política patriótica e de esquerda assente na:
- Efectivação do direito das mulheres ao trabalho com direitos, e a sua participação em igualdade em todos os sectores de actividade;
- Aplicação progressiva do horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores;
- Valorização dos salários e no efectivo combate às discriminações salariais, directas e indirectas;
- Garantia da protecção da maternidade e paternidade no âmbito laboral, da saúde e da segurança social;
- Garantia da universalidade do abono de família a todas as crianças e jovens;
- Criação de rede pública de creches, de qualidade e a preços acessíveis;
- Promover a protecção às mulheres vítimas de violência, aumentando os meios do Estado necessários a uma resposta efectiva nesta área e intervir nas múltiplas causas que têm contribuído para o crescimento deste flagelo;
- Adopção de um Plano de Combate à Exploração na Prostituição porque a prostituição não é uma opção, é uma aviltante violação dos direitos das mulheres;
- Promoção da mudança de atitudes e mentalidades que contrariem concepções assentes na subalternização do papel das mulheres na família, no trabalho e na sociedade, do mais forte sobre o mais frágil, patente na violência exercida sobre mulheres e crianças e que reflectem relações de poder na sociedade determinada pelo domínio das classes dominantes sobre as classes exploradas;

- Promoção de campanhas de informação sobre os direitos das mulheres, ancoradas nos valores de Abril e nos princípios e direitos consagrados na Constituição da República Portuguesa.
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URGE TER MEMÓRIA
"No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Objetivo da Data

Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história."

Hoje e todos os dias, celebremos porque o Dia da Mulher é todos os dias, não apenas no dia 08 de março!
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TODOS OS DIAS

Hoje é dia da Mulher. Ontem foi dia da Mulher. Amanhã
será dia da Mulher. Enquanto houver dias. Enquanto
houver Mulheres.
Joaquim Pessoa
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MULHERES

Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.


PABLO NERUDA

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Conferência de Imprensa, Fernanda Mateus, membro da Comissão Política do Comité Central, Lisboa

Dia Internacional da Mulher – 8 de Março. Um dia para assinalar uma luta de todos os dias


