04/04/2014

7.786.(4.4.2014.3h33'33") NATO

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4ab1959
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3dez2019
NATO...não! SIM à PAZ...PS.Costa em Londres com TRUMPalhão
 Sim à Paz! Não à NATO!
Não à cimeira belicista da NATO em Londres

A Organização do Tratado do Atlântico Norte – NATO – realiza uma cimeira nos dias 3 e 4 de Dezembro, em Londres, onde se assinalará, uma vez mais, os 70 anos da criação desde bloco político-militar belicista.

À semelhança de cimeiras anteriores, falar-se-á muito em «paz» e «segurança», mas as decisões que serão tomadas apontarão para o aumento das despesas militares, para novos e mais sofisticados armamentos, para o militarismo e a guerra.

Recorde-se que desde a sua formação em 1949, que incluiu Portugal, na altura sob uma ditadura fascista, a NATO é um instrumento ao serviço da política externa dos Estados Unidos da América e do seu complexo militar-industrial.

Ao longo das décadas, a NATO protagonizou e apoiou golpes de Estado, guerras de agressão e ocupações militares – como no Chipre, na Jugoslávia, no Afeganistão ou na Líbia –, sendo responsável por um imenso legado de morte, sofrimento e destruição, por milhões de desalojados e de refugiados.

A NATO não tem um carácter 'defensivo', é sim um bloco político-militar com vocação agressiva, que se concede o 'direito' de intervir militarmente em qualquer parte do mundo, sob um qualquer pretexto, desrespeitando os princípios da Carta das nações Unidas e o direito internacional que devem reger as relações entre países e salvaguardar a soberania e os direitos dos povos.

A NATO constitui a mais séria ameaça à paz e à segurança no mundo:

São dos EUA/NATO a esmagadora maioria das bases e instalações militares em território estrangeiro existentes no mundo (perto de mil);
os 29 membros da NATO são responsáveis por mais de metade do total das despesas militares mundiais; assumindo os EUA, com 700 mil milhões de dólares, em 2019, mais de um terço do total;
a NATO fez sua a Doutrina Nuclear dos EUA, que permite um primeiro ataque nuclear dito «preventivo», inclusivamente contra Estados que não possuam este tipo de armamento;
os EUA/NATO têm vindo a reforçar bases, frotas, contingentes e modernos meios militares junto às fronteiras da Rússia e da China, agravando a tensão no Leste da Europa e no Extremo Oriente;
o processo de militarização da União Europeia constitui-se, apesar de diferenças, como o 'pilar europeu' da NATO, partilhando os seus propósitos belicistas;
através de sucessivos alargamentos, parcerias e acordos, a NATO estendeu a sua influência e área de intervenção a todo o mundo;
os EUA/NATO são responsáveis pela militarização do Espaço e do 'ciberespaço' e pela escalada na utilização militar de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial;
a NATO apoiou a decisão dos EUA de se retirarem do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, o que representa uma séria ameaça à paz.

Portugal deve estar do lado da paz e do desarmamento!

Portugal deve rejeitar o militarismo, a corrida aos armamentos, a guerra, incluindo a participação de forças portuguesas na agressão contra outros povos.

O Governo português, no respeito da Constituição da República Portuguesa, deve:

- pugnar pela independência nacional, pela solução pacífica dos conflitos internacionais, pela não ingerência nos assuntos internos dos outros Estados, pela cooperação com todos os outros povos para a emancipação e o progresso da humanidade;

- preconizar a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos, bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares e o estabelecimento de um sistema de segurança coletiva, com vista à criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.

Os tempos atuais, colocam como premente a luta pela paz, pela soberania, pela democracia, pelos direitos dos povos.

Há que evitar uma nova confrontação que teria consequências catastróficas para a humanidade!

Por muito fortes que sejam aqueles que apostam na guerra, ela não é inevitável. Cabe aos povos do mundo, unidos num amplo e ativo movimento em defesa da paz e do desarmamento, travar-lhes o passo!

As organizações subscritoras apelam à participação nas acções que terão lugar em Lisboa e no Porto, nos dias 3 e 4 de Dezembro 2019, sob a consigna Sim à Paz! Não à NATO!, e reafirmam a importância da defesa dos princípios inscritos na Carta das Nações Unidas e no artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa – da soberania, da paz, da cooperação – certas de que continuam a ser estes os que melhor servem a causa da paz e as aspirações da Humanidade.

Em coerência, exigem:

a dissolução da NATO;
o fim das guerras de agressão promovidas pela NATO e os seus membros;
a abolição das armas nucleares e de outras armas de destruição massiva;
a assinatura e ratificação do Tratado de Proibição de Armas Nucleares por parte das autoridades portuguesas;
o desmantelamento do sistema anti-míssil THAAD que os EUA/NATO têm instalado, nomeadamente na Europa e na Ásia;
a rejeição da militarização do espaço;
a reversão do processo de militarização da União Europeia;
o fim da corrida aos armamentos e a utilização das verbas para a resolução dos problemas que afligem os povos;
o desarmamento geral, simultâneo e controlado;
o fim da utilização de novas tecnologias para fins militares;
a defesa dos princípios consagrados na Constituição da República Portuguesa e na Carta das Nações Unidas e o direito internacional, com particular significado quando se assinalam os 45 anos da Revolução de Abril.

Organizações subscritoras (até o momento):

Associação Água Pública
Associação Conquistas da Revolução
Associação de Amizade Portugal – Cuba
Associação Intervenção Democrática
Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin
Associação Portuguesa de Juristas Democratas
Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN)
Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos
Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Ecolojovem – Os Verdes
Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações
Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas
Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais
Federação Portuguesa dos Sindicatos de Comércio, Escritórios e Serviços
Frente Anti-Racista
Fundação José Saramago
Inter-Reformados / CGTP-IN
Juventude Comunista Portuguesa
Movimento Democrático de Mulheres
Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal
Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa
União dos Sindicatos de Lisboa
União dos Sindicatos do Distrito de Leiria

 A imagem pode conter: texto
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1ab2017
CPPC
No âmbito do assinalar dos 68 anos da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a 4 de Abril de 1949, o Conselho Português para a Paz e Cooperação promove uma conferência sob o lema "Sim à Paz! Não à NATO!" no próximo dia 1 de Abril pelas 15h na sede nacional da CGTP-IN (Rua Vítor Córdon, nº1 em Lisboa).

Para além de convidados nacionais participam nesta conferência a organização Italiana "Fórum contra a Guerra" e a organização Belga "INTAL".

A conferência insere-se num conjunto de iniciativas que o CPPC promoverá de denúncia da natureza agressiva e belicista da NATO e da sua cimeira anunciada para Maio na Bélgica.

PARTICIPA E DIVULGA!

Foto de Conselho Português para a Paz e Cooperação.
https://www.facebook.com/conselhopaz/photos/a.193347497352919.44079.172967316057604/1445738685447121/?type=3&theater
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19jan2017
José Goulão escreve:
O ex-primeiro-ministro do Kosovo, Ramush Haridinaj, foi detido em França com base num mandado de prisão internacional emitido pela Sérvia em 2004.
http://www.abrilabril.pt/num-pantano-fedorento-da-nato
«Assim, limpo e inocente, Ramush Haridinaj foi empossado pela NATO como primeiro-ministro do Kosovo, à cabeça de um governo dos terroristas do UCK aperaltados de fato e gravata.»


Nada de novo. Como disse há dias o actor norte-americano Denzel Washington, «se não lemos os jornais não estamos informados, se lemos os jornais ficamos mal informados». «Jornais», bem entendido, é um termo usado por Denzel Washington em sentido figurado, pois todos sabem que inclui televisões, rádio, os «observadores» acoitados na internet e outras corruptelas mediáticas.
Pelo que poucos se terão apercebido de que o secretário de Estado norte-americano cessante, John Kerry, confessou durante uma reunião com os «moderados» sírios – cuja gravação foi citada pelo The New York Times (mas não na íntegra) – que os Estados Unidos apoiaram o Daesh ou Estado Islâmico para que derrubasse o governo da Síria, «mas a intervenção dos russos, infelizmente, alterou a equação».
O facto era conhecido, mas exposto assim de voz própria começa a tornar legítimo que a Administração Obama seja associada a crimes contra a humanidade.
É também a propósito de crimes contra a humanidade que se evoca aqui a outra situação grave omitida ou, no máximo, apenas ciciada: o governo francês deteve e colocou em residência vigiada o ex-primeiro ministro dessa invenção da NATO chamada Kosovo, Ramush Haridinaj.
O chefe terrorista do Exército de Libertação do Kosovo (UCK) foi detido no aeroporto de Mulhouse na sequência de um pedido de captura internacional emitido pela República da Sérvia. Haridinaj já foi, entretanto, absolvido pelo Tribunal Internacional de Haia, a tal instituição onde a justiça é vesga e em cujas celas os réus, aguardando sentenças, morrem em série de «suicídio» ou por tomarem medicamentos assassinos, como aconteceu em 2006 com o dirigente sérvio Slobodan Milosevic.
No caso de Haridinaj, a absolvição foi facilitada pelo facto de a NATO se ter recusado a entregar à procuradora Carla dal Ponte a documentação que incriminava o chefe terrorista nas provocações sanguinárias que conduziram aos ainda mais sanguinários bombardeamentos de Belgrado pelos «libertadores atlantistas», em 1999.
Pegando por esta ponta do processo do antigo primeiro-ministro kosovar penetra-se, inevitavelmente, num dos mais fedorentos pântanos da NATO, que é o da secessão arbitrária e xenófoba do Kosovo por interesses estratégicos próprios e expansionistas.Ramush Haridinaj foi absolvido porque, além da sonegação de provas pela NATO, mais de uma dezena de testemunhas que se preparavam para depor contra ele tiveram contratempos em série que ceifaram a vida a cada uma delas.
Assim, limpo e inocente, Ramush Haridinaj foi empossado pela NATO como primeiro-ministro do Kosovo, à cabeça de um governo dos terroristas do UCK aperaltados de fato e gravata. Os mercenários islamitas do UCK foram criados e treinados na Turquia pela KSK alemã, a unidade de operações especiais do exército alemão, depois de recrutados pela mafia albanesa.
Tal como num dia de 1994, o próprio Bin Laden foi visto por jornalistas a entrar no gabinete do então presidente islamita do protectorado atlantista da Bósnia, Alija Izetbegovic, também a solução da NATO para o Kosovo foi encontrada através dos terroristas islâmicos.
Tanto Haridinaj como o actual primeiro ministro do Kosovo, Hacim Taci, têm demonstrado que a corrente ideológica a que chamam «fundamentalismo islâmico» é compatível com o tráfico de droga – neste caso como entreposto – e também com o tráfico de órgãos humanos.
Factos probatórios desta actividade assassina constam de uma investigação que jaz há longos anos no Conselho da Europa sem dar origem a qualquer apreciação, conclusão ou medida.
Por que foi então Haridinaj detido em território francês? Porque o mandado sérvio pretende fazer justiça em nome das testemunhas silenciadas antes de contarem em Haia o que sabiam sobre um dos fundadores do Kosovo. A decisão final sobre o envio ou não do terrorista Haridinaj para Belgrado será do governo francês, pelo que são escassas as hipóteses de que a justiça triunfe.
A polícia cumpriu a sua parte, mas é improvável que a política parisiense, apesar de estar «em guerra contra o terrorismo», contribua para remexer na pestilência que tem sido a acção da NATO na destruição da Jugoslávia, tal como do Afeganistão, do Iraque, da Líbia, da Síria…

Tanto mais que, enquanto os terroristas reconvertidos fazem o que querem no Kosovo, a NATO usufrui da transformação do território amputado à Sérvia numa esplêndida, ampla e funcional base militar balcânica defensora da democracia, da liberdade e da justiça. Uma mão lava a outra. Porque não há decomposição pantanosa que incomode o olfacto dos heróicos e viris generais atlantistas.
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jornalismo negro
pagos para mentir
https://www.facebook.com/acordarpt/videos/663714487122234/?hc_ref=NEWSFEED
"Mentimos para convencer da necessidade de guerra contra a Rússia"
O jornalista e ex-assessor do Governo Federal da Alemanha, Udo Ulfkotte revelou seu envolvimento no chamado "jornalismo negro", confessando que teve que mentir repetidamente a mando da CIA.

