02/04/2014

7.754.(2abril2014.7.17') Vinicius de Moraes

Nasceu a 19out1913
e morreu a 9julho1980
***

9julho2023

Página dele do Facebook: [ 43 ANOS SEM VINICIUS DE MORAES ]
Dois dias após a morte do poeta, Carlos Drummond de Andrade publicou no Jornal do Brasil a crônica “A música popular entra no paraíso”, uma linda e bem-humorada homenagem ao amigo em forma de alegoria: São Pedro tenta convencer o Criador a deixar entrar no céu “seu servo Vinicius, Menestrel da Gávea e dos amores inumeráveis”. Segue um trecho:
DEUS
Quem é este baixinho que vem aí, ao som do violão, de copo cheio na mão?
SÃO PEDRO
Senhor, pelos indícios, só pode ser o vosso servo Vinicius, Menestrel da Gávea e dos amores inumeráveis. (…)
Pois eu digo, Senhor, que esse baixinho aí, todo simpatia e delicadeza, é um de vossos bons servidores na Terra, pois combateu a maldade pela ternura, a injustiça pela fraternidade e compôs os cânticos profanos que, elevando o coração aos ouvintes, fazem o mesmo que os cânticos sagrados.
DEUS
Mande entrar, mande entrar logo esse rapaz.
(…)
No final, o santo consegue seu feito e acontece a emocionante cena da chegada do poeta ao firmamento:
“De vários pontos, vêm-se aproximando Sinhô, Pixinguinha, Heitor dos Prazeres, Ciro Monteiro, Noel Rosa, Dolores Duran, Orfeu, Eurídice, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Portinari, Murilo Mendes, Maysa, Lúcio Rangel, Tia Ciata, Santa Cecília, Antônio Maria, Bach, Ernesto Nazareth, Jayme Ovalle, Chiquinha Gonzaga e outros e outros e outros que não caberiam neste relato mas cabem na imensidão do céu e do som, e unem-se ao coral:
Teu caminho é de paz e de amor.
Abre os teus braços e canta a última esperança:
a esperança divina de amar em paz!”
===
Saudade eterna, poeta.
Saravá!
Leia a crônica aqui: bit.ly/448dFdc
(link também na bio)
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10227484206042247&set=p.10227484206042247&type=3

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Sons &Artes

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10227484421927644&set=p.10227484421927644&type=3

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Sons&artes: 09 de Julho de 1980: Morre o poeta e compositor brasileiro Vinicius de Moraes
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais (Vai Creuzinha!)
E a coisa mais divina (Vai)
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
Fonte: Musixmatch
Compositores: Vinicius De Moraes
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10227484447048272&set=p.10227484447048272&type=3

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19out2021

Bertrand livreiros: "Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
Pois todos os caminhos me encaminham prá você
Assim como o oceano só é belo com o luar
Assim como a canção só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor não é viver
Não há você sem mim, eu não existo sem você."
Dia de recordar Vinicius de Moraes (19 de outubro de 1913 — 9 de julho de 1980), poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro.
Sugestão de leitura: Livro de Letras
Disponível aqui: bit.ly/Livro-Letras
Obra com todas as letras do autor. Este livro é o resultado de um trabalho de recolha aturado e meticuloso até agora inédito em Portugal, é a mais completa antologia das letras das canções criadas pelo poeta que modernizou a música popular brasileira e nos deu o clássico Garota de Ipanema.
Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "Assim como viver sem ter amor não é viver Não há você sem mim, eu não existo sem você Vinicius de Moraes BERTRAND LIVREIROS"

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Bertrand livreiros: Dia de recordar Vinicius de Moraes (19 de outubro de 1913 — 9 de julho de 1980), poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro.

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Soneto de Fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes, in O Operário em Construção
Sugestão de leitura: Antologia Poética
Disponível aqui: bit.ly/Antologia-Poética

 Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e texto que diz "que não seja mortal posto que é chama mas que seja infinito enquanto dure Vinicius de Moraes BERTRAND LIVREIROS"

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Instituto Camões: Vinícius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro, a 19 de outubro de 1913.

