02/06/2014

8.185.(2junho2014.7.17') Giuseppe Garibaldi...Itália...Fascismo Italiano

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FASCISMO ITALIANO

28 de Outubro de 1922: Marcha sobre Roma

Ação decisiva que levou os fascistas ao poder em Itália. No início da década de 20, surgiu no panorama político italiano uma nova organização partidária, o Partido Fascista Italiano, dirigido por um antigo socialista, Benito Mussolini, que irá dominar os destinos políticos do país durante as duas décadas subsequentes, através da instauração de uma ditadura. Fazendo uso de uma propaganda política eficaz, demagógica e aparatosa, o futuro ditador vai conseguir impor-se entre a população italiana, desencantada com a grave situação socioeconómica do pós-guerra.A sua "grande cruzada" é contra aquilo que chama o "terror bolchevique", embora nos vibrantes apelos que dirige às massas se refira a uma luta geral contra os extremismos, incluindo a burguesia entre os inimigos a derrubar.
Em 25 de outubro de 1922, o Congresso do Partido Fascista, reunido em Nápoles, terminava bruscamente com as ameaças de Mussolini aos poderes instituídos, acusando-os de incapacidade na resolução do estado de anarquia reinante. Era o culminar de um processo de cerca de dois anos e de uma "pequena guerra". Apoiado nas suas milícias, Mussolini movia-se contra os seus adversários, recorria ao assalto às sedes dos partidos de esquerda, às dos sindicatos, à intimidação, à violência e ao assassinato.
Benito Mussolini desejava fazer algo em grande e achava que o momento certo para essa ação cautelosamente encenada chegara no dia 28 de outubro. Neste momento duas colunas de "camisas negras", o braço militarizado do Partido, com cerca de 50 mil homens, respondem ao apelo do líder e dirigem-se para Roma; à sua frente estava Benito Mussolini.
O Governo proclama o estado de sítio; contudo, o rei recusa apoiar estas medidas de exceção e, perante a passividade do Parlamento (um dos maiores alvos do líder fascista), convida Mussolini a formar governo. Como que por encanto, a ordem já estava restabelecida quando, em 30 de outubro, Mussolini aceita o régio convite e toma posse como chefe do gabinete italiano. No dia seguinte, o exército fascista, à boa maneira do Império Romano, desfilou triunfalmente sobre as ruas da capital. Mussolini passou a intitular-se o "Duce", o chefe. O tempo da ditadura chegava.

Marcha sobre Roma. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
Notícias Magazine
Wikipedia (imagens)

File:Marcia su Roma.jpg
A marcha em direcção a Roma
 Benito Mussolini e quatro dos seus generais na Marcha sobre Roma
 Marcha sobre Roma

Filme de 1962, realizado por Dino Risi com Vittorio Gassman, Ugo Tognazzi e Roger Hanin. A história da implantação do fascismo em Itália, desde as origens do movimento no ano 1919, até à Marcha Sobre Roma, em Outubro de 1922.Os acontecimentos que levaram Mussolini ao poder mostrados pelos olhos dos dois deserdados da vida, Domenico Rocchetti e Umbert Gavazza e, assim, com eles , entende-se a ilusão da esperança que o novo regime trazia aos italianos. Um recurso para a compreensão do triunfo do movimento fascista em  Itália.
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/28-de-outubro-de-1922-marcha-sobre-roma.html?fbclid=IwAR1uJnes4AslC8PADk3_kuhlgfXC5HYAnEe7DQJ3GnbBarv8lhbQzGUgyyU
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23dez2016
MANUEL LOFF



Renzi, o "sucateiro"

