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Via Blogue do autor
http://goncalomtavares.blogspot.pt/
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http://goncalomtavares.blogspot.pt/2011/07/textos-entrevistas.html
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entrevista à TVI
https://www.youtube.com/watch?v=41m3TF9BDmI
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9jan2018 há tertúlia...
in JERUSALÉM
Via Maria Sobral Velez
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202931489962822&set=a.3570654199601.116701.1670376265&type=1&theater
"O material de que são feitos os sapatos é treinado para obedecer, sobre isso não tinha dúvidas(...) Como as substâncias se separavam logo à partida entre as que avançavam com a vontade própria e as que esperavam com obediência estática (e nisso dividiam-se como alguns homens)! Os sapatos eram a obediência pura, a escravidão mesquinha."
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via Maria João Hipólito
" e a inteligência é um índice do movimento do olhar. Se fizermos um cálculo, da velocidade dos olhos dirigindo-se às coisas para as perceber, velocidade média durante um ano, teremos o valor da inteligência dessa pessoa, e tal bastará para adquirirmos uma ideia bastante precisa acerca da produção intelectual desse indivíduo"
" O mais breve encontro entre dois seres que não se conheçam bastará - se existir uma observação atenta do olhar do outro - para se captar a aptidão intelectual de cada um, mesmo que um e outro não troquem palavra. O que cada um diz não é suficiente: pode apenas ser boa memória - se queres escolher um colaborador fecha os ouvidos e está atento aos olhos dele, à forma como eles se mexem: no fundo ao modo como eles se atiram às coisas, como vêem um objecto e o rodeiam, como entram nele e depois saem ou ficam. O trajecto dos olhos no mundo dá o trajecto da inteligência."
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Imagem da Palavra - Parte 1
https://www.youtube.com/watch?v=zVcoUHoGIy8*
Parte 2: http://youtu.be/UA13VVdk2K4
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- Parte 3: http://youtu.be/f_UKKWtgskw
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sempre 1 papo
https://www.youtube.com/watch?v=v5LWNt9COTk
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no Sesc Vila Mariana
https://www.youtube.com/watch?v=_78S6zCCqmU***
Via Citador
A Grande Inteligência é Sobreviver
A grande Inteligência é sobreviver.
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.
in "Investigações. Novalis"
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.
in "Investigações. Novalis"
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A Minha Religião é o Novo
A minha Religião é o Novo.
Este dia, por exemplo; o pôr do Sol,
estas invenções habituais: o Mar.
Ainda:
os cisnes a Ralhar com a água. A Rapariga mais bonita que
ontem.
Deus como habitante único.
Todos somos estrangeiros a esta Região, cujo único habitante
verdadeiro é Deus (este bem podia ser o Rótulo do nosso
Frasco).
Dele também se podia dizer, como homenagem:
Hóspede discreto.
Ou mais pomposamente:
O Enorme Hóspede discreto.
Ou dizer ainda, para demorar Deus mais tempo nos lábios ou
neste caso no papel, na escrita, dizer ainda, no seu epitáfio que
nunca chega, que nunca será útil, dizer dele:
em todo o lado é hóspede,
e em todo o lado é Discreto.
in "Investigações. Novalis"
Este dia, por exemplo; o pôr do Sol,
estas invenções habituais: o Mar.
Ainda:
os cisnes a Ralhar com a água. A Rapariga mais bonita que
ontem.
Deus como habitante único.
Todos somos estrangeiros a esta Região, cujo único habitante
verdadeiro é Deus (este bem podia ser o Rótulo do nosso
Frasco).
Dele também se podia dizer, como homenagem:
Hóspede discreto.
Ou mais pomposamente:
O Enorme Hóspede discreto.
Ou dizer ainda, para demorar Deus mais tempo nos lábios ou
neste caso no papel, na escrita, dizer ainda, no seu epitáfio que
nunca chega, que nunca será útil, dizer dele:
em todo o lado é hóspede,
e em todo o lado é Discreto.
in "Investigações. Novalis"
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A Grande Inteligência é Sobreviver
A grande Inteligência é sobreviver.
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.
in "Investigações. Novalis"
As tartarugas portanto não são teimosas nem lentas, dominam;
SIM, a ciência.
Toda a tecnologia é quase inútil e estúpida,
porque a artesanal tartaruga,
a espontânea TARTARUGA,
permanece sobre a terra mais anos que o homem.
Portanto,
como a grande inteligência é sobreviver,
a tartaruga é Filósofa e Laboratório,
e o Homem que já foi Rei da criação
não passa, afinal, de um crustáceo FALSO,
um lavagante pedante;
um animal de cabeça dura. Ponto.
in "Investigações. Novalis"
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Linguagem Violenta: a Única
Linguagem violenta: a única.
A outra é: Sedução ou Submissão.
Ou seja, o mesmo medo: recear estar só.