‘Samba da Bênção’
É melhor ser alegre
Que ser triste
Alegria é a melhor
Coisa que existe
É assim como a luz
No coração...
Mas prá fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão não se faz um samba
Não!...
Fazer samba não é
Contar piada
E quem faz samba assim
Não é de nada
O bom samba é uma forma
De oração...
Porque o samba é a tristeza
Que balança
E a tristeza tem sempre
Uma esperança
A tristeza tem sempre
Uma esperança
De um dia não ser mais triste
Não!...
Põe um pouco de amor
Numa cadência
E vai ver que ninguém
No mundo vence
A beleza que tem um samba
Não!...
Porque o samba nasceu
Lá na Bahia
E se hoje ele é branco
Na poesia
Se hoje ele é branco
Na poesia
Ele é negro demais
No coração...
Excertos de “Samba da Bênção”, de Vinícius de Moraes
Foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro.
A sua obra é vasta - passando pela literatura, teatro, cinema e música – mas Vinícius considerava que a poesia era a sua primeira e maior vocação, e que toda a sua atividade artística derivava do facto de ser poeta. Colaborou com uma grande quantidade de artistas, entre os quais Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto e Chico Buarque.
🎧 Ouça aqui a música “Samba da Bênção”: https://youtu.be/cFKPobzgqpo
Morreu na mesma cidade onde nasceu, a 9 de julho de 1980.

***
Operário em Construção

Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia…
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa–
Garrafa, prato, facão –
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia–
Exercer a profissão –
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação–
“Convençam-no” do contrário –
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:–
Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que reflectia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objectos
Produtos, manufaturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
– Loucura! – gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?–
Mentira! – disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fracturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
***
Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.

Assim será a nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.

Não há muito que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez, de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
***
28dez2011....postei:
Rogério Manuel Madeira Raimundo

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

 De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(via Sandra C)
***
Poemas no Youtube

Maria Bethânia - Poema dos Olhos da Amada
http://www.youtube.com/watch?v=bo0tPIe-VdU&feature=related

Chico Buarque - Medo de amar (Vinícius de Moraes)
http://www.youtube.com/watch?v=f1ADgqtU6Zs&feature=related


Soneto da Fidelidade
http://www.youtube.com/watch?v=PMZ10B82ZZg&feature=related

Soneto do Amor Total
http://www.youtube.com/watch?v=ApuKnQ9MAqY&feature=related

O Haver - (participação de Edu Lobo)
http://www.youtube.com/watch?v=u6LcZfStlfc&feature=related

Desalento
http://www.youtube.com/watch?v=W-ys_BFNhmY&feature=related

Além do Amor
http://www.youtube.com/watch?v=5ILLUc7wRRg&NR=1


Canto de Ossanha
http://www.youtube.com/watch?v=I7SGgf5vaNc&feature=related

Canto de Ossanha - Baden Powell, Kolosko-Dimow Duo
http://www.youtube.com/watch?v=mTy4irPDaUw&feature=related***
Soneto da Fidelidade e...
https://www.youtube.com/watch?v=eHgU4ERc7Nc&list=RDeHgU4ERc7Nc#t=2
***
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10201432260083031&set=p.10201432260083031&type=1&theater
Não Comerei da Alface a Verde Pétala

Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.

Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.

Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: deem-me feijão com arroz

E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão

***

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A rosa desfolhada

Tento compor o nosso amor 
Dentro da tua ausência 
Toda a loucura, todo o martírio 
De uma paixão imensa 
Teu toca-discos, nosso retrato 
Um tempo descuidado 

Tudo pisado, tudo partido 
Tudo no chão jogado 
E em cada canto 
Teu desencanto 
Tua melancolia 
Teu triste vulto desesperado 
Ante o que eu te dizia 
E logo o espanto e logo o insulto 
O amor dilacerado 
E logo o pranto ante a agonia 
Do fato consumado 

Silenciosa 
Ficou a rosa 
No chão despetalada 
Que eu com meus dedos tentei a medo 
Reconstruir do nada: 
O teu perfume, teus doces pêlos 
A tua pele amada 
Tudo desfeito, tudo perdido 
A rosa desfolhada 

 Rio de Janeiro , 2004

Fotografia - Hihiki Photography

***
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https://www.facebook.com/FabricaEscrita/photos/a.462529847093435.111436.462489187097501/1118120344867712/?type=3&theater
Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai-os! porque eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo quanto existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer exprimir o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir passos na noite que se perdem sem história.

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera em face da injustiça e o mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de si mesmo e de sua força inútil.

Resta esse sentimento de infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem para comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será no vir-a-ser
E ao mesmo tempo essa vontade de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não tiveram ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem memória
Resta essa pobreza intrínseca, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, essa curiosidade
Pelo momento a vir, quando, apressada
Ela virá me entreabrir a porta como uma velha amante
Mas recuará em véus ao ver-me junto à bem-amada...

Resta esse constante esforço para caminhar dentro do labirinto
Esse eterno levantar-se depois de cada queda
Essa busca de equilíbrio no fio da navalha
Essa terrível coragem diante do grande medo, e esse medo
Infantil de ter pequenas coragens.