O destacado jornalista expõe a campanha anti-russa na imprensa ocidental, revelando também que muitos jornalistas funcionam no estrangeiro como agentes secretos financiados por multi-milionários e pela CIA para fazer espionagem e para difundir propaganda anti-russa, levando assim a opinião pública a apoiar uma eventual agressão militar contra a Rússia.
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20ouTU2015
César Príncipe:
Chamem a Nato
http://aviagemdosargonautas.net/2015/10/20/chamem-a-nato-por-cesar-principe/

O quadro pós-eleitoral, ao privar os situacionistas de maioria absoluta, lançou o pânico nas respectivas hostes, logo que o PS se inclinou para auscultações e negociações à Esquerda. A fórmula do Bloco Central de Interesses, na vertente política, parecia perpetuada (nem sequer merecia abordagem). Tratava-se de um direito divino adquirido, a juntar aos direitos económicos e mediáticos, igualmente determinados pelo Além, segundo Clemente, benzedor da troika interna. Portanto, conversações para formar Governo ou garantir apoio parlamentar só e sempre à Direita. Bastaram algumas reuniões entre PCP, PEV, BE e PS e o assentamento de alguns pontos de partida para um hipotético entendimento e todas as tropas da Coligação e de seus reservistas e infiltrados se apresentaram ao serviço, entraram de prevenção e começaram a disparar setas envenenadas, balas tracejantes, morteiros da pesada, granadas de fumo e até tiros de pederneira e pólvora seca.

UI! A NATO!

Tese reinante: Como é que se poderá consentir que se dialogue ou chegue a um princípio de acordo com partidos contrários às amarras de Portugal a esta organização? Por mais que se fuja da peste propagandiária, acabamos por esbarrar com algum excitadíssimo jornaleiro, algum azougadíssimo microfoneiro, algum reputadíssimo e refinadíssimo comentador. Todos de plantão. Todos em estado de prontidão. Todos de arma apontada para o Largo do Rato, para a Rua de Soeiro Pereira Gomes, para a Rua de D. Carlos I, para a Rua da Palma.

UI! A NATO!

Acontece que alguns países da União Europeia não estão na NATO: Áustria, Chipre, Finlândia, Irlanda, Malta, Suécia.

Acontece que alguns países europeus da NATO não estão na UE: Albânia, Turquia.

Acontece que alguns países da UE não estão na Zona Euro: Bulgária, Croácia, Dinamarca, Hungria, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia, Suécia.

Acontece que, nos anos seguintes ao derrube da ditadura fascista, tiveram assento no Governo de Portugal Democrático partidos e personalidades que não prezavam a manutenção do nosso país, mesmo como membro pouco viril desta estrutura de poder intercontinental. E a Revolução operou-se. E a mudança processou-se.

UI! A NATO!

E um cidadão desprevenido embrulha-se nas páginas dos jornais, tropeça nos fios auriculares (radiofónicos e televisivos). E mais grave: enquanto escuta a rádio, pode atropelar, na Rotunda do Marquês ou em Carnaxide, o gnomo Marques Mendes. E que perda digna do panteão: é das criaturas mais convictas do fim do mundo ou do seu mundo. Que risco corre esta pátria com nove séculos de história: vai baixar o IVA da restauração. Mais: vão ser revistas as sobretaxas do IRS. Mais: os reformados e funcionários públicos poderão respirar mais uns euros. Mais: as pequenas e médias empresas vão receber estímulos. Portugal não irá empobrecer tanto nem tão depressa. Que desgraça!

              Chamem a NATO. Rapidamente e em força.

UI! UI!

Acontece é que não há nenhuma alma caridosa que ofereça aos Marques Mendes da Praça Mediática um volumezinho da Constituição da República Portuguesa. Então, o hiperactivo MM é alienígena? Acabou de aterrar, em fraldas, numa televisão amiga? Foi deputado, ministro, chefe partidário e nunca leu a Constituição, mesmo para a rever? É que os partidos de esquerda anti-NATO limitam-se a seguir as recomendações da Lei Fundamental. Leiam, Marques! Leiam, Mendes! PCP, PEV, BE, ao colocar a NATO em questão entre os seus objectivos programáticos (que não entram nas discussões em curso) respeitam o artigo 7º. Porventura já ouviram falar do 7º? Os MM estão alheados de tudo que se relacione com a legalidade refundadora da República. E estão a criar um embaraço ideológico ao sistema: ao predicar que os partidos não advogantes da NATO têm de ser excluídos do Arco da Governação, acabam por oferecer uma arma de destruição massiva e maciça aos adversários:  Democracia e NATO são incompatíveis. Assim se depreende dos escritos e ditos dos grão-natistas, dos mais ferrenhos, dos açulados, dos cavaleiros do Templo.


Constituição da República Portuguesa


Artigo 7.º

 

  1. Relações internacionais. Portugal rege-se pelos princípios da independência nacional…da solução pacífica dos conflitos internacionais, não ingerência…

  2. Portugal preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão…bem como o desarmamento geral, simultâneo e controlado, a dissolução dos blocos político-militares.

Aqui vai. Devidamente endereçado.


Sempre houve uma alma caridosa.

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mar2015

Sobre o fascismo ” democrático” de mercado



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2/3/2015, [*] John PilgerConsortium New
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu
 
Sobreviventes do fascismo em Auschwitz
O recente aniversário de 70 anos da libertação de Auschwitz faz lembrar o grande crime do fascismo, cuja iconografia nazista está impregnada em nossa consciência. O fascismo é preservado como história, fragmentos de filmes de camisas negras [no Brasil “camisas verdes” (Nrc)] e passo de ganso, a criminalidade ali, terrível e clara. Mas nas mesmas sociedades liberais, de elites viciadas, dependentes, de guerras, que falam de nunca esquecer o fascismo de antes, oculta-se cuidadosamente o crescente perigo de um tipo contemporâneo de fascismo; porque é o fascismo dessas mesmas elites.
Iniciar guerra de agressão (…) – disseram os juízes do Tribunal de Nuremberg em 1946 – não é crime internacional simples; é o supremo crime internacional, diferente de outros crimes de guerra, porque contém nele o mal acumulado de todos os demais.
Se os nazistas não tivessem invadido a Europa, Auschwitz e o Holocausto não teriam acontecido. Se os EUA e seus satélites não tivessem iniciado a sua guerra de agressão contra o Iraque em 2003, quase um milhão de pessoas não teriam morrido; e o Estado Islâmico, ouISISISIL ou Daesh, não nos teria encurralado em sua selvageria. São os rebentos do fascismo moderno, inflado pelas bombas, massacres, banhos de sangue e mentiras que compõem o teatro surreal que se conhece como “noticiário”, “jornalismo” ou “informação”.
Como fez o fascismo dos anos 1930s e 1940s, distribuem-se mentiras com precisão de metrônomo: graças a uma empresa-imprensa onipresente e repetitiva e a violenta censura por omissão a que se chama “jornalismo”. Considere-se a catástrofe na Líbia.
Em 2011, a OTAN lançou 9.700 ataques [orig. “strike sorties”] contra a Líbia, dos quais mais de 1/3 tinham como alvo instalações civis. Foram usadas ogivas de urânio. As cidades de Misrata e Sirte foram implacavelmente bombardeadas até serem reduzidas a ruínas. A Cruz Vermelha identificou covas coletivas, e a Cruz Vermelha relatou que:
(…) a maioria [das crianças assassinadas pela OTAN] tinham menos de dez anos.
(…)
Secretamente treinados e abastecidos pelo Special Air Service (SAS) britânico, muitos dos “rebeldes” se integrariam adiante ao ISIS, cujo mais recente vídeo mostra a degola de 21 trabalhadores cristãos coptas presos em Sirte, a cidade destruída para salvá-los por bombardeios da OTAN.
 
Líbia antes e depois dos bombardeios
“humanitários”dos EUA-OTAN
(clique na imagem para aumentar)
Para Obama, Cameron e Hollande, o verdadeiro crime de Gaddafi foi a independência econômica da Líbia e sua declarada intenção de parar de vender em dólares norte-americanos a maior reserva de petróleo da África. O petrodólar sempre foi um dos pilares do poder imperial dos EUA.
Gaddafi planejou audaciosamente subscrever uma moeda africana comum que teria lastro em ouro; criou um banco africano e promoveu a união econômica de países pobres, mas ricos em recursos naturais valiosos. Viesse tudo isso a se concretizar ou não, a simples noção era inadmissível para os EUA quando se preparava para “entrar” na África e subornar todos os governos africanos com “parcerias” militares.
Depois do ataque pela OTAN, acobertado por uma Resolução do Conselho de Segurança, Obama, escreveu Garikai Chengu, e:
(…) confiscou [na realidade ROUBOU (Nrc)] US$30 bilhões em barras de ouro do Banco Central da Líbia, que Gaddafi reservara para criar um Banco Central Africano e o dinar, moeda africana que teria lastro ouro.
O Modelo Kosovo
A “guerra humanitária” [1] contra a Líbia baseou-se num modelo muito caro ao coração dos liberais ocidentais, especialmente nas empresas-imprensa. Em 1999, Bill Clinton e Tony Blair mandaram a OTAN bombardear a Sérvia, porque – mentiram eles – os sérvios estariam cometendo “genocídio” contra os albaneses étnicos na província secessionista do Kosovo.
David Scheffer, embaixador at-large dos EUA para crimes de guerra (só rindo), disse que
(…) número bem próximo de 225 mil homens albaneses étnicos, com idades entre 14 e 59 anos podem ter sido assassinados.
A dupla Clinton e Blair pôs imediatamente a evocar o Holocausto e o “espírito da IIª Guerra Mundial”.
Os heroicos aliados do ocidente foram o Exército de Libertação do Kosovo [orig. Kosovo Liberation Army (KLA), cujo currículo de assassinatos foi esquecido. O Secretário de Assuntos Exteriores da Grã-Bretanha, Robin Cook, deixou com eles o número de seu telefone, com instruções para que chamassem a qualquer hora que precisassem, diretamente, pelo celular.
 