O PCP assinala o Dia Internacional da Mulher com a realização, nos dias 6, 7 e 8 de Março, de um conjunto de acções em diversas zonas do País que dará às mulheres a oportunidade de colocarem os seus problemas e anseios, ao mesmo tempo que exortará a ampliarem a sua luta pela participação em igualdade, numa sociedade mais justa, num país soberano.
O PCP, valorizando o conjunto de acções a ter lugar no plano unitário que afirmem as reivindicações e a luta das mulheres, não deixará, no quadro das suas próprias realizações, de se afirmar como partido da emancipação social das mulheres, dando também, no âmbito da campanha de recrutamento em curso, especial atenção ao recrutamento de mulheres.
O PCP exorta as mulheres a comemorarem o 8 de Março em luta, em convívio, em festa, como um dia de afirmação da sua luta de todos os dias, porque não há igualdade de direitos para as mulheres num país debilitado no plano económico, onde alastra o empobrecimento e o retrocesso social.
A Revolução de Abril, cujo 40.º aniversário se assinala este ano, inaugurou um tempo de direitos para as mulheres, no trabalho, na família, no ensino, na saúde, na vida política e social. Uma revolução que pôs fim à ausência de direitos das mulheres imposta pelo fascismo, que colocou na ordem dia o direito à igualdade, a luta contra preconceitos e ideias retrógradas acerca da mulher e a exigência do fim das discriminações. A Constituição da República, lei fundamental do País, reconheceu o princípio da igualdade jurídica e da igualdade de oportunidades e interditou quaisquer discriminações por razões do sexo.
Quarenta anos após a Revolução de Abril está colocada na ordem do dia a luta pelos direitos das mulheres, conquistas recentes na história de Portugal que urge defender para que as actuais e as futuras gerações de mulheres vejam efectivado o direito à igualdade na lei e na vida.
O 8 de Março de 2014 assinala-se num tempo marcado por um ataque sem precedentes às condições de vida e de trabalho e aos direitos das mulheres. Uma ofensiva inseparável das políticas de direita que compromete e responsabiliza o PS, o PSD e o CDS-PP, que semeia injustiças e desigualdades sociais na sociedade portuguesa, arrastando consigo o regresso às discriminações das mulheres no trabalho, na maternidade, na família e na sociedade em geral. A legislação que consagra a igualdade não é cumprida.
Política de direita que, nos últimos três anos – a pretexto da crise, do défice das contas públicas e da dívida –, assente no empobrecimento generalizado dos trabalhadores e da população portuguesa é responsável pelo aumento do número de mulheres que estão impedidas na prática de exercer direitos fundamentais conquistados após o 25 de Abril e plasmados na Constituição da República Portuguesa:
- Mulheres que integram o exército de trabalhadores que estão a ser despedidos, forçados ao desemprego, sem direito a emprego estável e a um salário digno, que caem nas malhas da precariedade laboral, das empresas de aluguer de mão-de-obra, ou na economia clandestina;
- trabalhadoras que «acumulam» trabalhos para ao fim do mês, sem quase verem os filhos, receberem um salário de miséria;
- trabalhadoras do comércio e das grandes superfícies que trabalham sábados, domingos e feriados como se a sua vida pessoal e familiar não tivesse qualquer valor;
- enfermeiras penalizadas pela desregulação dos horários de trabalho que atenta contra os seus direitos laborais e que põe em causa o direito a conciliarem a vida familiar e profissional;
- trabalhadoras da Administração Pública, local e central, a quem são impostos uma brutal redução de salários, a anulação de direitos de protecção social e o aumento do horário de trabalho;
- milhares de mulheres que são consideradas «velhas demais» para obter emprego estável e «novas demais» para se reformar;
- milhares de mulheres que esticam pensões de miséria para alimentarem e cuidarem de pais, filhos e netos;
- trabalhadoras de diversas idades e qualificações e de diferentes sectores de actividade que são penalizadas pelos baixos salários, pelas discriminações salariais, directas e indirectas, pela desvalorização das suas competências e saberes;
- mulheres que, em desespero, são atiradas para a prostituição e que alguns pretendem associar a acto de livre escolha, ou a designar como prostituição consentida;
- aumento de outras formas de violência sobre mulheres, crianças e idosos em resultado do aumento das situações de desespero face à ausência de saídas para a situação de carência económica em que se encontram milhares de famílias e do aumento dos problemas de saúde mental.
As recentes promessas do actual Primeiro-Ministro em torno das políticas de natalidade ocultam que a política de direita é responsável pelo desrespeito pela função social da maternidade e paternidade e pelo incumprimento dos direitos que lhe estão inerentes.
Promessas que, cinicamente, colidem com uma realidade marcada:
- Pela desregulação e aumento dos horários de trabalho, pela intensificação dos ritmos de trabalho que impedem a efectivação do direito dos trabalhadores a serem mães e pais com direitos, e sem tempo para o apoio aos filhos ao longo do seu crescimento;
- pela redução dos salários e dos apoios sociais, responsável pelo aumento da pobreza nas famílias e pela pobreza infantil (54,5% das crianças que vivem em famílias com rendimentos inferiores a 628 euros);
- pela negação às mulheres da liberdade de decidir o momento e o número de filhos que desejam ter. Jovens que são discriminadas no acesso ao primeiro emprego porque podem decidir engravidar; crescentes pressões económicas e laborais para as trabalhadoras não gozarem a licença de maternidade na totalidade; trabalhadoras em situação precária sem direito à licença de maternidade;
- pela falta de vagas em creches, infantários e noutros equipamentos de apoio à família, como resultado da privatização da rede de equipamentos sociais e pelas mensalidades elevadas para as famílias das classes trabalhadoras e populares;
- pela destruição da universalidade do abono de família a crianças e jovens e pela redução de um conjunto de apoios sociais à maternidade e à família.
A demagogia do Governo em torno da «natalidade» esconde a defesa de políticas públicas alicerçadas no regresso a concepções retrógradas, ou seja transferir a responsabilidade da renovação das gerações exclusivamente para a família e para a mulher, e na desresponsabilização do Estado, das entidades patronais e de toda a sociedade para com a função social da maternidade e da paternidade.
Em defesa da igualdade ampliar a luta das mulheres, demitir o Governo, derrotar a política de direita.
Por tudo isto o PCP apela às mulheres para que assumam, com confiança e determinação, a luta em defesa dos seus direitos, pela sua participação em igualdade porque eles são expressão de justiça social, de defesa de uma conquista que é sua e de toda a sociedade; porque atacar os direitos das mulheres é pôr em causa os direitos dos trabalhadores e do povo português, é atacar o regime democrático.
A exigência das mulheres em viver em igualdade impõe a ampliação da sua luta pela demissão do actual Governo, pela ruptura com a política de direita, como o PCP propõe, para que sejam retomados os valores de Abril no futuro de Portugal e efectivados os direitos de participação das mulheres em igualdade no trabalho, na família, na vida social, política, cultural e desportiva.
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Dia Nacional da Igualdade Salarial
6março2014
https://www.youtube.com/watch?v=CLqbvbvijts&feature=youtube_gdata
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https://www.youtube.com/watch?v=nH1hrMldeGc
Rita Rato é uma grande deputada do PCP

