10/04/2014

7.813.(10abril2014.8.8') Bernardo de Claraval...São Bernardo...

31mar
1146
Bernardo de Claraval prega, ao ar livre, em Vézelay,motivando para a Segunda Cruzada...Rei Luís VII estava presente e junta-se aos cruzados...
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Falta caracterizar a pintura deste histórico acontecimento
http://pt.wikipedia.org/wiki/31_de_mar%C3%A7o#/media/File:Saint-Bernard_pr%C3%AAchant_la_2e_croisade,_%C3%A0_V%C3%A9zelay,_en_1146.jpg
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20ag2015
Via face Pe Duarte Nuno Morgado:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=850846108325368&set=pcb.850848054991840&type=1&theater
Cristo sai da cruz, como que sentado repousa soberanamente ternurento para com o abade... A simplicidade, a humildade, o carinho, a luz que irradia a partir de Cristo e que esbate no rosto e nas vestes de Bernardo... A serenidade de quem confia no Senhor, de quem Lhe entrega a vida, de quem se abandona sabendo que apesar do pecado, da fragilidade e de qualquer dor Jesus está lá na Sua Cruz que faz nossa também e ajuda-nos, envolve-nos.
Preciso muitas vezes de sentir isto porque em cada dia sinto o que são as dores da existência e transporto comigo o sofrimento de ser... Mas se Cristo nos ama desde sempre então sei também que me acolherá nos Seus braços quando eu fizer o mesmo que o Doutor Melífluo... deixar-me repousar n'Ele nas horas de maior inquietação e de medo.

Nas minhas decisões está este quadro bem presente na minha mente... e não o quero esquecer... É esta, julgo eu, a resposta para todas as questões.

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Via face Carmen Jácome
Foto da Morte de São Bernardo - Mosteiro de Alcobaça
comentário dela: "São Bernardo de Claraval, monge cisterciense, grande propagador da Ordem de Cister e defensor da Igreja. Uma das personalidades mais influentes do século XII. Santo padroeiro de Alcobaça." 
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10203742053586224&set=a.1357680996472.48625.1664920033&type=1&theater
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foto de António Vicente 
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=876248295788364&set=gm.863135817098218&type=1&theater
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10abril2015
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Intervim sobre isto na reunião de câmara de 11 de abril de 2014
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Votei a favor, como vereador, da cedência da rotunda para esta iniciativa de relevar São Bernardo...
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Mas não temos medo da polémica!!!
Na CDU entendemos que se deve respeitar a história. 
Também entendemos que devemos respeitar as crenças e devemos ser laicos na gestão do poder local.
Também devemos investigar mais e mais sobre a vida de São Bernardo. daí que tenhamos assumido publicamente que deveríamos acabar com a designação "feira de São Bernardo", por acharmos que fere a história e o que efectivamente defendia São Bernardo. Feira não se liga ao fundador da Ordem de Cister que defendeu: Austeridade...Oração...Absoluto silêncio...

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Perguntei a vários alcobacenses se conheciam bem a história de São Bernardo de Claraval...
Quase todos não sabiam que existia já uma, bem no centro da cidade, na fachada principal do Mosteiro...
Muito menos sabe que dentro do Mosteiro há o retábulo do trânsito de São Bernardo, nem onde é...
Poucos sabem o que existe na sala dos Reis, na capela do Relicário... 
Falta-nos saber a nossa história...
Falta-nos curriculo da história local nas nossas escolas...