Do homem considerado em 2014 pela revista norte-americana Foreign Policy como um dos 100 mais influentes “pensadores globais”, o mais profundo que se lhe conhece são citações de Baden-Powell e exemplos do seu passado de escuteiro com que preenche os seus discursos.(...) Cada época, já sabemos, tem os seus moinhos de vento: não nos admiremos que, de tão pouco lucidamente definidos os perigos com que nos deparamos, eles acabem mesmo por se concretizar...Renzi gostava de se intitular "sucateiro" da "casta política" italiana, mas para muitos nunca passou de um espertalhão que, no campo do chamado centro-esquerda italiano, soube reproduzir e atualizar o modelo Berlusconi de intervenção política: o culto da “liderança” que queria mandar para a “sucata” (a expressão é de Renzi) a velha tradição dos ex-comunistas e dos católicos (mais ou menos) progressistas que se fundiram no Partido Democrático (PD); a encenação do “carisma” feito da mesma arrogância e da mesma ousadia manipulatória de que se acusa os populistas; a retórica do reformador que, à moda de Sócrates, se diz atacado por todos os “privilegiados” mesmo que eles não sejam mais do que trabalhadores da escola e da saúde públicas ou assalariados com contratos efetivos.

Do homem considerado em 2014 pela revista norte-americana Foreign Policy como um dos 100 mais influentes “pensadores globais”, o mais profundo que se lhe conhece são citações de Baden-Powell e exemplos do seu passado de escuteiro com que preenche os seus discursos. Quem o acha(va) o reformador que salvaria a Itália do populismo da extrema-direita racista e do Movimento 5 Estrelas deveria ter prestado atenção às intervenções de Renzi, em que, mestre da telepolítica como Silvio Berlusconi, se comportava como um comediante de start-up.

Lembram-se do slogan de Trump “Make America Great Again”? O mantra de Renzi era o de “a Itália que volta a ser a Itália”, “a Itália locomotiva da Europa” - tudo coisas cheias de significado...
O homem que quis impor uma reforma constitucional em nome da “estabilidade política” chegou a primeiro-ministro depois de conspirar dentro do seu partido, primeiro contra o líder que o tinha derrotado nas eleições primárias do PD para ser candidato às legislativas de 2013, e que Renzi conseguiu impedir de formar governo; depois contra Enrico Letta, obrigando-o a ceder-lhe o lugar ao fim de dez meses de governo sem passar por novas eleições.
Entre as suas reformas “radicais” (aqui o adjetivo já é elogiado por quem detesta a esquerda “radical”...) está o simbólico Jobs Act, reforma laboral aprovada depois de meses de contestação social e da maior manifestação sindical em décadas (1,5 milhões de pessoas em Roma em outubro de 2014, seguida de greve geral a 12 de dezembro), convocada pelos mesmos sindicatos moderados com cujo apoio o PD sempre contara.






Renzi, como Valls em França, conseguiu fazer o que nem Berlusconi (ou Sarkozy) conseguira: eliminar a interdição do despedimento sem justa causa!
Com a pobreza a crescer, uma dívida pública superior à portuguesa, as típicas aventuras de salvação de bancos (incluindo um de cuja falência fora responsável, entre outros, o pai da sua ministra favorita, Maria Elena Boschi) e um desemprego que se manteve inalterado acima dos 12%, Renzi tirou da cartola a proposta de uma reforma constitucional cuja discussão ocupou a Itália durante os últimos dois anos. Armado em De Gaulle, garantiu que se demitiria se fosse derrotado. E foi: ao contrário do “Brexit”, contra ele votaram 81% dos jovens, enquanto 51% dos maiores de 55 anos votaram Sim (Corriere della Sera, 6.12.2016); a favor (como a favor do “Brexit”), os bairros mais ricos de Milão e Roma, enquanto as regiões mais pobres do país votaram maciçamente contra.
Se é com gente assim que se julga travar o avanço da extrema-direita, estamos falados!
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8dez2016
José Goulão escreve após referendo
GOLPE DE ESTADO EM LUME BRANDO
Enquanto se ouvem lamentos, uivos e ranger de dentes por causa do papel da extrema-direita na derrota do referendo de Renzi em Itália é oportuno lembrar que a eliminação da esquerda consequente, nomeadamente através da invenção do Partido Democrático, e o liberalismo caótico e austeritário da União Europeia escancararam as portas para a plena afirmação do neofascismo italiano nas suas vertentes diversas, incluindo a berlusconiana.
Texto na íntegra aqui:
 http://www.abrilabril.pt/golpe-de-estado-em-lume-brando
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04 de Agosto de 1849: Morre Anita Garibaldi, heroína de dois mundos

Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, também conhecida como Anita Garibaldi, foi  esposa do herói italiano Giuseppe Garibaldi. Nasceu no município de Laguna, em Santa Catarina. Os seus pais eram descendentes de imigrantes dos Açores. Depois de falecer o pai, casou-se, aos 15 anos, por insistência da mãe, com Manuel Duarte Aguiar. Esse casamento sem filhos foi um fracasso e durou pouco tempo.