Na declaração política que o PCP levou hoje à tribuna da Assembleia da República, Rita Rato afirmou que no Dia Nacional da Igualdade Salarial registamos que a política de direita que tem destruído o país e a vida dos portugueses é a política do agravamento das desigualdades, que atingem os trabalhadores, as mulheres, os jovens, as pessoas com deficiência.
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https://www.facebook.com/sagradofeminino/photos/a.123337764402281.20949.112831622119562/447885781947476/?type=1&relevant_count=1
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

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Se existe facto que celebrizou internacionalmente Clara Zetkin (1857-1933) foi sem dúvida a proposta de criação de um Dia Internacional da Mulher, apresentada em 1910, na 2.ª Conferência Internacional de Mulheres.
Mas a acção política desta revolucionária alemã, que se tornou uma prestigiada e influente dirigente do movimento comunista alemão, da II Internacional e da Internacional Comunista, foi bem mais vasta e rica em defesa dos direitos das mulheres e pela sua emancipação social.

No plano teórico, Clara Zetkin assimilou e divulgou a matriz política e ideológica legada por Marx, Engels e por Lénine, e o conjunto dos seus escritos integra, amplia e enriquece o património do marxismo-leninismo quanto à situação da mulher na sociedade, sobre a situação da mulher no capitalismo e sobre a revolução socialista como resposta à aspiração de emancipação social da mulher.
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7mar2012

Conferência de Imprensa, Fernanda Mateus, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP , em Lisboa

Pacto de Agressão: em marcha os velhos itinerários de desigualdade e discriminação das mulheres