Quando se fala, fala-se. No alto da matéria e do espirito.
in "Investigações. Novalis"
A outra é: Sedução ou Submissão.
Ou seja, o mesmo medo: recear estar só.
Quando se fala, fala-se. No alto da matéria e do espirito.
in "Investigações. Novalis"
Em Portugal Há um Julgamento Estranho da Modéstia
Acho que em Portugal há um julgamento estranho da modéstia. Batem-se palmas a quem basicamente diz que não é muito bom a fazer o que faz. E quando alguém diz que tem confiança no que faz, utiliza-se uma palavra pejorativa: arrogante. Eu claramente tenho confiança no que faço, e nesse aspecto não sou modesto. Agora, precisamente porque tenho essa confiança não me passa pela cabeça falar mal de alguém. Não por eu ser um coração maravilhoso, mas porque seria perder tempo precioso para aquilo que tenho de fazer.
in "Entrevista a MilFolhas (Público), em 8 Janeiro 2005"
in "Entrevista a MilFolhas (Público), em 8 Janeiro 2005"
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Muda de Vida ou Muda de Poema
Um poema não é uma coisa que se coloca sobre o teu dia como um condimento sobre o teu almoço. A vida de uma pessoa não tem material semelhante a nada que conheças. Existir é feito de peças impossíveis de copiar. E a poesia não entra nesse material único - a vida de uma pessoa - como o avião no ar ou o acidente do avião na terra dura. Um poema não é manso nem meigo, não é mau nem ilegal.
Os homens não se medem pelos poemas que leram, mas talvez fosse melhor. O que é a fita métrica comparada com algo intenso? Há poemas que explicam trinta graus de uma vida e poemas que são um ofício de demolição completa: o edifício é trocado por outro, como se um edifício fosse uma camisa. Muda de vida ou, claro, muda de poema.
in 'A Perna Esquerda de Paris'
Os homens não se medem pelos poemas que leram, mas talvez fosse melhor. O que é a fita métrica comparada com algo intenso? Há poemas que explicam trinta graus de uma vida e poemas que são um ofício de demolição completa: o edifício é trocado por outro, como se um edifício fosse uma camisa. Muda de vida ou, claro, muda de poema.
in 'A Perna Esquerda de Paris'
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O Amor não Rende Juros
137
É verdade «que um baixo amor os fortes enfraquece»
mas também o grande amor torna ridículos os grandes,
pois o amor é, em energia material sobre o mundo, um roubo — apesar de, em sensações, ser magnífico. 0 amor será útil internamente,
mas externamente não carrega um tijolo.
Disso nunca tive dúvidas.
138
A vida, é certo, não será um sítio excepcional para as paixões.
Nos países humanos, o amor mistura-se muito
com palavras equívocas.
0 fogo que existe numa lareira, por exemplo,
é um fogo servil, cultural, educado.
Uma coisa vermelha, mas mansa,
que nos obedece.
Só é natureza, o fogo na lareira,
quando, vingando-se, provoca um incêndio.
E o amor assim funciona. Mas é preferível o contrário.
139
É desarranjo de estratégias e planos,
surpresa ritmada, uma ilegalidade exaltante que não prejudica
os vizinhos.
Mas atenção, de novo: o amor não faz bem aos países,
não desenvolve as suas indústrias, nem a economia.
Disso nunca tive dúvidas. E por isso é preferível não.
140
No entanto, qual é o país que pode impedir que o amor
entre? Não é mercadoria traficada em caixas,
que as caixas são objectos que se abrem ao meio
— e é possivel, com uma lanterna, olhar lá para dentro.
141
0 amor não se vê como
se fosse uma presença.
É demasiado completo
para ter uma forma. E como jamais
se conseguiram obter juros de uma coisa
que não ocupa espaço, é preferível não,
parece-me.
in "Uma Viagem à Índia"
É verdade «que um baixo amor os fortes enfraquece»
mas também o grande amor torna ridículos os grandes,
pois o amor é, em energia material sobre o mundo, um roubo — apesar de, em sensações, ser magnífico. 0 amor será útil internamente,
mas externamente não carrega um tijolo.
Disso nunca tive dúvidas.
138
A vida, é certo, não será um sítio excepcional para as paixões.
Nos países humanos, o amor mistura-se muito
com palavras equívocas.
0 fogo que existe numa lareira, por exemplo,
é um fogo servil, cultural, educado.
Uma coisa vermelha, mas mansa,
que nos obedece.
Só é natureza, o fogo na lareira,
quando, vingando-se, provoca um incêndio.
E o amor assim funciona. Mas é preferível o contrário.
139
É desarranjo de estratégias e planos,
surpresa ritmada, uma ilegalidade exaltante que não prejudica
os vizinhos.
Mas atenção, de novo: o amor não faz bem aos países,
não desenvolve as suas indústrias, nem a economia.
Disso nunca tive dúvidas. E por isso é preferível não.