Em 1837, durante a Guerra dos Farrapos, Giuseppe Garibaldi, a serviço da República Rio-Grandense, tomou a cidade portuária de Laguna, transformando-a na primeira capital da República Juliana. Ali, conheceu Anita - e desde então permaneceram juntos. Entusiasmada com os ideais democráticos e liberais de Garibaldi, ela aprende a lutar com espadas e usar armas de fogo, convertendo-se na guerreira que o acompanharia em todos os combates. 
Durante a batalha de Curitibanos, o casal separa-se, inadvertidamente, e Anita é capturada pelo exército imperial. Presa, os oficiais informam-na que Garibaldi morreu. Anita, que estava grávida, pede então que a deixem procurar o corpo de seu companheiro entre os mortos. Sem encontrá-lo, e suspeitando que estivesse vivo, ela aproveita-se de um descuido dos soldados, salta sobre um cavalo e foge dos seus perseguidores. Poucos quilómetros depois, depara-se com o rio Canoas e, sem hesitar, lança-se nas águas. A perseguição cessa, pois os soldados acreditaram que ela estivesse morta. Mas Anita passa para a outra margem e reencontra os rebeldes e, na cidade de Vacaria, une-se novamente a Garibaldi. Poucos meses depois nasceria o primeiro filho dos quatro que tiveram. 

Anita e Garibaldi casaram-se em 26 de Março de 1842. Em 1847, Garibaldi enviou Anita a Itália, como sua embaixadora, a fim de preparar o terreno para o retorno aquele país acompanhado por um exército de mil homens. Garibaldi pretendia desembarcar em Itália para lutar na primeira guerra da independência italiana, contra a Áustria. Depois da chegada de Garibaldi, seguem para Roma, onde se proclama a República Romana. A cidade, contudo, é atacada por tropas franco-austríacas, e Anita, grávida do quinto filho, luta ao lado de Garibaldi na batalha de Gianicolo. Obrigados a bater em retirada, o casal foge acompanhado de um exército de quase quatro mil soldados. São perseguidos, contudo, por forças francesas, napolitanas e espanholas. Durante a fuga, quando chegam a San Marino, que também  se havia  libertado dos austríacos, Garibaldi e Anita não aceitam o salvo-conduto oferecido pelo embaixador norte-americano e decidem prosseguir na fuga. Anita, entretanto, contrai febre tifoide e não resiste. Falece perto de Ravenna, a 4 de Agosto de 1849.
wikipedia (Imagens)
Ficheiro:Anita Garibaldi - 1839.jpg
Retrato de Anita Garibaldi - Gaetano Gallino
Ficheiro:Giuseppe e Anita Garibaldi trovano rifugio a San Marino.JPG
Garibaldi e Anita buscam refúgio em San Marino

Ficheiro:Garbaldieanita.jpg
Garibaldi e Anita, ferida, fogem de San Marino, 1849 (quadro de anónimo, século XIX)

File:GaribaldiFam1878.jpg
A Família Garibaldi em 1878
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/08/04-de-agosto-de-1849-morre-anita.html?spref=fb&fbclid=IwAR29TsCQ8g1g2rK-aljMa_LGOHOt-cLJOd1Pzk0qiU6Ja7M7qULChq6lkJw
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2junho1882
morreu Giuseppe Garibaldi
e nasceu a 4julho1807


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02 de Junho de 1882: Morre Giuseppe Garibaldi “o Herói de dois Mundos”

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/02-de-junho-de-1882-morre-giuseppe.html?spref=fb&fbclid=IwAR0EhgHBJorCk1mWW-32GT5puDo5stKDHHHKAL8cdCFvnab2keNkMOGJyjI
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http://estoriasdahistoria12.blogspot.pt/2016/06/02-de-junho-de-1882-morre-giuseppe.html