A comemoração do 8 de Março tem lugar num quadro da mais violenta ofensiva contra os direitos das mulheres e a sua luta emancipadora. Cada medida imposta por via do Pacto de Agressão aprofunda o abismo entre a aspiração da larga maioria das mulheres em afirmar o seu papel, os seus saberes e capacidades – no plano profissional, social e cultural – e o agravamento de forma brutal das suas condições de vida e de trabalho, associado ao seu crescente empobrecimento, nomeadamente das mulheres oriundas das classes trabalhadoras e populares.
A troika nacional (PS, PSD e CDS-PP) e a troika internacional (BCE, UE, FMI), a pretexto da «crise» e dos «compromissos de Portugal com os credores», estão a penalizar o povo e o país por uma crise (do sistema capitalista) de que não são responsáveis. As mulheres portuguesas têm, por isso, razões comuns à generalidade dos portugueses para rejeitar o Pacto de Agressão, mas têm, igualmente, fortes razões ligadas à sua situação e aos seus direitos específicos: está em curso uma acelerada marcha de «institucionalização» dos velhos e recorrentes itinerários de desigualdade e discriminação das mulheres (por razões de classe e de sexo) no trabalho, na família, na vida social e política. Trata-se de um salto qualitativo na política de direita realizada nas últimas décadas por sucessivos governos, uma política que consubstancia um processo de liquidação de valores, direitos e conquistas das mulheres portuguesas alcançados após a Revolução de Abril e plasmados na Constituição da República.
Pela sua gravidade, o PCP destaca neste 8 de Março os seguintes aspectos que só pela luta, e em particular pela luta das mulheres, podem ser travados:
1.º – O afastamento de milhares de mulheres do mercado de trabalho que, aprisionadas ao desemprego forçado, vêem negados o direito ao trabalho – condição essencial à efectivação da igualdade de direitos –, à sua independência económica e à sua realização profissional. Um afastamento traduzido numa taxa de desemprego feminino, que em sentido lato atinge 21,8% de mulheres; cerca de 57,7% dos inactivos disponíveis para trabalhar são mulheres e em que 37,3% são jovens.
2.º – O agravamento da desigualdade e discriminação das mulheres no mercado de trabalho não obstante o aumento desta participação – 47,1% da população activa e 47% do emprego total em Portugal – e que pode ser identificado nos seguintes aspectos:
Na ampliação de uma «nova geração de trabalhadoras» sem direitos que fica aprisionada nas malhas da precariedade laboral, nas suas múltiplas formas: cerca de 24,5% das trabalhadoras têm vínculo precário (face a uma taxa média de 22,8%), uma situação que se agrava para as mais jovens quando 60,9% das jovens dos 15 aos 24 anos e 34% dos 25 aos 34 anos não têm emprego estável.
Na acentuação dos baixos salários das mulheres e das discriminações salariais. Entre Outubro de 2007 e Outubro de 2010 aumentou o número de trabalhadoras a receber o salário mínimo nacional (de 8,8% para 14,4%), o que significa um salário líquido de 432 euros, ou seja abaixo do limar da pobreza, e cerca de 40% das trabalhadoras auferem um salário mensal de apenas 500 euros. As diferenças salariais entre mulheres e homens chegam a superar os 30%, realidade que atravessa os diversos sectores de actividade. Entretanto, quanto mais elevada é a qualificação maior é a discriminação a nível de remunerações, chegando a diferir 26,1% no caso dos quadros superiores da admnistração pública, dirigentes e quadros superiores de empresas (Quadros de Pessoal 2009).
Destaca-se, entretanto, a persistência nas discriminações salariais indirectas entre mulheres e homens que, intervindo no mesmo processo produtivo e tendo categorias diferentes, executam um trabalho de igual valor. São disso exemplo, entre outros: uma operadora especializada na peixaria de uma grande superfície que ganha menos 84 euros do que o oficial de carnes especializado, ou a escolhedora de rolhas, no sector da cortiça, que ganha menos 46,83 euros do que o escolhedor de prancha.
3.º – A negação do direito das trabalhadoras a serem mães sem penalizações, o que, assumindo dimensões e expressões diferenciadas, tem como denominador comum a desresponsabilização do Estado e das entidades patronais para com a renovação das gerações e para com os direitos de maternidade e paternidade. Muitos exemplos poderiam ser dados mas recordamos apenas alguns: o adiamento da decisão de ter filhos face à instabilidade laboral; as crescentes pressões (directas e indirectas) para que as trabalhadoras abdiquem de exercer a licença de maternidade na totalidade; os cortes em importantes prestações sociais de apoio à família (abono de família, subsídio pré-natal, etc. ).
Pacto de Agressão e alterações à legislação laboral: Trabalhar mais por menos dinheiro, mais discriminações das trabalhadoras