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Via Helena Silva:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=904103129658389&set=a.249740178428024.59187.100001761314877&type=1&theater
É de Josefa d'Óbidos e está neste momento em exposição no Museu de Arte Antiga em Lisboa.
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12abril.17.30'...Inauguração da estátua de São Bernardo
via tintafresca.net
Impulsionador da Ordem de Cister fundou cerca de 300 mosteiros no século XII
    Estátua de São Bernardo inaugurada
    em Alcobaça
      
                   Inauguração da estátua de São Bernardo
     O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, inaugurou, no dia 12 de abril, em Alcobaça, a estátua de São Bernardo, grande impulsionador da Ordem de Cister e guia espiritual de D. Afonso Henriques na fundação de Portugal. A obra, da autoria do escultor Luís Santos, foi promovida pela Academia de Cultura de Alcobaça, presidida por António Caldeira, contando com a contribuição da Igreja e da sociedade civil alcobacense, quando se celebram os 861 anos da Carta de Doação dos Coutos de Alcobaça à Ordem de Cister. A estátua em calcário, de grandes dimensões, encontra-se localizada numa rotunda à entrada da cidade, a cerca de 500 metros do Mosteiro de Alcobaça, por onde entram os visitantes provenientes de Rio Maior e Caldas da Rainha.

       A homenagem a São Bernardo, uma das figuras mais importantes no século XII, começou com uma missa no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça em homenagem ao abade da Ordem de Cister, que fundou cerca de 300 mosteiros por toda a Europa. De seguida, o cortejo, composto por cerca de duas centenas de pessoas, dirigiu-se a pé para a rotunda onde se cruzam a Rua Costa Veiga, a EN8/6 e a Via de Cintura Interna.

       Na ocasião, D. Manuel Clemente começou por agradecer a iniciativa a António Caldeira e à Academia de Cultura de Alcobaça e recordar que Alcobaça deve o seu progresso a Bernardo de Claraval e à Ordem de Cister. Aliás, a data escolhida para esta inauguração tem precisamente a ver com a Carta de Doação dos Coutos de Alcobaça à Ordem de Cister, assinada por D. Afonso Henriques em 8 de abril de 1153, como recompensa pela ajuda dos cistercienses na conquista de Santarém, concretizada seis anos antes. Um trecho da Carta de Doação ficou mesmo esculpido na pedra que serve de base à estátua.

       
    Intervenção do cardeal patriarca de Lisboa
    No Século II, este vasto território, que se estendia desde o Arco da Memória de Alvorninha a São Pedro de Moel, era uma terra por desbravar e agricultar. O Reino de Portugal tinha a sua capital em Coimbra, mas a circunstância da então capital do reino se encontrar na fronteira com os territórios mouros levou-o a procurar conquistar novos territórios a sul: primeiro Leiria, em 1135, depois Santarém (1147), a que se seguiu Lisboa, no mesmo ano, após um cerco de 4 meses.
       O cardeal patriarca de Lisboa considera que a longevidade de Portugal enquanto nação se deve à estratégia de D. Afonso Henriques de alargar os territórios do reino, defendendo que Portugal teria sido anexado pelo poderoso vizinho castelhano como mais uma província espanhola, se permanecesse como um pequeno território na Península Ibérica. D. Manuel Clemente cita mesmo dois historiadores de referência – Luís Cruz, já falecido, e José Mattoso – para afirmar que Bernardo, o abade da casa-mãe da Ordem de Cister, em Claraval, teve envolvimento direto na decisão do Fundador de alargar os territórios cristãos para sul.
       Com a chegada da Ordem de Cister, chegou também o progresso à região, com “o tratamento da terra, a organização das populações e a criação de legislação capaz.” Alcobaça, na confluência dos rios Alcoa e Baça, foi o local escolhido para sede dos Coutos de Alcobaça e para edificação da Abadia de Alcobaça, classificada pela UNESCO desde 1989 como Monumento Património Mundial.
       
         Luís Santos foi o escultor da estátua
    Por sua vez, Paulo Inácio justificou o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça a este projeto por Alcobaça estar umbilicalmente ligado à Igreja e à Ordem de Cister.
       A finalizar, António Caldeira, presidente da Academia de Cultura de Alcobaça, recordou que a proposta foi apresentada ao município em 2010, contando apenas com uma verba inicial de 6500 euros. Das fraquezas se fizeram forças e com muita determinação, a generosidade da sociedade civil alcobacense e “a ajuda de Nossa Senhora nas horas mais difíceis”, o projeto começou a tomar forma. A empresa Mármores Vigário forneceu a pedra, que começou a ser esculpida, a escopro e cinzel, pelas mãos do escultor Luís Santos.Cerca de uma dezena de empresas locais colaboraram nesta obra de homenagem ao padroeiro da cidade.