140
No entanto, qual é o país que pode impedir que o amor
entre? Não é mercadoria traficada em caixas,
que as caixas são objectos que se abrem ao meio
— e é possivel, com uma lanterna, olhar lá para dentro.
141
0 amor não se vê como
se fosse uma presença.
É demasiado completo
para ter uma forma. E como jamais
se conseguiram obter juros de uma coisa
que não ocupa espaço, é preferível não,
parece-me.
in "Uma Viagem à Índia"
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As Mulheres Sempre Foram Mais Minuciosas na Vingança
27
As mulheres sempre foram mais
minuciosas na vingança — disse Bloom. Folheiam-na
sem saltar uma página. E tratam das unhas
antes de pegar no machado.
Pelo contrário, um homem com raiva
e ressentimento é atabalhoado, desastrado,
incapaz de encontrar a pronúncia perfeita da violência,
28
como se pegasse em ferramentas
despropositadas: a charrua
para arrancar uma flor,
o martelo para ver mais perto.
in "Uma Viagem à Índia"
As mulheres sempre foram mais
minuciosas na vingança — disse Bloom. Folheiam-na
sem saltar uma página. E tratam das unhas
antes de pegar no machado.
Pelo contrário, um homem com raiva
e ressentimento é atabalhoado, desastrado,
incapaz de encontrar a pronúncia perfeita da violência,
28
como se pegasse em ferramentas
despropositadas: a charrua
para arrancar uma flor,
o martelo para ver mais perto.
in "Uma Viagem à Índia"
E eis, enfim, o pedido básico desde que nascemos até ao instante último: querer ouvir alguém que fale, querer falar para alguém que ouça.
***
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=800260199987063&set=a.462529847093435.111436.462489187097501&type=1&theater
O mundo não é assim tão complicado: levantas os olhos, baixas os olhos, esticas o braço e tocas; não esticas o braço, és tocado.
(imagem: josephtran.tumblr.com)
***
Via Ilda V
"O Absoluto tem um ou dois detalhes tapados com aquilo a que as palavras quotidianas chamariam de nódoas...De que estamos,pois, à espera para as limparmos? ...Esperamos porque temos medo do que ficará depois de as limparmos. Sem. pelo menos, uma hipótese de fuga, o Absoluto jamais será suportável..."
***
Via face do Cipriano Simão
um trabalho do Luís Silva 4.jan2015
sobre :
Uma Viagem à India
• O livro relata uma viagem à Índia levada a cabo por um homem, um português com o nome de Bloom, numa tentativa de apreender e esquecer simultaneamente num único movimento. No fundo, o autor com acentuada argúcia, lucidez e ironia descreve uma viagem interior ou existencial desse homem, elevado à categoria de herói, que de algum modo procura o impossível: encontrar a sabedoria enquanto foge, fugir enquanto aprende e, eventualmente, chegar ao conhecimento com uma mulher. Em todo o itinerário sobressai uma ambiência marcada por uma determinada melancolia tida como peculiar da época contemporânea à luz dos critérios defendidos pelo autor.
• Muito embora não possa parecer à primeira vista, o livro assume-se como uma obra complexa pois à medida em que se vai avançado na narrativa dá-se conta da intensa profundidade interior explícita e, bem assim, daquilo que se possa apreender nas entrelinhas do texto.
• É, pois, um livro repleto de quimeras e fantasmagorias que dá guarida e alberga não só fantasmas d’Os Lusíadas, mas também as associadas à vida do homem hodierno. Um livro difícil de descrever não tanto pela história simples que narra, mas antes pela sua estrutura, pela subjectividade e conotações patenteadas bastante complexas e repletas de paralelismos, sendo o mais evidente precisamente o que se prende com a obra do épico português por excelência.
• Efectivamente, tal como em Os Lusíadas, o livro também trata de uma viagem à Índia, uma epopeia, neste caso concreto não de um povo mas sim de uma só pessoa e à imitação dos Portugueses e Vasco da Gama também Bloom (principal protagonista da narrativa) sofre várias peripécias e adversidades até chegar ao destino.
• Todavia, a relação mais directa e visível com a obra de Camões reside no aspecto gráfico e deriva de um decalque estrutural daquela consagrada obra de Camões no que concerne à segmentação em cantos e estrofes (1102 – um pouco mais de cem por estrofe como média, nuns casos mais, noutros menos), contendo, no final, uma espécie de esquemas com a denominação “Melancolia Contemporâneo (um itinerário)” em que cada canto é resumido através de mapas que servem de índice onomástico e como guia ou súmula de leitura por meio de palavras-chave, de acordo com critérios definidos pelo próprio autor.
• Nesta sequência, o livro é considerado, por vezes, como a primeira epopeia portuguesa do século XXI. Recebe essa mesma etiqueta ou classificação no cômputo geral da bibliografia do autor mas, apesar disso, intui-se facilmente que assinala uma ruptura com a estrutura e a temática tendo em conta os cânones inerentes ao género epopeico.
