02/04/2014

7.765.(2abril2014.17.48') José Afonso

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Nasceu a 2agos1929

e morreu 23fev1987
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2aGOSTO2019
 A imagem pode conter: 1 pessoa, óculos graduados e closeup
 A 2 de Agosto de 1929, nasce ZECA AFONSO, a ALMA DA LIBERDADE!
José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de Agosto de 1929 — Setúbal, 23 de Fevereiro de 1987).

Do Carmo Vieira
"A Alma da Liberdade"
Óleo s/tela
125x150cm

 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10211266679062057&set=a.3447227798735&type=3&theater
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José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos
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28mar2018
NO DIA NACIONAL DA JUVENTUDE, LEMBREMOS AS PALAVRAS DE ZECA AFONSO:
«Os jovens, e digo, os jovens de todas as classes, estão um pouco à mercê de um sistema que não conta com eles, mas que hipocritamente fala deles – o 25 de Abril não foi feito para esta sociedade, para aquilo que estamos agora a viver. Aqueles que ajudaram a fazer o 25 de Abril imaginaram uma sociedade muito diferente da actual, que está a ser oferecida aos jovens. Os jovens deparam-se com problemas tão graves, ou talvez mais graves do que aqueles que nós tivemos que enfrentar – o desemprego, por exemplo. E, por vezes, não têm recursos, porque o sistema ultrapassa-os, o sistema oprime-os, criando-lhes uma aparência de liberdade. Eu creio que a única atitude foi aquela que nós tivemos – por nós, eu refiro-me à minha geração – de recusa frontal, de recusa inteligente, se possível até pela insubordinação, se possível até pela subversão do modelo de sociedade que lhes está a ser oferecido, com o fundamento da liberdade democrática, com o fundamento do respeito pelos direitos dos cidadãos. É de facto uma sociedade que é imposta aos jovens de hoje, teleguiada de longe por qualquer FMI, por qualquer Deus banqueiro. Tal como nós, eles têm que a combater, têm que a destruir, têm de a enfrentar com todas as suas forças, organizando-se para criarem a sociedade que têm em mente». - Zeca Afonso, em entrevista à RTP em 1984.
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https://www.facebook.com/48419927661/photos/a.452078197661.242500.48419927661/10152998721982662/?type=1&theater
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=168941113289298&set=a.107304942786249.9532.100005202310079&type=1&theater
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Via JERO

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202724835436607&set=pcb.10202724836556635&type=1&theater
 "Mal haja a noite assassina e quem domina sem nos vencer
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excerto de entrevista 1984
https://www.youtube.com/watch?v=Q48aFXRjBCo&feature=youtu.be
 "Temos é que ser gente, pá!" 
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Vampiros
(no último concerto dele)
https://www.youtube.com/watch?v=ZUEeBhhuUos
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VEJAM BEM
https://www.youtube.com/watch?v=Io_RidA1mlI
 Cantares de Andarilho (1968)

Vejam bem 
que não há só gaivotas em terra 
quando um homem se põe a pensar 
quando um homem se põe a pensar 
Quem lá vem 
dorme à noite ao relento na areia 
dorme à noite ao relento no mar 
dorme à noite ao relento no mar 

E se houver 
uma praça de gente madura 
e uma estátua 
e uma estátua de de febre a arder 

Anda alguém 
pela noite de breu à procura 
e não há quem lhe queira valer 
e não há quem lhe queira valer 

Vejam bem 
daquele homem a fraca figura 
desbravando os caminhos do pão 
desbravando os caminhos do pão 

E se houver 
uma praça de gente madura 
ninguém vem levantá-lo do chão 
ninguém vem levantá-lo do chão 

Vejam bem 
que não há só gaivotas em terra 
quando um homem 
quando um homem se põe a pensar 