O pacote de alterações à legislação laboral, apresentado pelo Governo PSD/CDS-PP na Assembleia da República no seguimento do acordo do Governo/associações patronais/UGT, representa uma inaceitável agressão aos direitos dos trabalhadores: promove o trabalho forçado e não pago, a tentativa de eliminação de feriados e dias de férias, o aumento do horário de trabalho até 12 horas por dia e 60 horas semanais (banco de horas), e a facilitação e o embaratecimento dos despedimentos. É um caminho que propicia, favorece e facilita a «institucionalização» das desigualdades e discriminações específicas das mulheres visando uma inaceitável regressão na sua condição de trabalhadora. Uma regressão que, a não ser travada, se refletirá muito negativamente em acrescidas dificuldades na organização da vida familiar e no apoio aos filhos, e em novos condicionamentos ao direito a terem tempo para si e para participar na vida social, política e cultural.
O que está em marcha com o Pacto de Agressão e com as alterações à legislação laboral está em «contra ciclo» com os interesses do país e com a reiterada vontade de sucessivas gerações de mulheres em terem o direito ao trabalho com direitos, a verem valorizados os seus salários e a sua progressão na profissão e em serem mães e trabalhadoras com direitos. Os subscritores e executores das medidas de austeridade – o PS, o PSD e o CDS-PP – ocultam e omitem as suas devastadoras consequências no desenvolvimento e expansão do empobrecimento e da pobreza enquanto fenómeno estrutural da sociedade portuguesa com gravíssimos reflexos na negação de direitos fundamentais às mulheres das classes trabalhadoras e populares.
O PCP saúda as organizações do movimento de mulheres que em Portugal, e face à brutal ofensiva contra os direitos das mulheres, empenham o melhor dos seus esforços para que as comemorações do 8 de Março de 2012 representem uma importante jornada de mobilização das mulheres portuguesas para que assumam nas suas mãos a luta em defesa dos seus direitos.
Neste 8 de Março, o PCP saúda as mulheres que se assumem como sujeitos activos na intensa luta que se trava no nosso país – nas empresas e locais de trabalho, nas cidades e nos campos – contra a exploração, o empobrecimento e o retrocesso social. Uma luta que mostra que as mulheres não calam, não consentem, nem se resignam perante o Pacto de Agressão e as alterações à legislação laboral, que representam um inaceitável «ajuste de contas» com os valores, direitos e conquistas das mulheres e com a sua luta emancipadora.
No dia 8 de Março, o PCP leva a cabo por todo o país um vasto conjunto de acções de distribuição do seu folheto às mulheres, e em especial às trabalhadoras, em que afirmará a confiança no papel da sua luta em defesa dos seus direitos. Uma acção que apelará a uma forte adesão das trabalhadoras, do sector público e privado, na Greve Geral de 22 de Março, convocada pela CGTP-IN. Porque é pela luta que as mulheres defendem os seus direitos.
Na Assembleia da República, o PCP destacará no dia 8 de Março as razões pelas quais apresenta um Projecto de Resolução de valorização do trabalho e dos salários das mulheres e de combate às discriminações salariais, directas e indirectas.
O PCP entregará na Assembleia da República um Projecto de Resolução relativo ao empobrecimento e pobreza entre as mulheres, visando proceder a uma rigorosa avaliação dos impactos do Pacto de Agressão no agravamento da pobreza em Portugal e nas suas incidências, em particular nas mulheres e nas crianças. O PCP reafirma, nas comemorações desta data, o seu empenho na luta pela efectivação do direito à igualdade das mulheres, na lei e na vida, e pela sua emancipação social.
É na luta pela exigência de ruptura com a política de direita e na construção de uma política alternativa que o PCP preconiza, que se poderá dar êxito a um Portugal com futuro que efective:
O direito ao trabalho com direitos, o direito a serem mães e trabalhadoras sem penalizações, o combate ao desemprego e às diversas formas de precariedade; a qualidade de vida e uma mais justa repartição do rendimento a favor das trabalhadoras, das reformadas, das deficientes e imigrantes, com a valorização dos salários, das reformas e o reforço da sua protecção social (saúde e segurança social); garantia do direito e articulação da sua vida profissional, pessoal e familiar; reforço da participação social e política, eliminando os factores económicos, sociais, políticos e culturais que condicionam essa participação a partir dos locais de trabalho e na vida sindical, bem como noutras importantes expressões da vida associativa; implementação de uma rede pública de equipamentos sociais e de apoio à família de qualidade e a preços acessíveis; adopção de medidas de prevenção e combate à violência sobre as mulheres, tanto no plano da violência doméstica como de combate ao tráfico, prostituição e pornografia, e apoio às suas vítimas.
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8mar2012
via oeste online