• Um outro paralelismo é possível estabelecer no tocante ao livro para além de Os Lusíadas. Precisamente com a obra Ulisses de James Joyce onde Gonçalo Tavares vai recuperar o nome de Bloom para seu herói literário e personagem principal e a ideia da criação de um Épico moderno e urbano baseado num só protagonista.
• Acresce, ainda, que se quanto à forma o livro é um decalque de Os Lusíadas, como já foi referido, quanto ao seu conteúdo encontrar-se-á mais próximo do espírito subjacente à obra Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, publicado no ano de 1602, cerca de duas décadas após o poema épico de Camões. No fundo, é como se, quatro séculos depois, o espírito de desagregação territorial e de decomposição mental do Império presente em Peregrinação tivessem sido transpostos para a forma epopeica.
• De assinalar, igualmente, que o livro tem um prefácio assinado por Eduardo Lourenço, um dos maiores ensaístas e críticos literários portugueses contemporâneos, onde se afirma o seguinte: “Este prosaico poema, antipoema e híper-poema, com consciência aguda da sua ficcionalidade, navega e vive entre os ecos de mil textos-objectos do nosso imaginário de leitores. Como todos os grandes livros, e este é um deles. As peripécias da aventura dramático-burlesca de Bloom – referência híper-literária, só existe em diálogo com outras de Os Lusíadas ou encontram nele motivos de reinvenção surpreendente, ou em si mesma ou pela música (e olhar) com que o narrador (autor) as acompanha”. E mais à frente tece-se, do mesmo modo, esta consideração: “O dispositivo de Uma Viagem à Índia é o de um poema provocantemente épico e anti-épico. A sua realidade é a de um romance não menos provocantemente inscrito nos “cantos” e “estâncias”, ao mesmo tempo prosaicas e híper-literárias pelos ecos de todas as peripécias que lhe são como mar inacessível à plácida superfície do seu poema, total e totalizante”.
• Acontece, por outro lado e por curiosidade, que o ano de 2003, data em que se passa a narrativa da “epopeia”, marca igualmente o ano de estreia de um filme do cineasta Manuel de Oliveira (Filme Falado) relacionado com a temática do livro. Trata-se de uma espécie de documentário ficcional sobre uma professora de História que acompanhada por seu filho partiram de Portugal com destino à Índia, reconstituindo nesse trajecto o mesmo realizado por Vasco da Gama no século XV. E o que resta e triunfa nessa revisitação da memória a antigas civilizações, ao longo do filme, é o que se retém, com a mesma surpresa no tocante ao mundo de hoje como ao de ontem, concernente aos traços consubstanciados na proliferação da barbárie, da destruição e do terrorismo.
• Muito embora não possa parecer à primeira vista, o livro assume-se como uma obra complexa pois à medida em que se vai avançado na narrativa dá-se conta da intensa profundidade interior explícita e, bem assim, daquilo que se possa apreender nas entrelinhas do texto.
• É, pois, um livro repleto de quimeras e fantasmagorias que dá guarida e alberga não só fantasmas d’Os Lusíadas, mas também as associadas à vida do homem hodierno. Um livro difícil de descrever não tanto pela história simples que narra, mas antes pela sua estrutura, pela subjectividade e conotações patenteadas bastante complexas e repletas de paralelismos, sendo o mais evidente precisamente o que se prende com a obra do épico português por excelência.
• Efectivamente, tal como em Os Lusíadas, o livro também trata de uma viagem à Índia, uma epopeia, neste caso concreto não de um povo mas sim de uma só pessoa e à imitação dos Portugueses e Vasco da Gama também Bloom (principal protagonista da narrativa) sofre várias peripécias e adversidades até chegar ao destino.
• Todavia, a relação mais directa e visível com a obra de Camões reside no aspecto gráfico e deriva de um decalque estrutural daquela consagrada obra de Camões no que concerne à segmentação em cantos e estrofes (1102 – um pouco mais de cem por estrofe como média, nuns casos mais, noutros menos), contendo, no final, uma espécie de esquemas com a denominação “Melancolia Contemporâneo (um itinerário)” em que cada canto é resumido através de mapas que servem de índice onomástico e como guia ou súmula de leitura por meio de palavras-chave, de acordo com critérios definidos pelo próprio autor.
• Nesta sequência, o livro é considerado, por vezes, como a primeira epopeia portuguesa do século XXI. Recebe essa mesma etiqueta ou classificação no cômputo geral da bibliografia do autor mas, apesar disso, intui-se facilmente que assinala uma ruptura com a estrutura e a temática tendo em conta os cânones inerentes ao género epopeico.
• Um outro paralelismo é possível estabelecer no tocante ao livro para além de Os Lusíadas. Precisamente com a obra Ulisses de James Joyce onde Gonçalo Tavares vai recuperar o nome de Bloom para seu herói literário e personagem principal e a ideia da criação de um Épico moderno e urbano baseado num só protagonista.