Quem lá vem 
dorme à noite ao relento na areia 
dorme à noite ao relento no mar 
dorme à noite ao relento no mar
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Via Teresa Carvalho
ZECA AFONSO (1929 - 23 de Fevereiro de 1987)
É a imagem mesma da utopia. Do seu nascimento, em Aveiro, disse que parecia lembrar-se, associando-o a «uma luz muito difusa, translúcida», talvez a mesma que, acendida de esperança, mais tarde saberia erguer, com inegável talento, acima de um velho tapume de opressão e de censura. Avesso a espíritos de tutela, a feudos e a dimensões estreitas, sonhava com a cidade sem muros nem ameias. Decerto não por acaso, a escolha da senha para o desencadeamento das operações militares que em 25 de Abril de 1974 punham fim a quase meio século de ditadura em Portugal, recaiu sobre uma criação sua: «Grândola, Vila Morena».
O Dr. José Afonso, na boa tradição coimbrã exibida nas capas dos seus primeiros discos – Baladas de Coimbra, Baladas e Canções –, Zeca Afonso ou Zeca para a sua imensa roda de amigos, não foi apenas o trovador da luta pela liberdade, o cantautor-símbolo da Revolução de Abril ou a figura central do movimento de renovação da música popular portuguesa, iniciado na década de ’60. Criador notável, com uma extensa obra poética hoje rodeada da atenção crítica dos académicos, foi um músico de excepção, um intérprete de rara sensibilidade, referência de gerações sucessivas.
Zeca Afonso somou ao percurso africano do império – Angola, depois de uma primeira Infância em Aveiro, Moçambique, onde permanece até aos 10 anos e onde voltará em 1964, dando início ao seu «baptismo político» –, as andanças (ou voltas) de andarilho. Chegado a Coimbra em 1940, para frequentar o Liceu D. João III, os seus olhos, habituados ao ambiente de Belmonte, cidade onde à guarda de um tio salazarista fervoroso (o mesmo que lhe incutiu o gosto pela música) disse ter vivido «o ano mais desgraçado» da sua vida, como que se lavaram naquela atmosfera de boémia e de irreverência académica. Em Coimbra, o autor desse hino mobilizador que é «Venham mais cinco» e «O que faz falta» fez serenatas, entrou no viver desgovernado das Repúblicas, espécie de oásis de liberdade onde cantava à noite, viveu a mística da Briosa, deu provas de desaprumo militar, de incapacidade de «encornar sebentas» e de frequentar, sem falhas nem chumbos, o curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras, que conclui em 1961 com a apresentação da tese Implicações Substancialistas na Filosofia Sartriana. Em Coimbra, Zeca Afonso, que faz a sua estreia discográfica logo em 1953, viu, em fim, esboroar-se o «herói de capa e batina», pela perda da visão poético-estudantil, que, acelerada pelas dificuldades financeiras, deu lugar a uma tomada de consciência dos problemas sociais. «Menino do Bairro Negro», tema inspirado nos meios sociais miseráveis do Porto, e «Vampiros», um dos símbolos maiores da resistência antifascista até ao advento da liberdade, estavam, por esta altura, na forja.
À actividade itinerante de professor – em Mangualde, Aljustrel, Lagos, Faro, Alcobaça e de novo Faro – corresponde uma «acção de carácter existencial», inscrevendo-se à margem dos programas oficiais. Em 1967, regressado de Moçambique «em estado de revolta» e esgotado, não pela experiência da docência nem pela intensa actividade cultural, social e política que ali desenvolvera, mas pelo próprio sistema colonial, é colocado no Liceu Nacional de Setúbal. Definitivamente situado no campo de oposição ao salazarismo, a sua acção não se limita, entretanto, à sala de aula. Convidado a cantar nas colectividades da Margem Sul e, mais tarde, nas associações académicas, passa a viver com a PIDE à ilharga, intimidando, cancelando espectáculos, proibindo a radiodifusão das suas canções.
Impedido de exercer a sua actividade de professor a partir de 1968, por razões políticas, vê-se obrigado a encarar mais seriamente a carreira musical. Da sua actividade criativa, desenvolvida ao longo de mais de 30 anos repletos de aventuras fascinantes, marcadas pelo seu génio criador e pela coragem da sua postura cívica, resultaram discos marcantes de que há sempre que destacar Balada do Outono (1960), o LP Cantares de Andarilho (1968), o Álbum Traz Outro Amigo Também (1970), Cantigas de Maio (1971), representando o momento de viragem para formas de acompanhamento instrumental mais enriquecidas e elaboradas.
Aos entusiasmos heróicos do período revolucionário de Abril seguiu-se o desencanto dos anos ’80, agravado pela doença incapacitante, mais e mais cruel. A morte saiu à rua na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987. Zeca Afonso, interventivo até ao fim, soube esperá-la com lucidez crua e um apurado sentido de humor.
***
AVANTE DE 23FEV2012
Tributo ao meu amigo de sempre – Zeca Afonso
No 25.º aniversário da morte de José Afonso – o Zeca Afonso como lhe chamaram todos os amigos – o Avante! presta tributo ao compositor, poeta, cantor, militante insubmisso de causas justas, através do testemunho do seu amigo Alfredo Matos que tão bem o descreve como o que ele sempre foi: um verdadeiro camarada, no sentido mais sublime da expressão.
Image 9772