Pedro Antunes // Edição de 08-03-2012
8 de Março
Mulheres recebem em média menos 20% do que os homens

Foto de arquivo
Em Portugal as mulheres têm uma remuneração média cerca de 20% inferior aos homens, de acordo com os números apresentados pela central sindical CGTP, divulgada no Dia Europeu da Igualdade Salarial, assinalado a 22 de Fevereiro.

A Constituição da República Portuguesa consagra que todos os trabalhadores, sem distinção, têm direito à retribuição do trabalho, segundo ‘o princípio de que para trabalho igual, salário igual’. Mas a realidade em Portugal, é outra”, refere a nota de imprensa.

Segundo alguns dos dados estatísticos recentes (MTSS, Dezembro 2011), tem-se acentuado “as discriminações directas e indirectas e aumentam as desigualdades salariais”, com as mulheres a receberam em média, menos 19% da remuneração base mensal dos homens, ou seja, 831,86 euros e 1.024,42 euros, respectivamente.

Ainda de acordo com esses dados, a percentagem de mulheres que não ganha mais que o salário mínimo nacional (485 euros) é praticamente o dobro da dos homens.

Se tivermos em linha de conta que o salário mínimo nacional, após os descontos legais, se cifra em 432 euros líquidos (abaixo do limiar da pobreza, que é actualmente, 434 euros), significa que um imenso número de trabalhadores, na maioria mulheres, empobrecem diariamente a trabalhar”, salientam.

Por outro lado, a pensão média de velhice das mulheres é de 304 euros e a dos homens é de 516 euros, ou seja, a pensão das mulheres corresponde a 58,9% da dos homens.

O rendimento social de inserção abrange maioritariamente mulheres (52,4% do total).

A CGTP refere ainda a precariedade como a maior causa do desemprego (21% das mulheres trabalhadoras têm vínculos precários) e mais de 60% das jovens entre os 15 e os 24 anos estão nessa situação. As mulheres constituem a maioria dos desempregados em especial dos desempregados de longa duração.

A realidade no nosso país demonstra também que a falta de infra-estruturas de apoio à família obriga, por exemplo, a mulher a trabalhar mais 16 horas por semana, em trabalho não remunerado, de apoio à família”, assinalam ainda.


Governo e Bruxelas querem mais mulheres em lugares de topo


Dias depois deste comunicado, o jornal Expresso divulgou que o governo vai impor a todas as empresas públicas ou do sector empresarial do Estado que tenham mulheres na composição dos seus conselhos de administração e de fiscalização, embora não sejam estipuladas quotas.

Contactada pela agência Lusa, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, explicou que "está em causa conseguir uma representação mais equilibrada de mulheres e de homens nos conselhos de administração das empresas do sector empresarial do Estado".

Esta decisão irá impor "a obrigatoriedade de adopção, por parte dessas empresas, de planos para a igualdade que depois terão de avaliar e dar conta dessa avaliação ao governo semestralmente".

De acordo com a secretária de Estado, o plano passa também por o Estado propor às empresas privadas onde é accionista que adoptem medidas de promoção de igualdade de género, ao mesmo tempo que irá fazer a mesma recomendação às empresas do sector privado cotadas em bolsa.

Segundo a governante, Portugal tem uma posição muito abaixo da média da União Europeia no que diz respeito à presença de mulheres nos centros de decisão económica.

Dados da Comissão para a Igualdade no Trabalho revelam que em Portugal há apenas entre 20 a 30% de mulheres nos cargos de topo e que em 2010 havia apenas 6,2% de mulheres entre os membros do conselho de administração das 20 maiores empresas cotadas em bolsa (PSI 20).

De acordo com a Dinheiro Vivo (www.dinheirovivo.pt), a Comissão Europeia está a planear introduzir quotas para aumentar a proporção de mulheres nos cargos de direcção.

A Comissária de Justiça, Viviane Reding, anunciou na segunda-feira passada os primeiros passos para uma legislação a nível europeu destinada a promover a igualdade de géneros no mundo dos negócios.

Segundo dados comunitários, apenas 13,7% dos membros de direcção em grandes empresas são mulheres, muito abaixo da meta de 40% proposta por Bruxelas.

Muitos países do sul da Europa, como Portugal e Itália, tem taxas muito baixas, de 6%, em contraste com a Escandinávia onde um quarto dos líderes são mulheres.

A Igualdade Salarial será o tema de um debate que se realiza este sábado, 10 de Março a partir das 18h00, na Expowoman (Expoeste), com a presença de Albertina Jordão (Organização Internacional do Trabalho), Teresa Féria (Associação Portuguesa de Mulheres Juristas), Isabel Castanheira (livreira) e Catarina Albergaria (Comissão de Mulheres da União Geral de Trabalhadores da UGT).

