04/04/2014

7.787.(4.4.2014.5h-4'-4") Venezuela

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telesur em directo
em espanhol
http://wwitv.com/tv_channels/8375.htm
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16mar2019
 Hj é dia da LIBERDADE DA INFORMAÇÃO...É bem difícil descobrir a verdade com tanta fake news...Exemplo: Outras opiniões sobre a Venezuela
 https://www.abrilabril.pt/internacional/representantes-dos-eua-e-do-canada-negam-crise-humanitaria-na-venezuela-0?fbclid=IwAR0o6GoXHDkFyCZb7N4O_5QE_T9Bk4L5AoTlshkU-cUW0n5aWau8UL4UbMk
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12mar2019
impressionante civismo durante o apagão
 https://www.abrilabril.pt/internacional/maduro-destaca-civismo-do-povo-venezuelano-perante-ataques-ao-sistema-electrico
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2mar2019
a infiltração de mercenários
 https://www.abrilabril.pt/internacional/venezuela-alerta-para-incursoes-de-mercenarios-no-seu-territorio
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27fev2019
Bolívia a favor da Venezuela
 https://www.abrilabril.pt/internacional/nem-todas-opcoes-devem-estar-em-cima-da-mesa
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22fev2019
comunistas colombianos e cubanos a favor da Venezuela
 https://www.abrilabril.pt/internacional/comunistas-cubanos-e-colombianos-alertam-para-intervencao-imperialista-na-venezuela
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19fev2019
Rússia envia ajuda
 https://www.abrilabril.pt/internacional/russia-envia-300-toneladas-de-medicamentos-para-venezuela
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14fev2019
Cuba está experientíssima em ataques dos EUA
 https://www.abrilabril.pt/internacional/cuba-denuncia-aventura-militar-imperialista-contra-venezuela
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19seTEMbro2018
 Venezuela...Você sabia que 29 por cento da população que reside na #Venezuela 🇻🇪 cabe a migrantes, entre eles, a maioria vem da #Colômbia 🇨🇴?...Conhecer as razões para terem tantos migrantes...Portugueses quando foram para lá??
 https://www.facebook.com/teleSUR/posts/10155695930106179?__xts__[0]=68.ARAGhsmB9qof1LLtUp3i7uSTAEYp7ibk4SmREL0lSWbGSJgTkuXlJ4Nq6lp1Z5tKMMDF1wA8rLsdLFBHEXUU_N8FiCG2X_D4MUByS3CZtUo-WVA7vtbbrcb0dQydPMxvFo5WoLTN_TuUi7_bJJhXVLY4ZdBiDO7xsnndnKvebBt_1gVHlH9AnlTlwXIXUvYLhLLFGehEb7hwarE-Aw4NxFhzrtRAhU3DqjM8-At7bYVYWLaDskDnxc5EPuRDse4lZUME3pTW0Lsm2s462eIIZrLMByUXLHta3c8C12U-hzytUm_bZ2qYR85RGhn8_VS9p6Z0gjaOHlSU6X4Xz0Md1rzOV2nyb85bJiaFXC76y40&__tn__=C-R
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1seTEMbro2018
 Ai a Venezuela...
 "Existe realmente crise migratória na #Venezuela 🇻🇪 ou responde a uma campanha dos media?"

Analisamos os dados oficiais 👉 https://tlsur.net/2PqtFQW

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28aGOSTO2018
 Ai a Venezuela...Depois de tanta saída tb há quem volte...
 "Trata-se de pessoas e vítimas de exploração de trabalho foram as causas pelos quais estes 89 venezuelanos pediram para voltar para o seu país do Peru"

 https://www.facebook.com/watch/?v=264481157517310
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Por um lado percebo a campanha louca dos EUA e Cª...
Mas como posso aceitar que Maduro vá à tomada de posse do tenebroso Erdogan na Turquia???
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24mAIo2018
Postei:
 Há por aí quem coMENTE com pouca informAÇÃO...José Goulão explica o que se passa com a "terrível" Venezuela e a "maravilha" que é os EUA...LER TB avante COM A OPINIÃO DO DEPUTADO DO PCP que acompanhou o processo eleitoral...
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Venezuelanos reelegem Nicolás Maduro em acto eleitoral exemplar

ENTREVISTA João Pimenta Lopes, deputado do PCP no Parlamento Europeu e vice-presidente da Assembleia Parlamentar Euro-latino-americana, fala ao Avante! das eleições de domingo, 20, na República Bolivariana da Venezuela, que presenciou como acompanhante internacional. Nicolas Maduro foi reeleito presidente do país. O PCP saudou a vitória e exigiu respeito pela vontade do povo venezuelano (ver caixa).



Em que consistiu esta jornada de acompanhamento das eleições presidenciais na Venezuela?

A nossa presença, na sequência do convite que nos foi endereçado, inscreveu-se no acompanhamento internacional ao acto eleitoral do passado dia 20 de Maio. Foram mais de 200 acompanhantes internacionais que puderam verificar no terreno a normalidade com que decorreu o processo. A origem dos acompanhantes foi diversa, cobrindo todos os continentes e com uma diversidade muito grande de países, inclusive de países cujos governos contestaram antecipadamente o acto eleitoral, como os EUA, Canadá, Colômbia, Chile ou a Espanha, entre outros que integram a União Europeia (UE).

Ao longo de três dias, houve um conjunto de actividades que permitiram conhecer a situação política, económica e social no país, os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte (ANC) – órgão que convocou as eleições –, a forma como decorre o processo eleitoral e a robustez do procedimento que lhe dá suporte.

É importante registar que em 20 anos se realizaram naquele país 24 actos eleitorais. A Revolução Bolivariana e a Constituição de 1999 imprimiram um conjunto de alterações ao processo eleitoral visando assegurar a maior abrangência em termos de participação, assim como garantir a transparência e funcionamento democrático e legal do acto eleitoral. Essa reforma eleitoral levou a que se aumentasse em mais de 6000 os centros de votação, que são hoje mais de 14 000 por todo o país, com um total de 34 143 mesas onde pode votar o povo venezuelano. As medidas tomadas permitiram reduzir os excluídos do acto eleitoral de 20 para três por cento.

Por outro lado, as opções técnicas que levam a um voto que é digital mas que pode ser verificado fisicamente permitiu ultrapassar situações, conhecidas no passado, de fraude eleitoral naquele país.

Como descreves o sistema eleitoral venezuelano?

Confesso que me surpreendeu bastante. Já tinha a percepção da robustez do sistema, mas conhecê-lo directamente permitiu confirmá-lo. Visitámos o centro operacional do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), onde procedem à armazenagem, manutenção e verificação técnica das máquinas de votação. Cada máquina corresponde apenas a uma mesa de votação e integra a informação do caderno eleitoral correspondente. O material é devidamente verificado e registado e segue selado para os centros de votação. O sistema garante redundância quer eléctrica quer material para garantir que o processo nunca fique comprometido por falha técnica. Em cada mesa – que tal como em Portugal tem até cinco elementos e não opera com menos de três, a par dos observadores das listas que podem monitorizar o processo –, a máquina é iniciada com uma chave única. Na abertura é verificado que esta está a «zeros».

Validando o voto, a máquina regista o sentido de votação e emite um boletim de voto que o eleitor confirma se corresponde à sua intenção antes de o introduzir na urna. Finalmente o eleitor descarrega o seu voto no caderno eleitoral em papel, confirmando o exercício do seu direito com a sua assinatura e impressão digital. Quando a mesa fecha, os votos são enviados directamente ao CNE. Os resultados enviados podem ser confirmados através dos votos entrados em urna, verificando se o valor transmitido corresponde ao descarregado naquela. Cada centro eleitoral determina um número de mesas a escrutinar onde se procede, imediatamente ao fecho da mesa, à confrontação, voto a voto, do que consta na urna e do que a máquina regista, o que garante que o valor determinado digitalmente corresponde efectivamente à intenção dos eleitores. É portanto um sistema muito robusto e fiável.



Estratégia derrotada

Nesse contexto, porque que é que achas que uma parte da oposição decidiu não participar no processo eleitoral, promovendo até o seu boicote e apelando à abstenção?

A estratégia da oposição não é nova. Já em 2005 boicotaram e não participaram nas eleições. Assim foi também em Julho do ano passado quando boicotaram as eleições para a Constituinte, processo pelo qual havia antes pugnado. Procuram com tais acções desacreditar os actos eleitorais, mas, afinal, são os únicos responsáveis por se demitirem de participar na vida democrática do país.

Tais acções inserem-se na sua estratégia mais ampla para derrotar a Revolução Bolivariana a todo o custo, incluindo a promoção da violência ou a guerra económica que, desde 2015, procura atingir duramente a população do país. A oposição encontra-se profundamente dividida e sabia de antemão que dificilmente conseguiria ter uma candidatura vencedora às eleições presidenciais – eleições cuja realização exige desde 2016, insista-se –, precisamente por se encontrar dividida. A parte que boicotou as eleições corresponde aos sectores mais violentos da oposição (da qual se distanciaram os candidatos opositores que participaram nestas eleições), sectores que participaram na mesa negocial com vista ao diálogo institucional, ocorrido na República Dominicana, e que em Fevereiro deste ano, instigados pelos EUA e UE, rejeitaram no último instante a assinatura do acordo que havia sido negociado entre o governo e a oposição.

O governo bolivariano manteve, ainda assim, o compromisso de cumprir com o que estava plasmado no acordo. Recorde-se, ainda, que por forma a garantir a integração de sectores da oposição no processo, a ANC adiou o acto eleitoral de 22 de Abril para 20 de Maio.

A estratégia de boicote das eleições presidenciais, coordenada com os EUA e a UE, a quem esta dita oposição tem pedido sucessivamente medidas e mesmo a intervenção directa contra o país e o povo venezuelano, visou promover o não reconhecimento antecipado das eleições, dos resultados e do mandato governamental que delas resulta.

Existe alguma razão para o não reconhecimento da legitimidade das eleições, como propagam os EUA e a UE?

Não, não existem razões para qualquer Estado não reconhecer o acto eleitoral. As eleições presidenciais foram convocadas pela ANC, que foi eleita no respeito do enquadramento constitucional do país. Todas os preceitos legais e constitucionais que enquadram actos eleitorais foram cumpridos e assegurados pela CNE. A estes juntaram-se os compromissos que o Governo bolivariano assumiu com os candidatos opositores, nomeadamente salvaguardas e garantias que incluíam a abertura dos cadernos eleitorais ou a existência de observadores eleitorais.

O processo eleitoral correu de forma absolutamente transparente e, salvo tímidos incidentes, de forma inequivocamente tranquila. O povo venezuelano acudiu às urnas em paz e tomou a sua decisão. As situações que motivaram protestos junto da CNE foram atendidas por aquele organismo, à semelhança do que ocorre noutros países. Não considero que aquelas ocorrências tivessem qualquer expressão nos resultados finais. De resto, e como já expliquei, os resultados eleitorais são expressão da robustez do sistema e é absurdo, como se lê nalguns órgãos de comunicação social, falar-se em fraude.

A postura de não reconhecimento das eleições que assumiram os EUA e a UE, por antecipação e na sequência do acto, não só não tem qualquer fundamento como é uma grave violação do princípio da não ingerência em assuntos internos de estados soberanos, de resto consagrado na Carta das Nações Unidas.

Apesar das consequências do bloqueio e das sanções, o povo venezuelano volta a dar a vitória a Nicolás Maduro. Qual é o significado deste resultado?

É um resultado muito importante tendo em conta as condições particularmente difíceis em que foram disputadas as eleições. É um resultado que legitima, no voto popular, a continuidade do processo bolivariano e a rejeição inequívoca, por parte do povo venezuelano, das políticas de terror e violência que uma fracção da oposição tem promovido, bom como a rejeição das agressões a que o país tem o estado sujeito por via do agravamento da política de sanções económicas e financeiras – uma brutal guerra económica que os EUA e a oligarquia têm imposto, alimentando o mercado negro, a supressão de bens essenciais na distribuição ou a desvalorização do bolívar [moeda nacional].

Este resultado é, simultaneamente, uma expressão de que o povo venezuelano não quer abrir mão do processo que se iniciou em 1998 com a eleição de Hugo Chávez.

As forças progressistas e revolucionárias na Venezuela têm agora grandes desafios na tarefa de responder, de forma firme, à difícil situação económica e social para onde foram empurrados. Simultaneamente encontram-se em melhores condições para resistir e superar a pressão, chantagem e agressão que EUA e UE estão a impor, e ao que pode ser o anúncio do agravamento de sanções.





PCP saúda vitória e exige respeito pela vontade do povo

Reagindo ao triunfo de Nicolás Maduro, o PCP, através do gabinete de imprensa, divulgou uma nota que abaixo reproduzimos na íntegra.

«As eleições presidenciais na Venezuela, em que participaram mais de oito milhões de cidadãos, constituíram uma importante jornada democrática cujos resultados traduzem um significativo apoio popular ao processo bolivariano, tão mais significativo quando expresso num difícil contexto de tentativa de condicionamento da livre expressão do povo venezuelano e de manobras golpistas de boicote eleitoral em que se enquadraram os pré-anúncios de não reconhecimento das eleições por parte da administração norte-americana e da União Europeia (UE).

O PCP saúda Nicolas Maduro pela sua reeleição como presidente da República Bolivariana com 68 por cento dos votos expressos, bem como o conjunto das forças revolucionárias, progressistas e patriotas venezuelanas que acabam de alcançar uma importante vitória na resistência às manobras de ingerência e desestabilização contra a Venezuela e de crescente bloqueio económico e financeiro do imperialismo, com destaque para o imperialismo norte-americano.

O PCP condena todas as acções que visem pôr em causa a inquestionável legitimidade das eleições venezuelanas e reclama do Governo português uma postura responsável e de acordo com os princípios da não ingerência, que se traduza no respeito pela independência e soberania da República Bolivariana da Venezuela e pela vontade do povo da Venezuela expressa nas urnas.