Foi um momento particularmente emocionante quando o Zeca, perante insistência continuada, a que não resistiu, interpretou, naquele local, naquela Vila, naquele ano, àquela hora e para aquela imensa multidão, aquele libelo acusatório temível e sempre actual – «os Vampiros». Que noite inesquecível!
Conhecemo-nos no início de 1967. Com frequência nos visitámos. Eu, na sua primeira casa, em Setúbal, o Zeca, na minha casa, no Barreiro e, aqui, conviveram, connosco, algumas vezes, dois grandes amigos comuns – o Carlos Paredes e o Adriano Correia de Oliveira. Momentos de conversa livre e amiga.
Desenvolvemos uma amizade sólida, na base de imensas cumplicidades, à volta dos nossos ideais, principalmente. Esta relação levou a que o Zeca tenha aderido e participado, com grande entusiasmo, naquele memorável espectáculo, um autêntico concerto, talvez a maior e mais vibrante sessão de poesia e canto que encheu como um ovo o ginásio do Luso do Barreiro, no dia 11 de Novembro de 1967, um sábado, da iniciativa do Cineclube do Barreiro – cuja direcção, liderada por Álvaro Monteiro, viria, por esse motivo, a ser presa pela PIDE – e da Comissão Cultural do Luso. Este foi mais um dos momentos em que tomámos nas nossas mãos a procura da liberdade que o poder fascista nos negava.
Adriano Correia de Oliveira não cantou porque, como explicou, estava na tropa. Odete Santos declamou poetas como António Gedeão e Manuel da Fonseca. Teresa Paula Brito interpretou Para Não Dizer Que Não Falei De Flores eespirituais negros. O virtuosismo de Carlos Paredes e Fernando Alvim em temas como Verdes Anos. Por fim, Zeca Afonso acompanhado à viola por Rui Pato. A apresentação, improvisada mas conseguida, esteve a cargo do barreirense Manuel Teixeira Gomes. Serviu de apoio à partitura com os textos do Zeca, o muito jovem, e meu filho, Vítor de Matos.
Uma multidão, impensável, naqueles tempos e naquelas condições, repetia com insistência:
«Vam-pi-ros», «Vam-pi-ros», «Vam-pi-ros»«Vam-pi-ros».
O Zeca não queria, resistiu até ao limite, mas era impossível não ceder ao pedido incessante da multidão. Todas as emoções transbordaram quando aquela Voz rompeu, como um grito, o momento de silêncio:

«No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada».

Ovação poderosa estalou na sala. E, em coro, todos, a uma voz, sublinham;

«Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada».

Estava a viver-se um impressionante e indescritível acontecimento, de grande impacto na região, que, num período de crescentes acções políticas oposicionistas, empolgou o começo da movimentação dos democratas para o intenso período eleitoral de 1969, em que, no Concelho do Barreiro, a CDE venceu, nas urnas, a União Nacional.
 *
 A 22 de Julho de 1970, Zeca dedicou-me «Por Trás Daquela Janela», Poema, por si criado e manuscrito, que posteriormente me entregou.
Estava eu, então, preso no Forte de Caxias. Foi em Maio daquele ano, no dia 3, que a PIDE assaltou, simultaneamente, no Distrito de Setúbal, de madrugada, oito casas, prendendo oito cidadãos: quatro, em Setúbal – Carlos Lopes, António Gonçalves, Fernando Carlos e Zacarias Fernandes. Um, na Moita – Staline Rodrigues. Um, em Alhos Vedros – Leonel Coelho. Dois, no Barreiro – Álvaro Monteiro e Alfredo de Matos.
Pelo Natal de 1972, este Poema, também com música do Zeca, de interpretação difícil como o próprio o referia, foi editado em disco, sob o título, Eu Vou Ser Como a Toupeira,que também incluiu a canção A Morte Saiu à Rua, dedicada ao escultor Dias Coelho, dirigente do PCP, assassinado pela PIDE em 19 de Dezembro de 1961. Eis o que diz o manuscrito:

Ao Alfredo Matos
Por trás daquela janela
Por trás daquela janela
Faz anos o meu amigo
E irmão

Não pôs cravos na lapela
Por trás daquela janela
Nem se ouve nenhuma estrela
Por trás daquele portão

Se aquela parede andasse
Se aquela parede andasse
Eu não sei o que faria
Não sei

Se o mundo agora acordasse
Se aquela parede andasse
Se um grito enorme se ouvisse
Duma criança ao nascer

Talvez o tempo corresse
Talvez o tempo corresse
E a tua voz me ajudasse
A cantar

Mais dura a pedra moleira
E a fé, tua companheira
Mais pode a flecha certeira
E os rios que vão pró mar

Por trás daquela janela
Por trás daquela janela
Faz anos o meu amigo
E irmão

Na noite que segue ao dia
Na noite que segue ao dia
O meu amigo lá dorme
De pé
E o seu perfil anuncia
Naquela parede fria
Uma canção de alegria
No vai e vem da maré
Assina: José Afonso