***
Via Lenir Piccoli Zardo

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=737271263058578&set=a.138086706310373.25971.100003271328034&type=1&theater
"Ah, meu amor, não vá embora
Vê a vida como chora
Vê que triste esta canção
Não, eu te peço, não te ausentes
Pois a dor que agora sentes
Só se esquece no perdão
Ah, minha amada, me perdoa
Pois embora ainda que doa
A tristeza que causei
Eu te suplico, não destruas
Tantas coisas que são tuas
Por um mal que já paguei
Ah, minha amada, se soubesses
Da tristeza que há nas preces
Que a chorar te faço eu
Se tu soubesses no momento
Todo o arrependimento
Como tudo entristeceu
Se tu soubesses como é triste
Eu saber que tu partistes
Sem sequer dizer adeus
Ah, meu amor, tu voltarias
E de novo cairias
A chorar nos braços meus"
(Apelo)
António Zambujo:
https://www.youtube.com/watch?v=_GQ5Aljl5GY&list=RD_GQ5Aljl5GY#t=17
***
Via Carmen Jácome

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10201361965685514&set=a.1357680996472.48625.1664920033&type=1&theater
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

 A escultura é de Valérie Hadida
***

https://www.facebook.com/kellipetry/photos/a.628421090549854.1073741825.192786967446604/758058014252827/?type=1&theater
"Quanta tristeza... Há nesta vida
Só incerteza... Só despedida".

***

https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/597525577034900/?type=1&theater
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Fotografia de Anna Adén


***

https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/743285305792259/?type=1&theater
Poética

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

***

https://www.facebook.com/isa.c.almeida.7777/photos/a.234173866755383.1073741828.234170533422383/454744564698311/?type=1&theater
"Tu vens de longe; a pedra
Suaviza seu tempo
Para entalhar-te o rosto
Ensimesmado e lento

Teu rosto como um templo
Voltado para o oriente
Remoto como o nunca
Eterno como o sempre

E que subitamente
Se aclara e movimenta
Como se a chuva e o vento

Cedessem seu momento
À pura claridade
Do sol do amor, intenso!" 
em "Retrato de Maria Luísa"

***

https://www.facebook.com/SementeDoAmorEterno/photos/a.118767951611590.23300.118731638281888/343229152498801/?type=1&theater
"A lua projetava o seu perfil azul 
Sobre os velhos arabescos das flores calmas 
A pequena varanda era como o ninho futuro 
E as ramadas escorriam gotas que não havia. 

Na rua ignorada anjos brincavam de roda...
- Ninguém sabia, mas nós estávamos ali.
Só os perfumes teciam a renda da tristeza
Porque as corolas eram alegres como frutos
E uma inocente pintura brotava do desenho das cores

Eu me pus a sonhar o poema da hora.
E, talvez ao olhar meu rosto exasperado
Pela ânsia de te ter tão vagamente amiga
Talvez ao pressentir na carne misteriosa
A germinacão estranha do meu indizível apelo
Ouvi bruscamente a claridade do teu riso
Num gorjeio de gorgulhos de água enluarada.
E ele era tão belo, tão mais belo do que a noite
Tão mais doce que o mel dourado dos teus olhos
Que ao vê-lo trilar sobre os teus dentes como um címbalo
E se escorrer sobre os teus lábios como um suco
E marulhar entre os teus seios como uma onda
Eu chorei docemente na concha de minhas mãos vazias
De que me tivesses possuído antes do amor."

***
https://www.facebook.com/349094905211303/photos/a.349115855209208.1073741828.349094905211303/534930626627729/?type=1&theater

A noite gargalha... os grilos 
Trilam, trepidando as águas 
As águas correm nos trilos 
Em preces cheias de mágoas 

Na solidão desse pranto
Cheio de pressentimento
Meu tédio morre de espanto
Para ouvir cantar o vento

E o vento desce profundo
Misterioso, gelado
O vento vem de outro mundo
Como uma voz do passado 

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Ser criado, gerar-se, transformar 
O amor em carne e a carne em amor; nascer 
Respirar, e chorar, e adormecer 
E se nutrir para poder chorar 
Para poder nutrir-se; e despertar 
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito...

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A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
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"Mas quando cessar em mim todo o desejo de vida 
E quando eu não for mais que o cansaço da minha caminhada pela areia 
Eu sinto que me terás como me tinhas no passado - 
Sinto que me virás oferecer a água mentirosa 
Da miragem. 
Talvez num ímpeto eu prefira colar a boca à areia estéril
Num desejo de aniquilamento.
Mas não. Embora sabendo que nunca alcançarei a tua imagem
Que estará suspensa e me prometerá água
Embora sabendo que tu és a que foge
Eu me arrastarei para os teus braços."