• Acresce, ainda, que se quanto à forma o livro é um decalque de Os Lusíadas, como já foi referido, quanto ao seu conteúdo encontrar-se-á mais próximo do espírito subjacente à obra Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, publicado no ano de 1602, cerca de duas décadas após o poema épico de Camões. No fundo, é como se, quatro séculos depois, o espírito de desagregação territorial e de decomposição mental do Império presente em Peregrinação tivessem sido transpostos para a forma epopeica.
• De assinalar, igualmente, que o livro tem um prefácio assinado por Eduardo Lourenço, um dos maiores ensaístas e críticos literários portugueses contemporâneos, onde se afirma o seguinte: “Este prosaico poema, antipoema e híper-poema, com consciência aguda da sua ficcionalidade, navega e vive entre os ecos de mil textos-objectos do nosso imaginário de leitores. Como todos os grandes livros, e este é um deles. As peripécias da aventura dramático-burlesca de Bloom – referência híper-literária, só existe em diálogo com outras de Os Lusíadas ou encontram nele motivos de reinvenção surpreendente, ou em si mesma ou pela música (e olhar) com que o narrador (autor) as acompanha”. E mais à frente tece-se, do mesmo modo, esta consideração: “O dispositivo de Uma Viagem à Índia é o de um poema provocantemente épico e anti-épico. A sua realidade é a de um romance não menos provocantemente inscrito nos “cantos” e “estâncias”, ao mesmo tempo prosaicas e híper-literárias pelos ecos de todas as peripécias que lhe são como mar inacessível à plácida superfície do seu poema, total e totalizante”.
• Acontece, por outro lado e por curiosidade, que o ano de 2003, data em que se passa a narrativa da “epopeia”, marca igualmente o ano de estreia de um filme do cineasta Manuel de Oliveira (Filme Falado) relacionado com a temática do livro. Trata-se de uma espécie de documentário ficcional sobre uma professora de História que acompanhada por seu filho partiram de Portugal com destino à Índia, reconstituindo nesse trajecto o mesmo realizado por Vasco da Gama no século XV. E o que resta e triunfa nessa revisitação da memória a antigas civilizações, ao longo do filme, é o que se retém, com a mesma surpresa no tocante ao mundo de hoje como ao de ontem, concernente aos traços consubstanciados na proliferação da barbárie, da destruição e do terrorismo.
Acção narrativa e enredo
• A acção narrativa dá-nos conta da história de Bloom, um personagem com os problemas do século XXI, que, após uma série de acontecimentos trágicos que serão narrados no decorrer do enredo, decide partir de Portugal, mais precisamente de Lisboa, encetando uma viagem de autoconhecimento e, simultaneamente, uma tentativa de esquecer o seu passado.
• Bloom é um personagem completamente afastado, em termos de conteúdo, do mundo clássico em que se insere a obra Os Lusíadas. Narrando-se as aventuras deste personagem que parte de Lisboa em 2003, ele não é propriamente um herói da época clássica, mas sim um personagem de ficção moderna com as misérias do mundo hodierno e que utiliza a ironia como arma para melhor se defender do ambiente exterior envolvente. Bloom vive num outro mundo, não no mundo das grandes conquistas e das grandes aventuras. É, por outro lado, um personagem que age totalmente sozinho, é um individualista do século XXI, alguém que foge sozinho, que decide apenas pela sua cabeça e que regressa, na parte final, também sozinho.
• Nestas circunstâncias, Bloom, numa tentativa de encontrar a sabedoria e a espiritualidade, decide partir para a Índia, tida como terra mística, de grandes sábios e onde pensava ir adquirir conhecimento e refazer a sua vida libertando-se do passado. É inegável que Bloom parte em busca de respostas, de pacificação do seu espírito pelos crimes cometidos (matou o pai que por sua vez havia morto a sua mulher Mary, amor da sua vida). Nessa viagem de introspecção, não vai, no entanto, directamente para a Índia mas decide passar a conhecer vários países e outras tantas cidades (Londres, Paris, Praga, Viena e Alemanha – curiosamente no caso da Alemanha não é referida qualquer cidade mas apenas o país) onde irá passar uma série de peripécias, boas e más, e travar contacto com outros personagens que serão relevantes para o desenrolar da acção narrativa.
• A sofrível experiência vivenciada por Bloom em Londres colide com a abertura e receptividade encontrada em Paris onde chegou dominado por uma pronunciada melancolia. É em Paris que encontra Jean M que o ajuda a preparar a sua viagem com destino à Índia.
• Bloom, a partir das suas dúvidas existenciais, convida e concorre decididamente para o exercício reflexivo sobre inúmeras questões imanentes ao mundo actual, sobre a condição humana e suas limitações, e fá-lo interpelando e procurando respostas. E é nesta justa medida que o autor cria um personagem central, pronunciadamente pejado de dúvidas, com uma enorme tendência para o tédio, pouco seguro no processo de demanda, fugitivo dos erros que cometeu, sem capacidade para descobrir de imediato solução para as questões que vivamente o preocupam e atormentam.