 “o Herói de dois Mundos”
Nacionalista revolucionário italiano nascido a 4 de julho de 1807, em Nice, a sul de França.
Passou a sua juventude como marinheiro nos navios mercantes do Mediterrâneo. Em 1833, integrou a Jovem Itália, movimento revolucionário italiano  
comandado por Guiseppe Mazzini e que tinha como finalidade a unificação do país que se encontrava sob domínio estrangeiro. Na época,  
esse movimento político e ideológico,que exaltava à unificação de Itália, ficou conhecido por Risorgimento (Renascimento).
Em 1834, o jovem foi condenado à morte por participar num motim, mas conseguiu fugir, exilando-se na Américado Sul onde 
 permaneceu durante 12 anos. Durante esse período, revelou grandes qualidades como chefe militar ao participar em diversas  
campanhas no Brasil (1836) e no Uruguai (1841). Aqui lutou contra o ditador argentino Rosas. Ainda nesse período, conheceu a 
 heroína brasileira Ana Maria de Jesus Ribeiro com quem veio a casar e que ficou conhecida pelo nome de Anita Garibaldi.
Em 1848, regressou a Itália e juntou-se às tropas voluntárias que estavam ao serviço de Carlos Alberto, rei da Sardenha,  
que lutaram, sem sucesso, contra o exército austríaco na Lombardia. Um ano depois, liderou as tropas voluntárias até Roma,  
onde a República tinha sido declarada por Mazzini e outros nacionalistas. Garibaldi defendeu a cidade dos ataques franceses
  durante um mês, no entanto, viu-se obrigado a fazer um acordo com os Franceses. As tropas da retirada arriscaram passar 
 pelo território controlado pelos Austríacos, o que provocou a morte, a captura e a dispersão de uma grande parte dos italianos.  
Anita Garibaldi, que tentava juntar-se ao marido,encontrou-se no meio deste confronto, vindo a falecer em agosto de 1849.
Guiseppe Garibaldi viu-se obrigado a novamente exilar-se, tendo partido para os Estados Unidos da América, para Staten Island (Nova Iorque), e onde adquiriu a cidadania norte-americana. Cinco anos depois, em 1854, regressou a Itália, estabelecendo-se na ilha de Caprera, a noroeste da Sardenha.  
Nessa altura, Garibaldi acreditava que a liberdade  poderia ser alcançada numa aliança com o rei da Sardenha,  
Víctor Emanuel, e com o conde de Cavour, Camilo Benso, no entanto, estes opunham-se ao seu republicanismo. Garibaldi  
foi ganhando vários adeptos, o que o envolveu politica e militarmente nos anos subsequentes.
Em 1859, liderou com sucesso uma expedição contra os Austríacos, nos Alpes, e liderou, em 1860, a expedição dos  
Camisas Vermelhas ou dos Mil (expedição conhecida por ambos os nomes), uma força de mil homens com a qual conquistou a Sicília e Nápoles contribuindo assim para a unificação italiana sob a denominação da Casa de Saboia.
Em 1862, o rei Víctor Emanuel declarou estabelecido o reino de Itália, apesar de não estar nele incluída a cidaded e Roma,  
nem algumas regiões do norte de Itália. Entre 1862 e 1866, Garibaldi lutou, sem êxito, com o propósito de conquistar Roma. 
 Em 1866, liderando um grupo de voluntários, participou, com o apoio de Napoleão III, numa segunda tentativa de unificação 
 do reino, lutando não  contra os franceses, como também contra o estado pontificado, tentativa que se revelou fracassada. 
 Em 1870, ofereceu os seus préstimos à França na luta contra a Áustria. 
Depois de ter sido deputado no Parlamento italiano (1875), retirou-se definitivamente da vida política e militar,recolhendo-se 
 na sua ilha de Caprera.
Guiseppe Garibaldi faleceu a 2 de junho de 1882, em Caprera, em consequência de uma bronquite. Tornou-se uma figura heroica imortalizada em várias obras literárias das quais se destaca Memórias de Garibaldi, biografia escrita
 por Alexandre Dumas. Em 2003, a Rede Globo realizou uma mini-série televisiva, A Casa das Sete Mulheres (baseada no romance homónimo de Leticia Wierzchowski), na qual Guiseppe Garibaldi e a sua esposa Anita  
foram representados pelos atores Thiago Lacerda e Giovana Antonelli, respetivamente.
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Eleições europeias de 2014
O Partido Democrata do 1º ministro Matteo Renzi (ex-comunista) vence com 40%...
O movimento 5 estrelas de Beppe Grillo
Partido de Berlusconi "Forza Italia desaparece com 16%...
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21 de Abril de 753 a. C. - Fundação de Roma