Belgrado bombardeada pelos EUA-OTAN em 1995
Terminado o bombardeio – ação da OTAN – e com praticamente toda a infraestrutura da Sérvia em ruínas, além de escolas, hospitais, monastérios e da rede nacional de televisão, desceram em Kosovo equipes internacionais de investigadores e especialistas, para exumar as provas do “holocausto”. O FBI não encontrou nenhuma cova coletiva das que tanto se falava e voltou para os EUA. A equipe de especialistas espanhóis tampouco encontrou prova alguma de “holocausto” algum e também voltou para casa, não sem antes denunciarem, zangados, “a pirueta semântica em que nos envolveram as máquinas de propaganda pró-guerra”.
Um ano depois, um tribunal da ONU sobre a Iugoslávia anunciou o número real de mortos no Kosovo: 2.788. Esse número incluía combatentes dos dois lados e sérvios assassinados pelo KLA. Jamais houvera ali genocídio algum. O “holocausto” não passou de mentira. O ataque da OTAN, no Kosovo, foi fraudulento.
Mercados em expansão
Por trás da mentira, há objetivos muito sérios. A Iugoslávia foi federação com características específicas e únicas, multiétnica, que se impôs como uma ponte política e econômica na Guerra Fria. Muitos dos serviços e principais fábricas eram de propriedade pública. Isso não era absolutamente aceitável para a Comunidade Europeia então em expansão, especialmente para a Alemanha recém reunificada, empenhada em avançar para o leste e capturar seus “mercados naturais” nas províncias iugoslavas da Croácia e Eslovênia.
Quando os europeus reuniram-se em Maastricht em 1991 para traçar os planos para a desastrosa Eurozona, firmou-se um acordo secreto: a Alemanha reconheceria a Croácia. Foi a sentença de morte, para a Iugoslávia.
Em Washington, cuidaram para que a economia da Iugoslávia, que lutava para sobreviver, não recebesse empréstimos do Banco Mundial. A OTAN, então não mais que uma das relíquias já praticamente defunta da Guerra Fria, foi reinventada para servir como braço armado do império. Numa conferência de “paz” para o Kosovo em 1999, em Rambouillet, na França, os sérvios foram submetidos e entregues às táticas de dupla face do império ocupante.
O acordo de Rambouillet incluía um Anexo B, secreto, que a delegação dos EUA inseriu no último dia. Ali se exigia a ocupação militar de toda a Iugoslávia – país com memórias amargas da ocupação nazista – a implementação de uma “economia de livre mercado” e a privatização de todo o patrimônio do estado. Nenhum estado soberano poderia jamais assinar tal documento. E o castigo veio rápido: a OTAN bombardeou furiosamente um país indefeso. Foi o movimento precursor do que, na sequência, seriam as catástrofes no Afeganistão, Iraque, Síria, Líbia e Ucrânia.
Intervenções norte-americanas
Desde 1945, mais de um terço dos países membros da ONU sofreram algum tipo ou todos os tipos seguintes de agressão pelas mãos do moderno fascismo norte-americano: 69 países membros da ONU sofreram invasão, tiveram governos derrubados, movimentos populares foram reprimidos, eleições foram manipuladas, a população civil sofreu bombardeios e as economias nacionais foram saqueadas, depois de perderem todos os seus mecanismos de proteção; ou as sociedades padeceram sob o mais ensandecido e violento regime de “sanções”. O historiador britânico Mark Curtis estima que os mortos nesses processos, somados, cheguem a milhões. Em cada caso, lá estava, em operação, alguma grande mentira.
Hoje, pela primeira vez desde o 11/9/2001, dá-se por encerrada nossa missão de combate no Afeganistão – foram as palavras de Obama, no discurso sobre o Estado da União de 2015.
Nada mais falso. A verdade é que algo entre 10 mil soldados e 20 mil mercenários armados contratados pelo Pentágono permanecem no Afeganistão, sem data para sair.
A mais longa guerra da história dos EUA está chegando a uma conclusão responsável – disse Obama.
Na verdade, mais civis foram mortos no Afeganistão em 2014 que em qualquer ano, em tempo algum nos registros históricos da ONU. A maioria dos mortos – civis e soldados – morreu durante a presidência de Obama.
 
Crianças assassinadas pelos EUA no Afeganistão
A tragédia do Afeganistão rivaliza com o crime épico na Indochina. Em seu elogiado e muito citado O Grande Tabuleiro de Xadrez: O primado norte-americano e seus imperativos estratégicos [orig. The Grand Chessboard: American Primacy and Its Geostrategic Imperatives], Zbigniew Brzezinski, padrinho das políticas dos EUA desde o Afeganistão até hoje, escreve que, se a América quer controlar a Eurásia e dominar o mundo, não pode manter uma democracia popular, porque:
(…) a busca do poder não é objetivo que mobilize a paixão popular (…). A democracia é inimiga da mobilização imperial.
Está coberto de razão.
Como WikiLeaks e Edward Snowden mostraram, um estado policial e de vigilância está usurpando a democracia. Em 1976, Brzezinski, então Conselheiro para Segurança Nacional do presidente Jimmy Carter, demonstrou o que queria dizer desferindo golpe mortal contra a primeira e única democracia que o Afeganistão jamais conhecera. Quem conhece essa história crucial?
O momento luminoso do Afeganistão
Nos anos 1960s, uma revolução popular varreu o Afeganistão, o país mais pobre do mundo, derrubando, em 1978 os últimos vestígios do regime aristocrático. O Partido Democrático do Povo do Afeganistão [ing. People’s Democratic Party of Afghanistan (PDPA) formou um governo e declarou seu programa de reformas, que incluía a abolição do feudalismo, liberdade para todas as religiões, direitos iguais para as mulheres e justiça social para as minorias étnicas. Mais de 13 mil prisioneiros políticos foram libertados das cadeias em Cabul e outras cidades; todos os arquivos policiais foram queimados em praça pública.
O novo governo introduziu assistência gratuita à saúde para os mais pobres; aboliu o regime de servidão por dívidas [orig. peonage]; foi lançado programa de combate massivo ao analfabetismo. Para as mulheres, os avanços foram de magnitude jamais vista. No final dos anos 1980s, metade dos estudantes matriculados na universidade eram mulheres; metade do número de médicos que trabalhavam no Afeganistão eram mulheres, como um terço dos funcionários públicos e a maioria dos professores.
Cada moça, cada menina – recorda Saira Noorani, médica cirurgiã – era livre para estudar, ginásio, universidade. Podíamos ir onde quiséssemos, vestir a roupa que quiséssemos. Frequentávamos cafés e íamos ao cinema às 6as-feiras para assistir aos mais recentes filmes (quase sempre indianos), ouvíamos as músicas que quiséssemos. Tudo começou a desandar, quando osmujaheddin começaram a vencer a guerra. Matavam professores, queimavam escolas. Vivíamos aterrorizadas. É engraçado e triste pensar que o “ocidente” tanto apoiou aquela gente.
O governo do PDPA foi apoiado pela União Soviética, apesar do o ex-Secretário de Estado dos EUA, Cyrus Vance, ter admitido, depois, que “não há prova alguma de qualquer cumplicidade dos soviéticos [na revolução afegã]”. Alarmado com a confiança que crescia pelo mundo, com movimentos de libertação nacional, Brzezinski decidiu que, se o Afeganistão fosse bem-sucedido sob governo do PDPA, a independência e os avanços do povo afegão seriam “ameaça de exemplo a ser replicado”.
 
Moças numa biblioteca de Cabul em 1979
Dia 3/7/1979, a Casa Branca autorizou, em segredo, apoio dos EUA a grupos tribais “fundamentalistas” conhecidos como mujaheddin – programa que chegou a mais de US$ 500 milhões por ano em armas e outros tipos de ajuda que os EUA davam a terroristas, há quase 40 anos. O objetivo, então, foi derrubar o primeiro governo secular e reformista que nascera no Afeganistão.
Em agosto de 1979, a embaixada dos EUA em Cabul informou que “interesses mais amplos dos EUA serão mais bem atendidos se [o governo do PDPA passar por mudança de regime],apesar do retrocesso que isso possa vir a implicar para o futuro das reformas sociais e econômicas no Afeganistão[2] Os itálicos são meus.
Aqueles mujaheddin são o núcleo do qual nasceram a al-Qaeda e o Estado Islâmico. Entre eles estava Gulbuddin Hekmatyar, que recebeu dezenas de milhões de dólares em dinheiro da CIA. A especialidade de Hekmatyar era o tráfico de ópio; também era dado a jogar ácido no rosto de mulheres que se recusassem a usar o véu. Convidado para visitar Londres, foi saudado pela Primeira-Ministra Margaret Thatcher como um “combatente da liberdade”.
Fanáticos desse tipo teriam continuado circunscritos nos respectivos mundos tribais, se Brzezinski não tivesse lançado o movimento internacional para promover o fundamentalismo islâmico na Ásia Central para minar o processo político para uma transição secular e democrática naquela região do mundo; para, também, “desestabilizar” a União Soviética; criando, como escreveu em sua biografia, “uns poucos muçulmanos exaltados”.
Esse grande plano coincidiu com as ambições do ditador paquistanês, general Zia ul-Haq, para dominar a região. Em 1986, a CIA e a agência de inteligência do Paquistão, conhecida comoISI, começaram a recrutar pessoas de todo o mundo para unir-se à jihad afegã. Um dos recrutados então foi o multimilionário saudita Osama bin Laden.
Operadores que, adiante se uniriam aos Talibã e à al-Qaeda, foram recrutados num colégio islâmico no Brooklyn, New York, e receberam treinamento paramilitar dado pela CIA num de seus campos de treinamento em Virginia. Foi a chamada “Operação Ciclone” [orig.Operation Cyclone]. O sucesso dessa operação foi celebrado em 1996, quando o último presidente do governo doPDPA, o afegão Mohammed Najibullah – que discursara ante a Assembleia Geral da ONU, para pedir ajuda – foi enforcado num poste de luz pelos Talibã.
O “revide” da Operação Ciclone e daqueles “poucos muçulmanos exaltados” de Brzezinski foi o 11/9/2001. A Operação Ciclone converteu-se em “guerra ao terror”, na qual perderam a vida incontáveis homens, mulheres e crianças em todo o mundo muçulmano, do Afeganistão ao Iraque, Iêmen, Somália e Síria. A mensagem dos verdadeiros terroristas foi então, como continua a ser até hoje: “Ou estão conosco, ou estão contra nós”. Vídeo a seguir, em inglês:
Traços do fascismo
O traço comum de todos os fascismos, passados e presentes, é o assassinato em massa. A invasão dos EUA ao Vietnã teve “zonas de fogo livre”, “contagem de corpos” e “dano colateral”. Na província de Quang Ngai, onde eu estava como jornalista, muitos milhares de civis (“gooks”) foram mortos pelos EUA; mas só um, de incontáveis massacres, o massacre em My Lai, é lembrado.
No Laos e no Camboja, o maior bombardeio aéreo de toda a história da humanidade produziu uma era de terror marcada pelo espetáculo de fileiras de crateras que, fotografadas de cima parecem monstruosos colares. Esse bombardeio gerou para o Camboja o seu próprio ISIS, então liderado por Pol Pot.
Hoje, a maior campanha de terrorismo que o mundo jamais conheceu executa famílias inteiras, de convidados de casamentos, a famílias já enlutadas em funerais. São as vítimas de Obama. Segundo o New York Times, Obama seleciona os que serão assassinados durante a semana, marcando os nomes numa “lista de matar” que a CIA lhe apresenta às 3ª-feiras, na Sala de Situação na Casa Branca. É Obama quem decide, sem nem sinal de justificativa legal, quem vive e quem morre. A arma do carrasco nessas crimes de esquadrão-da-morte são mísseis Hellfire disparados de um drone (robô aéreo pilotado à distância). O morto é pulverizado. Cada morto é assinalado numa tela de computador como um inseto esmagado [orig. “bugsplat”].
Em vez dos passos-de-ganso temos agora a aparentemente mais inócua militarização da cultura total. E em vez do líder bombástico, temos o “reformador falhado” [orig. reformer manqué], que não para nunca, planejando e executando assassinatos. E sempre sorridente – escreveu o historiador Norman Pollack.
O excepcionalismo norte-americano
O que une o velho e o novo fascismo é o culto da superioridade de alguns.
Creio no excepcionalismo norte-americano com cada fibra do meu ser, disse Obama, evocando declarações do fetichismo nacionalista dos anos 1930s.
Como o historiador Alfred W. McCoy mostrou, foi Carl Schmitt, devotado seguidor de Hitler, quem disse que:
Cabe ao soberano decidir que é a exceção.
 