O PCP reafirma a solidariedade com a luta dos trabalhadores e povo venezuelanos, com o seu direito a decidir livremente e em paz do seu próprio destino e as suas profundas aspirações em construir um país de justiça, progresso social, desenvolvimento e cooperação.
 http://www.avante.pt/pt/2321/internacional/150097/Venezuelanos-reelegem-Nicol%C3%A1s-Maduro-em-acto-eleitoral-exemplar.htm
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 Nicolás Maduro festeja com os seus apoiantes a vitória nas eleições presidenciais de 20 de Maio, em que obteve mais de 6,2 milhões votos.
 Os EUA estão a atacar a Venezuela cumprindo um plano «top secret» elaborado pelo SouthCom do Pentágono, que só será dado como concluído «quando a ditadura corrupta de Nicolás Maduro tiver sido derrotada».
 Elaborado para ser aplicado em várias fases, o «Plano para Derrubar a Ditadura Venezuelana – Golpe de Mestre», assim foi baptizado o documento assinado pelo almirante Kurt Walter Tidd, comandante do SouthCom (Comando Sul), prevê uma agressão militar multinacional integrando tropas de combate norte-americanas e de países da região, incluindo o Brasil, sob comando directo do Pentágono. Como se percebe pela leitura integral do texto, esta guerra será um primeiro passo para o «renascimento da democracia» à «escala continental».
Elaborado no início deste ano, embora só recentemente tenha escapado às malhas do secretismo do aparelho de expansão imperial, o plano manteve-se, até agora, nas fases de desestabilização social e política, prevendo a hipótese de o «chavismo», como se escreve amiúde no documento, cair antes das eleições presidenciais de domingo último – nas quais Nicolás Maduro foi reeleito com mais de dois terços dos votos expressos, numa consulta onde a legitimidade e a transparência não foram postas em causa.
Depois desta manifestação democrática e esmagadora da vontade autêntica do povo venezuelano, parece ser hora da passagem a nova fase do «Golpe de Mestre».
«Chegou o momento de os Estados Unidos mostrarem que estão implicados neste processo, no qual a queda da ditadura venezuelana marcará uma viragem à escala continental», adverte o almirante Kurt W. Tidd. Trata-se de agir «em defesa da democracia», e não apenas na Venezuela, onde se assiste «a uma acção criminosa sem precedentes na América Latina»; será um passo «para que a democracia se propague na América, um continente onde o populismo radical está destinado a perder o controlo». Este «renascimento democrático», lê-se no documento, «baseia-se em escolhas corajosas» para as quais «as condições regionais são favoráveis».
A guerra assim traçada contra a Venezuela, e para a qual o Pentágono mobilizou o Brasil, a Argentina, a Colômbia, o Panamá e a Guiana como agressores directos, «é a primeira ocasião para a Administração Trump pôr em andamento a sua visão de democracia e segurança, demonstrando como é crucial para o continente e o mundo inteiro», escreveu o comandante do SouthCom. «Chegou o momento de agir», insiste.
O já veterano, mas avulso, processo norte-americano de conspiração contra a Venezuela soberana – marcado por golpes, tentativas de golpe e sucessivos episódios terroristas intimidando a população do país – foi actualizado em 23 de Fevereiro deste ano sob a forma de plano estratégico, na altura em que Washington obrigou a oposição de extrema-direita, que patrocina, a rejeitar o «acordo de convivência» nacional no qual a mediação do ex-primeiro-ministro espanhol Rodríguez Zapatero fora bem-sucedida. Quando a assinatura estava prestes a acontecer, nesse mês de Fevereiro, o então secretário de Estado de Trump, Rex Tillerson, telefonou ao chefe da delegação Movimento de Unidade Democrática (MUD – de inspiração fascista), Júlio Borges, proibindo-o de assinar o documento.
A ordem assim emanada equivaleu a uma desautorização, a uma secundarização dos dirigentes arruaceiros patrocinados pelos Estados Unidos, forçados agora a uma ausência eleitoral que se virou novamente contra os próprios devido ao desacreditado e desastrado boicote das eleições presidenciais de domingo.
Uma situação agravada com o seu apagamento operacional do plano conspirativo, de cuja aplicação os Estados Unidos assumem agora plenamente as rédeas. «O governo corrupto de Maduro ruirá, mas infelizmente as forças de oposição que defendem a democracia e o nível de vida da população não têm a capacidade necessária para pôr fim ao pesadelo venezuelano», testemunhou o almirante Kurt W. Tidd. Esses sectores são vítimas de «disputas internas», acrescenta, e de «uma corrupção semelhante à dos rivais, partilhando a mesma falta de raízes», o que «não lhes permite tirar o melhor partido da situação e tomar as decisões necessárias para ultrapassar o estado de penúria e de precariedade no qual o grupo de pressão que exerce a ditadura de esquerda mergulhou o país».
Muitas das medidas incluídas no plano de guerra norte-americano contra a Venezuela são já nossas conhecidas do dia-a-dia dos últimos 20 anos. Porém, é fundamental revivê-las à luz da redacção nua e crua que o almirante Tidd lhes deu, escudado na eficácia do «top secret», para que todos entendamos como a informação internacional dominante obedece às ordens dos donos – com especial meticulosidade neste caso venezuelano.
Para alcançar «a erradicação definitiva do chavismo e a expulsão do seu representante», o comandante do SouthCom do Pentágono recomenda que se «intensifique a insatisfação popular, favorecendo mais instabilidade e penúria, de modo a tornar irreversível o descrédito do ditador». Nesse sentido, aconselha a «atacar repetidamente o presidente Maduro, ridicularizá-lo e apresentá-lo como um exemplo de incompetência, um fantoche às ordens de Cuba».
Trata-se ainda, acrescenta este modelar roteiro de agressão imperial, «de aumentar a instabilidade até níveis críticos, intensificando a descapitalização do país, a fuga de capitais estrangeiros e a deriva da moeda nacional através da aplicação de novas medidas inflacionistas».
«é fundamental reviver as medidas incluídas no plano de guerra norte-americano (...) para que todos entendamos como a informação internacional dominante obedece às ordens dos donos – com especial meticulosidade neste caso venezuelano»
Deverão também ser exacerbadas as divisões nos círculos de poder e criar situações semelhantes às que ocorreram recentemente no Brasil e na Argentina, transformando políticos corruptos em «vanguardas da transparência»; também é importante conseguir «a deserção dos quadros mais qualificados, de modo a privar o país de todos os profissionais altamente qualificados», o que «agravará ainda mais a situação interna, fazendo então recair a responsabilidade sobre o governo».
Percorrendo abertamente a estrada da sabotagem e do terrorismo, o almirante Kurt W. Tidd recomenda «fazer obstrução a todas as importações e desmotivar, ao mesmo tempo, os eventuais investidores estrangeiros», de modo a «tornar mais crítica a situação da população»; «apelar aos aliados internos e a outras pessoas bem inseridas no panorama nacional para que promovam manifestações, distúrbios e insegurança, pilhagens, roubos e atentados, sequestros de barcos e de outros meios de transporte para perturbar a segurança nacional nos países limítrofes»; e também «fazer vítimas», responsabilizando por isso o governo, assim «aumentando a dimensão da crise humanitária aos olhos do mundo inteiro».
Recorrendo a um estratagema sempre muito eficaz em relação aos objectivos pretendidos, o almirante recomenda ainda que «se ligue o governo ao narcotráfico, de modo a degradar a sua imagem aos níveis interno e externo».
Estende-se por 11 páginas, este «Golpe de Mestre», exemplo acabado de um roteiro de terrorismo de Estado e de estados que culmina com o planeamento de uma guerra regional e internacional contra um país independente, democrático e soberano com mais de 35 milhões de habitantes, por sinal o maior produtor mundial de petróleo; uma realidade frequentemente escamoteada para esconder a incontida gula internacional, diluída pelos efeitos da manipulação ostensiva dos conceitos de ditadura e democracia.
O essencial do golpe montado com a assinatura do comandante do SouthCom do Pentágono é «fazer a unidade do Brasil, da Argentina, da Colômbia e do Panamá, de modo a contribuírem para o reforço de tropas, usarem a proximidade geográfica e a sua experiência de operações em regiões arborizadas e de selva». Essa «frente internacional contará também com a presença de unidades de combate dos Estados Unidos e das nações mencionadas», ficando «o todo sob o Comando Geral do Estado Maior Conjunto, dirigido pelos Estados Unidos».
Prevê-se também «o estacionamento de aviões de combate, helicópteros, veículos blindados, a instalação de postos de espionagem e unidades militares especiais de logística (polícias, quadros operacionais e prisões)».
O almirante Kurt W. Tidd especifica que «devem utilizar-se as facilidades do território do Panamá como retaguarda»; «as capacidades da Argentina para garantir a segurança dos portos e posições marítimas»; a experiência do Brasil e da Guiana em termos de serviços e controlo de migrações para «coordenar o apoio à Colômbia, ao Brasil, Aruba, Curaçao, Trindade e Tobago e outros estados perante o afluxo de migrantes venezuelanos provocado pelo avanço da crise».
Considera-se importante «favorecer a participação internacional neste esforço, como parte da operação multilateral, através da contribuição de estados, ONG e corpos internacionais», sobretudo em matéria de logística, informações e capacidade de antecipar situações.
Depois de apelos à revolta no interior das Forças Armadas venezuelanas e de incentivos ao «envolvimento das forças aliadas no apoio» aos eventuais sediciosos, o «Golpe de Mestre» passa ao «nó da questão» para garantir o triunfo na guerra: «obter o apoio e cooperação das autoridades aliadas de países amigos (Brasil, Argentina, Colômbia, Panamá e Guiana); organizar o acantonamento de tropas, apoio logístico e médico a partir do Panamá; fazer uso adequado de tudo o que permita a vigilância electrónica e os sinais inteligentes, meios hospitalares e os fundos enviados para Darién (na selva do Panamá); tirar partido do equipamento do Plano Colômbia em drones, bem como dos territórios das antigas bases militares de Howard e Albrook, e do aeroporto de Rio Hato (Panamá); e também do Centro Regional Humanitário da ONU, concebido para situações de catástrofe e emergência humanitária, que integra uma pista de aterragem e as próprias instalações de apoio.»
O almirante Tidd realça a importância do recurso aos grupos paramilitares, vulgo «esquadrões da morte», sugerindo o reforço do recrutamento sobretudo em campos de refugiados como os de Cúcuta, La Guajira (Colômbia), tirando inclusivamente proveito, para tornar mais eficaz o seu desempenho, do «espaço vital» deixado pelas FARC na sequência do processo colombiano de paz. Um dos objectivos desta frente será o de «alimentar continuamente a tensão na fronteira (entre a Colômbia e a Venezuela), fomentar o tráfico de combustíveis e outros bens, as incursões dos paramilitares e o tráfico de droga para provocar incidentes armados com as forças de segurança fronteiriças».
Em suma, recomenda o comandante do SouthCom, é importante fazer o que for necessário para «tornar insustentável o governo Maduro, obrigá-lo a negociar, a hesitar, a fugir».
O plano de guerra contra a Venezuela aborda ainda o capítulo da propaganda, onde não acrescenta muito ao que tem sido a prática generalizada na comunicação social ao serviço da mundialização anglo-saxónica.
«Em suma, (...) é importante fazer o que for necessário para "tornar insustentável o governo Maduro, obrigá-lo a negociar, a hesitar, a fugir"»
O almirante Tidd sublinha, por exemplo, que os conteúdos «informativos» devem obedecer ao princípio essencial de «abafar a simbologia chavista baseada na sua representatividade e no apoio popular», invertendo-a de modo a apresentar «os ditadores como únicos responsáveis pela crise em que a nação mergulhou».
Isso passa, recorda, por «intensificar o descontentamento contra o regime de Maduro», designadamente «assinalando o fracasso dos mecanismos de integração montados pelo regime de Cuba, entre eles a ALBA e a Petrocaribe».
O recurso a «mensagens fabricadas» com base em supostos testemunhos e documentos oriundos do interior do país, a difundir pelos media nacionais e internacionais e pelas redes sociais é outro dos caminhos recomendados. A finalidade: «veicular por todos os meios a necessidade de pôr fim à situação, porque esta se tornou essencialmente insustentável.»











A panóplia de instrumentos de mistificação inclui «assegurar ou montar o uso de meios violentos por parte da ditadura para obter o apoio internacional», utilizando «todas as capacidades de guerra psicológica do exército dos Estados Unidos».
Ao longo do documento são várias as alusões às Nações Unidas, seus órgãos, instalações e meios, integrados como partes activas neste processo de guerra ilegal. Sobre a invocação abusiva – ou não – da disponibilidade e participação da ONU na agressão organizada contra a Venezuela, feita pelo SouthCom do Pentágono, seria interessante conhecer a posição do secretário-geral da organização.
De registar, por outro lado, que nenhum dos países citados como fazendo parte da coligação militar anti-venezuelana – designadamente Brasil, Argentina, Colômbia, Panamá, Guiana – tem qualquer contencioso com a Venezuela por resolver, muito menos que justifique uma opção extrema de guerra.
No entanto, embora conste que falta ainda a assinatura de Donald Trump para desencadear a fase declaradamente bélica, as operações militares já começaram. Têm decorrido exercícios de guerra na fronteira entre o Brasil e a Venezuela com o envolvimento de tropas norte-americanas, brasileiras, peruanas e colombianas; e nas águas do Atlântico Sul, com a participação de forças navais dos Estados Unidos, Chile, Reino Unido e Argentina. Operações das quais emerge, por exemplo, a coligação absurda entre forças argentinas e britânicas, tecnicamente inimigas por causa do contencioso sobre as Maldivas/Falkland, agora juntas contra a soberana e pacífica Venezuela.
Este cenário reflecte, de facto, o objectivo norte-americano de fomentar uma guerra continental contra o regime democrático venezuelano. O almirante Kurt W. Tidd sublinha que será necessário «colocar a operação militar sob bandeira internacional, com o aval da Conferência dos Exércitos latino-americanos, sob a protecção da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a supervisão, no contexto legal e mediático, do respectivo secretário-geral, Luis Almagro».
Atingindo o zénite do cinismo terrorista, o comandante do SouthCom recomenda a conveniência de «declarar a necessidade de reforçar a acção do Comando Continental, servindo-se dos instrumentos da democracia interamericana com o objectivo de evitar a ruptura democrática».
Há um aspecto em que este prospecto criminoso, ofensivo das mais elementares normas de convívio universal, dos direitos humanos e dos princípios democráticos, tem uma utilidade indesmentível: vamos assistindo a sucessivas guerras de agressão e aos efeitos das mais apuradas mistificações com que nos são relatadas e comentadas; a partir de agora, porém, sabemos como se criam estes episódios sangrentos, através dos quais se vai formatando o mundo «na era da globalização».
Devemos agradecer ao almirante Kurt W. Tidd a sua franqueza, ainda que involuntária, valendo-nos também a clareza luminosa de mais um leak entre os vários que, de tempos-a-tempos, nos permitem transformar fundamentadas suspeitas no conhecimento de inegáveis realidades.
Sabemos agora um pouco mais sobre os «golpes de mestre» que inspiram os comportamentos dos mais poderosos entre aqueles que garantem governar-nos em nome da democracia e, frequentemente, «com a bênção de Deus».
https://www.abrilabril.pt/golpe-de-mestre-o-roteiro-oficial-da-guerra-contra-venezuela
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+ 1 opinião para se ler com td a atenção...
CAFÉ CENTRAL
PORQUE CUBA E VENEZUELA INCOMODAM OS ESTADOS UNIDOS?
Por Guilherme Coutinho

Menos de 24h após a divulgação do resultado das eleições na Venezuela, que reelegeu Nicolás Maduro, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou sanções económicas ao país. A reacção, praticamente imediata, veio antes mesmo de qualquer apuramento de denúncias sobre irregularidades no processo eleitoral. Situação semelhante vive Cuba. A ilha caribenha, que faz fronteira marítima com os EUA, sofre um duro embargo económico que já dura mais 5 décadas. O governo americano, que já financiou diversos golpes de Estado na América Latina, ignorando processos democráticos, tem um motivo especial para se sentir ameaçado por essas duas nações: o regime socialista.
A partir da década de 1950, os EUA, em resposta ao fortalecimento da então União Soviética, iniciou um processo (que aparentemente dura até hoje) de combate à ideologia socialista. O processo foi mais intenso nas Américas, entendidas pelos norte-americanos como um “quintal”. Documentos já comprovaram o apoio americano em diversos golpes de Estado no continente, sempre contra estadistas de esquerda. Como exemplo, podemos citar o próprio golpe militar de 1964, no Brasil, que, comprovadamente, contou com o apoio financeiro e armamentário estadunidense, através da operação “Brother Sam”. Internamente, o governo americano perseguiu, de forma autoritária, qualquer cidadão que pudesse ter alguma ligação com o socialismo, no período conhecido como Macarthismo.
Com o fim da guerra fria, a caça ao comunismo deveria ter tido um fim, mas não foi o que aconteceu. Mesmo sendo a única superpotência no mundo, os EUA continuaram a campanha de perseguição a regimes que se identificassem, em maior ou menor grau, com o socialismo. O embargo a Cuba não teve um fim, e outros países, com governo de esquerda, sofreram retaliações. Documentos vazados pelo WikiLeaks demonstraram interferência no governo de Evo Morales, na Bolívia, a partir de 2005 e espionagem à então presidenta brasileira, Dilma Rousseff, em 2015 – um ano antes de sua deposição. A Venezuela, rica em petróleo e alvo de sanções expressas agora, já vinha sofrendo pressões desde o governo de Hugo Chavez. E isso são apenas alguns exemplos.
Com esse histórico, fica mais fácil entender a excessiva preocupação americana com dois países que não apresentam relevância proeminente nos quesitos bélicos ou financeiros. O regime socialista, como uma alternativa ao capitalismo financeiro, ainda ameaça a superpotência. Os embargos e boicotes económicos massacram ainda mais a já frágil economia desses países, descartando as supostas intenções humanitárias. Seria um contra-senso imaginarmos que um país que depôs tantos estadistas eleitos, agiria por apreço ao regime democrático. Para Washington, hoje e ontem, é inaceitável a presença de socialistas no seu quintal.
Fonte: Brasil de Fato
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20mAIO2018
Maduro vence as eleições com 68%...Falcon que teve 21% acha que tem de haver novas eleições...
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 Nicolás Maduro festejou com os seus apoiantes, junto ao Palácio de Miraflores, em Caracas, a vitória na contenda eleitoral
 Nicolás Maduro, candidato pela Frente Ampla da Pátria, foi reeleito com mais de 67% dos votos, numa jornada eleitoral que decorreu em ambiente de tranquilidade.
Pelas 22h30 (hora local), a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, apresentou os primeiros resultados, com 92,6% dos votos contados.
O candidato Nicolás Maduro, da Frente Ampla pela Pátria, foi reeleito com 5 823 728 votos (67,7%), numas eleições que decorreram sem incidentes e com um nível de participação de 46,01%, correspondente a 8 603 936 milhões de votos válidos.
O segundo candidato mais votado foi Henri Falcón, da Avanzada Progresista (AP), com 1 820 552 votos (21,1%) dos votos. Em terceiro lugar ficou Javier Bertucci, de Esperanza por el Cambio, com 925 042 votos, enquanto Reinaldo Quijada, do partido Unidad Política Popular 89 (UPP89), obteve 34 614 votos.
https://www.abrilabril.pt/internacional/nicolas-maduro-ganha-eleicoes-presidenciais-na-venezuela
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19abril2018











PCP reafirma a solidariedade com a Revolução Bolivariana e o Povo venezuelano


O Partido Comunista Português reafirma a solidariedade com os trabalhadores e o povo venezuelanos e a acção das forças bolivarianas em defesa da soberania e da paz, pelo desenvolvimento, a justiça e progresso sociais da Venezuela.
Denunciando e condenando as manobras de ingerência e constantes ameaças de intervenção externa contra a República Bolivariana da Venezuela, o seu Governo legítimo e constitucional e o seu povo, o PCP chama de igual modo a atenção para a intensificação da desestabilização e bloqueio económico e financeiro e para as ameaças explícitas de agressão militar por parte dos EUA e de outras potências imperialistas contra este País latino-americano.
O PCP denuncia e condena igualmente as medidas arbitrárias e discriminatórias contra a Venezuela, em frontal violação dos princípios da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, de que são exemplo, a imposição de sanções por parte dos EUA e a UE ou a sua exclusão da Cimeira das Américas.
Os ataques contra a Revolução bolivariana, a tentativa de colocar em causa as eleições presidenciais de 20 de Maio, a campanha permanente de manipulação mediática e desinformação, têm como objectivo fazer regredir os avanços e conquistas do processo democrático e popular na Venezuela.
A ingerência e agressão contra a Venezuela e o seu povo enquadra-se na acção concertada, crescentemente antidemocrática e repressiva, dos EUA, do grande poder económico e das forças mais retrógradas deste subcontinente, para travar as dinâmicas de afirmação soberana de sentido progressista e a articulação e cooperação multilaterais desenvolvidas na América Latina e Caraíbas – como a ALBA-TCP, UNASUR e CELAC –, e impor a perpetuação das políticas de rapina e exploração.
No Dia de Acção Mundial de Solidariedade com a Venezuela e a luta do povo venezuelano, o PCP reitera a sua solidariedade à República Bolivariana da Venezuela, ao PCV, ao PSUV e demais forças patrióticas, progressistas e revolucionárias, na sua luta em defesa da independência e soberania nacionais e dos direitos do povo venezuelano, incluindo o direito a decidir livremente e em Paz o seu próprio destino.
Exigindo o fim da ingerência, manobras e ameaças contra o povo venezuelano, o PCP apela à solidariedade em defesa da Venezuela Bolivariana, pelo progresso social, a paz e cooperação entre os povos.
http://www.pcp.pt/pcp-reafirma-solidariedade-com-revolucao-bolivariana-povo-venezuelano
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28mar2018
"Se querem ajudar a Venezuela, levantem o bloqueio"
Em entrevista à BBC, o ministro da Comunicação, Cultura e Turismo da Venezuela, Jorge Rodriguez, condenou o bloqueio económico contra o seu país e destacou que respeitar a soberania do povo venezuelano é a melhor forma de ajudar.
Rodríguez também responsabilizou a imprensa pelo papel que cumpre neste processo ao distorcer informações para criar o cenário de caos no país e fomentar uma “guerra psicológica”. “Creio que há muita deturpação e uma verdadeira operação de guerra mediática e psicológica, quase de linchamento, contra a Venezuela”, afirmou.