    O Professor universitário e autor do blogue "Do Portugal Profundo" lembrou que São Bernardo é o fundador da Alcobaça moderna, um dos berços da nacionalidade, graças ao contributo da Ordem de Cister, que a tornou num “local de irradiação de espírito e de cultura.” São Bernardo faleceu apenas 4 meses após a assinatura da Carta de Doação, mas a semente estava lançada e a presença dos cistercienses nos Coutos de Alcobaça seria determinante nos sete séculos seguintes na região.

       
                                   Público presente na cerimónia
    António Caldeira não perdeu a oportunidade de voltar a colocar o regresso dos cistercienses a Alcobaça na agenda, lembrando uma recente entrevista do cardeal patriarca de Lisboa ao jornal da Paróquia, “ O Alcoa”, em que D. Manuel Clemente se mostrou recetivo à instalação de uma pequena comunidade de monges nos Mosteiros de Alcobaça ou de Cós.
       
       A Direção da Academia de Cultura de Alcobaça, de quem partiu esta homenagem ao Padroeiro do Concelho de Alcobaça (o feriado municipal celebra-se a 20 de agosto, dia da morte de São Bernardo) é atualmente composta por António Caldeira, Francisco André, Pinto Abreu, Adrião Nazário e Ana Caldeira. Preside à Assembleia-geral o Professor Luís Rosa.
       Mário Lopes
    13-04-2014

    http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=b1b54295-b955-40a7-8031-902e7840b0bf&edition=162




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    http://www.mosteiroalcobaca.pt/pt/index.php?s=white&pid=245

    S. Bernardo de Claraval

    Bernardo de Claraval ou de Fontaine (1090 – Dijon, França / 1153 – Abadia de Claraval, França), abade cisterciense, santo e Doutor da Igreja. É o maior impulsionador da Ordem de Cister e uma das personalidades eclesiásticas mais influentes do século XII.

    Oriundo de uma família nobre da Borgonha, nascido no castelo de Fontaine-lès-Dijon, Bernardo foi o terceiro filho de Tescelin o Vermelho e de Aleth de Montbard. Aos noves anos é enviado para a Escola Canónica de Châtillon-sur-Seine, onde revela especial aptidão para a Literatura.
    Em 1112 entra para a Abadia de Cister, da qual Santo Estêvão Harding havia acabado de ser eleito abade.
    Convencido por este, o jovem Bernardo, funda com um grupo de trinta monges, uma nova casa cisterciense em 1115 no Vale de Langres, chamada “Vale Claro” ou “Clairvaux” – Claraval. A esta grande abadia-mãe, ficaram ligadas a maioria das abadias portuguesas e espanholas.
    Durante os 38 anos que durará o seu abaciado, a acção de Bernardo marca definitivamente a política de França e do próprio ocidente medieval, enquanto Cister atinge 165 mosteiros, tendo o próprio fundado cerca de 68.
    Homem de constituição frágil, exigente quanto ao cumprimento da Regra e da penitência, dividia as horas entre a oração e o trabalho manual. Pretende fazer reviver aos cistercienses a austeridade e pureza monástica no seu hábito branco e a vida em comunidade no mais absoluto silêncio.
    Como Doutor da Igreja destacam-se os seus escritos, sermões, planos e projectos que estruturavam as suas ideias dentro da própria Ordem.
    Bernardo de Claraval é o autor de diversos escritos onde ressalta a doçura e a dedicação a Deus como entidade de amor e caridade, mas evidenciou-se sobretudo por ser o grande impulsionador do culto e contemplação de Maria, bem como o autor da Regra para a Ordem dos Cavaleiros Templários.
    Percorreu grande parte da Europa, frequentou Concílios e foi um brilhante orador.
    Será ainda a “alma” da Segunda Cruzada à Terra Santa.
    Morre em 1153, aos 63 anos. É canonizado em 18 de Julho de 1174 por Alexandre III e declarado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1830. O seu dia é 20 de Agosto, feriado municipal de Alcobaça.