• Nessa viagem, torna-se evidente o confronto entre mundos e civilizações diferentes, mesmo no espaço europeu, assistindo-se à desmistificação de uma civilização considerada de sabedoria superior que também é constituída por homens e, por consequência, por seres com boas e más atitudes e práticas.
• Bloom surge como um homem que, para vingar a morte de Mary, sua mulher, assassinada pelo pai, acaba por matar este, motivos esses que o forçam, em larga escala, a fugir para a Índia como forma de se libertar desse pesadelo. O seu perfil é traçado ao longo da acção narrativa como um homem sem moral definida, que reage às forças físicas que o atormentam, impelem ou bloqueiam, que ironiza com a cultura clássica europeia, que troça do intelectualismo retórico de Paris, que é enganado e quase assassinado em Londres, que se desagrada com os palácios do iluminismo de Viena e que acaba por desvendar e concluir que a Índia não é propriamente o Oriente do Oriente.
• Bloom é um indivíduo astuto e talvez malicioso, errante, nómada que nunca perde mas também não ganha, que perde força num lado mas recupera-a noutro, sempre envolvido em malabarismos socias e encrencas, desejando uma coisa e obtendo outra, caminhando sem certezas nem remorsos, nem perdedor nem vencedor, movido por um horizonte mental relativamente curto, ajuizando não segundo um ideal ou interesse mas reagindo como um animal perante as forças físicas e a geometria do espaço, protótipo do homem ocidental que se procura superar na Índia buscando uma sabedoria intemporal e, sentindo-se desiludido e enganado, regressa a Paris celebrando a vida com um grupo de prostitutas (a “Ilha dos Amores”).
• Na viagem releva-se, do mesmo modo, uma exuberante reflexão sobre questões da arte poética num século versado em tecnologia, no individualismo e no aviltamento das relações humanas convertidas em meras transacções comerciais.
• Bloom é o personagem que empreende a longa odisseia interior do homem contemporâneo do Ocidente até ao Oriente transpondo, em suas deambulações intelectuais, fronteiras entre o desejável e a realidade. É um homem, em excitação e frenesim constante, que se desloca e utiliza sua energia tanto para a guerra como para o amor. A busca do Espírito que move esse personagem desassossegado e reflexivo a partir da Velha Europa até à Índia das águas sagradas é uma problemática da poética dos tempos hodiernos em que as palavras exigem apoios místicos, muito embora não descurando ou alheando-se da realidade circundante.
• O problema do mal funciona, por seu turno, como uma emanação dos pressentimentos de Bloom, configurações de uma realidade perversa sobre a qual o personagem medita enquanto viaja. Bloom vem, ele mesmo, de um passado violento e na sua viagem espera encontrar, além da sabedoria, esquecimento. E parece estar convicto de que entre a civilização e a barbárie a separação e a fronteira é mínima e que a maldade não se elimina ou enterra, apenas é suspensa ou interrompida.
• Bloom percorrendo este mundo polvilhado e decomposto pela mesquinhez humana e pela crueldade, buscando espaço para o optimismo, dispondo de uma coragem tanto capaz de matar como de salvar e construir, parece imbuído de determinação suficiente não apenas para esquecer o passado mas também para se libertar do atoleiro em que parece estar mergulhado para se transformar num autêntico ser humano e não numa máquina de incubar e fomentar ódio.
• Bloom procura um país sulcado pela poesia propriamente dita, em que o amor seja o sentimento primordial, em que a música venha dos números, em que a alegria não tenha preço no mercado das coisas consumíveis, em que a alegria que sustenta uma montanha se possa chamar Alma, e em que as mensagens dos sonhos, mais próximas da Verdade do que da Ciência, seja a crença no Espírito.
• A busca de sabedoria de um país sagrado traduz-se, pois, como uma força poética que possa ser realizável neste novo século em curso, que possa salvar da bestialidade o homem contemporâneo, elevá-lo a um estado e a uma vontade de edificação e de cultivo da virtude, não pela força mas através de uma clarividência súbita e um discurso mágico enquanto experiência que exceda os domínios do meramente literário.
• Sucede, no entanto, que do seu longo périplo o herói da epopeia regressa desiludido. A possibilidade de iluminação permanece em linguagem escrita, simbolizado na edição rara do livro Mahabarata que Bloom carrega na sua mala de viagem. Sendo assim, a derradeira estação desse itinerário da melancolia contemporânea não é sabedoria, nem música, mas unicamente o tédio. E nestas circunstâncias, dos males que Bloom pretendia superar ou sanar, nenhum deles foi banido e eliminado.