Para o ministro, a melhor forma de ajudar o país é “levantar o bloqueio económico e financeiro e respeitar a soberania do povo venezuelano”. Uma das formas de contribuir, além disso, é não disseminar a falácia de “crise humanitária”.

“Querem ajudar a Venezuela? Desbloqueiem os fundos ilegalmente retidos para que possamos pagar os alimentos e os medicamentos. Permitam que os alimentos que compramos passem na fronteira da Colômbia e do Brasil, tenham medidas mais efetivas para impedir o contrabando de gasolina, de alimentos e de medicamentos, que saem para países como a Colômbia, o Brasil e para o Caribe”, provocou o ministro.

Desde que empreendeu um caminho alicerçado na sua plena soberania, na liberdade e independência face aos interesses dos EUA e de outros países imperialistas, que, denuncia Rodríguez, o país enfrenta uma guerra económica e mediática,
criando falsas ideias na opinião pública com o objetivo de atacar as conquistas sociais alcançadas com a Revolução Bolivariana.

A falsa ajuda humanitária

O ministro destaca que um dos alicerces do discurso de caos no país é a suposta “crise humanitária” que justifica uma “ajuda humanitária” dos Estados Unidos e de outros países imperialistas, que, cujo resultado é uma intervenção externa. Este mecanismo de ação não é novo, denuncia Rodriguez.

“Lembrem-se das armas de destruição massiva no Iraque. O argumento permitiu a destruição de um país inteiro, o assassinato de milhões de pessoas e depois, de cara lavada, disseram: estávamos errados. Não havia armas de destruição massiva”, denunciou Rodríguez.

Na entrevista recordou que, como resultado do bloqueio, a Venezuela teve sérios problemas na distribuição e fornecimento de medicamentos, especialmente aqueles que são mais difíceis de obter no mercado internacional, situação que o governo tem vindo a resolver em ligação direta com a população.

Ressaltou que, qualquer proposta para fornecer medicamentos ao país, desde que respeite a soberania nacional e a independência da Venezuela, é bem-vinda, mas que até ao momento ainda não ocorreu, o que na sua opinião revela uma “tremenda hipocrisia”.

Fonte - Portal Vermelho

https://www.facebook.com/amizadeportugalcuba/photos/a.484034678388730.1073741826.131439593648242/1463750873750434/?type=3&theater
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5mar2018
Hoje como há cinco anos, a dignidade dos que lutam por romper com o capitalismo e por defender a sua soberania é a reserva moral da Venezuela. E como disse Hugo Chávez, «aqui no se rinde nadie, carajo».
Chávez e crianças, 17/06/2012.
Chávez e crianças, 17/06/2012.CréditosMárquez/Ministerio del Poder Popular para la Comunicación y la Información (MippCI) del Gobierno Bolivariano de Venezuela (minci.gob.ve)
"Bolívar desperta a cada cem anos quando desperta o povo, escreveu Pablo Neruda», foi o que me disse Rafael quando esperávamos juntos a chegada de Hugo Chávez nos arredores de Coro, em 2008. As imagens repetiam-se uma e outra vez. Onde quer que ele estivesse, aonde quer que fosse, a terra enchia-se da poeira dos passos das mulheres e homens com fome de justiça. Desse dia, lembro-me sempre de uma velha que trazia nos sulcos do rosto o incomensurável sofrimento a que toda aquela gente havia sido submetida durante décadas.
https://www.abrilabril.pt/internacional/cinco-anos-sem-hugo-chavez
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2mar2018
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou esta quinta-feira que 20 de Maio será a nova data para a realização das eleições presidenciais na Venezuela. A decisão foi tomada na sequência de um acordo firmado por diversas organizações políticas, do chavismo e da oposição.
As eleições na Venezuela vão realizar-se a 20 de Maio
https://www.abrilabril.pt/internacional/eleicoes-na-venezuela-em-maio-apos-acordo-com-sectores-da-oposicao
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15feVER2018
Falando no encerramento de uma sessão solene que ontem teve lugar no Supremo Tribunal de Justiça, em Caracas, o chefe de Estado da Venezuela afirmou que as eleições presidenciais agendadas para 22 de Abril, no país caribenho, puseram «loucos» os Estados Unidos e os seus aliados.
Garantiu, no entanto, que na Venezuela não haverá nenhum golpe de Estado e que as eleições vão mesmo ter lugar, «demonstrando o carácter democrático» do país sul-americano. Neste sentido, sublinhou «a lealdade e o compromisso das Forças Armadas com o bem-estar do povo e o processo revolucionário na Venezuela», informa a Prensa Latina.
Nicolás Maduro disse ainda ter solicitado ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) o prolongamento, até 25 de Fevereiro, do período de inscrição nos cadernos eleitorais dos venezuelanos que residem fora do país, de modo a garantir a sua participação no próximo acto eleitoral.
Uma das medidas tomadas no sentido de uma maior participação dos venezuelanos residentes no estrangeiro é a abertura do consulado da Venezuela em Miami, cidade norte-americana onde vive uma grande comunidade venezuelana. Maduro explicou que esta decisão dá resposta a um pedido feito por sectores da oposição durante as negociações que governo e oposição mantiveram na República Dominicana.

Boicote da oposição

A este propósito, afirmou ter conhecimento de que Julio Borges, um dos porta-vozes da oposição, pretende fugir da Venezuela e pedir asilo político, depois de, na semana passada, ter boicotado a assinatura do acordo de convivência democrática que iria culminar meses de diálogo entre oposição e governo da República Bolivariana da Venezuela.
Borges foi acusado pela delegação governamental em Santo Domingo, capital da República Dominicana, de ter recebido de Rex Tillerson, Secretário de Estado norte-americano, instruções para boicotar o acordo.
Apesar deste cenário, Nicolás Maduro mostrou-se esperançado de que 2018 seja «o ano da libertação definitiva do país», o ano de «grandes transformações no Sistema da Justiça», visando o seu fortalecimento e a garantia do direito dos venezuelanos à convivência pacífica.

Cooperação fronteiriça com a Colômbia

Maduro recomendou a realização de uma reunião entre os governos venezuelano e colombiano com o intuito de criar «um plano de paz na fronteira entre ambos os países», tendo encarregado dessa tarefa o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza.
O presidente venezuelano referiu-se à necessidade urgente de um «plano de paz binacional», para travar «os contrabandistas que roubam alimentos, gasolina e dinheiro da Venezuela», bem como os «traficantes de drogas».
Maduro destacou ainda o trabalho do procurador-geral, Tarek William Saab, pela sua «batalha contra a corrupção e em defesa dos valores patrimoniais do país», sem aludir às fortes críticas que este lançou, na passada segunda-feira, contra a Colômbia e os Estados Unidos, por agirem de forma coordenada com o propósito de «agredir militarmente a Venezuela».
As críticas de Saab seguiram-se às visitas de Rex Tillerson a Bogotá, na primeira semana de Fevereiro, e do chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Kurt Tidd, a Tumaco, também na Colômbia, no fim-de-semana passado.
https://www.abrilabril.pt/internacional/maduro-na-venezuela-havera-eleicoes-nao-um-golpe-de-estado
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6feVER2018
Milhares de apoiantes do processo bolivariano, no final da marcha pela independência e soberania nacional, na Avenida Bolívar, Caracas (Venezuela), a 19 de Abril de 2017
Milhares de apoiantes do processo bolivariano, no final da marcha pela independência e soberania nacional, na Avenida Bolívar, Caracas (Venezuela), a 19 de Abril de 2017CréditosCristian Hernández / EPA
A digressão de Rex Tillerson, Secretário de Estado dos EUA, pela América Latina teve início na quinta-feira passada, no México, e deve terminar amanhã na Jamaica. Pelo meio, ficam as visitas à Argentina, ao Peru e à Colômbia.
A viagem ficou marcada pela palestra que a precedeu na Universidade do Texas, em Austin, na qual Tillerson disse acreditar «que vai haver uma mudança» na Venezuela e defendeu que «uma mudança de regime pacífica é sempre melhor que a alternativa, uma mudança violenta».
Pese embora defender a «mudança pacífica», no decorrer da palestra, proferida dia 1, antes de seguir viagem rumo a sul, Rex Tillerson afirmou que «na história da Venezuela, como na de outros países da América Latina, muitas vezes são os militares os agentes da mudança quando as coisas estão mal ou a liderança já não pode servir os interesses das populações».
Referindo-se a Nicolás Maduro – presidente da Venezuela e candidato à reeleição no acto eleitoral que terá lugar até final de Abril –, o diplomata norte-americano não podia ser mais explícito ao expor os seus desejos: «Se as coisas aquecerem muito para os seus lados, estou certo de que alguns amigos em Cuba lhe podiam dar uma bela hacienda junto ao mar e que ele podia ter uma bela vida por lá», disse, citado pela PressTV.

As declarações no contexto académico e o périplo que imediatamente se seguiu motivaram fortes críticas nos últimos dias, umas mais exaltadas que outras, mas todas de repúdio e de afirmação da soberania da «Nossa América». Foram esses os casos do chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, do ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, de Jorge Arreaza, ministro dos Negócios Estrangeiros, e também do Ministério cubano dos Negócios Estrangeiros – que qualificou as declarações como uma mensagem de «arrogância e ingerência».
Na imprensa não hostil à Venezuela Bolivariana deu-se ênfase à actividade diplomática de Tillerson junto de governos de direita na América Latina, no sentido de erguer um bloqueio contra as exportações petrolíferas venezuelanas, e lembrou-se que a viagem de Mike Pence, vice-presidente dos EUA, ao Panamá, à Argentina, ao Chile e à Colômbia, em Agosto do ano passado, também se centrou na Venezuela, estando então marcada pela ameaça militar de Donald Trump contra o país de Chávez.

Ameaça militar permanece

Em declarações exclusivas concedidas hoje em Havana à Prensa Latina, o embaixador da Bolívia em Cuba, Juan Ramón Quintana, considerou que a digressão de Tillerson pela América Latina pode representar o «prelúdio de uma intervenção militar contra a Venezuela».
No entender de Quintana, o périplo de Tillerson, que «pode ser interpretado como [tentativa de fomentar um] bloqueio petrolífero à Venezuela, é mais que isso», sendo que o exercício da diplomacia norte-americana «dá crédito à preparação de uma intervenção militar armada contra o país caribenho».
Numa perspectiva política, «é uma espécie de ajuste de contas [com o chavismo e o Comandante Hugo Chávez], mas [trata-se de] uma intervenção que tem como factor de peso o interesse geoestratégico, de modo a garantir a autonomia energética do país norte-americano», sublinhou Quintana.
Neste sentido, defendeu que «essa autonomia é impensável enquanto os Estados Unidos não ocuparem aquilo a que se pode chamar o escudo petrolífero formado pela Colômbia, a Venezuela e o Equador, e mesmo a Bolívia».
O diplomata boliviano em Havana salientou que a intervenção militar tem como objectivo estratégico garantir a reserva petrolífera dos EUA para os próximos 50 anos, e que a decisão de «intervir directamente na América Latina» foi tomada conjuntamente pelo complexo industrial militar e a esfera petrolífera.

O papel do Grupo de Lima

A sustentar esta política, afirma, estão o chamado Grupo de Lima – integrado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru – e Luis Almagro, secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA).

«O Grupo de Lima, submetido do modo mais ignóbil à elite governante norte-americana, legitimará a intervenção na Venezuela. O seu silêncio sobre a fraude eleitoral nas Honduras, os crimes e o genocídio cometidos no México, os assassinatos selectivos na Colômbia [...] são exemplos da sua atitude abjecta», frisou.
Neste cenário de escalada da direita e de intervencionismo norte-americano no continente, a Bolívia mantém uma posição firme – disse Quintana, que mencionou «as acções políticas e diplomáticas» que o seu país empreende para conter e denunciar o «domínio da soberania dos estados nacionais», bem como a acção «dos governantes que assumem o papel de meras correias de transmissão ao serviço da máquina de dominação norte-americana».
https://www.abrilabril.pt/internacional/diplomata-boliviano-alerta-para-intervencionismo-dos-eua-na-venezuela
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18jan2018
Num encontro com docentes em Caracas, esta quarta-feira, o chefe de Estado da Venezuela, Nicolás Maduro, destacou a elevada cobertura do ensino público – gratuito e de qualidade. Instou a comunidade educativa a ser um agente activo na construção da «nova sociedade venezuelana».
Nicolás Maduro quer que a comunidade educativa seja um agente activo na construção da «nova sociedade venezuelana»
https://www.abrilabril.pt/internacional/ensino-publico-abrange-75-dos-alunos-venezuelanos
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11dez2017

Mais de nove milhões de eleitores participaram nas eleições municipais 
deste domingo na Venezuela. O Partido Socialista Unido da Venezuela 
venceu em mais de 300 das 335 câmaras municipais daquele país. 
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o chavismo conquistou mais de 300 das 335 câmaras municipais do país, incluindo Maracaibo, Barquisimeto, Valência, Maturín, Barcelona, Puerto La Cruz e Cidade Bolívar.
«Foi um recorde (de participação) numa eleição municipal, mesmo com os apelos para se absterem», declarou o Presidente, na televisão estatal. Estas eleições foram «uma grande vitória», sublinhou.
De acordo com os resultados já contabilizados, 9 139 564 pessoas (47,32% dos eleitores) votaram nas autárquicas, afirmou a responsável do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Sandra Oblitas.
Em Caracas, a candidata do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Erika Farias, foi eleita para presidir o município Libertador, o maior do distrito capital, com um total de 491 328 votos (66,17%). Do mesmo partido, José Vicente Rangel Ávalos vai presidir ao populoso bairro de Petare.
No mesmo distrito, nas câmaras municipais de El Hatillo, Chacao e Baruta venceram candidatos da oposição. 
No estado de Zulia (Noroeste), a Câmara Municipal de Maracaibo será liderada por Omar Pietro, do PSUV. Nesta eleição, Pietro derrotou o líder opositor Manuel Rosales, fundador do partido Um Novo Tempo.
Em Táchira (Noroeste), Gustavo Delgado, do Partido Social Cristão (Copei), foi eleito em San Cristóbal, com 53% dos votos.



















Com Agência Lusa
https://www.abrilabril.pt/internacional/eleicoes-municipais-foram-uma-grande-vitoria
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9noVEMbro2017
A agência das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) propõe, no «Quadro de Acção para Educação 2030», que os povos possam ter acesso a 12 anos de Educação pública, gratuita e de qualidade. Com a Revolução Bolivariana, a Venezuela superou, em muito, esse objectivo.
Escola primária na Venezuela
https://www.abrilabril.pt/internacional/venezuela-muito-frente-das-metas-da-unesco-para-educacao
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7noVEMbro2017
Freddy Guevara com os chamados «grupos de choque» da oposição venezuelana, durante a campanha de violência que esta promoveu entre Abril e Julho deste ano
O também presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos disse esta segunda-feira, no Palácio Federal Legislativo, em Caracas, que as provas recolhidas sobre a violência promovida pela oposição venezuelana se baseiam em testemunhos, entrevistas, investigações e denúncias.
Sublinhou, para além disso, que «um número importante das denúncias» apontam «funcionários eleitos como responsáveis pela promoção ou geração da violência», acrescentando que «algumas das provas reunidas pela Comissão apontam directamente para o deputado Freddy Guevara», por «ter participado na criação de todos estes episódios de violência», disse Devoe numa exposição realizada na Assembleia Nacional Constituinte (ANC).
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela (STJ) decidiu solicitar à ANC o levantamento da imunidade parlamentar a Guevara, bem como a proibição de sair do país, acusando-o de crimes como associação e instigação pública criminosa continuada, e utilização de adolescentes para a prática do crime, informa a AVN.
«Diosdado Cabello: Guevara empurrou jovens para a violência, o terrorismo e a morte, agora foge, deixa-os sozinhos, não dá a cara»
Guevara, membro da Assembleia Nacional – instância em situação de desobediência para com o poder judicial – e militante do partido de extrema-direita Voluntad Popular, integrou o grupo de figuras venezuelanas que fizeram uma intensa campanha junto de instituições internacionais a solicitar uma intervenção estrangeira no país, o bloqueio económico e a formação de um governo paralelo.
Para além disso, apareceu múltiplas vezes junto aos chamados «grupos de choque», incentivando as suas acções de vandalismo e a sua «luta» contra as forças policiais.
Na sequência do pedido de levantamento de imunidade parlamentar, Freddy Guevara fugiu para a Embaixada do Chile em Caracas – que já o abrigou oficialmente –, facto que lhe mereceu a caracterização de «cobarde» por parte de Diosdado Cabello, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV): «O cobarde do Freddy Guevara empurrou jovens para a violência, o terrorismo e a morte, agora foge, deixa-os sozinhos, não dá a cara.»