Nas minhas cartas da prisão, à Eve, a minha companheira, dou-lhe conta das emoções ao ouvir aquela Voz, vinda de um gira-discos, que uma vez por semana, durante escassas horas, escutávamos intercalada com a voz de Paco Ibañez, de Jean Ferrat, de Léo Ferré, de Adriano Correia de Oliveira, de Beethoven… É a Voz. Aquela Voz. Nas cartas, eu ia escrevendo, frases espalhadas pelo texto que lá iam passando «… ondas eléctricas percorrem todo corpo, eriçando-lhe os pelos, tal pele de galinha, sensação que se vai repetindo, quando o nosso Zeca arranca o São Macaio… e, o Menino do Bairro Negro – Bairro, bairro negro onde não há pão não há sossego… e, Vejam bem que não há só gaivotas em terra quando um homem se põe a pensar… e, Os Vampiros – No céu cinzento sob um astro mudo. Ao ecoar Maio Maduro Maio, o silêncio suspende a nossa respiração».

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No 1.º de Dezembro de 1970, no Forte de Caxias, escrevinhei um texto como se fosse um poema, dedicado ao Zeca, que dele nunca teve conhecimento, talvez porque o achei de valor muito reduzido, mesmo pobre, embora com algum simbolismo pelo lugar e condições em que foi criado. Ei-lo:

Um dia golpearam o pé da flor
Mas a criança agarrou a flor
Que voltou a dar pétalas garridas
Com um perfume ainda mais doce

E a flor se fez árvore

Depois negro vendaval
Arrancou seu forte tronco…
Mas vieram as crianças
As Mulheres e os homens
Que voltaram a plantar a árvore
Que voltou a dar flores e frutos
Para as crianças
As mulheres e os homens.

E a árvore se fez bosque…

Aqui chegou o poeta…
Não há melhor melodia
Que esta faca afiada
Que este golpe de martelo
Que um vagido de criança

Treme a terra bem no fundo de nós
Acordam os Poetas
Os soldados erguem as armas
Galgam as águas dos rios
Rasgam as aves o céu…

Ouvi a sua voz
É Portugal que canta
É Portugal que está no seu poema
E a alegria volta cheia de música
Trova. Balada. Canção
O Poeta canta a vida da gente
Pescador. Camponês. Resineiro. Soldado
Poeta. Operário. Ceifeira. Doutor

Tudo é vida no seu canto
Flor. Árvore. Fruto. Pedra
Tudo em ti é movimento

Rei que tu não foste sendo
Ao teu País dás o teu grito
Há uma nuvem de gente no teu canto

Na tua voz há festa
Tem raiva o teu cantar
Há amor e esperança nas tuas Palavras
É Portugal que está no teu Poema
É Portugal que está na tua voz.

Dedicado à minha irmã, Conceição – presa em 1965, depois em 1968, activista política clandestina, membro do PCP, torturada pela PIDE de forma particularmente cruel – o Zeca escreveu um poema, oferecendo-lhe o texto por si manuscrito, na versão original. A letra, que ataca explicitamente a PIDE em homenagem a uma combatente expressamente nomeada, nunca chegou a ser gravada. Ei-la:

À Conceição Matos
Na Rua António Maria
Da Primaz Instituição
Vive a Maior Confraria
Desta válida Nação

E muita matula brava
Ainda pensava
Que havia de vir
Um dia assim de repente
Para toda a gente
Voltar a sorrir

Mas eles, Conceição, vão
Lamber as botas
Comer à mão
Dum novo Pina Manique
Com outra lábia
Com outro tique

Na Rua António Maria
Convenha a todos saber
A patriótica espia
Sabe bem onde morder

Vela pela vossa morada
No vão duma escada
Sem se anunciar
E oferece a quem bem destina
Um quarto de esquina
Com vistas pr`ó mar

Mas eles, Conceição, vão
Lamber as botas
Comer à mão
Dum novo Pina Manique
Com outra lábia
Com outro tique

Tem quatro letras apenas
Mas outro nome lhe dão
Nesta Fortaleza antiga
Só não muda a guarnição
E muita matula ufana
Cuidado que a mana
Morrera de vez
Deu graças à Dª. Urraca
Ao som da ressaca
Que o pagode fez

Mas eles, Conceição, vão
Lamber as botas
Comer à mão
Dum novo Pina Manique
Com outra lábia
Com outro tique

Aldeia da roupa branca
Suja de já não corar
O Zé Povo foi à França
Não se cansa de esperar

O capataz de fazenda
Pôs a quinta à venda
Para quem mais der

E os donos marcaram tentos
Com novos inventos
Doa a quem doer
Assina, Zeca Afonso

Sem que jamais cesse, a minha admiração pelo Zeca – é assim o trato, que eternamente se manterá, quando citado – assenta, ainda, na sua qualidade impar de criador de poesia e de músico, de compositor de génio, sempre irrepetível, de ser o seu próprio e maior intérprete e também pelo seu carácter íntegro, generoso, leal, solidário. Zeca, um verdadeiro camarada, no sentido mais sublime da expressão.