A cidade de Roma, que significa força, em grego, terá sido fundada, provavelmente, em 753 a.C, segundo os estudos de Varrão (116-27 a. C.), um polígrafo contemporâneo de Júlio César.
De acordo com a lenda, a seguir à queda de Troia (século XII a. C.), o troiano Eneias ter-se-ia fixado junto ao rio Tibre, onde se casou com uma filha do rei Latino (dando-se o nome de Latinos ao seu povo). Da sua descendência, surgiram, três séculos mais tarde, os irmãos Amúlio e Numitor. Este foi afastado do trono pelo seu irmão mais novo. E para que não houvesse descendência, Amúlio fez com que filha do seu irmão Numitor, Reia Sílvia, se tornasse Vestal (sacerdotisa virgem, consagrada à deusa Vesta).
Um dia, segundo a versão mais corrente da lenda, a jovem vestal terá ido buscar água para um sacrifício a um bosque sagrado, junto ao rio Tibre, quando foi seduzida (para outros, apenas assediada) por Marte, deus romano da guerra, que a engravidou, tendo nascido desta união proibida dois gémeos, Rómulo e Remo. Amúlio, temeroso que estas crianças viessem futuramente a destroná-lo, ordenou que as pusessem, fora dos seus domínios, num cesto (ou expostas, noutra versão) junto ao Tibre. Assim, as crianças foram abandonadas junto à colina do Palatino, onde depois nasceria Roma. O rio, em vez de as levar para o mar, milagrosamente, depositou-as em lugar seco, onde seriam descobertas por uma loba, que as criou, juntamente com as suas crias, na sua gruta, no Lupercal. Mais tarde, foram recolhidas por um pastor chamado Fáustulo, que os criou.
Rómulo e Remo, quando jovens, voltaram-se contra Amúlio, destronaram-no e mataram-no, colocando, em seu lugar, Numitor, seu avô, novo rei de Alba (a sede deste reino era no monte Aventino). Depois, decidiram fundar uma cidade no Palatino, o local onde tinham sido salvos pela loba. Mas porque não conheciam o local exato, propuseram-se interrogar os presságios. Remo instalou-se no monte Aventino, e Rómulo no Palatino, onde cada um dos gémeos consultou os deuses para saber onde se fundaria a nova cidade. A Remo foi-lhe enviado como presságio seis abutres a voarem sobre o Aventino, enquanto a Rómulo, favorecido pela Fortuna, lhe surgiram doze abutres. Este logo traçou, em torno de Palatino, um sulco com uma charrua guiada por bois; a terra remexida simbolizava uma muralha e o sulco simbolizava o fosso cujas passagens serviam de portas. Mas Remo, zombando da muralha, transpô-la de um salto, ridicularizando a obra do irmão. Este, furioso, matou-o a golpes de espada, o sacrifício sangrento necessário para fundação de Roma. Rómulo arrependeu-se, posteriormente, chorando a morte do irmão, mas o destino estava traçado. A rivalidade que sempre existiu entre os bairros da Roma antiga, Aventino e Palatino, é explicada pela divergência havida entre os dois irmãos, Rómulo e Remo.
Rómulo, para povoar a cidade e dado que os recursos locais eram insuficientes, permitiu que se alojassem, nos arredores de Roma, exilados, devedores insolentes, homicidas e escravos fugidos. Para além disso, para assegurar a continuidade da população da cidade, foi preciso arranjar mulheres. Deu-se então o rapto das Sabinas, causando uma guerra contra os sabinos, que acabou, no entanto, com um tratado de união entre os dois povos. A segunda geração romana era, deste modo, uma mistura entre habitantes das colinas romanas, latinos e sabinos, fusão que estará na origem da formação étnica do povo de Roma (os Quirites). Diz a lenda que, quando morreu, Rómulo foi levado para os céus por seu pai, o deus Marte, tendo sido, mais tarde, adorado sob a forma do deus Quirino.