Obama em discurso “excepcionalista” em West Point (28/5/2014)
Que não seja ainda reconhecida como ideologia de predação é prova do sucesso também de uma campanha de propaganda de lavagem cerebral e fascistização. Insidiosa, não declarada, espertamente apresentada como avanço e ilustração em andamento, essa ideologia norteamericanista envenena já toda a cultura ocidental.
Cresci e fui educado sob rigorosa dieta fílmica, quando só se assistia a filmes de glorificação dos EUA e dos norte-americanos, praticamente todos eles versões distorcidas da história. Não tinha nem ideia de que a máquina de guerra nazista/fascista fora derrotada pelo Exército Vermelho, à custa da vida de 13 milhões de russos. Ao contrário, os EUA perderam, no Pacífico, menos de 400 mil soldados e mataram muito mais do que isso. Hollywood inverteu a história.
De diferente, hoje, que os públicos de cinema são convidados a se compadecer da “tragédia” de soldados psicopatas que matam profissionalmente em terras distantes – exatamente como o presidente mata ou deixa que matem os seus próprios soldados (além de civis aos milhares) por todo o mundo. Encarnação da violência hollywoodiana, o ator e diretor Clint Eastwood, foi indicado para um Óscar esse ano por seu filme American Sniper, sobre um assassino com alvará e munição gratuita para matar com precisão. O New York Times descreve o filme como “patriótico, pró-família, que quebrou todos os recordes de bilheteria no lançamento”.
Não há filmes heroicos sobre a fascistização dos EUA. Durante a IIª Guerra Mundial, os EUA (e a Grã-Bretanha) foram à guerra contra os gregos que haviam lutado heroicamente contra o nazismo e ainda resistiam contra o crescimento do fascismo grego. Em 1967, a CIA ajudou a levar ao poder uma junta militar fascista em Atenas – como também [colocaram MILICANALHAS no poder (Nrc)] no Brasil e em quase toda a América Latina.
Alemães e europeus do leste da Europa que se aliaram à agressão e aos crimes dos nazistas contra a humanidade sempre encontraram abrigo seguro nos EUA. Muitos foram estimulados e receberam recompensas por seus talentos ou por seus serviços. Werner von Braun foi o “pai” da bomba V-2 dos terroristas nazistas, e também do programa espacial dos EUA.
Nos anos 1990s, com as ex-repúblicas soviéticas, o leste da Europa e os Bálcãs já convertidas em postos avançados da OTAN, os herdeiros de um movimento nazista na Ucrânia encontraram sua oportunidade. Responsáveis pela morte de judeus, poloneses e russos durante a invasão nazista na União Soviética, os fascistas ucranianos foram reabilitados e essa “nova onda” nazista foi saudada pelos EUA como “nacionalistas”.
O Golpe na Ucrânia
Aquele processo alcançou o apogeu em 2014, quando o governo Obama consumiram US$ 5 bilhões de dólares para organizar o golpe que derrubaria o governo eleito da Ucrânia. As tropas de choque foram os neonazistas dos grupos conhecidos, Setor Direita (Pravy Sektor) e Svoboda. Entre os líderes neonazistas estavam Oleh Tyahnybok, que pregava o expurgo da “máfia Moscou–judeus” e “o resto da ralé” onde incluía gays, feministas e elementos da esquerda política.
 
Milicia do Setor Direita (Pravy Sektor) de Kiev
Todos esses fascistas integram hoje o governo golpista de Kiev. O primeiro vice-presidente do Parlamento ucraniano é Andriy Parubiy, co-fundador e hoje líder do partido governante Svoboda. Dia 14/2/2015, Parubiy anunciou que estava indo a Washington para “só retornar quando os EUA nos entregarem armamento moderno de alta precisão”. Se conseguir, a coisa será noticiada como mais um ato de guerra… da Rússia.
Nenhum líder ocidental falou contra o renascimento do fascismo no coração da Europa – com a única exceção de Vladimir Putin, Presidente da Rússia, a mesma Rússia que perdeu 22 milhões de cidadãos numa invasão nazista que chegou pelas fronteiras da Ucrânia. Na recente Conferência de Segurança de Munique, a Vice-Secretária Assistente de Estado para Assuntos de Europa e Eurásia, Victoria “Foda-se a União Europeia” Nuland, criticou furiosamente os líderes europeus que se opõem a os EUA armarem o governo de Kiev. Referiu-se ao Ministro da Defesa da Alemanha como “o ministro do derrotismo”.
Nuland foi o “cérebro” por trás do golpe em Kiev. Casada com Robert Kagan, luminar dos neoconservadores e co-fundador do Projeto para o “Novo Século Americano”, primeiro a falar a favor da invasão do Iraque, em 1998. Nuland foi conselheira para política exterior do vice-presidente Dick Cheney.
Mas o golpe de Nuland na Ucrânia não saiu conforme ela esperava. A OTAN foi bloqueada e não conseguiu ocupar a tradicional, histórica, legítima base naval de águas temperadas dos russos na Crimeia. A população crimeana, dominantemente russa – e ilegalmente anexada à Ucrânia por Nikita Krushchev em 1954 – votou com ampla maioria pela reintegração do país à Rússia, como já haviam feito antes, em 1990. O referendo foi livre, voluntário, limpo e observado por observadores internacionais. Não houve invasão.
 
Victoria “Foda-se a União Europeia” Nuland
Ao mesmo tempo, o regime de Kiev voltou-se para a população étnica russa no leste, com ferocidade de limpeza étnica. Servindo-se de milícias neonazistas, à moda da Waffen-SS, sitiaram e bombardearam vilas e cidades. Usaram a fome como arma de guerra, cortaram o fornecimento de energia, congelaram contas bancárias, cortaram o pagamento de aposentadorias e pensões.
Mais de um milhão de refugiados fugiu pela fronteira, para a Rússia. Na mídia ocidental, foram “noticiados” como gente que fugia da “violência gerada pela invasão russa”. O comandante da OTAN, general Breedlove — cujo nome e ações bem poderiam ter servido de inspiração para o Dr. Strangelove [Dr. Fantástico] de Stanley Kubrick – anunciou que 40 mil soldados russos invadiam “em massa”. Em tempos de vigilância planetária por satélite, ninguém viu coisa alguma. A “invasão” russa só existiu na fantasia do general.
Repressão contra os russos étnicos
O povo russo-ucraniano bilíngue que vive na Ucrânia – um terço da população – há muito tempo procura uma federação que reflita a diversidade étnica do país, e seja autônoma e independente de Moscou. A maioria não é “separatista”, mas cidadãos que preferem viver na segurança de seu estado histórico e cultural, não como vassalos de Kiev. A revolta e o desejo de criar “estados” autônomos são reação aos ataque de Kiev contra eles. Praticamente nada disso jamais foi explicado pelos jornais e televisões das empresas-imprensa aos públicos ocidentais.
Dia 2/5/2014, em Odessa, 41 russos étnicos foram queimados vivos no prédio do sindicato, com a polícia de longe, só assistindo. O líder do Setor Direita, Dmytro Yarosh, saudou o massacre como “mais um dia brilhante em nossa história nacional”. A “mídia” nos EUA e Grã-Bretanha repercutiu o evento como “terrível tragédia”, resultado de “confrontos” entre “nacionalistas” (de fato, são os neonazistas) e “separatistas” (de fato, são pessoas que organizam um referendo para aprovar a federalização da Ucrânia).
New York Times enterrou a história, desqualificada como se fosse propaganda russa contra o que para os russos seriam políticas antissemitas do governo de Kiev. O Wall Street Journal culpou as vítimas. Obama parabenizou a Junta de Kiev [3] por sua “moderação”.
Se fosse possível provocar Putin até arrastá-lo a ir em ajuda dos ucranianos, o papel predefinido para ele, de “pária” justificaria a mentira de que a Rússia estaria invadindo a Ucrânia. Dia 29/1/2015, o principal comandante militar da Ucrânia, general Viktor Muzhemko, quase sem se dar conta, desmentiu a própria base das sanções dos EUA e da União Europeia contra a Rússia, quando disse, enfaticamente, numa conferência de imprensa, que “o Exército Ucraniano não está combatendo contra unidades regulares do Exército Russo”. Havia “cidadão individuais” que operavam como membros de “grupos ilegais armados”, mas absolutamente não se tratava de invasão russa. Nenhuma novidade, portanto.
Vadym Prystaiko, Vice-Ministro de Relações Exteriores de Kiev, chamava àquela situação de “guerra em escala total contra a Rússia nuclear”.
Dia 21/2/2015, o senador norte-americano, James Inhofe, republicano de Oklahoma, apresentou projeto de lei que autoriza o envio de armas norte-americanas para o regime em Kiev. Na apresentação ao Senado, Inhofe exibiu fotos que disse ser de tropas russas cruzando a Ucrânia, que se sabe, há muito tempo, que são imagens forjadas, recordação dos tempos em que Ronald Reagan exibia fotos falsas de uma instalação soviética na Nicarágua, e de quando Colin Powell mostrou na ONU provas falsificadas de que haveria armas de destruição em massa no Iraque.
A intensidade da campanha de difamação contra a Rússia, cujo presidente é mostrado como se fosse perfeito vilão em novelão de horário nobre é a mais espantosa que já vi em toda a minha longa experiência como repórter.
 
Robert Parry
Robert Parry, um dos mais conhecidos e respeitados jornalistas investigativos dos EUA, que revelou o escândalo dos Irã-Contra, escreveu recentemente que:
Nenhum governo europeu, desde o governo de Adolf Hitler na Alemanha nazista, teve a desfaçatez de mandar tropas de assalto nazistas em ataque contra o próprio povo. Pois o governo de Kiev fez exatamente isso, e sabendo bem o que fazia. E por todo o espectro político/jornalístico no ocidente o único movimento que se viu foi de acobertamento, para ocultar essa realidade, a ponto de ignorar até fatos muito bem conhecidos e comprovados.
(…)
Se você ainda não entendeu como o mundo pode estar-se encaminhando para uma guerra mundial três – muito semelhante ao modo como entrou na guerra mundial um há um século –, basta examinar a loucura que se concentra sobre a Ucrânia e que até agora continua a resistir contra todos os fatos e contra toda a racionalidade.
As lições de Nuremberg
Em 1946, o Procurador de Justiça do Tribunal de Nuremberg disse, da imprensa-empresa alemã:
O uso pelos conspiradores nazistas da guerra psicológica é muito bem conhecido. Antes de cada grande agressão, com raras exceções baseadas na experiência prévia, eles iniciavam insistente campanha pela imprensa, calculada para debilitar as vítimas e preparar psicologicamente o povo alemão para o ataque (…).
No sistema de propaganda do Estado hitlerista, as mais importantes armas do poder totalitário eram a imprensa impressa e o rádio diários” [Des Freedman, Daya Kishan Thussu (eds.), Media and Terrorism: Global Perspectives].
 