Via Gisela M
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Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Fotografia de Natali Orion


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Imagem - © Alexander Khokhlov
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EU SEI QUE VOU TE AMAR 
POR TODA A MINHA VIDA EU VOU TE AMAR 
EM CADA DESPEDIDA EU VOU TE AMAR 
DESESPERADAMENTE EU SEI QUE VOU TE AMAR 

EM CADA VERSO MEU SERÁ 
PRÁ TE DIZER 
QUE EU SEI QUE VOU TE AMAR 
POR TODA A MINHA VIDA 

EU SEI QUE VOU CHORAR 
A CADA AUSÊNCIA TUA EU VOU CHORAR 
MAS CADA VOLTA TUA HÁ DE APLACAR 
QUE ESSA AUSÊNCA TUA ME CAUSOU 

EU SEI QUE VOU SOFRER 
A ETERNA DESVENTURA DE VIVER 
A ESPERA DE VIVER AO LADO TEU 
POR TODA A MINHA VIDA
https://www.youtube.com/watch?v=ly-Gzbd1eI0

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Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma…

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

(Rio de Janeiro, 1938)

Arte - Johnny Palacios Hidalgo

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"...te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante."
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Soneto do amor total


Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

art" johann georg meyer von bremen"

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- Soneto do Amor Total –

“Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.”

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"Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor."

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Para Viver Um Grande Amor

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... — não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro — seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade — para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô — para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito — peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista — muito mais, muito mais que na modista! — para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs — comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto — pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente — e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia — para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que — que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.
 — com Maria Celeste eGiane Jeronymo.
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Soneto da rosa

Mais um ano na estrada percorrida
Vem, como o astro matinal, que a adora
Molhar de puras lágrimas de aurora
A morna rosa escura e apetecida.

E da fragrante tepidez sonora
No recesso, como ávida ferida
Guardar o plasma múltiplo da vida
Que a faz materna e plácida, e agora

Rosa geral de sonho e plenitude
Transforma em novas rosas de beleza
Em novas rosas de carnal virtude

Para que o sonho viva da certeza
Para que o tempo da paixão não mude
Para que se una o verbo à natureza.

Poesia Completa e Prosa (org. Alexei Bueno)

Arte - Paul van Ginke

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Via Célia Dionísio:
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
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09 de Julho de 1980: Morre o poeta e compositor basileiro Vinicius de Moraes

Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes nasceu a 19 de Outubro de 1913, na cidade do Rio de Janeiro e pertenceu à segunda geração do Modernismo no Brasil. Era filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, funcionário público e poeta e de Lídia Cruz de Moraes, pianista amadora.


Foi na infância que escreveu os seus primeiros versos. Em 1924 entrou para o Colégio Santo Inácio, em Botafogo, onde cantava no coro da igreja.

Em 1929 ingressou na Faculdade de Direito e formou-se nessa área em 1933, ano em que publicou “O Caminho para a Distância”, o seu primeiro livro de poesia.

Em 1938, ganhou a bolsa do Conselho Britânico para estudar língua e literatura inglesas na Universidade de Oxford, e nesse ano publicou os Novos poemas. Com o inicio da Segunda Guerra Mundial, retornou ao Rio de Janeiro. Em 1946, assumiu o primeiro posto diplomático como vice-cônsul em Los Angeles. Com a morte do pai, em 1950, Vinicius de Moraes retornou ao Brasil. Nos anos 1950, Vinicius actuou no campo diplomático em Paris e em Roma, onde costumava realizar animados encontros na casa do escritor Sérgio Buarque de Holanda.

Nos anos seguintes publicou ainda muitos poemas e ficou conhecido como um dos poetas brasileiros que mais conseguiu traduzir em palavras o sentimento do amor, tornando-se assim um dos poetas mais populares da Literatura Brasileira. Distinguiu-se também no campo musical, fazendo parceria com cantores e compositores brasileiros, e por fim tornou-se também cronista. Produziu os sonetos mais conhecidos da Literatura Brasileira, e escreveu ainda alguns poemas infantis em meados de 1970.

Vinicius de Moraes faleceu no Rio de Janeiro, no dia 09 de Julho de 1980.
wikipedia (Imagens)

Arquivo: Vinicius.jpg
Vinicius de Moraes em 1970
Ficheiro:Vinicius de Moraes.jpg
Caricatura do poeta
 https://www.youtube.com/watch?v=5ZdQF-YYpLU
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/07/09-de-julho-de-1980-morre-o-poeta-e.html
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