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8mar2011
desenho do comunista  Dias Coelho, assassinado à queima-roupa no dia 19Dez1961 pela PIDE

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e
ÁLVARO CUNHAL no PARTIDO COM PAREDES DE VIDRO
UM IDEAL PELO QUAL VALE A PENA LUTAR

Donde nos vem a nós, comunistas portugueses, esta alegria de viver e de lutar?
O que nos leva a considerar a actividade partidária como um aspecto central da nossa vida?
O que nos leva a consagrar tempo, energias, faculdades, atenção, à actividade do Partido?
O que nos leva a defrontar, por motivo das nossas ideias e da nossa luta, todas as dificuldades e perigos, a arrostar perseguições, e, se as condições o impõem, a suportar torturas e condenações e a dar a vida se necessário?
A alegria de viver e de lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencível a causa por que lutamos.
O nosso ideal, dos comunistas portugueses, é a libertação dos trabalhadores portugueses e do povo português de todas as formas de exploração e opressão.
É a liberdade de pensar, de escrever, de afirmar, de criar.
É o direito à verdade.
É colocar os principais meios de produção, não ao serviço do enriquecimento de alguns poucos para a miséria de muitos, mas ao serviço do nosso povo e da nossa pátria.
É erradicar a fome, a miséria, o desemprego.
É garantir a todos o bem-estar material e o acesso à instrução e à cultura.
É a expansão da ciência, da técnica e da arte.
É assegurar à mulher a efectiva igualdade de direitos e de condição social.
É assegurar à juventude o ensino, a cultura, o trabalho, o desporto, a saúde e a alegria.
É criar uma vida feliz para as crianças e anos tranquilos para os idosos.
É afirmar a independência nacional na defesa intransigente da integridade territorial, da soberania, da segurança e da paz e no direito do povo português a decidir do seu destino.
É a construção em Portugal de uma sociedade socialista correspondendo às particularidades nacionais e aos interesses, às aspirações e à vontade do povo português - uma sociedade de liberdade e de abundância, em que o Estado e a política estejam inteiramente ao serviço do bem e à felicidade do ser humano.
Tal sempre foi e continua a ser o horizonte na longa luta do nosso Partido.

(...) Não se trata de correr atrás da utopia. E Revolução de Abril confirmou que, nos longos anos de ditadura fascista, não foi correr atrás da utopia lutar pela liberdade.
E a evolução mundial do nosso século XX já mostrou que os homens podem transformar em realidade sonhos milenários.
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José saraMAGO: Sempre fico espantado diante da liberdade das mulheres. Olhamo-las como a seres subalternos, divertimo-nos com as suas futilidades, e cada uma delas é capaz de subitamente nos surpreender, pondo diante de nós extensíssimas campinas de liberdade.
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8mar2010
100 anos de luta pela igualdade entre homens e mulheres...Em 1857, em Nova Iorque, operárias têxteis fizeram greve por melhores salários, por condições de vida e de trabalho mais dignas e pela redução do horário de trabalho de 16 para 10 horas diárias. A repressão foi brutal. O seu exemplo de determinação e coragem correu mundo e estimulou a luta das mulheres pela conquista de direitos laborais, sociais, cívicos e políticos.
(Picasso)
Em 1910, precisamente há cem anos, um grupo de 100 mulheres, oriundas de 17 países, reunidas em Copenhaga, proclamam o dia 8 de Março como o Dia Internacional das Mulheres, em homenagem às operárias têxteis novaiorquinas. Logo, em 1911, pela primeira vez é celebrado o Dia Internacional da Mulher. Em 19 de Março desse ano mais de um milhão de mulheres percorreram as ruas em manifestações na Alemanha, Suíça, Áustria, Dinamarca e nos Estados Unidos.

A ONU vem declarar, em 1977, a universalidade do Dia Internacional da Mulher aceitando a proposta da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) para, nesta data, fazer convergir as mulheres e a sociedade em acções pela Igualdade, Desenvolvimento e Paz, objectivos que animam a luta de milhões de mulheres em todo o mundo, e que no 8 de Março atinge um culminar colectivo.

Em 2010, persistem as discriminações salariais, cresceram nos últimos tempos o desemprego feminino e as dificuldades inerentes à maternidade para as mulheres trabalhadoras. Muitas outras questões, sendo antigas, são hoje do domínio público e agravadas com a crise social e económica: a violência doméstica, a violência nos namoros, a prostituição, o tráfico de mulheres, as discriminações das mulheres imigrantes, o menosprezo com que se encaram as discriminações de género das mulheres deficientes.