    São Bernardo e o Mosteiro de Alcobaça  
    São Bernardo é, sem dúvida a figura mais marcante da Ordem de Cister, aquela que, tanto no mundo monástico como fora dele, maior projecção alcançou.
    Em Alcobaça, a sua representação subsiste em esculturas e pinturas, designadamente na fachada do Mosteiro, no Santuário ou Capela Relicário, no Refeitório e na Sala dos Reis.
    Mas é sem dúvida o Retábulo do Trânsito de São Bernardo, no braço sul do transepto da Igreja, o expoente máximo de homenagem a esta figura ímpar da Ordem. Neste retábulo Bernardo jaz moribundo embalado por anjos músicos e querubins. Maria, no centro da composição, aguarda a sua alma em gesto de acolhimento maternal.  
    ***
    Caros Senhores Vereadores da CMAlcobaça

    Julgávamos que seria a própria Câmara Municipal a desencadear os convites, uma vez que estava estabelecida, com o senhor Presidente da Câmara, a data da inaguração do monumento desde 6 de janeiro de 2014, quando nos reunimos nos Paços do Concelho, e que foi a câmara municipal a arranjar a rotunda que recebe o monumento a São Bernardo, que oferecemos à comunidade. Todavia, nesse sentido, para verificar se deveríamos ser nós a efetuar os convites internos, tentei contactar esta manhã o senhor Presidente da Câmara. Alertado, pela tarde, aqui segue o convite preparado.

    Temos a honra de V. Exa. a participar no próximo dia 12 de abril de 2014, sábado cerca das 17:30 horas,, na inauguração do monumento a São Bernardo, da autoria do notável escultor alcobacense Luís Santos,  na rotunda da Escola D. Inês de Castro, na cidade de Alcobaça, que a nossa Academia de Cultura, com a ajuda de muitas boas vontades, oferece ao povo. Como São Bernardo, além de fundador (à distância) da moderna Alcobaça, é também um santo da Igreja, o evento tem também uma dimensão religiosa, na qual, quem quser poderá participar, com Missa no Mosteiro, pelas 16 horas, de sábado, 12 de abril, presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, a quem a Academia de Cultura convidou para a inauguração. A seguir à parte religiosa, segue-se, desde as 17:20,  cortejo pedestre do Mosteiro até à rotunda para a inauguração, através das ruas D. Pedro V e rua Costa Veiga, que já solicitámos seja fechada ao trânsito, bem como a rotunda durante a inauguração, por uma questão de segurança.

    O orgulho pelo trabalho realizado na formação e no desenvolvimento cultural local, pela Academia de Cultura, pelos membros da direção e seus órgãos sociais, a adesão dos seus sócios e os serviços dos seus colaboradores, no início da década de 2000, com 17 cursos de formação e a participação de centenas de alunos adultos e jovens e de distintos professores e conferencistas, é agora culminado com esta homenagem, cujo propósito é a harmonização histórica de Alcobaça.