Tribunal de Nuremberg
No Guardian de 2/2/2015, Timothy Garton-Ash, professor em Oxford, pregou abertamente a favor de uma guerra mundial. “É preciso parar Putin” – dizia a manchete, “e às vezes só armas podem deter armas”. O professor até concorda que a ameaça de guerra pode aumentar a paranoia de tentarem cercar a Rússia, mas tudo bem… porque ele checou todo o equipamento militar necessário e aconselha os leitores que “o melhor kit de armas à venda é norte-americano”.
Em 2003, esse mesmo Garton-Ash repetiu a propaganda que levou ao massacre do Iraque. Saddam Hussein, escreveu ele, “teve, como [Colin] Powell documentou, quantidades imensas armazenadas de horrendas e aterrorizantes armas químicas e biológicas, e mantêm escondido o que resta delas”. Elogiava Blair como “intervencionista liberal cristão gladstoniano”. Em 2006, escreveu: “Agora temos pela frente o grande teste seguinte para o ocidente, depois do Iraque: o Irã” (Timothy Garton-Ash, “Let’s make sure we do better with Iran than we did with Iraq”, The Guardian, 12/1/2006).
Os seus surtos – ou, como Garton-Ash prefere, sua “torturada ambivalência liberal” – são bastante frequentes na elite liberal transatlântica que se comprometeram num pacto faustiano. Tony Blair, criminoso de guerra, é o líder que tiveram e perderam.
Guardian, veículo que publicou o artigo de Garton-Ash, publicou anúncio de página inteira de propaganda de um bombardeiro norte-americano Stealth. Sob a ameaçadora imagem do monstro fabricado pela Lockheed Martin, lia-se “O F-35 GRANDE para a Grã-Bretanha”. Esse “kit” norte-americano custará aos contribuintes britânicos UK£ 1,3 bilhões. Os modelos F de antes mataram muita gente em todo o mundo. Afinado com o grande anunciante, um editorial do Guardian “exigia” aumento nos gastos militares.
Outra vez, o objetivo é grave e claro. Os senhores do mundo querem a Ucrânia, não só como base de mísseis; querem também a economia ucraniana. A nova Ministra das Finanças de Kiev, Natalie Jaresko, é ex-funcionária do Departamento de Estado, que recebeu em tempo recorde a cidadania ucraniana.
Querem a Ucrânia por causa do gás abundante. O filho do vice-presidente Joe Biden já está instalado na diretoria de uma das maiores empresas de petróleo, gás e fracking da Ucrânia. Empresas que produzem sementes geneticamente modificadas, como a infame Monsanto, querem comprar para elas o rico solo agricultável da Ucrânia.
 
Hunter Biden e Joe Biden em 24/9/2009
Mas, sobretudo, querem a poderosíssima vizinha da Ucrânia, a Rússia. Querem balcanizar ou desmembrar a Rússia e explorar a maior reserva de gás natural da Terra. Com o degelo, querem controlar também o Oceano e a longa fronteira de terra russa no Ártico.
O homem deles em Moscou sempre foi Boris Yeltsin, beberrão, que entregou a economia de seu país ao ocidente. Seu sucessor, Putin, restabeleceu a Rússia como orgulhosa nação soberana: esse é o crime imperdoável que Putin cometeu.
A responsabilidade que nos cabe, ao restante de nós, é clara: temos de identificar e expor as mentiras dos fanáticos por guerras e jamais calar diante deles. Implica que é preciso despertar os grandes movimentos populares, que são portadores de toda a civilização, por frágil que seja, que os modernos imperiais algum dia conheceram. Mais importante, é resistir, impedir que conquistem e ocupem nossa mente, nossa razão, nossa humanidade, nosso autorrespeito. Se permanecermos calados, a nossa derrota é certa. E um holocausto começará.
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Notas dos tradutores
[1] “Guerra humanitária” é dos mais bem–sucedidos “sintagmas–golpe” cultivados pela imprensa–empresa de propaganda de fascistização contemporânea. Sobre “sintagmas-golpe” ver epígrafe em redecastorphoto:  Departamento de Estado e o “vácuo sírio” (sic).
[2] HOLMES, Dave; DIXON, Norm, Behind the US War on Afghanistan; ver também F. ENGDAHL, The Geopolitics behind the phoney US war in Afghanistan (ing.).
[3] “A palavra “junta” (ing. e português) é usada aqui em referência ao regime fascista de Kiev por razões históricas, por causa de nosso respeito pelo povo do Donbass, que usa a palavra russa “хунта, que soa exatamente como “junta”, para referir-se ao regime de Kiev. Embora não haja perfeita correspondência de significados, o regime de Kiev é suficientemente próximo das juntas de ditadores militares em todo o mundo, para que a palavra caiba também perfeitamente para o que se vê em Kiev. Se alguém não gostar de “junta” nesse sentido, pode trocá-la por “regime ditatorial” (de A batalha por Debalcevo. Resultados, 2/3/2015, cassad_eng, traduzido do russo por “Uncle Martin”, (ing.).
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[*] John Pilger − nasceu em Bondi na área metropolitana de Sydney, Austrália, 9 de outubro 1939. Acarreira de Pilger como repórter começou em 1958; ao longo dos anos tornou-se famoso pelos artigos, livros e documentários que escreveu e/ou produziu. Apesar das tentativas de setores conservadores de desvalorizar Pilger, o seu jornalismo investigativo já mereceu vários galardões, tais como a atribuição, por duas vezes, do prêmio de Britain’s Journalist of the Year Award na área dos Direitos Humanos. No Reino Unido é mais conhecido pelos seus documentários, particularmente os que foram rodados no Camboja e no Timor−Leste. Trabalhou ainda como correspondente de guerra em vários conflitos, como na Guerra do Vietnam, no Camboja, no Egito, na Índia, em Bangladesh e em Biafra. Atualmente reside em Londres
Fonte: redecastor
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 2 POSTAGENS que vou eliminar
porque vieram para a 7.786.

23/12/2014


nove mil duzentos e oitenta e dois(23dez2014.8.8') Não à NATO

Porque não temos notícias
depois das "extraordinárias" intervenções da NATO.EUA???
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O EXEMPLO DA LÍBIA
23dez2014
Centenas de mortos nos últimos meses na Líbia
http://www.noticiasaominuto.com/mundo/325564/centenas-de-mortos-nos-ultimos-meses-na-libia

ONU Centenas de mortos nos últimos meses na Líbia

Centenas de civis líbios foram mortos nos últimos meses em confrontos entre grupos armados rivais, que incluem as forças pró-governamentais, anunciou hoje a ONU, referindo que alguns dos abusos poderão ser considerados "crimes de guerra".
"Desde meados de maio, os combates aumentaram e as violações persistem com impunidade", declarou a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Ravina Shamdasani, precisando que "alguns desses crimes podem constituir crimes de guerra".
Na região de Warshafana, próxima de Tripoli, os combates entre grupos armados mataram cerca de 100 pessoas e feriram 500 outras entre o final de agosto e o início de outubro, segundo um relatório do ACNUDH e da missão da ONU na Líbia (UNSMIL) divulgado em Genebra.
Os combates causaram uma "crise humanitária", segundo a organização, com pelo menos 120.000 deslocados e escassez de alimentos e medicamentos.
A ONU acusou ainda todas as partes de atacarem escolas.
Noutros combates nas montanhas de Nafusa, perto de Warshafana, morreram 170 civis e pelo menos 450 pessoas foram mortas em Benghazi nos últimos dois meses em confrontos, que causaram perto de 90.000 deslocados.
As Nações Unidas também relatam casos de rapto, tortura e execuções sumárias.
Os grupos armados escolhem como alvo sobretudo militantes políticos e dos direitos humanos, assim como jornalistas, alguns dos quais foram raptados, ameaçados ou viram as suas casas pilhadas ou queimadas, adianta o relatório.
O Alto Comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, advertiu que um comandante de um grupo armado é "penalmente responsável de acordo com o direito internacional" se comete ou ordena que sejam cometidas violações graves dos direitos humanos ou não toma as medidas necessárias para impedir ou punir tais atos.
A Líbia mergulhou no caos depois da queda do ditador Muammar Kadhafi após oito meses de guerra civil em 2011.
Entregue a milícias, o país tem dois parlamentos e dois governos -- um próximo dos islamitas e outro reconhecido pela comunidade internacional -- que disputam o poder.
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28nov2014
http://www.pcp.pt/resolucao-sobre-iraquerapto-maus-tratos-de-mulheres
Inês Zuber no Parlamento Europeu

Resolução sobre o Iraque:rapto e maus tratos de mulheres

É importante denunciar que as mulheres iraquianas são vítimas de diversas formas de violência, incluindo assassinatos, imolação, privação, ameaças, abusos, calúnias, assédio e mutilação genital. A resolução aprovada pela maioria do PE aponta responsabilidades ao Estado Islâmico (EI) - e bem! - mas escamoteia que esses crimes são igualmente perpetrados por grupos armados, milícias, forças do Governo iraquiano, forças estrangeiras, empresas militares e de segurança privadas, mercenários, sendo a maioria dos crimes cometida com total impunidade. Escondem que a situação se agravou exponencialmente com a invasão, ocupação e agressão dos EUA e seus aliados, acicatando ainda mais as divisões étnico-religiosas, promoveu o sectarismo e o integrismo religioso, destruiu simultaneamente as estruturas do Estado e as condições de vida dos iraquianos, abrindo caminho à imposição da lei do mais forte e a um caldo de cultura onde não são reconhecidos direitos às mulheres, reinando a impunidade dos crimes hediondos contra elas cometidos. Foi este quadro de destruição do Iraque, da sua soberania e dos seus recursos naturais que abriu caminho ao EI que os EUA e os seus aliados da UE, da NATO e da região dizem querer travar o avanço, o que acabará por piorar a vida dos iraquianos e em particular das mulheres
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Sobre os ataques dos EUA ao grupo denominado «Estado Islâmico» no território da Síria
http://www.pcp.pt/sobre-ataques-dos-eua-ao-grupo-denominado-%C2%ABestado-isl%C3%A2mico%C2%BB-no-territ%C3%B3rio-da-s%C3%ADria

Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

Sobre os ataques dos EUA ao grupo denominado «Estado Islâmico» no território da Síria