O Zeca em Setúbal

O Zeca Afonso foi um dos fundadores e animadores do Círculo Cultural de Setúbal, como é sabido. Mas um dos locais privilegiados da sua actuação, assim como de muitos outros cantores e fadistas amadores, era a catedral da «conspiração» comunista, a «Academia Sapec», a taberna do nosso camarada Jerónimo Bárbara – o Sapec –, aberta há 43 anos, e que hoje, desde o seu falecimento, é o Restaurante Egas, mantendo persistentemente todos os domingos uma noite de fado.
Não é por acaso que o «Egas» é fiel depositário de uma reprodução do Avante! nº. 48, de Agosto de 1937, onde há um texto intitulado «O FADO E O FACISMO».
Curiosamente, na noite de 15 de Fevereiro passado, dia em que o Avante! fez 81 anos, a neta do Sapec, Carolina, leu entre acordes «A morte saiu à rua», grito de José Afonso contra o assassinato de José Dias Coelho, a 19 de Dezembro de 1961.
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Video do funeral...

estive lá!!!

https://www.youtube.com/watch?v=0UVZ8zSIMww&feature=youtu.be

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Café Paris...R.Frei Antº Brandão sexta 23maio2014...19h.30' 

VIA HENRIQUE BÉRTOLO:

"PROGRAMA DE HOMENAGEM, AO EX PROFESSOR DE FRANÇÊS
EM ALCOBAÇA ZECA AFONSO
NO LOCAL CAFE ONDE O ZECA AFONSO FREQUENTAVA , EM ANIMADAS PARTIDAS DE XADREZ, CAFÉ DO SR ISIDORO( CAFE PARIS AGORA)
ALGUNS AMIGOS , E MANUEL FREIRE O CANTOR " PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO ZECA AFONSO" IRÃO OFERECER AO CAFÉ , UMA MOLDURA PARA SER EXPOSTA DO GRANDE CANTOR REVOLUCIONÁRIO DA MUSICA PORTUGUESA CONTRA O REGIME DO ESTADO NOVO" SALAZAR " 
É UMA SIMPLES HOMENAGEM, DA INICIATIVA DO COMENDADOR MANUEL BEJA , DO DR BASILIO JOSE MARTINS DIRECTOR DO JORNAL VOZ DE ALCOBAÇA , E DE HENRIQUE JORGE BERTOLO
CONVIDA-SE A QUEM QUISER COMPARECER, NO CAFÉ PARIS EM ALCOBAÇA, SEXTA FEIRA 23 DE MAIO 2014 AS 19.30 H
AGRADECEMOS PELA SUA COMPARÊNCIA NO LOCAL"

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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=849331671748517&set=a.115115348503490.19782.115062325175459&type=1&theater
Dos muitos filhos grados 
que tiveste
nem um se lembra
da velha casa térrea
onde concebeste sem pecado 
e estragaste os teus dias
entre a corda da roupa
a cozinha e o homem
Amanhã sem aviso
apanhas um eléctrico
mudas de roupa
acompanhas
o trajecto dos astros
De repente
é o arco-íris em volta
o guarda-freio a volúpia
a rua o beiral
duma grande família

Não voltes
in "José Afonso, textos e canções"
Editora Relógio D'água
© Fotografia: DR

***

Grândola Vila Morena

Zeca Afonso



Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina, um amigo
Em cada rosto, igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto, igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola, a tua vontade
Grândola a tua vontade
Jurei ter por companheira
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
https://www.youtube.com/watch?v=gaLWqy4e7ls
***
Vejam Bem - Cantares de Andarilho (1968)
https://www.youtube.com/watch?v=Io_RidA1mlI&list=RDIo_RidA1mlI
Vejam bem 
que não há só gaivotas em terra 
quando um homem se põe a pensar 
quando um homem se põe a pensar 
Quem lá vem 
dorme à noite ao relento na areia 
dorme à noite ao relento no mar 
dorme à noite ao relento no mar 

E se houver 
uma praça de gente madura 
e uma estátua 
e uma estátua de de febre a arder 

Anda alguém 
pela noite de breu à procura 
e não há quem lhe queira valer 
e não há quem lhe queira valer 