Reafirma-se que 8 de Março serve para o mundo homenagear as mulheres que lutaram, celebrar as vitórias alcançadas e convidar a reflectir sobre o muito que há a fazer contra as desigualdades e contra as discriminações no trabalho e o agravamento das injustiças sociais.

Considera-se que o 8 de Março é uma data inquestionável no calendário das mulheres trabalhadoras, das intelectuais, das jovens ou idosas, que sonham por tornar possível o direito ao trabalho, o trabalho conjugado com os direitos de maternidade/paternidade. É uma data para valorizar o desejo de ser mulher ao longo da vida, reconhecendo que é o trabalho com qualidade que é factor fundamental para a realização pessoal e social da mulher.

Saúda-se todas as portuguesas, e apela-se à participação de mais, que lutam na defesa dos seus direitos, por uma sociedade mais justa, mais fraterna, com igualdade entre mulheres e homens.

Reclama-se das forças políticas, e em especial do Governo, as soluções mais adequadas para os problemas específicos das mulheres, com a implementação de políticas económicas, sociais e culturais que combatam todas as formas de violência sobre as mulheres: desemprego, a precariedade, as baixas reformas e a pobreza, o tráfico de mulheres e crianças que atentam contra a própria dignidade humana.

Vale a pena comemorar!
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A história do Dia Internacional da Mulher

O 8 de Março é lembrando no mundo inteiro como o dia internacional da mulher. Mas, qual a origem da data? Classicamente, divulgou-se que no dia 8 de Março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas.

A história guarda certa semelhança com o massacre de Chicago, que deu origem ao Dia do Trabalhador. Mas, apesar das duras repressões contra o movimento operário no período, pesquisas documentais jamais encontraram referência ao tal massacre de Nova Iorque. Outras hipóteses sugerem que durante a 2ª Conferência da Mulher Socialista, a dirigente do Partido Social Democrata alemão, Clara Zetkin, teria proposto um Dia Internacional de Luta das Mulheres, que naquela altura ainda não tinham direito ao voto na maioria dos países europeus. Sabe-se que posteriormente, a II Internacional Socialista que na época ainda reunia nomes como Lenine e Rosa Luxemburgo, teria confirmado a necessidade da data, mas sem definir um dia. Assim, cada país tinha o seu dia que se voltava para greves, manifestações e toda forma de luta que chamasse atenção para as condições de trabalho das mulheres e a discriminação social. 

No dia 8 de Março de 1917 teve início uma greve de tecelãs e costureiras, em Petrogrado, na Rússia e não nos Estados Unidos. Nesse dia, um grande número de mulheres operárias, na maioria tecelãs e costureiras, saíram às ruas em manifestação por pão e paz e declararam-se em greve. A Rússia encontrava-se arrasada, pois naquela altura estava envolvida na I Guerra Mundial. A manifestação foi um dos acontecimentos que conduziu à primeira fase da Revolução Russa. O processo revolucionário  resultou na queda do czarismo e na instalação de uma república parlamentar que duraria só até Outubro, quando ocorre a Revolução Socialista Russa. A Conferência das Mulheres Comunistas, realizada em Moscovo, em 1921, adopta o dia 8 de Março como data unificada do Dia Internacional da Mulher, para celebrar a greve das costureiras de 1917. A partir daí, a data propagou-se mundo fora.
Em 1975 
comemorou-se oficialmente o Ano Internacional da Mulher e em 1977 o "8 de Março" foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas.
wikipedia (imagens)
Membros da Women's International League for Peace and Freedom, em Washington, D.C., 1922.

Ficheiro:Frauentag 1914 Heraus mit dem Frauenwahlrecht.jpg
Poster alemão de 1914 em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, conclama o direito ao voto feminino
File:Zetkin luxemburg1910.jpg
Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo, 1910
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/03/a-historia-do-dia-internacional-da.html?spref=fb&fbclid=IwAR3hA7Sv8yOubbfysK12WxoWmYnHbinuqo73IxYeSAbzcIZYLlhxudTp8X8
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