A intervenção militar dos Estados Unidos em território da Síria, a pretexto do combate ao grupo denominado “Estado Islâmico”, constitui um novo passo na escalada de ingerência e de agressão contra a Síria, que atenta contra a sua soberania e representa uma ameaça directa à integridade territorial deste país.
O PCP considera que esta nova escalada belicista liderada pelos EUA – uma vez mais, assente numa campanha de hipocrisia e mentira e realizada à margem do direito internacional e em desrespeito pela Carta das Nações Unidas –, coloca sérias questões quanto ao futuro do Iraque e encerra novos e trágicos perigos para os povos do Médio Oriente.
Uma situação que não está desligada da política de agressão e de ocupação de Israel contra a Palestina, o Líbano e a Síria, que tem parte do território – os Montes Golã – ilegalmente ocupado por Israel.
O PCP recorda que os EUA com os seus aliados da NATO e da região – como Israel e as ditaduras do golfo – há mais de três anos promovem, financiam e armam grupos, como aqueles que se reúnem em torno do denominado “ISIS” e que são utilizados para espalhar o terror e a destruição na região.
Se os EUA, com os seus aliados, quisessem efectivamente combater os grupos terroristas que assolam as populações da Síria e do Iraque, deveriam começar por cessar o seu apoio político, financeiro e militar a esses grupos e pôr fim à sua instrumentalização para desestabilizar a região e agredir Estados soberanos que não se submetem aos projectos de domínio do imperialismo.
O que se impõe é a solidariedade e o apoio aos povos, como o Sírio e o Iraquiano, atingidos pela bárbara acção desses grupos e a clara rejeição de que, a pretexto do seu combate, se desenvolvam processos de ingerência, agressão e guerra movidos pelos interesses estratégicos dos EUA.
Como o PCP tem salientado, o fim da escalada de violência que ameaça arrastar os povos da Síria e do Iraque para um ainda maior desastre, exige o respeito pela sua soberania e independência nacionais e não novas aventuras belicistas, de que Portugal, no respeito pela sua Constituição e pela Carta das Nações Unidas, se deve resolutamente desvincular e firmemente condenar.
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via avante
7ag20174
MARINES DO AFRICOM – de Móron a Trípoli
. por Carlos Lopes Vieira
Os Estados Unidos reforçaram a unidade de intervenção rápida estacionada na base de Morón de la Frontera (Sevilha), em Espanha. A pretexto do agravamento da situação na Líbia, o Africom – comando militar norte-americano para África – aumentou de 500 para 850 os soldados do seu contingente na Andaluzia.
A 27 de Julho, 200 marines do dispositivo de Morón, transportados previamente para a base aeronaval de Sigonella, na Sicília, e dali para Trípoli, deram cobertura à evacuação, por estrada, para Tunes, de 150 diplomatas e funcionários da embaixada dos EUA na capital líbia. O comboio foi protegido, do ar, por caças-bombardeiros F-16 e aeronaves MV-22 Osprey (uma mescla de avião e helicóptero), pertencentes à força de reacção rápida do Africom.
Esta unidade especial foi criada pouco depois de, em Setembro de 2012, milicianos islâmicos terem invadido o consulado norte-americano em Bengasi e abatido o embaixador norte-americano, Christopher Stevens, e três agentes de segurança.
Segundo o jornal El Mundo, de Madrid, a acção da força de intervenção rápida do Africom, na Líbia, em Julho, foi a quinta realizada no continente africano no último ano e meio. Duas delas, das mais importantes, ocorreram na República Centro-Africana e no Sudão do Sul.
O exemplo da retirada do pessoal diplomático norte-americano da Líbia, fugindo dos combates em Trípoli e Bengasi, foi seguido por outras representações ocidentais, que têm reduzido ao mínimo o corpo diplomático e aconselhado os respectivos cidadãos a deixar o país. As Nações Unidas diminuíram igualmente a sua presença, assim como as Filipinas e a Índia, que dispunham de milhares de médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar a trabalhar em hospitais. Grandes companhias petrolíferas, como a francesa Total, a italiana ENI e a espanhola Repsol, evacuaram também os seus técnicos.
Além de diplomatas e especialistas estrangeiros, milhares de cidadãos líbios e de expatriados estão a tentar chegar por estrada à vizinha Tunísia. Em Ras el-Jdir, o principal posto fronteiriço entre os dois países norte-africanos, havia no início desta semana cerca de 10 mil pessoas à espera de atravessar a fronteira.
Estratégia de dominação
Nas últimas semanas, a situação na Líbia deteriorou-se nos planos militar, político e económico. Generalizou-se a violência incontrolada, perante a impotência das «autoridades» que já não controlam a maior parte do território do Estado em desagregação. No Sul, transformado num paiol a céu aberto, bandos de «jihadistas» – em geral criados e financiados por serviços secretos ocidentais – utilizam o território para provocar e desestabilizar países da região como a Argélia e o Mali.
Em Trípoli e na segunda cidade, Bengasi, no Leste, prosseguem combates entre facções inimigas, com recurso a armas pesadas. Desde meados de Julho, contabilizam-se centenas de mortos e feridos. Em resultado de um obus «perdido» nos confrontos entre milícias rivais pela conquista do aeroporto internacional da capital – cujas infra-estruturas estão quase totalmente destruídas –, lavra sem fim à vista um gigantesco incêndio numa área de reservatórios de petróleo e gás. Os prejuízos materiais são incalculáveis.
O novo parlamento líbio, saído das eleições de 25 de Junho, reuniu-se pela primeira vez, em Tobruk, a mais de mil quilómetros de Trípoli, junto à fronteira com o Egipto. Apesar dos apelos à unidade, ficou patente a divisão entre deputados «nacionalistas», agora em maioria, e «islamistas», que aliás boicotaram a sessão e convocaram uma outra reunião para a capital…
Neste quadro de guerra civil, afunda-se a economia daquele que ainda há pouco era um dos países mais ricos e desenvolvidos de África.
Antes da agressão militar da NATO, em 2011, que levou ao derrube do regime liderado por Muhamar Kadhafi e ao seu assassinato, a Líbia produzia um milhão e meio de barris de petróleo diários para exportação – era o primeiro exportador africano. Nestes três anos, a produção chegou a baixar para menos de 150 mil barris por dia, embora agora, depois dos acordos com as milícias que bloqueavam os principais portos, ela tenha duplicado e esteja a crescer.
O actual caos líbio não é fruto do acaso. É antes consequência da permanente ingerência belicista do imperialismo norte-americano visando a exploração dos trabalhadores, a submissão dos povos, a pilhagem das suas riquezas.
Estratégia de dominação imperial que, é evidente, não se limita à África, como o confirmam, nestes dias – do Afeganistão ao Iraque, da Síria à Palestina mártir – as bárbaras agressões dos Estados Unidos e seus aliados, ameaçando uma vez mais a paz mundial.
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Via Castendo
http://ocastendo.blogs.sapo.pt/a-expansao-da-nato-para-leste-1831637
Mapa NATO_and_the_Warsaw_Pact_1973
NATO (a azul) e Pacto de Varsóvia em 1982
Mapa nato_expansao1

Mapa nato_expansao

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NATO, a tal «aliança defensiva» que, como se ensinava (ensina?) nas nossas escolas nos anos 80/90 do século XX, foi criada em 1949 como resposta do «ocidente» ao nascimento do Pacto de Varsóvia em 1955(???!!!...).
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http://www.pcp.pt/resolu%C3%A7%C3%A3o-%C2%ABpela-paz-n%C3%A3o-%C3%A0-nato%C2%BB

Actualização 01/05/2010 - Novos subscritores

Resolução «Pela Paz, Não à NATO»