Vejam bem 
daquele homem a fraca figura 
desbravando os caminhos do pão 
desbravando os caminhos do pão 

E se houver 
uma praça de gente madura 
ninguém vem levantá-lo do chão 
ninguém vem levantá-lo do chão 

Vejam bem 
que não há só gaivotas em terra 
quando um homem 
quando um homem se põe a pensar 

Quem lá vem 
dorme à noite ao relento na areia 
dorme à noite ao relento no mar 
dorme à noite ao relento no mar
***
2009

NO DIA EM QUE FARIA 80 ANOS
é preciso
sempre
animar a malta!!!
é o que faz falta!!!
sempre!!!
Vilarigues fez um belo trabalho:
Traz outro amigo também
Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo
quem vier por bem
Se alguém houver
que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
traz outro amigo também
 









***
Via Amélia Pais:
No 25º aniversário do seu «dobrar a curva da estrada»

Desta canção que apeteço
À espera do Maio ido
Chega-me agora um trinado
Do outro lado do rio

Quisera ser rio ou ave
Cair no chão que estremeço
Para cantar à vontade
Esta canção que apeteço

Esta canção a meu gosto
Vinda pela madrugada
Sai da garganta da gente
Aos magotes pela estrada

Escrito na prisão de Caxias

Textos e Canções", Assírio e Alvim, 1983
(Via Amélia P)
**
e 1 canção "traz outro amigo também!"
***
2014
Via Diário Digital com Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=695833

Uma biografia de José Afonso, com documentos inéditos, intitulada “Zeca Afonso – Livra-te do Medo”, da autoria do jornalista José A. Salvador, que conheceu o intérprete e compositor, é uma das apostas da Porto Editora para o mês de Abril, que oferece três livros aos leitores do Diário Digital.

Trata-se de "uma biografia largamente ilustrada com fotografias, fac-similes de manuscritos e vários documentos inéditos" dos arquivos da polícia política anterior ao 25 de Abril de 1974, a Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE), e da censura, estrutura que visava antecipadamente todas as publicações e espetáculos públicos em Portugal, truncando obras ou proibindo-as, como aconteceu às canções "Traz outro amigo também" e "Venham mais cinco", de José Afonso, afirma em comunicado hoje divulgado a Porto Editora, que chancela a obra.
Esta é “a obra mais completa até hoje publicada sobre José Afonso”, atesta e editora que a publicará no dia 17 de abril.
“José Afonso foi indiscutivelmente uma das grandes vozes da Revolução de Abril. ‘Grândola, Vila Morena’ é um tema que, ainda hoje, procura ser instrumento de intervenção, e este ano, além dos 40 anos do 25 de Abril, comemoram-se também os 50 anos [da origem] desta canção”, afirma em comunicado a editora que recorda que, em “maio de 1964, José Afonso foi cantar à Sociedade Fraternidade Operária Grandolense, acontecimento que o inspiraria a escrever” a canção do álbum “Cantigas do Maio”, de 1971.
A obra é prefaciada pelo jornalista Adelino Gomes e "apresenta uma longa entrevista ao cantautor, bem como depoimentos de familiares e amigos".
Segundo a editora, esta biografia "permite ainda conhecer a relação [de José Afonso] com a literatura, a sua biblioteca, de 829 livros numerados e assinados, o início da carreira, os tempos de perseguição e prisão, e a doença que lhe foi fatal".
De seu nome completo José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nasceu a 02 de agosto de 1929 em Aveiro e ficou conhecido como Zeca Afonso, tendo iniciado a carreira em Coimbra, onde fez parte do Orfeão Académico e da Tuna Universitária, seguindo-se uma carreira a solo como intérprete de fados e baladas.
Gravou o primeiro disco, nos inícios da década de 1950, de 78 rotações, com fados de Coimbra, editados pela discográfica Alvorada.
O músico cumpriu o serviço militar obrigatório e, já licenciado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, iniciou a carreira docente, mantendo ligações com o meio musical coimbrão, relacionando-se em simultâneo com, entre outros, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre e José Niza.
Em 1963 editou aqueles que são os primeiros temas de cariz político, "Os Vampiros" e "Menino do Bairro Negro", que faziam parte do alinhamento do disco "Baladas de Coimbra", que a Censura proibiu.
Fez digressões pela Europa e estabeleceu residência em Moçambique, entre 1964 e 1967, onde estavam os pais, regressando a Portugal, onde voltou a lecionar, tendo a ditadura procedido à sua expulsão do ensino, por razões políticas.
Em 1969, em Paris, participou no I Encontro da "Chanson Portugaise de Combat". Gravou o disco "Cantares do Andarilho", que lhe valeu o Prémio da Casa da Imprensa, para o Melhor Disco do Ano, e o Prémio da Melhor Interpretação, ao qual se sucedeu "Cantigas de Maio", tendo sido preso, em 1973, pela PIDE, no Forte de Caxias.
Após o 25 de Abril de 1974, envolveu-se diretamente na política, participando em sessões de Canto Livre e na campanha de alfabetização do Movimento das Forças Armadas. Apoiou os candidatos presidenciais Otelo Saraiva de Carvalho (1976) e Maria de Lourdes Pintasilgo (1984).
No dia 23 de fevereiro de 1987, morreu em Setúbal, vítima de esclerose lateral amiotrófica, que lhe fora diagnosticada em 1982. No dia seguinte, o seu funeral foi acompanhado por cerca de 30 mil pessoas, segundo a Associação José Afonso.
o autor de "Zeca Afonso - Livra-te do medo", José António Salvador, conheceu José Afonso quando frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, e fez parte da Direção-Geral da Associação Académica de Coimbra, durante a crise estudantil de 1969.
Com 66 anos, José A. Salvador é jornalista desde 1969, quando iniciou a atividade profissional n'O Comércio do Porto, tendo feito parte, posteriormente, das redações do vespertino Diário Popular e do semanário O Jornal, assim como da redação inicial da televisão SIC, onde, durante dois anos, programou a informação.
O Clube de Imprensa distinguiu-o por duas vezes com o primeiro Prémio Viagem pelas reportagens "Tejo, por este rio acima" e "Cabo Verde, o sonho das ilhas".
"Zeca Afonso - Livra-te do medo" sucede aos dois trabalhos anteriores do jornalista sobre o autor de "Grândola, vila morena": "Livra-te do Medo - Histórias e Andanças do Zeca Afonso", de 1985, e "José Afonso: O Rosto da Utopia", de 1994.
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23 de Fevereiro de 1987: Morre o cantor e compositor Zeca Afonso