    Este foi um projeto moroso, iniciado em 15-10-2010, quando a Academia se extinguiu e com o património financeiro acumulado de 6.505,92 euros e patrocínios beneméritos, decidiu erguer uma estátua àquele que foi o fundador da Alcobaça moderna, quando recebeu de D. Afonso Henriques, e sua mulher, em 8 de abril de 1153, o couto de Alcobaça para a Ordem de Cister, base da consolidação política, religiosa, cultural, económica e social, do País, na rotunda do palacete do Retiro, junto ao Mosteiro. E logo em 28-10-2014, apresentámos pessoalmente a ideia ao senhor Presidente da Câmara, que manifestou a sua concordância. Todavia, porque queríamos que o projeto fosse consensual, a nossa ideia evoluíu e decidimos apresentar à Câmara Municipal, em 21-3-2011, um novo modelo de edificação do monumento do tipo «chave na mão»: a Academia de Cultura,  com os patrocínios entretanto angariados, colocaria o monumento pronto, e com iluminação, bastando à Câmara Municipal conseguir as autorizações e arranjar a rotunda para o receber. Porém, como a Câmara Municipal já não aceitou essa localização, tivemos de nos conformar com a localização alternativa que nos propôs junto da Escola D. Inês de Castro. Do 14 de março de 2014 quando fomos informados da adjudicação da rotunda pela Câmara Municipal até agora foi um trabalho contrarrelógio, que, no entanto, pela nossa parte cumprimos. A responsabilidade pelo arranjo da rotunda para receber o monumento coube à Câmara Municipal, o que muito agradecemos. 

    Este resultado, três anos e meio depois da proposta, só foi possível, quando a conceção e realização da estátua, a pedra e o báculo em bronze, as inscrições, a iluminação, o transporte e a colocação por grua, foram integralmente suportados pela Academia e pelos seguintes patrocinadores que ajudaram o projeto, destacando-se o apoio do Prior de Alcobaça, Padre Carlos Jorge Vicente, e as seguintes entidades: Mármores Vigário, Crédito Agrícola-Alcobaça, Carlos Alberto Chambel Pinto de Abreu, Solancis, Jornal O Alcoa, Aura Light, GPA, FIP, Carlos Henriques; e com consultoria histórica do Prof. Gérard Leroux.

    Com os melhores cumprimentos e esperando a presença dos senhores vereadores na inauguração,
    Pela Academia Social e de Cultura de Alcobaça,

    António Balbino Caldeira
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    via tintafresca.net
    Impulsionador da Ordem de Cister fundou cerca de 300 mosteiros no século XII
      Estátua de São Bernardo inaugurada
      em Alcobaça
        
                     Inauguração da estátua de São Bernardo
       O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, inaugurou, no dia 12 de abril, em Alcobaça, a estátua de São Bernardo, grande impulsionador da Ordem de Cister e guia espiritual de D. Afonso Henriques na fundação de Portugal. A obra, da autoria do escultor Luís Santos, foi promovida pela Academia de Cultura de Alcobaça, presidida por António Caldeira, contando com a contribuição da Igreja e da sociedade civil alcobacense, quando se celebram os 861 anos da Carta de Doação dos Coutos de Alcobaça à Ordem de Cister. A estátua em calcário, de grandes dimensões, encontra-se localizada numa rotunda à entrada da cidade, a cerca de 500 metros do Mosteiro de Alcobaça, por onde entram os visitantes provenientes de Rio Maior e Caldas da Rainha.

         A homenagem a São Bernardo, uma das figuras mais importantes no século XII, começou com uma missa no Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça em homenagem ao abade da Ordem de Cister, que fundou cerca de 300 mosteiros por toda a Europa. De seguida, o cortejo, composto por cerca de duas centenas de pessoas, dirigiu-se a pé para a rotunda onde se cruzam a Rua Costa Veiga, a EN8/6 e a Via de Cintura Interna.

         Na ocasião, D. Manuel Clemente começou por agradecer a iniciativa a António Caldeira e à Academia de Cultura de Alcobaça e recordar que Alcobaça deve o seu progresso a Bernardo de Claraval e à Ordem de Cister. Aliás, a data escolhida para esta inauguração tem precisamente a ver com a Carta de Doação dos Coutos de Alcobaça à Ordem de Cister, assinada por D. Afonso Henriques em 8 de abril de 1153, como recompensa pela ajuda dos cistercienses na conquista de Santarém, concretizada seis anos antes. Um trecho da Carta de Doação ficou mesmo esculpido na pedra que serve de base à estátua.