Resolução
Num quadro marcado pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, pelo aprofundamento da exploração dos trabalhadores e dos povos, por rivalidades inter-imperialistas e por complexos processos de rearrumação de forças no plano internacional, o imperialismo lança-se em novas derivas anti-democráticas e intervenções militaristas e avança com soluções de força para tentar perpetuar-se e defender os seus interesses de classe.
A ofensiva militarista protagonizada pelas potências imperialistas e pela NATO tem um carácter global e multifacetado.
Intensifica-se a guerra imperialista a nível global sob o pretexto do combate ao terrorismo. Consolidam-se os blocos imperialistas, como a NATO. Acelera-se a militarização da União Europeia com a adopção fraudulenta do Tratado de Lisboa no qual é plasmada a concepção da União Europeia como pilar europeu da NATO. Prossegue a corrida aos armamentos e o investimento em novas e mais mortíferas armas. As despesas militares atingem valores recorde, nomeadamente nos EUA e União Europeia. Avança o alargamento das zonas de influência da NATO e das alianças estratégico-militares imperialistas, nomeadamente através das denominadas “parcerias para a paz”, na Ásia, nos territórios da Ex-União Soviética, assim como em África.
Expande-se a rede mundial de bases militares dos EUA e dos países da NATO e projectam-se forças militares da América Latina a África; do Médio Oriente, Oceano Índico e Ásia Central ao Leste europeu ao Cáucaso e Mar Negro.
Prosseguem as ocupações do Afeganistão e Iraque e lançam-se agressões militares contra variados países. Sucedem-se as conspirações e manobras de ingerência na América Latina e em vários países do continente africano e multiplicam-se as provocações, como no Líbano. A questão palestiniana continua por resolver, assim como a do Sahara Ocidental, enquanto continuam impunes os crimes imperialistas. Intensificam-se as provocações à República Popular da China, de que a venda de armamento a Taiwan pelos EUA é um exemplo particularmente grave, e as ameaças a países como o Irão e a Síria.
Intensificam-se os ataques à soberania dos Estados, nomeadamente através de alterações de fronteiras, de que a auto-proclamada independência da província sérvia do Kosovo é um grave exemplo. O Direito Internacional, produto da correlação de forças resultante da derrota do Nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial, é seriamente posto em causa e alvo de um processo que visa a sua destruição.
Em nome da “segurança” e do “combate ao terrorismo” reavivam-se derivas securitárias, instigam-se o nacionalismo xenófobo e a intolerância religiosa e cultural, cometem-se crimes contra os direitos humanos, como os económicos, sociais, democráticos e de participação e organização política e social; desenvolvem-se campanhas anti-comunistas e perseguem-se as forças que resistem à ofensiva do imperialismo e defendem os direitos sociais e nacionais dos povos.
A realidade mundial no início do Século XXI desmente as campanhas de reabilitação da imagem do imperialismo norte-americano desencadeadas em torno da eleição de Barack Obama. A natureza e objectivos da política dos EUA e da NATO são hoje claros: domínio dos recursos naturais e energéticos, controlo das tecnologias, expansão de mercados, domínio militar e geoestratégico. Ou seja, uma resposta de força ao enfraquecimento da posição relativa dos EUA no plano internacional.
A retórica do “multilateralismo” e do “diálogo” é desmascarada pela política belicista e intervencionista dos EUA, União Europeia e NATO, pela ofensiva imperialista em curso e pelo risco real de novos conflitos militares desde o Médio Oriente e Ásia Central à América Latina. Apesar dos antagonismos entre os EUA e a União Europeia, ambos convergem na ofensiva contra os direitos sociais e nacionais dos povos.
A guerra e a agressão são a outra face da globalização económica imperialista e a NATO é uma peça central da sua estratégia de dominação hegemónica e de perseguição às forças e países que se lhe oponham. A NATO desempenha um papel central na militarização das relações internacionais e na corrida aos armamentos, sendo o principal motor dos conflitos e tensão que marcam a actualidade. Sob a alusão a «novas ameaças globais» - conceito que substitui o velho pretexto do “perigo comunista” - a NATO impõe uma escalada bélica e armamentista de grandes dimensões - de que a guerra no Afeganistão é um elemento fulcral.
A NATO realizará em Novembro em Portugal uma Cimeira na qual pretende renovar o seu conceito estratégico o que representará um novo e extremamente perigoso salto qualitativo no papel, missão e objectivos da Organização.
Com o seu novo conceito estratégico a NATO pretende verter para a sua doutrina aquilo que é já a sua prática: alargar o domínio territorial da sua intervenção e projecção de forças a todo o globo; ampliar o âmbito das suas missões a questões como a energia, o ambiente, as migrações e a questões de segurança interna dos Estados; reafirmar-se como bloco militar nuclear apesar da retórica do desarmamento nuclear, prevendo o uso da arma nuclear em ataques militares; desenvolver ainda mais o complexo industrial militar e a investigação militar e exigir de todos os seus membros um aumento das despesas militares; incluir nas suas missões acções de ingerência directa e ocupação sob a capa de missões de interposição e manutenção da paz; levar mais longe a instrumentalização da ONU para prosseguir os seus propósitos e aprofundar o seu papel como braço armado do imperialismo.
O imperialismo parece ser todo-poderoso, mas não o é. Como a realidade está a comprovar, os grandes perigos resultantes da resposta de força do imperialismo à crise do capitalismo confrontam-se com a luta progressista e revolucionária dos povos. Em vários pontos do mundo os povos tomam nas suas mãos a defesa dos seus direitos e da soberania e independência dos seus países, resistem das mais variadas formas e impõem revezes à estratégia de dominação imperialista.
Neste sentido, e expressando a nossa profunda convicção de que, por via da luta, é possível derrotar a NATO e os seus propósitos belicistas e militaristas, é possível construir um futuro de paz, progresso e justiça social, onde cada povo possa decidir livremente do seu destino, inseparável da luta pelo socialismo, nós, os Partidos Comunistas e Operários signatários desta declaração:
  • Exigimos o fim da corrida aos armamentos, o desarmamento nuclear começando pelas maiores potências nucleares do Mundo como os EUA, a completa destruição das armas químicas e biológicas, o fim das bases militares estrangeiras.
  • Apelamos aos trabalhadores e aos povos de todo o mundo, às forças progressistas e de esquerda, ao movimento operário e outras organizações sociais que se mobilizem e reforcem a luta pela paz, contra a guerra e a NATO. Reafirmamos o nosso apoio de sempre ao movimento pela paz. Felicitamos o Conselho Mundial da Paz pelo seu 60º aniversário e pela sua campanha contra a NATO.
  • Declaramos a nossa intenção de assinalar os 65 anos da vitória sobre o nazi-fascismo como uma importante jornada de luta pela paz e contra a monumental distorção da História que tenta apagar o papel central dos comunistas na libertação dos povos do jugo nazi-fascista e equiparar nazismo com comunismo.
  • Reafirmamos a nossa solidariedade aos povos que resistem às ocupações, agressões e ingerências do imperialismo e que prosseguem duras batalhas pela sua autodeterminação e independência, nomeadamente aos povos do Médio Oriente, como os povos palestiniano, libanês e sírio, e Ásia Central. Exigimos a retirada imediata de todas as tropas do Iraque e do Afeganistão e de todas as outras intervenções imperialistas no Mundo.
  • Exigimos a dissolução da NATO e apoiamos o direito soberano dos povos de decidir da desvinculação dos seus países desta aliança agressiva. Reafirmamos a nossa frontal oposição à militarização da União Europeia e à sua política militarista e intervencionista, ao alargamento da NATO e à instalação do novo “sistema anti-míssil” dos EUA e da NATO na Roménia e Bulgária. Expressamos a nossa solidariedade para com o povo do Chipre (Greco-Cipriotas e Turco-Cipriotas) e à sua luta contra a ocupação turca e pela reunificação da sua pátria, por uma solução justa do problema cipriota.
  • Exigimos o fim das provocações e ingerências na América Latina e Caribe. Expressamos a nossa solidariedade com Cuba Socialista e com os povos, as forças políticas e os governos nacionais de carácter democrático, progressista, popular e anti-imperialista da região como os da Venezuela Bolivariana, a Bolívia, o Equador e a Nicarágua. Exigimos a libertação dos cinco patriotas cubanos injustamente presos nos EUA. Reiteramos o nosso apoio à luta do povo hondurenho pela democracia e contra o regime golpista e pelo direito de decidir do seu futuro. Exigimos a retirada da IV Esquadra norte-americana direccionada contra a América Central e do Sul, o encerramento das bases militares dos EUA na região, nomeadamente a de Guantanamo e as bases na Colômbia. Denunciamos a intervenção militar dos EUA no Haiti e reclamamos das Nações Unidas o carácter civil da sua missão neste País. Reivindicamos que as acções de solidariedade e cooperação com o povo haitiano contribuam para o fortalecimento do Estado nacional independente e para o desenvolvimento económico e social do País.
  • Expressamos a nossa solidariedade aos povos de África na sua luta pelo direito ao desenvolvimento e ao povo do Sahara Ocidental pelo direito à sua auto-determinação. Exigimos o fim da militarização e ingerência imperialista no continente, nomeadamente nas costas da Somália, toda a região do corno de África, na República Democrática do Congo e no Sudão. Reafirmamos o nosso compromisso de prosseguir a luta contra o comando militar norte-americano no continente (AFRICOM).
  • Expressamos o nosso apoio ao movimento da paz, ao movimento sindical de classe, da juventude, das mulheres e a várias outras organizações que em Portugal dinamizam a Campanha pela Paz e contra a NATO. Assumimos o compromisso de fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar e mobilizar para as acções de luta contra a NATO e o seu novo conceito estratégico previstas para Novembro deste ano em Portugal.
Lisboa, 14 de Março de 2010
Os Participantes na Reunião do Grupo de Trabalho do Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, primeiros subscritores desta posição comum:
Partido Comunista Português
Partido Comunista Sul-Africano
Partido dos Trabalhadores da Bélgica
Partido Comunista do Brasil
Partido Comunista da Boémia e Morávia
Partido Progressista do Povo Trabalhador de Chipre
Partido Comunista de Cuba
Partido Comunista de Espanha
Partido Comunista da Grécia
Partido Comunista da Índia (Marxista)
Partido Comunista da Índia
Partido Comunista Libanês
Partido Comunista da Federação Russa
Os Partidos (Subscritores à data de 1 de Maio de 2010)
1. Partido Comunista Português
2. Partido Comunista Sul-Africano
3. Partido dos Trabalhadores da Bélgica
4. Partido Comunista do Brasil
5. Partido Comunista da Boémia e Morávia
6. Partido Progressista do Povo Trabalhador de Chipre
7. Partido Comunista de Cuba
8. Partido Comunista de Espanha
9. Partido Comunista da Grécia
10. Partido Comunista da Índia (Marxista)
11. Partido Comunista da Índia
12. Partido Comunista Libanês
13. Partido Comunista da Federação Russa
14. Partido Comunista Alemão
15. PADS Argélia
16. Partido Comunista da Argentina.
17. Partido Comunista da Arménia
18. Partido Comunista do Azerbaijão
19. Partido Comunista da Austrália
20. Partido Comunista do Bangladesh
21. Partido dos Trabalhadores do Bangladesh
22. Partido Comunista da Bielorrússia
23. Partido Comunista da Bolívia
24. Partido Comunista Brasileiro
25. Partido Comunista Britânico
26. Novo Partido Comunista Britânico
27. Partido Comunista do Canadá
28. Partido Comunista do Cazaquistão
29. Partido Socialista dos Trabalhadores da Croácia
30. Partido Comunista do Chile
31. Partido Comunista na Dinamarca
32. Partido Comunista dos Povos de Espanha
33. Partido dos Comunistas da Catalunha
34. Partido Comunista dos Estados Unidos da América
35. Partido Comunista das Filipinas PKP 1930
36. Partido Comunista da Finlândia
37. Partido Comunista Francês
38. Partido Comunista Unificado da Geórgia
39. Novo Partido Comunista da Holanda
40. Partido Comunista dos Trabalhadores Húngaro
41. Partido Tudeh do Irão
42. Partido Comunista Iraquiano
43. Partido Comunista da Irlanda
44. Partido dos Trabalhadores, Irlanda
45. Refundação Comunista – Itália
46. Partido dos Comunistas Italianos
47. Novo Partido Comunista da Jugoslávia
48. Partido Comunista do Luxemburgo
49. Partido Comunista da Macedónia
50. Partido Comunista de Malta
51. Partido dos Comunistas – México
52. Partido Popular Socialista – México
53. Partido Comunista da Noruega
54. Partido do Povo Palestiniano
55. Partido Comunista do Paquistão
56. Partido Comunista Peruano
57. Partido Socialista Participativo Romeno
58. Partido Comunista da Suécia
59. Partido Comunista da Turquia
60. Partido Comunista da Ucrânia
61. União dos Partidos Comunistas – PCUS
62. Partido Comunista da Venezuela
Subscreveram também os seguintes partidos:
União do Povo Galego
Partido Suiço do Trabalho

14/05/2009


Obama não está diferente de Bush no Afeganistão e no corredor do gás...