4439 acções violentas e 121 mortos entre Abril e Julho

Na exposição que ontem realizou na ANC, Devoe apresentou dados do relatório elaborado pela Covejuspaz até ao momento. Assim, precisou que, «na sequência da activação do plano da oposição venezuelana contra a paz e a estabilidade do país», entre Abril e Julho deste ano se registaram 4439 acções violentas.
No âmbito dessas acções, nesse período, 121 pessoas foram mortas e 1958 pessoas ficaram feridas, 829 das quais são funcionários das forças de segurança do Estado – e, destas, 73 foram feridos com armas de fogo, o que, por si só, «mostra a violência que foi utilizada contra as forças públicas».
«No âmbito dessas acções violentas, 121 pessoas foram mortas e 1958 pessoas ficaram feridas»
Devoe afirmou que a violência da oposição esteve na origem de 917 ataques contra estabelecimentos comerciais e privados, e de 913 ataques contra instituições públicas, «tendo sido agredidas pelo menos dez escolas» e oito centros de saúde.
O relatório inclui ainda: centros de recolha de alimentos queimados, 166 unidades de transporte destruídas, 12 estações do Metro de Caracas vandalizadas, 30 ataques ao Sistema Eléctrico Nacional e outros 300 contra órgãos públicos.

«Eram todos pagos»

Devoe explicou que, em dois meses e meio de funcionamento da Covejuspaz, foram entrevistadas 178 vítimas directas e indirectas, 71 das quais são familiares de pessoas que faleceram, 85 são feridos e 22 são pessoas cujos bens foram atingidos, indica a AVN.
Sublinhou ainda o facto de pelo menos 14 jovens que participaram activamente nos quatro meses de violência também terem sido entrevistados, tratando-se de pessoas que decidiram dirigir-se à Comissão «para contribuir, para contar a verdade, para que se faça justiça».
Um elemento comum às conversas com esses jovens é o facto de todos afirmarem que «foram contactados através de amigos ou mesmo de familiares para se integrarem nas actividades violentas». Todos disseram que «eram pagos por participar nessas acções de violência» – recebiam entre 50 mil e 60 mil bolívares por dia.
O pagamento podia chegar a 80 mil ou 100 mil bolívares se a vítima ficasse ferida, acrescentou Devoe.
https://www.abrilabril.pt/internacional/testemunhos-da-violencia-da-oposicao-responsabilizam-freddy-guevara
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31ouTUbro2017
Ali primeiro é lembrado por defender apaixonadamente a justiça social dos mais pobres através das suas canções, o que o transformou num bastião da luta popular no seu país natal, Venezuela. http://bit.ly/2gYyANC
Foto de teleSUR.
https://www.facebook.com/teleSUR/photos/a.10150565130246179.376197.186321186178/10154979084961179/?type=3&theater
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PCP
27ouTUbro2017
sobre o prémio Sakharov `para a "oposição democrática"
Sobre a atribuição pelo Parlamento Europeu do prémio Sakharov à denominada «oposição democrática na Venezuela»
http://www.pcp.pt/sobre-atribuicao-pelo-parlamento-europeu-do-premio-sakharov-denominada-oposicao-democratica-na
Sobre a atribuição pelo Parlamento Europeu do prémio Sakharov à denominada “oposição democrática na Venezuela”, os deputados do PCP no Parlamento Europeu consideram que:
Esta atribuição inscreve-se na longa lista de actos de ingerência contra a República Bolivariana da Venezuela e o povo venezuelano, sendo um gesto tanto mais grave quando procura enaltecer pessoas que foram responsáveis pela promoção de crimes e brutais actos de violência e acção terrorista de que resultaram dezenas de vítimas entre o povo venezuelano.
A melhor resposta a esta inaceitável intromissão da maioria do Parlamento Europeu deu-a o povo venezuelano na eleição da Assembleia Nacional Constituinte e nas recentes eleições regionais que se realizaram na Venezuela, rejeitando a violência golpista dos grupos terroristas, a acção de boicote económico e as ameaças levadas a cabo pela Administração norte-americana.
Os deputados do PCP no Parlamento Europeu, solidários com o povo venezuelano e tendo presente o bem estar da comunidade portuguesa residente na Venezuela, reafirmam que a defesa dos interesses desta passa pela clara rejeição das acções desestabilizadoras, terroristas e golpistas, incluindo as posturas que as promovem, como a que foi agora protagonizada pela maioria do Parlamento Europeu.
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18ouTUbro2017
18 em 23 estados...
https://www.brasildefato.com.br/2017/10/18/triunfo-do-chavismo-abre-novo-ciclo-de-vitoria-da-esquerda-no-continente-diz-maduro/
O triunfo eleitoral da Revolução Bolivariana, ao conquistar 54% dos votos e eleger 75% dos governadores do país, abre um novo ciclo de vitórias progressistas no continente, avaliou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro durante uma entrevista coletiva concedida a meios de comunicação internacionais, na tarde de terça-feira (17). “Essa vitória inicia um processo de acumulação de forças para a construção de algo novo, no setor econômico, cultural e politico”, acrescentou o presidente.
Maduro disse ainda que a participação eleitoral de 61% dos votantes é mais alta que a de muitos países desenvolvidos, assim como o percentual de votos conquistados pelo chavismo. “Na Espanha, Mariano Rajoy foi eleito com 30% dos votos e 14% do padrão eleitoral (total de pessoas habilitadas a votar). Na Alemanha a chanceler alemã, Angela Merkel ganhou com 33% dos votos e as manchetes nos outros diziam: ‘Merkel arrasou’. Merkel ganhou com 18% do padrão eleitoral e é considerada uma grande democrata. Nos EUA, Donald Trump teve 3 milhões de votos a menos que Hillary Clinton. Ninguém no mundo tem a força política que tem a Revolução Bolivariana na Venezuela”, destacou.
Sistema eleitoral
Durante a entrevista, o presidente venezuelano garantiu que as eleições na Venezuela são limpas, seguras e imune à fraudes. “O processo eleitoral venezuelano é o mais seguro e auditado do mundo. São realizadas dez auditorias prévias. Realizamos auditorias com a presença das testemunhas de todos os partidos políticos”, disse.
O presidente apresentou as atas de todas as auditorias prévias de todo o sistema, inclusive dos software utilizados nas urnas eleitorais. “Aqui está a assinatura de todos os partidos políticos. Eles certificaram tudo, confirmaram que estava tudo bem, que tudo estava perfeito. Aqui também estão as atas com as assinaturas das testemunhas internacionais, das testemunhas independentes e as testemunhas da força política revolucionária”, apontou Nicolás Maduro.
Maduro anunciou que acionou a Assembleia Nacional Constituinte e o poder eleitoral para que realizem auditoria de todos votos das eleições regionais. “A oposição venezuelana nunca reconheceu nenhuma eleição das que ganhamos. Só reconhecem as eleições quando eles ganham. Sabendo disso, na noite de domingo, pedi para completar a auditoria em 100% da máquinas e dos papeis de votação das  eleições de 15 de outubro, para confirmar e certificar a grande vitória que obtivemos”, relata Maduro.
O sistema venezuelano já prevê auditoria e a recontagem dos votos em 30% das urnas eleitorais, no entanto, dessa vez será realizado a verificação de todas elas. Nesse caso os votos eletrônicos são confrontados com os papeis depositados nas urnas. Na Venezuela, depois de votar, o eleitor imprime o voto, verifica o papel e o deposita na urna também.
Segundo Maduro, o PSUV reconheceu a derrota eleitoral dos cinco estados onde os partidos opositores saíram vencedores. “A oposição ganhou em cinco estados. A democracia é assim, um dia se ganha outro dia se perde. E quando perdemos, nós reconhecemos sem pestanejar. E quando ganhamos saímos, cobramos a vitória e governamos”, destacou.
Além disso, o mandatário disse que está disposto a mudar o sistema eleitoral, caso a oposição tenha outra proposta para modificar ou melhorar o sistema venezuelano. “A oposição venezuelana disse que quer mudar o sistema eleitoral. Pergunto: qual é a proposta? Estou pronto, vamos dialogar. Querem que não seja automatizado? Querem que seja manual, com papel? Que sistema eleitoral querem, o de que Colômbia? O sistema mais fraudulento do mundo. Ou querem o medieval da Alemanha? Querem o colégio eleitoral dos EUA? Escolham. Estou pronto para debater”, afirmou Maduro.
Diálogo com a oposição
No final da entrevista, Nicolás Maduro convidou o principal líder da oposição na atualidade, o deputado Henry Ramos Allup, para um diálogo público, que poderia ser transmitido em cadeia nacional de rádio e televisão. “Quero enviar uma mensagem a Henry Ramos Allup, porque ele deu uma declaração que considero audaciosa. Se quiser aceito dialogar e se quiser fazemos em cadeia nacional. Como quiser. Acredito na palavra e no diálogo. Quero diálogo, quero paz”, disse o presidente.
Em entrevista no canal privado Globovisión, na terça-feira, Allup, presidente do Ação Democrática, partido que elegeu quatro dos cinco governadores da oposição, disse que caso fosse dialogar com o governo isso não seria feito às escondidas, mas em um diálogo público. “Se algum dia eu tiver que falar não será na clandestinidade, nem às sombras. Se for em cadeia de rádio e televisão muito melhor”, afirmou em entrevista ao jornalista venezuelano Vladimir Villegas.
Ramos Allup também reconheceu que desde o início da tarde de domingo, a oposição havia notado que o fluxo de votante entre os opositores não era o esperado e que isso poderia resultar na derrota eleitoral. “Quando a fluência eleitoral não subiu começaram a produzir as primeiras informações de que na medida em que o número de eleitores não subia nos centros de votação em que esperávamos, que isso poderia produzir resultados negativos, mas sem termos uma precisão”, relatou o deputado da Assembleia Nacional.
Ele disse que o resultado que mais surpreendeu foi o do estado Miranda, onde o partido Primeiro Justiça, de Henrique Capriles, foi derrotado pelo PSUV, partido chavista. Capriles governava o estado há oito anos e tentava eleger seu sucessor, o engenheiro Carlos Ocariz.
Edição: Simone Freire
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16ouTUbro2017
Porque não falam na vitória de Maduro nas eleições deste fds???
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O Grande Pólo Patriótico (GPP), aliança de forças bolivarianas, obteve 17 das 23 governações em disputa com a oposição de direita, nas eleições regionais que este domingo se realizaram na Venezuela. A participação foi elevada (61,14%). Falta definir os resultados no estado de Bolívar.
 Nicolás Maduro proclamou a vitória do chavismo nas eleições que ontem se realizaram na Venezuela, em ambiente de paz e civismo
https://www.abrilabril.pt/internacional/vitoria-expressiva-para-o-chavismo-nas-eleicoes-regionais

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1 grande golo de Maradona:

https://www.facebook.com/abrilabrilpt/photos/a.228040880941401.1073741828.135016033577220/330952247316930/?type=3&theater
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Sobre a decisão do governo português de não reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela
http://www.pcp.pt/sobre-decisao-do-governo-portugues-de-nao-reconhecimento-da-assembleia-nacional-constituinte-da
3ag2017
A pedido de vários órgãos de comunicação social, o PCP esclarece:
A decisão do governo português, seguindo a posição da União Europeia, de não reconhecimento da Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela é contrária aos interesses da comunidade portuguesa naquele país e do necessário restabelecimento das condições de estabilidade política.
Como o PCP já teve ocasião de afirmar, a segurança da comunidade portuguesa residente na Venezuela implica a condenação das acções desestabilizadoras, terroristas e golpistas.
É esta atitude de respeito pela soberania da Venezuela e da sua ordem constitucional, e não a contribuição para alimentar actos de ingerência que, indisfarçavelmente a administração norte-americana e a própria União Europeia prosseguem, que contribuirá para, no respeito pela soberania da República Bolivariana da Venezuela, assegurar a normalização da situação naquele país.
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31jul2017
PCP saúda o povo venezuelano pela defesa da democracia e da Paz
http://www.pcp.pt/pcp-sauda-povo-venezuelano-pela-defesa-da-democracia-da-paz
O PCP saúda o povo venezuelano pelo expressivo e determinado acto de afirmação democrática e soberana que a participação popular na eleição da Assembleia Nacional Constituinte representa.
A elevada participação nas eleições para a Assembleia Nacional Constituinte (mais de oito milhões de votantes, 41% dos cidadãos eleitores), num País em que o voto não é obrigatório, constitui uma importantíssima mensagem colectiva de defesa da Paz, da democracia e da soberania da República Bolivariana da Venezuela. O PCP considera que a vontade soberana do povo venezuelano, que mais uma vez foi inequivocamente expressa, deve ser respeitada.
As manobras para intensificar a guerra económica e a violenta desestabilização golpista, as campanhas de mentira, de desinformação ou de ingerência externa - de que são exemplo as ameaças da Administração norte-americana, da União Europeia e de outros países alinhados com o imperialismo na agressão à revolução bolivariana - constituem um ataque ao povo venezuelano, à soberania nacional, à democracia e uma clara violação do direito internacional.
O PCP reafirma que é ao povo Venezuelano que cabe decidir do seu próprio futuro e da forma de organização do Estado venezuelano.
O PCP considera que a defesa dos interesses e a segurança da comunidade portuguesa residente na Venezuela implicam a condenação das acções desestabilizadoras, terroristas e golpistas. É esta atitude de respeito pela soberania da Venezuela que se exige por parte do governo português.
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20mAIo2017
http://www.aaweb.org/pelosocialismo/index.php?option=com_booklibrary&task=view&id=1144&catid=47&Itemid=17
Como os média inventam a “repressão” na Venezuela
Thierry Deronne
Enfiemo-nos na pele de uma pessoa que apenas dispusesse dos média para se informar sobre a Venezuela e que, dia após dia, se falasse de “manifestantes” e “repressão”. Como não entender que essa pessoa acreditasse que a população está na rua e que o governo a reprime? Porém, não há nenhuma revolta popular na Venezuela. Apesar da guerra económica, a grande maioria da população vai para as suas ocupações, trabalha, estuda, sobrevive. É por isso que a direita organiza as suas marchas com início nos bairros ricos. É por isso que recorre à violência, ao terrorismo e se localiza nos municípios de direita. Os bairros venezuelanos são, em 90%, bairros populares. Compreende-se a enorme lacuna: os media transformam as ilhas sociológicas das camadas ricas (alguns % do território) em “Venezuela”. E 2% da população em “população” 1 . A ex-presidente argentina Cristina Fernandez, depois de Evo Morales, denunciou “a violência é utilizada na Venezuela como metodologia para alcançar o poder e derrubar um governo” 2. Do Equador, o ex-presidente Rafael Correa recordou que “a Venezuela é uma democracia. É através do diálogo, com eleições, que devem ser resolvidas as diferenças. Muitos casos de violência vêm claramente dos partidos da oposição” 3. Esta também é a posição do Caricom, que inclui os países do Caribe4. O 1 Ver https://venezuelainfos.wordpress.com/2014/02/22/brevissime-cours-de-journalisme-pourceux-qui-croient-encore-a-linformation/. 2 Entrevista integral de Cristina Kirschner com Jorge Gestoso www.youtube.com/watch?v=- WM6nD6hPu0. 3 ambito.com/883274-tras-reunirse-con-michetti-correa-defendio-a-venezuela Ver também http://www.telesurtv.net/news/Long-rechaza-injerencia-de-EE.UU.-en-asuntos-internos-deVenezuela-20170518-0039.html. 4 http://www.correodelorinoco.gob.ve/cancilleres-de-caricom-resaltan-solucion-pacifica-parasituacion-de-violencia-en-venezuela/. 2 papa Francisco teve de incitar os bispos da Venezuela a que, como no Chile, em 1973, arrastavam os pés face ao diálogo nacional proposto pelo Presidente Maduro5. Este lançou o processo participativo para a Assembleia Constituinte, e confirmou a eleição presidencial legalmente prevista para 2018. Desde o desaparecimento de Hugo Chávez, em 2013, a Venezuela é vítima de uma guerra económica que visa privar a população de bens essenciais, principalmente alimentos e medicamentos. A direita local reúne certos elementos da estratégia implementada no Chile pelo par Nixon-Pinochet, claramente para causar a exasperação dos sectores populares e legitimar a própria violência. De acordo com o relatório do orçamento 2017, colocado no site do Departamento de Estado6, foram entregues 5,5 milhões de dólares à “sociedade civil” da Venezuela. O jornalista venezuelano Eleazar Diaz Rangel, editor do diário Últimas Notícias (centro-direita) revelou trechos do relatório que o Almirante Kurt Tidd, chefe do comando Sul, enviou para o Senado dos EUA: “com a política do MUD (coligação da oposição venezuelana) estabelecemos uma agenda comum, que inclui um cenário duro, 5 http://www.ultimasnoticias.com.ve/noticias/politica/papa-francisco-dialogo-venezuela-afectado-ladivision-la-oposicion/. 6 www.state.gov/documents/organization/252179.pdf , (pág. 96). 3 combinando ações de rua e dosificando o emprego da violência a partir da perspetiva de cerco e asfixia” 7. A fase insurrecional implica atacar os serviços públicos, escolas, maternidades (El Valle, El Carrizal), instituições de saúde, bloquear ruas e artérias principais para bloquear a distribuição de alimentos e paralisar a economia. Através dos média privados, a direita apela abertamente aos militares para realizarem um golpe de Estado contra o Presidente eleito8. Mais recentemente, os bandos paramilitares colombianos passaram do papel de formadores para um papel mais ativo: o corpo sem vida de Pedro Josué Carrillo, militante chavista, acaba de ser encontrado no Estado de Lara, com marcas de tortura típicas do país de Uribe9. Apesar dos morteiros, armas, granadas ou coquetéis Molotov usados por manifestantes “pacíficos” (sem esquecer as efígies de chavistas enforcadas em pontes, assinatura dos paramilitares colombianos), a lei proíbe a polícia ou a guarda nacional de usar as armas de fogo. Manifestantes da direita aproveitam a oportunidade para forçar a sua vantagem e evidenciam o seu ódio sobre guardas ou polícia, provocando-os com jactos de urina, excrementos e disparos com balas reais, observando a reação das câmaras da CNN. Elementos das forças de segurança que desobedeceram e foram culpados de ferimentos ou mortes de manifestantes foram presos e processados10. O facto é que a grande maioria das vítimas são trabalhadores que iam para o trabalho ou voltavam, ativistas chavistas ou elementos das forças da ordem11. É por isso que os média falam de mortes em geral – para que se acredite que se trata de “mortos pelo regime”. A lista dos “mortos” serve para aumentar o apoio global à desestabilização: há nestes assassinatos, é terrível constatá-lo, o efeito de uma encomenda para os média. Qualquer manifestante que mata, destrói, agride, tortura, sabota sabe que será santificado pelos média internacionais. Estes tornaram-se um incentivo para perseguir o terrorismo. Todos os mortos, todas as sabotagens económicas serão atribuídas ao “regime”, incluindo dentro da Venezuela, onde os média, como a economia, são na sua maioria privados. Que a democracia participativa que é a da Venezuela tente defender-se como compete a todo o Estado de direito, vai ser imediatamente denunciada como “repressiva”. Quem ouse punir um terrorista, isto o tornará de imediato um “preso político”. Para o jornalista e sociólogo argentino 7 http://www.southcom.mil/Portals/7/Documents/Posture%20Statements/SOUTHCOM_2017_post ure_statement_FINAL.pdf?ver=2017-04-06-105819-923. 8 Como reconhece Julio Borges, líder do partido de extrema-direita Primero Justicia e atual presidente da Assembleia Nacional, numa entrevista não complacente que lhe fez o jornalista da BBC Stephen Sackur, em 19 maio de 2017: bbc.co.uk/programmes/p052nsxd. 9 http://tatuytv.org/index.php/noticias/duelo/3680-terrorismo-hallan-sin-vida-y-con-signos-detortura-a-militante-del-psuv-secuestrado-en-zona-opositora. 10 Detalhes de vários casos no site Parquet bit.ly/2ro4iXE; bit.ly/2qE9MNb; bit.ly/2q5RsbU; bit.ly/2rnNT5s. 11 albaciudad.org/2017/05/lista-fallecidos-protestas-venezuela-abril-2017/. 4 Marco Teruggi, “uma intervenção na Venezuela, o governo dos Estados Unidos tem condições mais favoráveis do que tinha para bombardear a Líbia, tendo em conta o facto de que a União Africana tinha condenado essa intervenção quase por unanimidade. (..) tudo depende da capacidade da direita manter mais tempo o braço de ferro na rua como espaço político. Donde a importância de manter a caixa de ressonância mediática” 12. Exemplo sórdido desta ligação: em 5 de maio de 2017, usando uma foto digna de um fotograma de Hollywood (mas que não é a da vítima) Le Monde denuncia “a morte de um líder estudantil, morto durante os protestos contra o projeto do 12 hastaelnocau.wordpress.com/2017/05/09/radiografia-de-la-violencia. 5 Presidente Maduro convocar uma Assembleia Constituinte”. Ora a vítima, Juan (e não José como escreveu Le Monde) Bautista Lopez Manjarres é um jovem líder estudantil revolucionário, assassinado por um comando da direita quando participava numa reunião em apoio do processo da Assembleia Constituinte. Le Monde menciona também a reação do maestro Gustavo Dudamel, em digressão no estrangeiro, pedindo para que “cesse a repressão”, após a morte do jovem violista Armando Canizales. No entanto, este músico não foi vítima da repressão, mas também ele de um projétil disparado das fileiras da direita. O jornal espanhol La Vanguardia, virulentamente oposicionista da Revolução Bolivariana, admite excecionalmente pelo texto do seu enviado especial Andy Robinson: “Tal como em outros momentos da crise, a narrativa de uma juventude heroica, morta pela ditadura Bolivariana não cola no caso de Armando Canizales. (..) é quase certo que o projétil não foi disparado pela polícia, mas pelos próprios manifestantes. É sabido que alguns deles fizeram armas artesanais para os choques diários a polícia” 13. A reação rápida do Sr. Dudamel é representativa das numerosas personalidades artísticas submetidas a forte pressão mediática nos seus países, obrigados a fazer declarações para satisfazer a opinião pública, 99% convencida pelos média, para denunciarem a “repressão na Venezuela”. A 16 de maio, o Le Monde denunciou “a morte de um jovem de 17 anos, baleado num comício contra o Presidente Maduro”. Não é verdade. A pesquisa mostra que Yeison 13 http://www.lavanguardia.com/internacional/20170507/422343873153/violinista-muertovenezuela-manifestaciones.html. 6 Natanael Mora Castillo foi morto por um projétil idêntico ao usado para assassinar o violista Canizales. Ele não participava numa reunião anti Maduro. Seus pais são membros de uma cooperativa em luta para recuperar um latifúndio de sete mil hectares, suportando desde há muito ataques do grande proprietário. Eles apresentaram uma queixa contra os organizadores da marcha da oposição, e numa entrevista ao jornal local Ciudad Barinas denunciaram a manipulação que falsamente atribuía ao governo Maduro o assassinato de seu filho14. Imputar sistematicamente ao governo bolivariano os assassinatos cometidos pela direita, é todo o “jornalismo” de Paulo Paranaguá no Le Monde. Em 21 de abril, atribui aos coletivos chavistas a morte de um estudante de 17 anos, Carlos Moreno, morto por uma bala na cabeça, bem como de Paola Ramírez Gómez, de 23. Dupla mentira. De acordo com a família de Carlos Moreno, o adolescente não participava em qualquer manifestação e dirigia-se para um torneio desportivo. O assassino foi preso: é um membro da polícia de Oscar Oscariz, presidente da Câmara Municipal de Sucre. O jornal da oposição Tal Cual assim relata15. Quanto à segunda vítima referida por Paranaguá, Paola Rodríguez, o seu assassino foi preso pelas autoridades: é Ivan Aleisis Pernia, um militante da direita. O "diário dos mercados" não é o único a mentir de forma assim tão sórdida nesta 'luta pela liberdade'. O La Libre Belgique, New York Times, France-Culture, El País, Le Figaro, ou mesmo Mediapart são robôs da vulgata global. Esta invenção da "repressão" é tanto mais fácil quanto a imagem típica do manifestante maltratado por um polícia tem vantagem quando se é privado do contexto relativo à imagem. Longe da Venezuela, apenas alguns poderão dispor dos cenários onde jovens são treinados, armados, pagos para provocar as forças de segurança e produzir a “imagem” necessária. A concentração global dos meios de comunicação e a crescente convergência de redes sociais com os grandes média fazem o resto, fixando o imaginário tanto à esquerda como à direita. Veem-se assim os politicamente “insubmissos” submeterem-se aos média e acrescentarem sem dar por isso a sua pedrinha para a campanha global. Os que retransmitem na internet este poster provavelmente não imaginam a falsidade que se esconde por trás do “Anonymous Venezuela”. A capacidade da extrema-direita de se servir de alguns símbolos do movimento alternativo global e capitalizar apoios é revelada aqui: “quando cai a máscara de Guy Fawkes da oposição venezuelana” 16. Em suma, como se da história da propaganda e das guerras nada se tivesse aprendido, caímos sem cessar na armadilha. Malcolm X tinha prevenido: “se não tivermos cuidado, os média vão fazer que as vítimas sejam consideradas os torturadores e os carrascos as vítimas”. Transformando a violência da extrema- 14 www.desdelaplaza.com/poder/yeison-lo-mataron-manifestantes-la-mud-destacado/. 15 http://www.talcualdigital.com/Nota/142708/detenido-polisucre-por-asesinato-de-estudiante-de-laucv-carlos-jose-moreno. 16 https://venezuelainfos.wordpress.com/2014/03/15/fauxccupy-sous-les-masques-de-guy-fawkes-delopposition-venezuelienne/. 7 direita em “revolta popular”, travestindo de “combatentes da liberdade” assassinos nostálgicos do apartheid dos anos 90, é em primeiro lugar contra os cidadãos da Europa, que a uniformização mediática se volta: a maioria dos telespetadores, leitores e ouvintes apoiam sem saber uma agressão para derrubar um governo democraticamente eleito. Sem a democratização em profundidade da propriedade dos média, a profecia de Orwell acaba por ser tímida. A Venezuela é suficientemente forte para evitar um golpe como aquele que acabou com a unidade popular de Salvador Allende, mas a crescente desconexão da população de ocidente com o mundo voltar-se-á contra ela própria. Micromanual de autodefesa perante a vaga mediática «A Venezuela é um “regime ditatorial”». Falso. Desde 1999, a Venezuela bolivariana organizou um número recorde de votos (25), reconhecidos como transparentes por observadores internacionais. De acordo com o antigo presidente do Brasil Lula da Silva, é um “excesso de democracia”. Por Jimmy Carter, que observou 98 eleições em todo o mundo, a Venezuela tem o melhor sistema eleitoral no mundo. Em maio de 2011, o relatório da canadiana Fondation pour l'Avancée de la Démocratie (FDA) colocou o sistema eleitoral da Venezuela no primeiro lugar do mundo pelo respeito das normas de base da democracia. A ONG chilena Latinobarómetro estabeleceu no seu relatório de 2013 que a Venezuela bate registos da confiança dos cidadãos na democracia na América Latina (87%), seguidos por Equador (62%) e México (21%). O Presidente Nicolás Maduro acaba de lançar um processo participativo para a Assembleia Constituinte que permite que todos os sectores sociais façam as suas propostas, o que vai resultar num novo escrutínio, tendo também reafirmado que as eleições presidenciais terão lugar em 2018, conforme estipulado na lei. “Não há liberdade de expressão para a Venezuela”. Falso. Das mais de 1000 estações de rádio e televisão, a que o Estado concedeu permissão para emitir, 67% são privadas (a grande maioria opostas à Revolução Bolivariana), 28% estão nas mãos das comunidades, mas transmitem apenas a um nível estritamente local e 5% são propriedade do Estado. Em 108 jornais que existem, 97 são privados, 11 públicos; 67% da população venezuelana tem acesso à internet. Esta plataforma é dominada pelos media privados, reforçada pela rede das transnacionais, desempenha um papel crucial na desinformação e no serviço de desestabilização. Para um dossier pormenorizado e quantificado desta paisagem mediática ver “François Cluzel ou l'interdiction d'informer sur France-Culture” 17. “Existem prisioneiros políticos na Venezuela”. Falso. A menos que se considere “presos políticos” assassinos de extrema-direita do partido Aurora Dourada presos na Grécia. No Estado de direito, quer se chame França ou Venezuela, ser de direita não significa estar acima da lei, nem poder cometer impunemente crimes como assassinatos, ataques à bomba ou ser corrupto. Não é pelas suas 17 https://venezuelainfos.wordpress.com/2015/03/12/thomas-cluzel-ou-linterdiction-dinformer-surfrance-culture/. 8 políticas, mas por este tipo de crimes que as pessoas têm sido julgadas e aprisionadas18. Na prática, observa-se também um certo laxismo da justiça. De acordo com pesquisas da empresa privada Hinterlaces, 61% dos venezuelanos consideram que os promotores da violência e atos de terrorismo devem responder pelos seus atos perante um tribunal19. Lembremos que os atuais líderes da direita nunca respeitaram as instituições democráticas: estes são os mesmos que, em abril de 2002, lideraram um sangrento golpe de Estado contra o Presidente Chávez, com a ajuda da confederação patronal local e soldados treinados na School of Americas. Estes são os mesmos que organizaram a violência de 2013 a 2016. Observe-se a identidade de um dos seus mentores Alvaro Uribe, um dos maiores criminosos contra a humanidade da América Latina, antigo presidente de um país governado pelo paramilitarismo e os cartéis de drogas, que tem as maiores valas comuns do mundo, o que conta 9 500 prisioneiros políticos, 60 630 pessoas desaparecidas nos últimos 45 anos e que desde a assinatura dos acordos de paz retomou uma política seletiva de assassinato de líderes sociais e defensores dos direitos humanos. Para informações completas e fotos destas ligações dos heróis do Le Monde com o paramilitarismo colombiano, leia-se Venezuela: la presse française lâchée par sa source? Venezuela, 20 de maio de 2017.
 O original encontra-se em: www.legrandsoir.info/comment-le-monde-inventela-repression-au-venezuela.html 18 https://venezuelainfos.wordpress.com/2015/08/04/venezuela-la-presse-francaise-lachee-par-sasource/. 19 http://hinterlaces.com/61-afirma-que-responsables-de-manifestaciones-violent
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11mAIo2017
avante.Pedro Guerreiro
http://www.avante.pt/pt/2267/opiniao/145275/
Venezuela
A República Bolivariana da Venezuela está a ser vítima de uma brutal operação de desestabilização e agressão.

Apesar de terem visto ser derrotadas as múltiplas e diversas tentativas de golpe contra o processo revolucionário bolivariano após 1999, eis que os EUA, com os sectores mais reaccionários da oposição venezuelana, incluindo grupos de cariz fascista, decidem levar a cabo uma nova intentona violenta e anti-democrática contra a Revolução bolivariana.

Apoiados por uma colosssal e planeada operação de desinformação e mentira, os sectores golpistas e anti-democráticos da Venezuela promovem criminosos actos de violência – incluindo assassinatos –, a destruição de património público e privado – incluindo de instalações hospitalares –, acções de pilhagem, tentando impor uma situação que fosse incontrolável.

Esta violenta acção contra a Venezuelana e o seu povo é engendrada e impulsionada a partir do exterior, designadamente pelos EUA que, directamente e indirectamente – recuperando a OEA como máscara –, procuram desde o primeiro momento reverter e derrotar o processo de profundas transformações soberanas e democráticas iniciado por Hugo Chavez há 18 anos.

Os EUA nunca aceitaram o processo de transformações que possibilitou que milhões de venezuelanos tivessem tido, depois de 1999, acesso à saúde, à educação, à água potável, à energia eléctrica, à habitação, à cultura, abrindo a perspectiva a amplo projecto soberano e emancipador, progressista e anti-imperialista, estreitamente vinculado à libertação da América Latina e Caraíbas da tutela e domínio norte-americano. É por isso que os EUA hipocritamente declararam a Venezuela como uma ameaça à sua segurança.

Desde o primeiro momento que os EUA, com a conivência dos grandes grupos económicos na Venezuela, desencadearam uma permanente guerra económica, que ganhou uma nova dimensão com a instrumentalização de dificuldades momentaneamente sentidas pela população em consequência da queda dos preços do crude e das suas consequências na economia venezuelana, incrementando a sua acção de boicote económico, o açambarcamento e a especulação de preços, obstaculizando o acesso regular e adequado a bens essenciais. Recorde-se ainda a sistemática instrumentalização do Parlamento após as eleições de 2015, com o objectivo de destituir o presidente Nicolás Maduro, paralisar a acção do seu governo, confrontar a Constituição venezuelana e atacar o processo bolivariano e as suas realizações.

Ao longo dos últimos 18 anos, a unidade e convergência das forças patrióticas, progressistas e revolucionárias venezuelanas, assim como a união cívico-militar, têm sido determinantes no avanço e defesa do processo venezuelano, processo que assume um enorme significado para a luta dos trabalhadores e dos povos da América Latina e das Caraíbas e de todo o mundo.