Segundo Varrão (753 e 715 a. C.), Rómulo, ainda como primeiro rei de Roma, criou um senado de cem patres (Patrícios), dividindo também a população em trinta cúrias e três tribos: os Ramnenses, os Ticienses e os Lúceres. Depois da morte de Rómulo, Roma foi governada por três reis sabinos, sucessivamente, Numa Pompílio (ou Panfílio, 715-672 a. C.), Túlio Hostílio (672-640 a. C.) e Anco Márcio (640-616 a. C.), que fundou o porto romano de Óstia, alargando os limites de Roma.
Entre 615 e 578 a. C., a cidade foi governada por Tarquínio, o Antigo, que fez uma série de grandes obras públicas e reformou as instituições, a administração pública, bem como o exército. Prosseguiu a sua obra Sérvio Túlio (578-534 a. C.), que dividiu o povo em cinco classes com base na riqueza e melhorou as defesas da cidade. Depois, surge Tarquínio Soberbo (534-509 a. C.), que, para muitos historiadores, se confunde com o primeiro Tarquínio e com Sérvio Túlio. Este ficou para a História como um tirano à boa maneira grega, ainda que tenha dotado Roma de grandes obras infraestruturais, de acordo com a arqueologia. Expulso devido à sua tirania, iniciou-se a República e encerrou-se o ciclo da Monarquia, envolto em lendas e figuras nebulosas, com imprecisões cronológicas e biográficas. Para além desta base lendária e mitológica da fundação de Roma, que conhece também várias versões e hipóteses, não deixa de haver um conjunto de dados hipotéticos, acerca das verdadeiras origens de Roma, quase sempre com base na arqueologia, na linguística e na religião.
A existência de populações na zona de Roma era já antiga, anterior ao I milénio a. C.. Por altura do século VIII a. C., prefigurava-se comprovadamente a existência de uma aldeia, Gérmalo, que se situava na encosta ocidental do Palatino, o que reforça a lenda da aldeia de Rómulo, onde sempre se manteve uma choupana, no lugar em que se acreditava ter estado a sua cabana. Os latinos estabeleceram-se nas colinas romanas do Palatino, do Esquilino e do Célio, no século VII a. C., assim como os sabinos se instalaram no Viminal e no Quirinal. As aldeias latinas (sete) formaram uma federação, o Septimôncio, de base agrícola, vulnerável aos sabinos. No entanto, segundo os historiadores, mais do que os latinos ou sabinos ou os povos das aldeias primitivas das colinas, foram os Etruscos os verdadeiros fundadores de Roma, no século VII a. C., quando invadiram o Lácio. Reuniram então todas as aldeias latinas numa só cidade. De facto, os três soberanos "etruscos" da cidade, os Tarquínios e Sérvio Túlio, apesar de muitas incertezas e pormenores lendários, tiveram uma existência comprovável pela História e pela arqueologia, ao contrário de Rómulo e dos seus três sucessores, figuras quase mitológicas. Com estes três reis da fase final da Monarquia, a fundação de Roma torna-se numa imagem histórica concreta, com muitas lacunas interpretativas e com lendas a emergirem sempre da história. Roma todavia era já uma realidade, em 509 a.C., altura em que se implantou a República, que mais não foram do que revoltas latinas: uma, contra os reis estrangeiros - leia-se etruscos; outra, a do patriciado antigo contra a ascensão política da plebe, favorecida pelos tiranos da Etrúria do século VI a.C.

Fundação de Roma. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Ficheiro:Řím, kapitolská vlčice.jpg
A Loba Capitolina com Rómulo e Remo
File:Romolo e remo.jpg

Arquivo: Bol-aeneas.jpg
Eneias no tribunal do rei Latino - Ferdinand Bol

 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/04/21-de-abril-de-753-c-fundacao-de-roma.html?spref=fb&fbclid=IwAR2a5N8FKQ5ZbuBT35o4yGRaGh7Iv15Ex-Z6xc92_W0f4xUkn98wciApPds
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