retirei estes 2 artigos do avante d'hoje 
para se perceber 1 pouco mais das movimentações da NATO/EUA...
Massacre de civis no Afeganistão e Paquistão
Obama sem máscara
Cem dias depois da tomada de posse do presidente dos EUA, os bombardeamentos de civis no Afeganistão e Paquistão evidenciam que a nova estratégia prometida por Obama para a região é, afinal, gémea da seguida por Bush.Cinco de Maio de 2009 fica na história como o dia em que a máscara da «mudança» e do «humanismo» caiu definitivamente da face de Barack Obama. Entre as 17h00 e as 19h00 locais, em Bala Baluk, província de Farah Ocidental, 150 civis, entre os quais mulheres e crianças, foram massacrados pela aviação norte-americana. Cerca de 70 localidades ficaram total ou parcialmente arrasadas.Mesmo que Washington e o governo títere de Cabul venham apresentar lamentos, mesmo que no relatório conjunto se recusem a confirmar o número de vítimas, os testemunhos das autoridades locais, as listas elaboradas pelos aldeões afegãos e os relatos da Cruz Vermelha Internacional não deixam dúvidas: este foi o pior incidente desde a invasão do Afeganistão e pelo vistos será mais um crime de guerra impune do imperialismo.Do outro lado da fronteira, o cenário é idêntico. Depois de ter reunido na Casa Branca com Obama, o presidente paquistanês, Ali Zardari, recrudesceram os ataques no Vale do Swat. Islamabad acredita poder esmagar os talibans e, nos últimos dias, diz ter abatido 780 combatentes.Desde o início deste mês, mais de 360 mil civis fugiram da região, juntando-se aos cerca de meio milhão já deslocados nos campos de refugiados da ONU. As Nações Unidas alertam para a gravidade da situação humanitária. Os populares encontram-se presos entre os bombardeamentos do exército e os grupos armados locais, e os combates não vão parar, de acordo com a estratégia delineada por Obama.
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Manobras imperialistas no Cáucaso
Tensão política e jogos de guerra
A Rússia classifica de ameaça directa as manobras de guerra que a NATO efectua na Geórgia durante este mês. Os exercícios iniciaram-se num contexto de crescente contestação interna ao governo georgiano e avolumam as tensões no Cáucaso.Em declarações proferidas após uma reunião com diversos líderes da oposição, realizada segunda-feira, o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, considerou que as conversações foram uma «vitória da democracia» e adiantou ter proposto aos integrantes do movimento contestatário a instalação de uma comissão encarregue de elaborar «um modelo constitucional equilibrado». Saakashvili disse ainda estar disposto a que o mesmo grupo de trabalho proceda à análise da legislação eleitoral e do sistema judicial, e instou os seus adversários a aceitarem uma divisão do poder.Leitura diferente sobre o resultado da reunião têm os representantes da oposição. Embora divididos em quatro facções, para já todos parecem estar de acordo em que o objectivo de Saakashvili, com o início das conversações, foi aliviar a pressão das manifestações quase diárias. Para a oposição, o facto de a reunião ter decorrido no Ministério do Interior ilustra ainda o regime repressivo montado pelo chefe do governo de Tiblissi, os ataques perpetrados contra o regime democrático e as tentativas de abafar as vozes dissonantes e a liberdade de expressão.Protesto alastraApesar do clima de intimidação oficial, só no sábado, cerca de 20 mil georgianos voltaram às ruas da capital para exigirem a demissão do presidente e a convocação de eleições gerais, numa das maiores acções de massas desde o começo dos protestos, em Abril. Desde então, as reivindicações populares apontam para a renúncia do presidente, acusado de vencer as eleições de forma fraudulenta e de arrastar a Geórgia para um conflito com a Rússia, aventura que, sustentam, teve um forte impacto nas condições de vida dos trabalhadores e na economia georgiana, na medida em que a Rússia era o maior parceiro comercial do país. Este facto, associado às consequências da crise mundial, avolumou a disponibilidade para a luta pela mudança de protagonistas políticos.Acresce que, mesmo entre as forças armadas, até agora terreno blindado dos apoiantes de Saakashvili, surgem evidentes sinais de descontentamento, expressos numa manifestação de insubordinação a uma ordem do governo, ocorrida no início da semana passada.O motim da unidade de tanques foi rapidamente debelado pelos militares fieis ao executivo, entre prisões dos seus principais promotores e acusações de que estes «agiram a soldo de uma potência estrangeira [a Rússia]». Mas a verdade é que a recusa do comandante Mamuka Gorgishvili em usar a força contra a concentração popular frente ao parlamento georgiano ecoou forte.Jogos perigososO conflito político na Geórgia desenrola-se em simultâneo com os exercícios militares da NATO no território, que decorrem entre 6 de Maio e 1 de Junho. Para a Rússia, os jogos de guerra não são profícuos nas relações entre Moscovo, Washington e a Aliança Atlântica, acirram ainda mais as tensões no Cáucaso e constituem uma ameaça directa à Rússia, disse o primeiro-ministro Vladimir Putin. No mesmo tom, o presidente russo, Dimitri Medvedev, considerou as manobras da NATO uma provocação à Rússia poucos meses após ter ocorrido uma guerra na região. Em cima do acontecimento, a Arménia recusou participar devido à aproximação da NATO ao Azerbaijão, juntando-se ao Cazaquistão, Letónia, Estónia, Moldávia e Sérvia.Nas vésperas do início das operações que envolvem membros efectivos da Aliança Atlântica e «parceiros estratégicos» na região – ultimados numa sessão de trabalho que reuniu 40 altos responsáveis militares de outros tantos países – a animosidade entre o Kremlin, a Casa Branca e Bruxelas subiu de tom.À expulsão de dois diplomatas russos pela NATO, acusados de espionagem num caso que envolve um oficial estónio, Herman Simm, condenado a 12 anos de prisão por alegadamente ter entregue documentos secretos aos serviços secretos russos, respondeu Moscovo com a expulsão de dois diplomatas canadianos, funcionários do Centro de Informação da NATO na capital russa; à assinatura por parte da Rússia de tratados de protecção fronteiriça com as secessionistas regiões da Ossétia do Sul e da Abkhásia, responderam a NATO e o Departamento de Estado norte-americano dizendo que tal constituía uma contravenção face aos acordos de cessar-fogo assinados em Agosto de 2008 sob patrocínio francês. Uma troca reacções e diplomacia musculada que reflecte a dínâmica de tensões no Cáucaso.Em 2006, exercícios similares envolvendo países membros da NATO e parceiros estratégicos da Aliança Atlântica ocorreram na Moldávia. Nos anos seguintes realizaram-se na Albânia, e Arménia. Também em 2008, os jogos de guerra da NATO na Geórgia desembocaram na agressão promovida por Saakashvili contra a Ossétia do Sul e a consequente resposta russa (ver caixa).Antecedentes reveladoresA NATO disse que a Rússia nada tem a temer com os exercícios que agora decorrem, mas num artigo publicado no globalresearch.ca, Rick Rozoff recorda que os acontecimentos recentes indicam o contrário.Antes da agressão georgiana do ano passado, exercícios similares foram realizados, primeiro no Mar Negro, a 15 de Maio, depois na Geórgia, entre 15 e 31 de Julho com o sugestivo nome de «resposta imediata».Segundo Rozoff, em simultâneo com o «resposta imediata», militares norte-americanos procediam a novo exercício de guerra no Mar Negro, chamado de «brisa marinha», usando facilidades ucranianas e com a participação da Arménia, Azerbeijão, Canadá, Dinamarca, França, Geórgia, Alemanha, Grécia, Lituânia, Macedónia, Noruega, Roménia, Turquia e Grã-Bretanha.Quando o «resposta imediata» terminou, uma semana antes da invasão georgiana da Ossétia do Sul, nem todos os militares e equipamentos norte-americanos foram retirados do território. Ali permaneceram pelo menos 127 monitores norte-americanos, diz o autor.Assinada a trégua negociada por Paris, navios da marinha de guerra dos EUA levaram «ajuda humanitária» para os portos georgianos de Poti e Batumi, e, em Agosto, estacionaram uma força naval de intervenção rápida no Mar Negro.Em Setembro, a marinha dos EUA admitia, num boletim noticioso daquele ramo das forças armadas, ter treinado, desde 2005, cerca de 5 mil soldados georgianos em programas de combate de 17 semanas. No mesmo periódico, admitia-se que apesar do contingente militar georgiano ser de 28 mil homens, os EUA vinham treinando e equipando os georgianos para um efectivo de 100 mil.Já em Outubro de 2008, uma equipa de peritos do Pentágono visitou a Geórgia para perceber as razões da derrota militar de Tiblissi na invasão à Ossétia do Sul, concluindo que o sucesso dos exercícios «resposta imediata» inspiraram precipitadamente Saakashvili.No passado dia 2 de Maio, revela Rick Rozoff, o ministro dos Negócios Estrangeiros georgiano, Grigol Vashadze, disse ter recebido uma carta da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, na qual os EUA reiteram a sua posição de incondicional apoio à soberania territorial georgiana e à integração do país nas instituições euro-atlânticas, o que deu margem de manobra para que responsáveis e diplomatas georgianos garantissem que a Geórgia e os seus aliados darão uma resposta à Rússia em caso de novo conflito regional.O dinheiro para a ajuda militar à Geórgia não é, para a nova administração Obama, um problema, tal como não foi para a administração Bush.Nabucco adiadoPeça importante no xadrez geo-estratégico do Cáucaso é a concretização do projecto Nabucco, um gasoduto de 3300 quilómetros cujo objectivo é diminuir a dependência energética da Europa face à Rússia. Na reunião, ocorrida sexta-feira, em Praga, a UE não conseguiu, no entanto, selar um consenso entre os exportadores, países do Mar Cáspio e Egipto, e territórios de trânsito fora do espaço europeu, Turquia e Geórgia.Apesar destes últimos e do Egipto aceitarem a proposta dos consumidores, a UE, e do Azerbaijão estar igualmente de acordo, as demais nações fornecedoras, Uzbequistão, Cazaquistão e Turquemenistão, recusaram-se a subscrever uma declaração política final.Sendo certo que o Azerbaijão não garante por si só a viabilidade do projecto que dentro do espaço europeu atravessa ainda a Grécia, Bulgária, Roménia, Hungria e Áustria, o canal cuja construção deveria começar em 2011 e a conclusão estava prevista para 2014, parece enfrentar súbitos obstáculos. É que os países da Ásia Central não pretendem, nesta fase, afectar as respectivas relações comerciais com a Rússia, e, assim, o calendário do Nabucco encontra-se comprometido.
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4.4.2014

http://manifesto74.blogspot.pt/2014/04/5-mitos-sobre-nato-no-dia-do-seu-65.html?spref=fb
5 mitos sobre a NATO (no dia do seu 65º aniversário) 
 http://manifesto74.blogspot.pt/2014/04/5-mitos-sobre-nato-no-dia-do-seu-65.html?spref=fb#sthash.4r11eBtN.dpuf
1. A NATO é uma aliança de democracias. Errado. Não é hoje nem foi no passado. Basta lembrar que a ditadura fascista portuguesa foi admitida entre o núcleo de países fundadores da NATO. No presente, e não obstante o carácter subjectivo da caracterização de muitos países membros da NATO como "democracias", lembro que a Turquia é membro da NATO. A Turquia que promove a ocupação ilegal da metade norte da ilha de Chipre (curiosamente Obama dorme tranquilo que esta ocupação) e que tem décadas de uma luta sangrenta contra os povos curdos da parte leste do país. A Turquia que tem sido uma das bases seguras para o fundamentalismo islâmico que tem destruído a Síria. Ser-se "democracia" não é de forma alguma (nunca foi) critério para se pertencer à NATO.
 2. A NATO é uma aliança defensiva. Nunca foi uma aliança defensiva. Depois de 1991 e em particular com o seu "novo conceito estratégico", a NATO alargou o seu âmbito de actuação a cenários de guerra que nada têm a ver com os países membros nem de forma alguma se relacionam com a defesa da sua soberania. Jugoslávia e Líbia são gritantes exemplos do mito que é a ideia de uma "aliança defensiva". 
3. A NATO surgiu após o Pacto de Varsóvia. Errado: a NATO foi fundada a 4 de Abril de 1949. O Pacto de Varsóvia foi assinado a 14 de Maio de 1955. 
4. A NATO actua dentro da "lei internacional". Errado: a NATO tem actuado por diversas vezes à margem da lei internacional, à mergem das Nações Unidos (caso da Jugoslávia, por exemplo) e utilizando armamento amplamente condenado pela comunidade internacional (armas de urânio, por exemplo) que está para além daquilo a que normalmente se chama "comunidade internacional" (leia-se Estados Unidos e União Europeia).
5. A NATO promove os "valores ocidentais" actuando em situações em que oss direitos humanos estão ameaçados. Não sei bem o que são os "valores ocidentais" mas o que a NATO tem feito, em especial depois de 1991, é defender as suas pretensões a dominar recursos (em especial energéticos) espalhados por todo o planeta, em especial no Norte de África, Médio Oriente e Leste Europeu. O cerco que neste momento promove à Rússia e à China é bem a ilustração do carácter agressivo e provocatório do seu novo conceito estratégico.