Face ao incremento da acção de desestabilização golpista contra a República Bolivariana da Venezuela, que atenta contra a soberania e os direitos do povo venezuelano, adquire ainda uma maior importância a afirmação da solidariedade para com a Revolução Bolivariana e o seu povo.
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25mAIo2016
http://www.avante.pt/pt/2217/opiniao/140526/
Venezuela
Todas as grandes operações de desestabilização realizadas pelo imperialismo foram antecipadas e acompanhadas por campanhas de desinformação e manipulação, com as quais procura ocultar os seus reais objectivos e acção, assim como descredibilizar e isolar a sua vítima, de modo a neutralizar a natural expressão de rejeição (e solidariedade) face à inaceitável ingerência externa contra um Estado soberano e o seu povo – a República Bolivariana da Venezuela não é excepção.

O processo bolivariano, iniciado em 1998/99 com a eleição de Hugo Chavez a Presidente da Venezuela, não teve um momento de tréguas. As grandes transformações democráticas que levaram a que milhões de venezuelanos tivessem acesso à saúde, à educação, à água potável, à energia eléctrica, à habitação, à cultura, o seu profundo e amplo projecto soberano e emancipador, estreitamente vinculado à emancipação da América Latina e Caraíbas e à sua cooperação soberana e solidária – de que a ALBA-TCP é conquista maior –, tiveram que ser constantemente defendidos pelo povo venezuelano, perante a permanente acção desestabilizadora, violenta e golpista dos Estados Unidos e da oligarquia interna.

Esta acção recrudesceu perante a eleição do presidente Nicolás Maduro, em 2013, e com os efeitos da crise do capitalismo a atingirem a economia venezuelana – nomeadamente, com a significativa redução do preço do petróleo, de que este país é exportador, possuindo das mais importantes reservas ao nível mundial.

Acção de ingerência e desestabilização de que são expressão recente: a derrotada intentona golpista de 2014, que provocou dezenas de mortos e centenas de feridos e cujos responsáveis se encontram justamente detidos; o decreto de Obama, em 2015, declarando a Venezuela uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos; a instrumentalização do Parlamento, após as eleições de 2015, para destituir o presidente Nicolás Maduro, paralisar a acção do seu Governo, confrontar a Constituição venezuelana e atacar o processo bolivariano e as suas realizações; o fomentar da violência por parte de grupos criminosos, face à firme defesa da legalidade constitucional e democrática pelas restantes instituições venezuelanas; a tentativa dos Estados Unidos de utilizar a OEA como instrumento de pressão e isolamento da Venezuela; o boicote da economia; o açambarcamento e a especulação de preços, obstaculizando o acesso regular e adequado a bens essenciais; a exploração de dificuldades momentaneamente sentidas pela população; a promoção de um clima artificial de caos, desconfiança, temor e insegurança, de proclamação de uma situação de «crise humanitária»; o apelo feito nos Estados Unidos pelo ex-presidente da Colômbia, com ligações ao narcotráfico e aos paramilitares, Álvaro Uribe, a uma intervenção militar na Venezuela; a orquestrada e sistemática campanha de falsificação e manipulação da informação; entre outros exemplos da guerra económica, mediática, política, diplomática, criminosa movida contra a Venezuela e que se insere na contra-ofensiva levada a cabo pelos EUA contra os processos de afirmação soberana, de sentido progressista e de cooperação na América Latina.

Compreender o que está em causa na Venezuela, desmontar a actual campanha mediática contra este País, é um elemento central da solidariedade para com as forças revolucionárias e progressistas, os trabalhadores e povo venezuelanos que – enfrentando enormes desafios e tarefas, a resolução de problemas, o ultrapassar de dificuldades e insuficiências – resiste e luta em defesa e pelo aprofundamento da revolução bolivariana e contra a acção do imperialismo e da oligarquia.
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5julho1811

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HISTÓRIA: VENEZUELA TORNA-SE INDEPENDENTE DE ESPANHA

Em 5 de Julho de 1811, a Venezuela torna-se a primeira colónia espanhola da América a tornar-se independente. A chegada dos escravos negros levou ao desenvolvimento de grandes plantações de cacau e à formação de uma sociedade mestiça e bastante desigual. Em 1776, a colónia formou, juntando Trinidad-Orinoco e a Nova Andaluzia, a capitania-geral da Venezuela, tendo por capital Caracas.

Quando as tropas de Napoleão ocupam a Espanha e derrocam a monarquia em 1808, a colónia da Venezuela aprende, por força das circunstâncias, a governar-se sozinha. Isto alimenta na burguesia branca a ideia de se emancipar completamente da tutela colonial.

A população, todavia, manifestava reserva a esse movimento por apego ao rei Fernando VII e sobretudo pelo temor de serem ainda mais explorados pelos futuros governantes do que eram pelos funcionários espanhóis. Uma primeira insurreição é organizada em 1806 por Francisco de Miranda, um oficial que combatera ao lado dos insurgentes norte-americanos e depois com os revolucionários franceses. Miranda tenta desembarcar na costa venezuelana, mas é repelido pelas tropas legalistas e, batido, teve de tomar o navio de volta à Europa.

O revolucionário inventa, nessa ocasião, o nome de Colômbia, homenagem ao descobridor do Novo Mundo, para designar a federação hispano-americana com que sonhava. Acontece uma nova insurreição quatro anos mais tarde. Em 19 de Abril de 1810, a municipalidade insurrecta de Caracas toma o poder do capitão-geral, representante oficial da coroa espanhola. Porém os grandes proprietários de terra, que tinham estado na origem do movimento, desconfiados da evolução da insurreição, tratam de voltar atrás pronunciando-se pela manutenção dos direitos de Fernando VII.

Bolívar

Uma Sociedade Patriótica e do Povo reúnem para pensar o futuro do país. Nos debates está presente um jovem destinado a um grande futuro, Simón Bolívar, 27 anos, que retornava de Londres onde tentou obter o apoio do governo britânico para a junta de Caracas.

Bolívar defende a tese da independência total e convence o popular Miranda a voltar do exílio e juntar-se a ele. Os debates desembocam num Congresso nacional, que congrega na capital, representantes de sete províncias do país, a partir de 2 de Março de 1811. Em 5 de Julho, por fim, uma votação dos congressistas dá a vitória aos independentistas. Uma Acta de Independência é redigida nas horas subsequentes.

Miranda, de 60 anos, toma a chefia do governo como comandante-em-chefe mas por pouco tempo. Capitula diante dos realistas em San Mateo em 25 de Julho de 1812 e terminaria os seus dias na prisão. Em 6 de agosto de 1813, Bolívar toma a cidade de Caracas e recebe da municipalidade o título de "Libertador". Embora admirador das instituições britânicas, diante das circunstâncias, impõe a sua autoridade tendo de se valer inclusive de acções repressivas. Diante desse quadro, uma boa parte da população permaneceu oposta à independência.

A guerra civil e a necessidade de Bolívar de consolidar o poder favorecem, de certo modo, o retorno dos espanhóis. Batido e em fuga, Bolívar retoma a luta com o apoio externo interessado dos britânicos. Retoma a região do rio Orinoco e depois atravessa os Andes e de surpresa investe contra os espanhóis em Boyacá em 7 de Agosto de 1819.

Fortalecido pela vitória, faz uma entrada triunfal não em Caracas, e sim em Bogotá, capital da colónia vizinha da Venezuela, a Nova Granada. O horizonte do Libertador ultrapassa a Venezuela e abraçaria doravante o conjunto da América hispânica.

Seria necessário ainda um decénio de guerras intestinas antes que a Venezuela pudesse adquirir a plena independência. A Venezuela cobre hoje cerca de 900 mil quilómetros quadrados e conta com cerca de 30 milhões de habitantes. Situada ao norte do continente, estende-se da cordilheira dos Andes a ocidente até ao delta pantanoso do rio Orinoco que desemboca no Oceano Pacífico a oriente. Abordado por Cristóvão Colombo na sua terceira viagem às Américas, deve seu nome a Amerigo Vespucci, o mesmo que doou o seu prenome ao continente americano. O explorador florentino a chamou de Venezuela, "pequena Veneza" em espanhol por analogia à célebre localidade italiana.

Fonte: Opera Mundi

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19ab2016

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Dia Mundial de Solidariedade com a Venezuela

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) associa-se ao Dia Mundial de Solidariedade com a Venezuela, que hoje se assinala, saudando o Comité de Solidariedade Internacional da Venezuela (COSI) e as outras forças populares venezuelanas que defendem os importantes avanços progressistas alcançados na Revolução bolivariana e, nomeadamente, a soberania e a independência da República Bolivariana da Venezuela face à ingerência e agressão externas.

Neste dia de solidariedade com o povo venezuelano e a Venezuela, o CPPC reafirma a exigência do fim da acção desestabilizadora levada a cabo pelos Estados Unidos contra este país.

O CPPC renova a exigência da revogação da ordem executiva dos EUA – aprovada em Março de 2015 e recentemente prorrogada por Barack Obama – que, de forma inadmissível, considera a Venezuela uma «ameaça inusual e extraordinária para a segurança nacional e a política externa» dos Estados Unidos e que é acompanhada da aplicação de sanções a este país.

Ao exigir a imediata revogação deste decreto e o fim da ingerência contra a República Bolivariana da Venezuela, o CPPC recorda os mais de 14 milhões de pessoas que há um ano subscreveram um abaixo-assinado com estas justas reclamações.

Perante a operação de ingerência contra a Venezuela – ingerência que se estende a outros Estados da América Latina e das Caraíbas, como é o caso do Brasil –, o CPPC lembra que não é a Venezuela, mas os EUA que há mais de cem anos tratam a América latina como seu «pateo traseiro»; não é a Venezuela, mas os EUA que são responsáveis por dezenas de golpes de Estado e intervenções militares na América Latina; não é a Venezuela, mas os EUA que detêm dezenas de bases militares neste sub-continente; não é a Venezuela, mas os EUA que reactivaram há poucos anos a sua IV Frota Naval militar; não é a Venezuela, mas os EUA que mantém há mais de meio século um cruel bloqueio contra Cuba, aliás, criticado pela quase totalidade dos países do Mundo; não é a Venezuela, mas os EUA que levaram a guerra a múltiplos países de vários continentes, com os seus crimes e dramas humanos; não é a Venezuela, mas os EUA que promovem a corrida aos armamentos e o aumento das despesas militares. A Venezuela não é ameaça para nenhum país, os Estados Unidos sim!

A defesa da paz e da estabilidade na América Latina e Caraíbas exige o respeito pela soberania e independência dos Estados e o fim da ingerência imperialista.

Neste dia de solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela e o povo venezuelano, o CPPC reafirma o seu firme compromisso com a defesa da soberania e independência da Venezuela e o direito inalienável do povo venezuelano de seguir o caminho que livremente escolheu, sem ingerências externas de qualquer natureza – princípio inscrito na Carta das Nações Unidas.

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deputado António Filipe
do PCP
23jan2014

"A comunicação do regime No léxico comunicacional dominante, o “regime” é um exclusivo dos países que quem manda nos media decidiu hostilizar. A Coreia do Norte tem regime, mas a Coreia do Sul não tem. Na América Latina há um regime e meio. Cuba tem sempre um regime. A Venezuela tem dias: quando se trata de atacar a legitimidade do Governo de Nicolas Maduro, há o regime de Nicolas Maduro. Quando se trata de celebrar acordos comerciais com a Venezuela, já não há regime. No resto das Américas, ainda não há regimes, mas há países que, pelas orientações progressistas que prosseguem, ainda se arriscam a ter regime. Em África, há um sector dos media que elege Angola como um dos poucos países africanos que tem regime. O regime de Eduardo dos Santos. Na CPLP, mais ninguém tem regime. E mesmo Angola, tem dias. O Zimbabwe de Mugabe passou por uns tempos em que tinha regime, mas tem andado esquecido. Deixou de ser uma prioridade mediática e perdeu o regime, até ver. No Médio Oriente, só há dois regimes: o da Síria e o do Irão. Felizmente para o Katar, para o Bahrem, ou para a Arábia Saudita, que aí não há regimes. Como já não há regimes no Iraque ou na Líbia. Aí a situação conheceu uma grande mobilidade. Sadam e Kadafi viveram muitos anos no poder sem ter regime. Mas um belo dia passaram a ter regime e foram apeados pelas armas para que os respectivos países deixassem de ter regime. Hoje já não há regimes nesses países. A China é um caso paradigmático. Quando se trata de noticiar condenáveis casos de corrupção muito semelhantes aos que ocorrem em países onde não há regime, dá-se mesmo um upgrade, e refere-se o regime comunista, em caixa alta e com símbolos coloridos em fundo, mas quando se trata de noticiar a venda da EDP ou dos seguros da Caixa a chineses, o regime subitamente eclipsa-se, e os chineses passam a ser unicamente chineses, ou seja, deixam de ter regime. Na Europa, a Rússia voltou de há uns anos para cá a ter regime. Com o fim da URSS deixou de haver regime, mas como os oligarcas russos decidiram guardar para si os proventos da restauração capitalista, frustrando as expectativas dos oligarcas de outras paragens, voltaram a ter regime. Eles e todos os que se queiram dar bem como eles: Ucrânias, Biolorrússias e seja quem for. A Ucrânia está dividida: há os que lutam pelo regime e os que lutam para não ter regime. Ter ou não ter regime depende muito dos ciclos eleitorais. Já na antiga Jugoslávia, só a Sérvia tem direito a ter regime. E enquanto não reconhecer o Kosovo terá regime. Já o dito Kosovo, pode ser “governado” por traficantes a soldo, mas não tem regime. Entre nós também não há regime. A democracia anda pelas ruas da amargura. O regime democrático definha às mãos da troika, dos governos, dos partidos e dos media que sustentam a criminosa política de empobrecimento e de traição nacional. Lutar por uma alternativa a este estado de coisas é um imperativo democrático e patriótico, ainda que nos arrisquemos a ter regime."
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1 discurso de Chavez
"não há democracia no mundo..."
" O capitalismo é o fantasma"
https://www.youtube.com/watch?v=au_5oCd-8lo
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Via notícias 1 minuto.4.4.2014

FAO Venezuela é "exemplo mundial" na erradicação da fome

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destacou ontem os esforços da Venezuela para erradicar a fome como "um exemplo mundial" a seguir.
MUNDO
Venezuela é exemplo mundial na erradicação da fome
Lusa
"A Venezuela é um exemplo de como erradicar a fome e a pobreza na região. Implementou de maneira sistemática medidas, a curto e longo prazo, tão fundamentais que têm que ver não apenas com colocar um prato de alimentos na mesa, mas fazê-lo de maneira sustentável", disse o diretor da FAO para a América Latina e Caraíbas.
PUB
Raul Benítez falava em Caracas, no âmbito de uma reunião de membros da Petrocaraíbas (aliança petrolífera de vários países com a Venezuela) para debater um plano de ação centrado em erradicar a fome no continente americano.
Segundo aquele responsável, os esforços venezuelanos são "um exemplo de solidariedade, esforço e focalização de como se tem que fazer as coisas".
"Isto chama-se segurança alimentar, é um esforço importante que tem feito o Governo da Venezuela, nos últimos anos, mas o mais destacável é esse foco de 'Pátria Grande' (união de países da América Latina e Caraíbas)", sublinhou.
No seu entender, "dizer que este é um problema nosso, assim como de toda a região, é um foco que tem poucos antecedentes a nível mundial e se tivéssemos atuado como atua a Venezuela com o resto dos países o problema da fome estaria solucionado".
"Infelizmente na região ainda temos 40 milhões de pessoas com fome e, ainda que a América Latina e as Caraíbas sejam a região do planeta que mais avançou na luta contra a fome, o único número que podemos aceitar é zero, que não existam pessoas com fome", destacou.
Raul Benítez instou os governos da região a "aprofundar e assegurar todos estes processos" para "enriquecer os grupos mais vulneráveis das nossas sociedades com programas de assistência direta, mas em paralelo implementar medidas que possam superar o problema da pobreza".
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avante 3.4.2014
A arma mais poderosa é a mentira