• A acção narrativa dá-nos conta da história de Bloom, um personagem com os problemas do século XXI, que, após uma série de acontecimentos trágicos que serão narrados no decorrer do enredo, decide partir de Portugal, mais precisamente de Lisboa, encetando uma viagem de autoconhecimento e, simultaneamente, uma tentativa de esquecer o seu passado.
• Bloom é um personagem completamente afastado, em termos de conteúdo, do mundo clássico em que se insere a obra Os Lusíadas. Narrando-se as aventuras deste personagem que parte de Lisboa em 2003, ele não é propriamente um herói da época clássica, mas sim um personagem de ficção moderna com as misérias do mundo hodierno e que utiliza a ironia como arma para melhor se defender do ambiente exterior envolvente. Bloom vive num outro mundo, não no mundo das grandes conquistas e das grandes aventuras. É, por outro lado, um personagem que age totalmente sozinho, é um individualista do século XXI, alguém que foge sozinho, que decide apenas pela sua cabeça e que regressa, na parte final, também sozinho.
• Nestas circunstâncias, Bloom, numa tentativa de encontrar a sabedoria e a espiritualidade, decide partir para a Índia, tida como terra mística, de grandes sábios e onde pensava ir adquirir conhecimento e refazer a sua vida libertando-se do passado. É inegável que Bloom parte em busca de respostas, de pacificação do seu espírito pelos crimes cometidos (matou o pai que por sua vez havia morto a sua mulher Mary, amor da sua vida). Nessa viagem de introspecção, não vai, no entanto, directamente para a Índia mas decide passar a conhecer vários países e outras tantas cidades (Londres, Paris, Praga, Viena e Alemanha – curiosamente no caso da Alemanha não é referida qualquer cidade mas apenas o país) onde irá passar uma série de peripécias, boas e más, e travar contacto com outros personagens que serão relevantes para o desenrolar da acção narrativa.
• A sofrível experiência vivenciada por Bloom em Londres colide com a abertura e receptividade encontrada em Paris onde chegou dominado por uma pronunciada melancolia. É em Paris que encontra Jean M que o ajuda a preparar a sua viagem com destino à Índia.
• Bloom, a partir das suas dúvidas existenciais, convida e concorre decididamente para o exercício reflexivo sobre inúmeras questões imanentes ao mundo actual, sobre a condição humana e suas limitações, e fá-lo interpelando e procurando respostas. E é nesta justa medida que o autor cria um personagem central, pronunciadamente pejado de dúvidas, com uma enorme tendência para o tédio, pouco seguro no processo de demanda, fugitivo dos erros que cometeu, sem capacidade para descobrir de imediato solução para as questões que vivamente o preocupam e atormentam.
• Nessa viagem, torna-se evidente o confronto entre mundos e civilizações diferentes, mesmo no espaço europeu, assistindo-se à desmistificação de uma civilização considerada de sabedoria superior que também é constituída por homens e, por consequência, por seres com boas e más atitudes e práticas.
• Bloom surge como um homem que, para vingar a morte de Mary, sua mulher, assassinada pelo pai, acaba por matar este, motivos esses que o forçam, em larga escala, a fugir para a Índia como forma de se libertar desse pesadelo. O seu perfil é traçado ao longo da acção narrativa como um homem sem moral definida, que reage às forças físicas que o atormentam, impelem ou bloqueiam, que ironiza com a cultura clássica europeia, que troça do intelectualismo retórico de Paris, que é enganado e quase assassinado em Londres, que se desagrada com os palácios do iluminismo de Viena e que acaba por desvendar e concluir que a Índia não é propriamente o Oriente do Oriente.
• Bloom é um indivíduo astuto e talvez malicioso, errante, nómada que nunca perde mas também não ganha, que perde força num lado mas recupera-a noutro, sempre envolvido em malabarismos socias e encrencas, desejando uma coisa e obtendo outra, caminhando sem certezas nem remorsos, nem perdedor nem vencedor, movido por um horizonte mental relativamente curto, ajuizando não segundo um ideal ou interesse mas reagindo como um animal perante as forças físicas e a geometria do espaço, protótipo do homem ocidental que se procura superar na Índia buscando uma sabedoria intemporal e, sentindo-se desiludido e enganado, regressa a Paris celebrando a vida com um grupo de prostitutas (a “Ilha dos Amores”).
• Na viagem releva-se, do mesmo modo, uma exuberante reflexão sobre questões da arte poética num século versado em tecnologia, no individualismo e no aviltamento das relações humanas convertidas em meras transacções comerciais.
• Bloom é o personagem que empreende a longa odisseia interior do homem contemporâneo do Ocidente até ao Oriente transpondo, em suas deambulações intelectuais, fronteiras entre o desejável e a realidade. É um homem, em excitação e frenesim constante, que se desloca e utiliza sua energia tanto para a guerra como para o amor. A busca do Espírito que move esse personagem desassossegado e reflexivo a partir da Velha Europa até à Índia das águas sagradas é uma problemática da poética dos tempos hodiernos em que as palavras exigem apoios místicos, muito embora não descurando ou alheando-se da realidade circundante.