Poeta, cantor e compositor, José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu a 2 de Agosto de 1929, em Aveiro, e faleceu a 23 de Fevereiro de 1987, em Setúbal. Viveu até aos três anos na cidade onde nasceu, tendo, em 1932, viajado para Angola onde passou a viver com os pais e irmãos que aí já se encontravam. Terá sido aqui que o poeta criou uma relação estreita com a Natureza e sobretudo com África que, mais tarde, se  reflectiria em muitos dos seus trabalhos.

Regressado a Portugal, depois de uma breve passagem também por Moçambique, José Afonso foi viver para casa de familiares em Belmonte, onde completou o Ensino Primário. Estudou, já em Coimbra, no liceu D. João III e ingressou, depois, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras daquela cidade, tornando-se notado pelas suas interpretações do fado típico coimbrão - não apenas pela qualidade da sua voz mas pela originalidade que emprestava às interpretações.

Em 1955, iniciou uma pequena carreira como professor do Ensino Secundário e  leccionou em liceus e colégios de locais tão variados como Mangualde, Aljustrel, Lagos, Faro e Alcobaça. Seis anos mais tarde, partiu para Moçambique onde voltaria a dar aulas. De volta ao seu país, em 1967, conseguiu uma colocação como professor mas, ao ser expulso do Ensino por incompatilidades ideológicas face ao regime ditatorial vigente, começou a dedicar-se mais à música e, consequentemente, a gravações mais regulares.

A sua formação musical integrou um processo global de  actualização temática e musical da canção e fado de Coimbra. Foi assim que o cancioneiro de Zeca Afonso recriou temas folclóricos e até infantis, reescrevendo formas tradicionais como a "Canção de Embalar", evocando mesmo, neste retomar das mais puras raízes culturais portuguesas, o ambiente lírico dos cancioneiros primitivos (cf. "Cantiga do Monte"), ao mesmo tempo que introduziu no texto temas resultantes de um compromisso histórico, denunciando situações de miséria social e moral (os meninos pobres, a fome no Alentejo, a ausência de liberdade) e cimentando a crença numa utopia concentrada no anseio de "Um novo dia" ("Menino do Bairro Negro").

Reagindo contra a inutilidade de "cantar o cor-de-rosa e o bonitinho, muito em voga nas nossas composições radiofónicas e no nosso music-hall de exportação", partiu da convicção de que "Se lhe déssemos uma certa dignidade e lhe atribuíssemos, pela urgência dos temas tratados, um mínimo de valor educativo, conseguiríamos talvez fabricar um novo tipo de canção cuja actualização poderia repercutir-se no espírito narcotizado do público, molestando-lhe a consciência adormecida em vez de o distrair." ("Notas" de José Afonso in Cantares, p. 82).