«Sem precedente no país o incêndio de uma universidade: a Unefa. O incêndio da sua biblioteca traz uma imagem dantesca, desoladora. Fizeram-no em nome da ‘Venezuela decente’, da ‘sociedade civil’, dos ‘estudantes pacíficos’. O terror pretende subsistir na memória como uma tatuagem a fogo sobre a pele. Como disse o poeta alemão Henrique Heine: Ali onde se começam a queimar os livros, termina-se a queimar as pessoas.»
Earle Herrera, jornalista e professor universitário venezuelano
1. No estado Táchira, que junto com outros da fronteira está na mira para um movimento secessionista abertamente apoiado por um partido da direita, os guarimberos com o apoio de paramilitares colombianos alinhados com o narcotraficante Uribe, para além de já terem actuado contra 15 universidades, arrasaram completamente com o pólo da Unefa – Universidade Nacional Experimental das Forças Armadas – a maior universidade do país, com mais de 240 mil alunos, que foi fundada em 1973 pelo democrata-cristão Rafael Caldera. Na Unefa a destruição foi total e ainda ninguém na oposição assumiu responsabilidade alguma ou, o que é pior, ninguém criticou este terrorismo a que nunca se atreveu Hitler. Faz lembrar aquilo de «quando ouço a palavra cultura, puxo da minha Browning» ou não?
2. O ecocídio deveria ser considerado um crime contra a humanidade. E este é outro dos crimes que carrega às costas a extrema-direita venezuelana. Em pouco mais de um mês de guarimbas (barricadas), destruíram mais de cinco mil árvores nos poucos municípios onde se concentraram as suas manifestações cinicamente classificadas como «pacíficas» pelos media venezuelanos e internacionais, que alinham com os interesses de Washington. Cortam-nas com a ajuda de moto-serras, uns instrumentos muito queridos dos paramilitares de Álvaro Uribe que as utilizam também para assassinar militantes da esquerda, líderes sindicais e simples camponeses. Dentro de pouco sairão das prisões do país vizinhos 400 paramilitares. Sabendo que a sua reinserção na sociedade civil é muito difícil, onde é que eles irão parar?
3. Nesta verdadeira orgia de terror nem os centros de saúde se salvam. Na tentativa gorada de derrubar o governo de Nicolás Maduro, os neonazis acabaram com onze centros de saúde dedicados à atenção dos sectores mais pobres da população. Do mesmo modo, não hesitaram em queimar vários camiões com toneladas de alimentos – eles que dizem protestar contra a escassez de alguns bens – que iam a caminho dos mercados populares. Os centros do poder eleitoral também não foram poupados. A sede do poder eleitoral do estado Zúlia foi destruída em 60%... mas isto pode entender-se como uma vingança porque perderam 18 das últimas 19 eleições! O mesmo sucede com as instalações eléctricas. Há poucos dias provocaram um incêndio no Waraira Repano, o grande pulmão vegetal de Caracas, e como resultado danificaram uma instalação que provocou um apagão em boa parte da capital.
4. Entretanto, os terroristas da extrema-direita procuram apoio «profissional» internacional. Recentemente foram detidos num hotel de Caracas 13 indivíduos estrangeiros, a maior parte procedente de Trinidad e Tobago. Dois deles, Luqman Assim e Dominic Clive já foram julgados na ilha por participação numa tentativa de assassinato do primeiro-ministro de então, Persad-Bissessar, em 2011.
5. Entretanto, perante o silêncio cobarde – cúmplice? – dos sectores alegadamente moderados da oposição, a sua vanguarda mais inescrupulosa, agressiva e terrorista continua sem travões. E a sua grande arma é a mentira. São tantas que é impossível referi-las todas. Dois exemplos: Carlos Mata, actor muito conhecido, juntou-se à campanha de calúnias com um twitt sobre a «repressão na Venezuela». A mentira foi imediatamente desmentida porque se tratava de uma fotografia tirada no Chile de Piñera. O actor admitiu, desculpou-se, mas a provocação já tinha dado a volta ao mundo. Ele não está só. Outra representante do mundo «artístico», Amanda Gutiérrez, foi muito mais longe. Publicou um twitt com uma imagem onde se podia ver um polícia a obrigar um estudante a fazer-lhe uma felação. Havia outros agentes ali, aparentemente na bicha para o mesmo acto sexual. Pouco depois descobriu-se que era um fotograma de um filme pornográfico. Ao ver-se descoberta, disse que lamentava o erro. Um e outro twitt nada têm de ingénuos. São achas para tentar fazer crer que os «pacíficos estudantes» são violados e torturados pelas forças públicas.
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via avante 20.3.2014

A direita não quer perder os privilégios
Venezuela
Nova derrota da extrema-direita

No momento em que escrevemos estas linhas, com risco da própria vida, ouvimos o assobio assassino das balas sobre a cabeça. Vidros estilhaçados saltam por todos os lados, convertidos em milhares de projecteis mortais. E com um bocadinho de imaginação até é possível sentir o trovejar dos canhões não muito longe, ali ao pé da serra. A terra treme. Caracas é um caos. Caracas? Não. A Venezuela! O país arde de Norte a Sul. De Este a Oeste. Estamos à beira da guerra civil!...
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Quem se limitar a ver a situação da Venezuela através dos meios de comunicação da burguesia não pode senão acreditar a pés juntos no que acabamos de escrever, que é, diga-se já, uma colossal peta. Uma intrujice que a direita trata de impingir ao mundo – não esqueçamos que 82 jornais da América Latina se confabularam para publicar uma página diária contra o governo bolivariano – para justificar uma intervenção militar que ponha ponto final ao processo revolucionário, na certeza de que ele é a coluna vertebral do grande movimento nacionalista latino-americano que está a pôr termo ao domínio colonial de Washington sobre todo o subcontinente. Washington, enquanto instrumento político e militar ao serviço das grandes multinacionais, está como sempre disposto a tudo, incluindo uma guerra civil, tal como podemos ver hoje, por exemplo na Síria, onde as contas lhe estão a sair furadas mas com uma enorme destruição das infra-estruturas do país.

Isso é o que está desenhado nos mapas de guerra dos estrategas do Pentágono. Na Venezuela, uma vez mais, meteram o pé na argola. Mesmo no auge das guarimbas(barricadas) terroristas, elas só existiram em 18 dos 385 municípios do país. Depois desceram para nove, logo para seis e mais tarde para duas. Sempre em municípios governados pela extrema direita aparentada com os fascistas. Hoje podemos afirmar que estas guarimbas – encadeadas num golpe lento – estão derrotadas, depois de terem provocado perto de 30 mortos, vários feridos e milhares de milhões de dólares de perdas em instalações governamentais e propriedade privada.

A que se deve este surto de nova violência fascista? A direita não quer perder os privilégios de sempre e não aceita as 18 derrotas das últimas 19 votações. Para maior desastre, meteu-se no beco sem saída de ter feito da última eleição autárquica um plebiscito contra o presidente Maduro. Essa estupidez política saldou-se num fracasso total porque as forças bolivarianas superaram amplamente as da direita, o que não estava nos seus cálculos. Agora terá de esperar até 2016 para um eventual referendo revogatório. A direita não tem paciência e muito menos esperança de vitória. Daí o recurso ao golpe de estado – rápido ou lento – uma opção sempre presente na agenda fascista. 

Perigo permanece 

As últimas sondagens sobre as guarimbas informam que a população está contra. Últimas Noticias diz que, segundo uma pesquisa própria sobre 2400 pessoas, elas são rechaçadas por 64% dos entrevistados. A empresa Pronóstico revela resultados semelhantes: 72,1% vê-as como «negativas» ou «muito negativas». As guarimbas são um erro político tão grande que Gerardo Blyde, presidente do município de Baruta e membro do partido promotor das mesmas, declarou que deviam cessar porque impediam a passagem dos camiões do lixo: «...há mil maneiras de protestar sem ter de barricar as ruas porque nos prejudicamos a nós próprios». No mesmo sentido se pronunciou o presidente do Chacao, de outro partidoguarimbero, o próprio Capriles e várias figuras da oposição. Contudo, nenhum dos presidentes das autarquias da direita fez algo por impedir essas guarimbas e as suas polícias limitam-se a proteger os terroristas. Objectivamente, estavam de acordo com elas, só que não era politicamente correcto defendê-las e, criticado-as mas permitindo-as, jogavam também ao golpe de estado porque havia a esperança de os chavistas caírem na provocação fascista e tudo descambasse numa guerra civil, que justificasse a intervenção «salvadora» de Washington. O seu cinismo foi tão longe que pretendiam que fosse o governo nacional a repor a ordem. Ou seja, queriam que fossem as autoridades bolivarianas a actuar sobre os guarimberos para as acusarem depois de repressão sobre «manifestantes pacíficos».

Esta nova conspiração fracassou, mas se as autoridades voltarem ao que oportunamente denunciou Bolívar – a cada conspiração segue um perdão e a cada perdão uma nova conspiração – não há dúvida de que a direita voltará a tentar a sua no futuro.




































































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vENEZUELA
O que não é mostrado nos nossos telejornais.

Os média portugueses estão dominados pelas classes dominantes e tudo é duvidoso, denota má fé quando se trata os direitos dos que sofrem e lutam.

Miles de mujeres marcharon este jueves en apoyo a Nicolás Maduro y al proceso bolivariano
Miles de mujeres marcharon este jueves en apoyo a Nicolás Maduro y al proceso bolivariano
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via blogue do Sérgio Ribeiro

 17, 2014


Venezuela - querendo repetir-se a História...



Inés Guzmán:
«Caracas, 14 mar (EFE).- O governo da Venezuela voltou a colocar nesta sexta-feira no centro de suas críticas os Estados Unidos, para acusá-los de aprovar a violência nos protestos que explodiram há um mês, em um dia em que as manifestações perderam intensidade em praticamente todo o país.
O presidente, Nicolás Maduro, e o chanceler, Elías Jaua, atacaram o governo de Barack Obama em geral e o secretário de Estado, John Kerry, em particular, depois que nas últimas jornadas se tivessem repetido as críticas de funcionários nesse país e enquanto o Congresso americano estuda sanções contra o país sul-americano.
"Os Estados Unidos assumiram a liderança aberta da derrocada do governo da Venezuela, assim é, o governo dos EUA neste momento é refém das políticas do lobby republicano e do lobby de direita de Miami", disse Maduro em entrevista coletiva.
O presidente acrescentou que é "evidente" a participação dos Estados Unidos porque "há um sem número de declarações de ameaças de sanções de ameaças de intervenção, houve lobby como não se via há não sei quanto tempo".
Pouco antes, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, responsabilizou diretamente Kerry como o "principal encorajador da violência" no país, chamando-lhe de "assassino" do povo venezuelano.

"Não vamos baixar o tom, denunciamos o senhor como assassino do povo venezuelano, o senhor Kerry, não vamos baixar o tom a nenhum império até que vocês não ordenem a seus lacaios na Venezuela cessar a violência contra o povo", disse Jaua de forma dura em um ato de homenagem ao falecido líder Hugo Chávez.»

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VENEZUELA E UCRÂNIA. E O QUE OS EUA TÊM A VER COM ISSO?