• O problema do mal funciona, por seu turno, como uma emanação dos pressentimentos de Bloom, configurações de uma realidade perversa sobre a qual o personagem medita enquanto viaja. Bloom vem, ele mesmo, de um passado violento e na sua viagem espera encontrar, além da sabedoria, esquecimento. E parece estar convicto de que entre a civilização e a barbárie a separação e a fronteira é mínima e que a maldade não se elimina ou enterra, apenas é suspensa ou interrompida.
• Bloom percorrendo este mundo polvilhado e decomposto pela mesquinhez humana e pela crueldade, buscando espaço para o optimismo, dispondo de uma coragem tanto capaz de matar como de salvar e construir, parece imbuído de determinação suficiente não apenas para esquecer o passado mas também para se libertar do atoleiro em que parece estar mergulhado para se transformar num autêntico ser humano e não numa máquina de incubar e fomentar ódio.
• Bloom procura um país sulcado pela poesia propriamente dita, em que o amor seja o sentimento primordial, em que a música venha dos números, em que a alegria não tenha preço no mercado das coisas consumíveis, em que a alegria que sustenta uma montanha se possa chamar Alma, e em que as mensagens dos sonhos, mais próximas da Verdade do que da Ciência, seja a crença no Espírito.
• A busca de sabedoria de um país sagrado traduz-se, pois, como uma força poética que possa ser realizável neste novo século em curso, que possa salvar da bestialidade o homem contemporâneo, elevá-lo a um estado e a uma vontade de edificação e de cultivo da virtude, não pela força mas através de uma clarividência súbita e um discurso mágico enquanto experiência que exceda os domínios do meramente literário.
• Sucede, no entanto, que do seu longo périplo o herói da epopeia regressa desiludido. A possibilidade de iluminação permanece em linguagem escrita, simbolizado na edição rara do livro Mahabarata que Bloom carrega na sua mala de viagem. Sendo assim, a derradeira estação desse itinerário da melancolia contemporânea não é sabedoria, nem música, mas unicamente o tédio. E nestas circunstâncias, dos males que Bloom pretendia superar ou sanar, nenhum deles foi banido e eliminado.
Personagens principais
• Ao longo do enredo Bloom assume-se como o personagem central da acção narrativa, como já foi referido anteriormente. Todavia é possível identificar mais alguns personagens no seu trajecto até à Índia. Em primeira mão é justo mencionar Mary, a mulher que Bloom amou e que acabaria por ser assassinada pelo pai deste. Em Londres, conheceu Thom C que, por sua vez, levou Bloom a um apartamento nos subúrbios onde tomou contacto com Maria E. Tratar-se-ia de falsos amigos que fugiram juntamente com mais quatro homens que estavam alojados num apartamento ao lado do de Maria E quando se aperceberam de que Bloom se encontrava a falar com um polícia. Em Paris, teve a oportunidade de estabelecer amizade com Jean M de quem Bloom recebera ajuda na preparação da sua viagem em direcção à Índia. Do mesmo modo, Jean M recebeu-o de braços abertos após o seu regresso do Oriente. Na Índia foi ao encontro de Anish, amigo de Jean M que o recomendou. Anish conduziu Bloom até ao sábio e mestre indiano Shankra que através de dois amigos seus furtou dois livros (de Séneca e Sófocles) a Bloom. Este havia de os recuperar bem como furtar, por seu turno, um outro livro a Shankra com o título de Mahabarata.
• Ao longo do enredo Bloom assume-se como o personagem central da acção narrativa, como já foi referido anteriormente. Todavia é possível identificar mais alguns personagens no seu trajecto até à Índia. Em primeira mão é justo mencionar Mary, a mulher que Bloom amou e que acabaria por ser assassinada pelo pai deste. Em Londres, conheceu Thom C que, por sua vez, levou Bloom a um apartamento nos subúrbios onde tomou contacto com Maria E. Tratar-se-ia de falsos amigos que fugiram juntamente com mais quatro homens que estavam alojados num apartamento ao lado do de Maria E quando se aperceberam de que Bloom se encontrava a falar com um polícia. Em Paris, teve a oportunidade de estabelecer amizade com Jean M de quem Bloom recebera ajuda na preparação da sua viagem em direcção à Índia. Do mesmo modo, Jean M recebeu-o de braços abertos após o seu regresso do Oriente. Na Índia foi ao encontro de Anish, amigo de Jean M que o recomendou. Anish conduziu Bloom até ao sábio e mestre indiano Shankra que através de dois amigos seus furtou dois livros (de Séneca e Sófocles) a Bloom. Este havia de os recuperar bem como furtar, por seu turno, um outro livro a Shankra com o título de Mahabarata.
04/01/2015
Luís Silva
Luís Silva