31/03/2014

7.743.(31mar2014.18.28') Comemorações do Livro Infantil (2abril)

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2015
c
http://blogues.publico.pt/letrapequena/2015/04/01/2-de-abril-e-dia-internacional-do-livro-infantil/
Desde 1967 que a data de aniversário de Hans Christian Andersen se transformou no Dia Internacional do Livro Infantil. Hoje é o dia. (E desculpem a rima no título, mas Abril e infantil…)
(Cartaz de António Jorge Gonçalves, vencedor do Prémio Nacional de Ilustração em 2014.)
Mensagem deste ano:

Muitas Culturas, Uma Só História

Falamos várias línguas e trazemos diferentes experiências,
E no entanto partilhamos as mesmas histórias”
Histórias internacionais… histórias tradicionais
É sempre a mesma história que nos contam
Em diferentes vozes
Em diferentes cores
E contudo ela não muda…
Princípio…
Meio…
E Fim…
É sempre a história que todos conhecemos e amamos
Todos a escutámos
Em diferentes versões por diferentes vozes
E no entanto é sempre a mesma
Há um herói… uma princesa… e um vilão
Não importa a língua que falam Os seus nomes
Ou os seus rostos
É sempre o mesmo Princípio
Meio
E Fim
Sempre aquele herói… a princesa e o vilão
Imutáveis ao longo dos séculos
Eles fazem-nos companhia
Sussurram-nos durante os sonhos
Embalam-nos ao adormecer
As suas vozes desaparecem
Mas vivem para sempre nos nossos corações
Pois juntam-nos a todos numa terra de mistério e imaginação
De tal modo que as diferentes culturas se fundem numa Só História
Escrito por: Marwa Al Agroubi (Emirados Árabes Unidos)
Tradução: DGLAB (Direcção-Geral dos Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas).
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2010
2.371.
(2 de abril)...dia internacional do Livro Infantil
Eliminei esta postagem 
e colei aqui:
Um livro espera-te, procura-o

Era uma vez
um barquinho pequenino, que não sabia, não podia navegar.
Passaram uma, duas, três, quatro, cinco, seis semanas
e aquele barquinho, aquele barquinho navegou.

Antes de se aprender a ler, aprende-se a brincar.E a cantar. Eu e as crianças de minha terra entoávamos esta canção quando ainda nenhum nós, sabia ler. Nós juntavam-nos na rua fazendo uma roda e, a despique com as vozes dos grilos no verão, nós cantamos uma e outra vez, a impotência do barquito que não sabia navegar

Às vezes nós construíamos barquitos do papel e íamos pô-los a navegar e os barquitos afundavam-se sem alcançar a costa.
(…)Atrás das caixas, num armário de minha casa, também havia um livro muito pequeno que não podia navegar porque ninguém o tinha lido. Quantas vezes eu passei ao seu lado sem dar pela sua existência. O barco do papel, encalhado na lama; o livro solitário, escondido na prateleira atrás as caixas de cartão.
Um dia, minha mão, à procura de algo, tocou na lombada do livro. Se eu fosse um livro, eu contava assim: “Um dia a mão de um menino roçou minha capa e eu senti que as minhas velas se desdobravam e eu começava a navegar”.
Que surpresa quando finalmente meus olhos tiveram na frente, aquele objecto ! Era um pequeno livro de capas vermelhas e de filigramas dourados. Eu abri-o expectante, como quem encontra um cofre, ansioso para saber seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler compreendi que a aventura estava à minha espera: a valentia do protagonista, os personagens amáveis, os malvados, as ilustrações ( …) tudo me transportou a um mundo apaixonado e desconhecido.
Dessa maneira, eu descobri que além de minha casa havia um rio, e que depois do rio havia um mar, e que no mar , à espera de partir, havia um barco.O Primeiro em que embarquei chamou-se O Hispaniola, mas teria sido igual, se se chamasse Nautilus, Rocinante, o navio de Simbad, a jangada de Huckleberry,….todos eles, por mais que o tempo passe, estão à espera, que olhos de um menino, desamarrem suas velas e os façam zarpar.
Assim… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás como na canção de minha infância, que não há nenhum barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.

Eliacer Cansino
professor de Filosofia e escritor de origem sevilhana

respigado do
http://vandafurtadomarques.blogspot.com/