         
      Intervenção do cardeal patriarca de Lisboa
      No Século II, este vasto território, que se estendia desde o Arco da Memória de Alvorninha a São Pedro de Moel, era uma terra por desbravar e agricultar. O Reino de Portugal tinha a sua capital em Coimbra, mas a circunstância da então capital do reino se encontrar na fronteira com os territórios mouros levou-o a procurar conquistar novos territórios a sul: primeiro Leiria, em 1135, depois Santarém (1147), a que se seguiu Lisboa, no mesmo ano, após um cerco de 4 meses.
         O cardeal patriarca de Lisboa considera que a longevidade de Portugal enquanto nação se deve à estratégia de D. Afonso Henriques de alargar os territórios do reino, defendendo que Portugal teria sido anexado pelo poderoso vizinho castelhano como mais uma província espanhola, se permanecesse como um pequeno território na Península Ibérica. D. Manuel Clemente cita mesmo dois historiadores de referência – Luís Cruz, já falecido, e José Mattoso – para afirmar que Bernardo, o abade da casa-mãe da Ordem de Cister, em Claraval, teve envolvimento direto na decisão do Fundador de alargar os territórios cristãos para sul.
         Com a chegada da Ordem de Cister, chegou também o progresso à região, com “o tratamento da terra, a organização das populações e a criação de legislação capaz.” Alcobaça, na confluência dos rios Alcoa e Baça, foi o local escolhido para sede dos Coutos de Alcobaça e para edificação da Abadia de Alcobaça, classificada pela UNESCO desde 1989 como Monumento Património Mundial.
         
           Luís Santos foi o escultor da estátua
      Por sua vez, Paulo Inácio justificou o apoio da Câmara Municipal de Alcobaça a este projeto por Alcobaça estar umbilicalmente ligado à Igreja e à Ordem de Cister.
         A finalizar, António Caldeira, presidente da Academia de Cultura de Alcobaça, recordou que a proposta foi apresentada ao município em 2010, contando apenas com uma verba inicial de 6500 euros. Das fraquezas se fizeram forças e com muita determinação, a generosidade da sociedade civil alcobacense e “a ajuda de Nossa Senhora nas horas mais difíceis”, o projeto começou a tomar forma. A empresa Mármores Vigário forneceu a pedra, que começou a ser esculpida, a escopro e cinzel, pelas mãos do escultor Luís Santos.Cerca de uma dezena de empresas locais colaboraram nesta obra de homenagem ao padroeiro da cidade.

      O Professor universitário e autor do blogue "Do Portugal Profundo" lembrou que São Bernardo é o fundador da Alcobaça moderna, um dos berços da nacionalidade, graças ao contributo da Ordem de Cister, que a tornou num “local de irradiação de espírito e de cultura.” São Bernardo faleceu apenas 4 meses após a assinatura da Carta de Doação, mas a semente estava lançada e a presença dos cistercienses nos Coutos de Alcobaça seria determinante nos sete séculos seguintes na região.

         
                                     Público presente na cerimónia
      António Caldeira não perdeu a oportunidade de voltar a colocar o regresso dos cistercienses a Alcobaça na agenda, lembrando uma recente entrevista do cardeal patriarca de Lisboa ao jornal da Paróquia, “ O Alcoa”, em que D. Manuel Clemente se mostrou recetivo à instalação de uma pequena comunidade de monges nos Mosteiros de Alcobaça ou de Cós.
         
         A Direção da Academia de Cultura de Alcobaça, de quem partiu esta homenagem ao Padroeiro do Concelho de Alcobaça (o feriado municipal celebra-se a 20 de agosto, dia da morte de São Bernardo) é atualmente composta por António Caldeira, Francisco André, Pinto Abreu, Adrião Nazário e Ana Caldeira. Preside à Assembleia-geral o Professor Luís Rosa.
         Mário Lopes
      13-04-2014