Venezuela e Ucrânia. E o que os EUA têm a ver com isso?
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Países considerados estratégicos para os interesses econômicos estadunidenses vivem clima de turbulência. E o Tio Sam não assiste a tudo de braços cruzados…
Por Vinicius Gomes
Ucrânia e Venezuela estão distantes um do outro por milhares de quilômetros; possuem realidades políticas, sociais, econômicas e culturais distintas e histórias de formação bem diferentes. No entanto, nas últimas semanas algo parece tê-los trazido tão próximos como se fossem países compartilhando fronteiras: uma espécie de retorno à Guerra Fria com envolvimento financeiro e político do governo dos Estados Unidos na atuação os manifestantes contra os governos tanto da antiga república soviética, quanto do país de Hugo Chávez.
A ideia não é nova e muito menos original, o autor britânico, Joseph Conrad foi um dos primeiros a escrever sobre a utilização de agentes provocadores para forçar uma situação de caos, em O Agente Secreto, de 1907. Na realidade, os EUA são notoriamente os mais qualificados nesse tipo de ação, tendo atuado namudança de regimes de pelo menos 40 países ao redor do planeta no último século.
Como o jornalista investigativo Wayne Madsen bem descreveu em um artigo publicado nessa quarta-feira (19), o traço que une as campanhas de desestabilização organizadas e promovidas pelos EUA (através da CIA) em ambos os países é a arregimentação de fascistas locais para as forças antigovernamentais. “Na Venezuela, apoiadores reacionários de antigos regimes oligárquicos fascistas são aliados naturais dos EUA; e, na Ucrânia, os fascistas estão reunidos em torno de [Oleh] Tyahnybok”, diz Madsen.
Radicalização e ameaças a Maduro
Após o fracasso do golpe contra Hugo Chávez em 2002, a embaixada estadunidense em Caracas resolveu tomar para si a tarefa de reorganizar a oposição venezuelana. Em agosto de 2004 – mesmo mês do referendo revocatório promovido pela oposição com amplo apoio da missão americana – William Brownfield chegou a Caracas, nomeado por George W. Bush, para assumir o posto de embaixador no país. No entanto, Brownfield  é mais conhecido por elaborar um plano de 5 pontos para atacar o chavismo:
1) Fortalecer instituições democráticas,
2) Infiltrar-se na base política de Chávez,
3) Dividir o chavismo,
4) Proteger negócios vitais para os EUA,
5) Isolar Chávez internacionalmente.
A Usaid (Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA) foi a escolhida para realizar diversas ações, seguindo a estratégia de Brownfield. A organização, por meio do seu Escritório de Iniciativas de Transição (OTI, sigla em inglês) – criado dois meses depois do fracassado golpe – distribuindo, entre 2002 e 2009, 95,7 milhões de dólares a organizações de oposição venezuelana. Um de seus principais objetivos era, também, levar casos de violações para a Corte Interamericana de Direitos Humanos com o objetivo de obter condenações e minar a credibilidade internacional do governo venezuelano. Já a empresa DAI (Development Alternatives Inc) foi entre 2004 a 2009, a principal gerente da verba da Usaid no país, sendo a principal responsável pela distribuição de pequenos financiamentos a diversas organizações da sociedade civil.
A Venezuela hoje enfrenta uma inflação superior a 50% ao ano, com produção estagnada, e encerrou 2013 com uma taxa de 24.763 mortes violentas (79 mortos para cada 100 mil habitantes). Além disso, ainda no final do ano passado, teve de enfrentar uma crise de abastecimento de produtos, promovida pela direita, feito este que está sendo combatido por Maduro, que já anunciou uma série de medidas de proteção à economia, incluindo controle de preços e de lucros das empresas e comerciantes, assim como maior vigilância sobre o câmbio.
Uma realidade inegável do país, no entanto, é que a Venezuela é, de fato, um país dividido. Em abril passado, poucas semanas após a morte de Chávez, o atual presidente chegou ao governo com magros 235 mil votos (1,59%) de vantagem sobre seu opositor da Mesa de Unidade Democrática (MUD), Henrique Capriles.
Chegando dezembro, com as eleições municipais, Maduro conseguiu ganhar mais força, ao ver o seu Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) conquistar 49,24% dos votos contra 42,72% da oposição. Isso fez com que a administração de Maduro pensasse erroneamente que a oposição já não preocupava mais. O que muitos – principalmente no governo – não contavam, é que a própria desunião dentro da oposição venezuelana iria potencializar seu poder de fogo contra o presidente.
Como explica o sociólogo venezuelano, Elio Hernandez, é muito importante levar em consideração a disputa interna pela liderança dentro da oposição. “Em geral, as forças dominantes dentro do bloco oposicionista são as mais conservadoras. A socialdemocracia liberal está bastante abandonada”, diz ele. “Mas, ainda assim, dentro da própria direita conservadora há diferenças também: uma parte liderada por Caprilles não enxerga perspectivas pela via insurrecional – principalmente depois das derrotas municipais em dezembro. A outra facção minoritária, mas com grande influência sobre o núcleo duro da oposição (classe média urbana), tem um discurso mais ideológico, extremista – muito parecido com o dos exilados cubanos – é partidária de uma saída através de força”, completa. Essa facção conseguiu novamente cativar a imaginação das classes médias opositoras, assim como em 2002, e, enquanto uma parte da oposição se manteve à distância, a perspectiva das eleições muito distantes (2019) fez o discurso mais radical se impor.
Leopoldo López, após se entregar à justiça venezuelana, pode ser alçado à condição de principal nome da oposição à Maduro Foto: WikiCommons
Leopoldo López, após se entregar à justiça venezuelana, pode ser alçado à condição de principal nome da oposição à Maduro
Foto: WikiCommons
O mais notório desses líderes radicais é Leopoldo López. Ex-prefeito do município de Chacao (2000-2008), López vem de uma das famílias da elite venezuelana ligada ao setor industrial e petroleiro. Formado em Harvard, sua carreira política começou no partido Primeira Justiça, o mesmo de Capriles. Um racha interno o levou a abandonar o grupo, e então se filiou ao partido conservador Um Novo Tempo, onde permaneceu até fundar seu atual partido Vontade Popular.
Há três dias, o governo venezuelano identificou três funcionários – Breann Marie McCusker, Jeffrey Gordon Elsen e Kristopher Lee Clark – da embaixada dos EUA em Caracas, que estavam em contato com manifestantes da oposição e ajudavam a planejar tumultos antigoverno por todo o país. Os três foram expulsos pelo governo da Venezuela. “Por outro lado”, diz Hernandez, “o governo norte-americano chegou a fazer um telefonema ao embaixador venezuelano na OEA (Organização dos Estados Americanos), no qual, pela primeira vez, foi feita uma ameaça direta ao governo de Nicolás Maduro, para soltar os presos pelos protestos e suspender a ordem de captura de Leopoldo López, o principal instigador da violência nas ruas e cujo discurso é abertamente insurrecional”.
Antecipando-se a isso, López se entregou às autoridades venezuelanas, no que foi considerado por analistas em uma estratégia política para finalmente se consolidar como a maior figura oposicionista aos chavistas e a nova pedra no sapato de Maduro. “A audiência terminou. Foi ratificada a medida privativa de liberdade. A mudança está em cada um de nós. Não se rendam. Eu não o farei”. Esta foi a mensagem apareceu no Twitter de López após um tribunal decidir pela sua prisão preventiva. Ele continuará nesse centro de reclusão pelo menos durante 45 dias
Ucrânia: interesses dos EUA nos dois lados
A escalada da violência nos protestos da Ucrânia aumentaram após a aprovação das leis antiprotesto Foto: WikiCommons
A escalada da violência nos protestos da Ucrânia aumentaram após a aprovação das leis antiprotesto
Foto: WikiCommons
Quando em fins do ano passado o presidente Viktor Yanukovych anunciou que não iria mais assinar o Acordo de Associação com a União Europeia (UE), a Ucrânia se viu em meio a um fogo cruzado entre a União Europeia e a Rússia. O bloco de Bruxelas, com seu plano de “Parceria Oriental”, bateu de frente com as ambições de Moscou em criar uma zona alternativa à UE, chamada de União Eurasiática.
Três meses depois de intensos protestos, quase que diários, a Ucrânia ainda se vê entre dois grandes predadores: o capital ocidental e o capital russo, e nesta quinta-feira (20), dois dias após aquele que foi considerado o mais violento desde que começaram os protestos – com 25 mortes em menos de 24 horas – a escalada de violência evoluiu de maneira assustadora, com a polícia de Kiev sendo autorizada a atirar nos manifestantes. A agência de notícias France-Press estimou que pelo menos 60 pessoas foram mortas. “Todas elas tinham ferimentos a bala”, disse uma coordenadora centro médico oposicionista na EuroMaidan. O cenário de guerra na capital ucraniana coincide com a chegada dos ministros das Relações Exteriores da Alemanha, França e Polônia, enviados para mediação do conflito.
O momento mais dramático desta quinta é o que provavelmente será o símbolo de todos esses meses de protestos e manifestações: uma jovem de 21 anos, Olesya Zhukovskaya, teria sido baleada no pescoço pelas forças de segurança do governo e chegou a enviar por meio do Twitter a mensagem: “Estou morrendo”. Oleysa era uma manifestante da oposição e atuava como médica para os feridos nos confrontos com as autoridades ucranianas.
Mas se na linha de frente é possível enxergar os atores envolvidos – de um lado, grupos paramilitares da extrema-direita e os três partidos da oposição que enxergam a Ucrânia como “etnicamente europeia”, e, de outro, o aparato de segurança governamental e os fiéis ao presidente Yanukovich nas cidades do sul e do centro-sul, “etnicamente eslavas” – a participação daquele que atuam nos bastidores começa a ser revelada apenas agora.
Com o vazamento da conversa telefônica entre Victoria Nuland, secretária-assistente do Departamento de Estado dos EUA, com o embaixador norte-americano em Kiev, ficou evidente o que norteia a política do país em relação à Ucrânia. Ao falar sobre como um novo governo ucraniano deveria ser constituído e quais membros da oposição e dos manifestantes deveriam ser incluídos nesse novo governo apoiado pelos EUA, Nuland não deixou margem de dúvidas de que seu país age sim como um agente provocador quando seus interesses econômicos estratégicos estão em jogo.
Para isso, os dois lados rivais na política ucraniana, o presidente Viktor Yanukovich e a ex-primeira-ministra – hoje presa – Yulia Tymoshenko, contam com a assistência de uma das maiores forças político-econômicas na capital norte-americana. Duas das maiores consultorias lobistas dos EUA estão ajudando a representar o presidente Viktor Yanukovych e seu partido. Há cerca de dois anos, uma organização chamada Centro Europeu para uma Ucrânia Moderna (ECFMU, sigla em inglês), foi fundada em Bruxelas e seus criadores são o atual ministro das Relações Exteriores, Leonid Kozhara; o chefe do Comitê de Orçamentos para o Parlamento, Ievgenii Hiellier, e o chefe do comitê para relações exteriores do Verkhovna Rada – o parlamento ucraniano – Vitaliy Kahlyushnyy.
A escolha do lugar foi estratégica porque Bruxelas, além de ser a capital da Bélgica é também a sede da UE. Seu principal objetivo seria promover a Ucrânia às instituições europeias, no entanto, tal organização não passava de uma máquina utilizada pelo partido governante na Ucrânia, o Partido das Regiões. De acordo com as investigações do jornalista ucraniano, Sergiy Leschenko, desde 2012 a ECFMU pagou à Mercury/Clark % Weinstock e ao Podesta Group, 560 e 900 mil dólares, respectivamente, para, desta maneira, “facilitar” a promoção de seus interesses junto ao Congresso dos EUA.
Anthony Podesta (à dir.) é o fundador da consultoria de lobby, que além das ligações com o governo ucraniano, também faz lobby para o Egito junto ao Congresso norte-americano.
Anthony Podesta (à esq.) é o fundador da consultoria de lobby, que além das ligações com o governo ucraniano, também faz lobby para o Egito junto ao Congresso norte-americano.
Foto: WikiCommons
O Podesta Group foi fundado por Anthony Podesta e seu irmão John, que se juntou à administração Obama em dezembro de 2013 como conselheiro. Apesar disso, Anthony disse nunca ter discutido os eventos na Ucrânia com seu irmão. Já a Mercury, Clark & Weinstock lista como um de seus sócios o ex-congressista republicano John Vincent “Vin” Weber, que atuou como conselheiro na campanha presidencial de Mitt Romney. A consultoria informou que se recusava a comentar publicamente suas ligações com governo ucraniano.
No entanto, essas consultorias não estão sozinhas no lobby em Washington: o bilionário Rinat Akhmetov, proeminente aliado do presidente ucraniano, controla indiretamente cerca de 50 parlamentares na Ucrânia – o chamado Grupo Akhmetov, já descrito em um estudo intitulado “A Democracia Oligárquica: a influência de grupos empresariais nas políticas ucranianas” -, e seus políticos-fantoches apoiaram de forma unânime as leis antiprotestos de 16 de janeiro.
Do lado da Tymoshenko, a representação fica com o democrata Jim Slattery, sócio do escritório de advocacia Wiley Rein LLP. A quantia dos serviços prestados está calculada em 810 mil dólares, pagos por Oleksandr Tymoshenko, empresário ucraniano marido da Yulia.
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Venezuela
Aqui em Portugaltb fizeram isto a seguir ao 25 de abril
ar alimentos; depois lançam o boato de que a culpa é do governo que quer matar o povo à fome e, os açambarcadores, vão para a rua manifestar-se contra o governo e armar desacatos, a fim de fazerem a contra revolução e derrubarem o governo eleito democraticamente. É claro que todos sabemos quem é que está por trás disto.
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Venezuela
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Venezuela: os filhotes da reação1
Os vínculos entre os jovens dirigentes estudantis venezuelanos e agências de 
cooperação de direita vão muito mais além da aliança Otpor/Canvas. 
Luis Hernández Navarro *
Lorent Saleh é um jovem venezuelano de 25 anos, de língua flamejante, que estudou 
comércio exterior.É uma das cabeças visíveis da coalizão para derrubar o presidente 
Nicolas Maduro. Ele dirige a Organização Operação Liberdade, que aponta o castro-comunismo cubano como o principal inimigo da Venezuela. 
Lorent começou seu trabalho contra a revolução bolivariana em 2007. Desde então, ele 
não desiste. Promoveu greves de fome e campanhas para denunciar as “mentiras de 
Chávez”. Embora tenha abandonado as salas de aulas há anos, ainda se apresenta como 
um líder estudantil. E, ainda que não tenha nenhum emprego conhecido, viaja pela 
América Latina para tentar isolar o governo de Maduro. 
O jovem Saleh tem bons amigos em diversos países. Na Colômbia, por exemplo, é 
cobiçado e promovido pela Aliança Nacionalista pela Liberdade e Terceira Força, 
agrupações neonazistas (El Espectador, 21/7/2013). 
Vanessa Eisig é uma simpática jovem ruiva de 22 anos, que usa óculos e se descreve em 
sua conta no Twitter como uma “guerreira de luz e bígama, casada com minha carreira 
e com a Venezuela”. Estuda comunicação na Universidade Andrés Bello e confessa que, 
ao participar dos protestos, sente que está fazendo história. Vanessa é militante da 
Juventude Ativa Venezuela Unida (JAVU). Exige a deposição do “usurpador” Nicolás 
Maduro e de todo o seu gabinete. A organização tem como emblema um punho direito de 
cor branca que, segundo ela, “é símbolo de resistência e de crítica ao socialismo”. 
JAVU, que promove a Operação Liberdade, desempenhou um papel relevante nos 
distúrbios de rua das últimas semanas na Venezuela. Fundada em 2007, a organização se 
define como uma plataforma juvenil de resistência, que busca derrubar os pilares que 
sustentam um governo que “menospreza a Constituição, atinge nossos direitos e entrega 
nossa soberania ao comando dos decrépitos irmãos Castro”. 
1
 Manteve-se a variante do português do Brasil. – [NE] 
Em seu comunicado de 22 de fevereiro deste ano, a JAVU denunciou que forças 
estrangeiras sitiaram militarmente a Venezuela. “Seus mercenários nos atacam de 
maneira vil e selvagem. Seu objetivo é nos escravizar”. Para conseguir sua liberdade, 
assinalam, é vital defender a soberania da nação expulsando os comunistas cubanos que 
estão usurpando o governo e as Forças Armadas. 
A JAVU está inspirada e mantém estreita relação com Otpor (Resistência) e com o Centro 
para a Aplicação de Ações e Estratégias Não-Violentas (Canvas, na sigla em inglês). Otpor 
foi um movimento estudantil criado na Sérvia para remover do governo o presidente 
Slobodan Milósevic em 2000, que recebeu financiamento de agências governamentais 
dos Estados Unidos. Canvas é a face renovada de Otpor. 
O guru desses grupos é Gene Sharp, que reivindica a ação não violenta para derrubar 
governos. Sharp fundou o Instituto Albert Eisntein, promotor das chamadas revoluções 
coloridas em países que não estão alinhados aos interesses da OTAN e de Washington. 
Documentos divulgados por Wikileaks tornaram público que Canvas – presente na 
Venezuela desde 2006 – elaborou para a oposição desse país um plano de ação, no qual 
propõe que os grupos estudantis e os atores não formais são os mais capacitados a 
construir uma infraestrutura e explorar sua legitimidade na luta contra o governo de 
Hugo Chávez. 
A relação entre JAVU, Otpor e Canvas é muito estreita. Como confessou Maria lvic 
Olivares, militante de um grupo de extrema-direita: as organizações internacionais que 
estão nos ajudando neste momento sempre estiveram conosco, não somente apoiando os 
protestos, mas também ajudando na formação. Sempre nos estenderam a mão. Não 
temos vergonha nem medo de dizê-lo. 
Mas os vínculos entre os jovens dirigentes estudantis venezuelanos e os think tanks e 
agências de cooperação de direita vão muito mais além da aliança com Otpor/Canvas. 
Diversas fundações estadunidenses financiam abertamente o movimento dissidente. 
Também contam com o apoio do Partido Popular, da Espanha, e da organização de 
juventude de Silvio Berlusconi, da Itália. 
É o caso do jovem advogado Yon Goicoechea, estrela rutilante dos protestos de 2007, e 
que agora estuda na Universidade Columbia, depois de se filiar ao partido de Henrique 
Capriles e de abandoná-lo quando não lhe deram o cargo que queria. Em 2008, foi 
generosamente recompensado por seu compromisso de luta contra Chávez. O Instituto 
Cató deu a ele o prêmio Milton Friedman para a Liberdade, no valor de meio milhão de

dólares. 

Outra força que desempenha um papel relevante na tentativa de derrubar Maduro é o 

Movimento Social Universitário 13 de Março, organização estudantil que atua na 

Universidade dos Andes. 

Seu dirigente mais conhecido é Nixon Moreno, ex-estudante de Ciências Políticas, 

acusado de violentar a policial Sofia Aguilar, e que hoje está foragido e exilado no Panamá. 


Estes jovens sabem o que fazem: promover a desestabilização política. Recebem 
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As TVs cumprem a sua função e servem os seus proprietários...
A luta exige +e+ de nós...
Não nos podemos deixar enganar!
Bem percebemos a onda imperialista, a geopolítica,  o sugar das riquezas naturais, o explorar dos povos...
A Venezuela é só o país mais rico em reservas de petróleo...
A Ucrânia está ali tão perto da Rússia...

Intervenção de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Situação na Venezuela

Já vimos este filme em algum lado. Sim, é verdade, em 2002. O mesmo exacto guião de tentativa de golpe de Estado planificada entre a direita mais reaccionárias, os grupos fascistas e as representações diplomáticas do EUA, sim, com os gordos financiamentos dos EUA. Para aqueles que estão mais distraídos existem vários documentários interessantes sobre o assunto, inclusive produzidos pela BBC.
Desestabilização, assassinatos indiscriminados – não é por acaso que elementos da oposição e a favor do governo foram assassinados pelas mesmas armas – grupos para-militares, terroristas, destruição e incêndio de infraestruturas… Não é necessário ter muita destreza intelectual para compreender que não é ao governo venezuelano que isto interessa.
Não existe nenhuma falta de liberdade na Venezuela, mas é evidente que o incitamento à violência através dos meios mediáticos não são permitidos em nenhuma sociedade democrática.
O problema da maioria do Parlamento Europeu é com o rumo soberano e progressista que o povo vevenzuelano decidiu empreender, rumo esse confirmado em 19 actos eleitorais nos últimos 15 anos, algo que não acontece em muitos ou nenhum dos vossos países.
A maioria do PE joga exactamente o jogo que aqueles que tentam levar a cabo um golpe de Estado no nosso país querem que jogue, com o carimbo da direita à chamada esquerda, passando pelos socialistas.

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"A caminho da guerra


Da Ucrânia à Venezuela, de África e Médio Oriente aos mares da China, multiplicam-se os sinais de que a tendência predominante nas potências imperialistas é para a guerra generalizada, o autoritarismo mais violento e o fascismo. Seja pela via da agressão aberta e directa, seja através de grupos mercenários a soldo, os imperialismos em crise sistémica estão em guerra aberta contra os povos e em guerra surda entre si, como ainda recentemente comprovou o telefonema da «diplomata» dos EUA Victoria Nuland ao seu embaixador em Kiev. No combate contra governos que se atrevem a dar mostras de soberania, lançam mão de paleo-fascistas, cuja ligação directa às hordas nazis na II Guerra Mundial ninguém pode contestar. Tal como o fundamentalismo religioso mais retrógrado e reaccionário é kosher na Líbia ou na Síria, também o anti-semitismo dos fascistas ucranianos torna-se «europeu» e «democrático». A sra. Nuland confessou numa Conferência Internacional de Negócios patrocinada pela petrolífera Chevron (13.12.13) que nos últimos 20 anos os EUA gastaram mais de cinco mil milhões de dólares a subsidiar a subversão na Ucrânia. Entretanto são retiradas as ajudas alimentares aos norte-americanos com fome porque «não há dinheiro».

Quem ache que isto é exagero faria bem em dar ouvidos a alguém que vem do coração do sistema e lhe conhece as entranhas, embora seja hoje dissidente. Paul Craig Roberts (PCR) pertenceu a governos de Ronald Reagan e foi vice-editor do Wall Street Journal. Hoje escreve que «a União Soviética servia de entrave ao poder dos EUA. O colapso soviético possibilitou a ofensiva neo-conservadora pela hegemonia mundial dos EUA. A Rússia sob Putin, a China e o Irão são os únicos entraves à agenda neo-conservadora. Os mísseis nucleares russos e a sua tecnologia militar tornam a Rússia o mais forte obstáculo militar à hegemonia dos EUA. Para neutralizar a Rússia, os EUA romperam acordos [...] expandiram a NATO para antigas partes constitutivas do império soviético […] e Washington alterou a sua doutrina de guerra nuclear para permitir um ataque nuclear inicial. […] O desenlace provável da ameaça estratégica audaciosa com que Washington está a confrontar a Rússia será a guerra nuclear» (14.2.14). Sob o título «Washington empurra o Mundo para a guerra», PCR escreve (14.12.13): «a guerra fatal para a humanidade é a guerra com a Rússia e a China para a qual Washington está a empurrar os EUA e os estados fantoches de Washington na NATO e na Ásia. […]. A única razão por que Washington quer estabelecer bases militares e mísseis nas fronteiras da Rússia é para negar à Rússia a possibilidade de resistir à hegemonia de Washington. A Rússia não ameaçou os seus vizinhos e […] tem sido extremamente passiva face às provocações dos EUA. Isto está a mudar […] tornou-se claro para o governo russo que Washington prepara um ataque inicial decapitador contra a Rússia. […] A postura militar agressiva de Washington face à Rússia e a China indicia uma auto-confiança extrema que costuma conduzir à guerra». Sobre a Ucrânia, escrevia PCR há mais de um mês (4.12.13): «A UE quer que a Ucrânia adira para que a Ucrânia possa ser pilhada, tal como o foram a Letónia, Grécia, Espanha, Itália, Irlanda e Portugal. […] Os EUA querem a adesão da Ucrânia para poderem aí posicionar bases missilísticas contra a Rússia».

O ex-governante de Reagan não reconhece que o entrave decisivo ao belicismo imperialista é a luta dos povos. Mas é mais lúcido do que muitos que se afirmam “de esquerda” quando adverte a China e a Rússia contra as ilusões e concessões. «É pouco provável que a China se deixe intimidar, mas poderá minar-se caso a sua reforma económica abra a economia chinesa à manipulação ocidental» diz PCR (4.12.13), que também alerta contra a «quinta coluna» de «licenciados programados pelos EUA que regressam à China». E é cáustico para com a tolerância da Rússia e da Ucrânia «que de forma tola permitiram que grande número de ONG financiadas pelos EUA agissem como agentes de Washington sob a capa de “organizações dos direitos do homem”, “construtores de democracia”, etc.» (14.2.13). As ilusões sobre a natureza do imperialismo e sobre a traição dos aspirantes a serventuários ricos pagam-se caro. Os povos do mundo já pagaram um preço demasiado elevado."

(in "Avante!" - edição de 27.02.2014)