Canções decoradas por várias gerações de portugueses, filhas da tradição e incorporando, por seu turno, a tradição cultural portuguesa, a maior parte dos temas de Zeca Afonso integram, como voz de resistência mas também como voz pura brotando das raízes do ser português, o imaginário de um povo que durante a ditadura decorou e entoou intimamente os versos de revolta de "Vampiros" ou de "A Morte Saiu à Rua", ou que fez de "Grândola, Vila Morena" o seu hino de utopia e libertação.

Menos equívoca, no pós-25 de  Abril, mas animada pelo mesmo ímpeto de reivindicação de justiça e de apelo à fraternidade, a sua canção, no que perde por vezes de subtil metaforização imposta pela escrita sob censura, ganha em força e engagement, na batalha contra novos fantasmas da alienação humana como o imperialismo, a CIA, o fascismo brasileiro, o novo colonialismo de África, o individualismo europeu. Neste alento, as Quadras Populares(1980) constituem uma verdadeira miscelânea sobre os novos desconcertos do mundo, as suas novas e renovadas formas de opressão, enumerando uma por uma as iniquidades, disparates e esperanças frustradas da sociedade saída da revolução de  Abril, aspirando, em conclusão, a uma revolução ainda não cumprida ou ainda por fazer.

Apesar de galardoado por três vezes consecutivas (1969, 1970 e 1971) com um prémio oficial, a sua produção viria a ser banida dos meios de comunicação, dado o seu conteúdo indesejável para o regime; por essa mesma ordem de razões - talvez mais do que pela inovação musical -, a sua popularidade viria a crescer após a reimplantação da democracia.

De toda a sua discografia, destacam-se os seguintes álbuns: Balada do outono(1960), Baladas de Coimbra(1962), Baladas e Canções(1964), Cantares de Andarilho(1968), Traz outro Amigo Também(1970), Venham mais Cinco(1973), Coro dos Tribunais(1974), Grândola, Vila Morena(1974), Enquanto há Força(1978), Como se fora seu Filho(1983) e Galinhas do Mato(1985).
José Afonso. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagem)

Ficheiro:José Afonso - Monumento em Grandola1.JPG
 Canção de embalar
 Dorme meu menino a estrela d'alva Já a procurei e não a vi Se ela não vier de madrugada Outra que eu souber será pra ti ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô ô (bis) Outra que eu souber na noite escura Sobre o teu sorriso de encantar Ouvirás cantando nas alturas Trovas e cantigas de embalar Trovas e cantigas muito belas Afina a garganta meu cantor Quando a luz se apaga nas janelas Perde a estrela d'alva o seu fulgor Perde a estrela d'alva pequenina Se outra não vier para a render Dorme quinda à noite é uma menina Deixa-a vir também adormecer
 https://www.youtube.com/watch?time_continue=8&v=h8TpRnMU09M
cantigas de maio
Eu fui ver a minha amada Lá p'rós baixos dum jardim Dei-lhe uma rosa encarnada Para se lembrar de mim Eu fui ver o meu benzinho Lá p'rós lados dum passal Dei-lhe o meu lenço de linho Que é do mais fino bragal Minha mãe quando eu morrer Ai chore por quem muito amargou Para então dizer ao mundo Ai Deus mo deu Ai Deus mo levou Eu fui ver uma donzela Numa barquinha a dormir Dei-lhe uma colcha de seda Para nela se cobrir Eu fui ver uma solteira Numa salinha a fiar Dei-lhe uma rosa vermelha Para de mim se encantar Minha mãe quando eu morrer Ai chore por quem muito amargou Para então dizer ao mundo Ai Deus me deu Ai Deus me levou Eu fui ver a minha amada Lá nos campos eu fui ver Dei-lhe uma rosa encarnada Para de mim se prender Verdes prados, verdes campos Onde está minha paixão As andorinhas não param Umas voltam outras não Minha mãe quando eu morrer Ai chore por quem muito amargou Para então dizer ao mundo Ai Deus me deu Ai Deus me levou
https://www.youtube.com/watch?time_continue=3&v=s3JiWHvaua4
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/02/23-de-fevereiro-de-1987-morre-o-cantor.html?fbclid=IwAR39UfOJV7YY46luVEiVzfj_mFBFOHN9AHLtM_HbwdqjGKIc42LRJNqngko
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23D 23h 23' 23"...Zeca viveu em Alcobaça que vos abRRaça
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ZECA AFONSO-1987-2016
No aniversário da sua morte lembro o poeta e compositor José Afonso que passou anos da sua vida, na vila de Alcobaça, enquanto professor na Escola Técnica de Alcobaça. Os seus tempos livres passava-os no mítico Café Paris, local onde um grupos de amigos e admiradores tem um quadro que relembra a passagem do "trovador".
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