02/06/2014

8.186.(2junho2014.7.57') Eugénio Rosa - estudos recentes

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Via facebook
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1junho2014
http://nblo.gs/Xmvn9
A FRAGILIZAÇÃO CRESCENTE DA ECONOMIA PORTUGUESA, A PERDA DE
COMPETITIVIDADE, O AUMENTO DA DIVIDA E A INUTILIDADE DOS SACRIFÍCIOS
"Um dos argumentos mais utilizados pela propaganda governamental e pelos
comentadores habituais nos media é que o aumento das exportações, cujo ritmo está a
diminuir de uma forma acentuada (recorde-se que, segundo o INE, no 1º Trim.2014,
relativamente ao trimestre homólogo de 2013, as exportações aumentaram apenas 1,7%
enquanto as importações cresceram 6%); repetindo, é que o aumento das exportações
deve-se ao aumento da competitividade das empresas portugueses e à alteração do
perfil dos produtos exportados. Confrontemos estas afirmações com a realidade revelada
pelas próprias estatísticas oficiais...
(...)
...Os dados do Banco de Portugal do quadro 1 mostram que a divida tanto pública como
do país ao exterior tem aumentado de uma forma continua mesmo em 2014. Entre
Dez.2010 e Mar.2014, a divida das Administrações Públicas aumentou de 185.844
milhões € para 258.486 milhões € (em % do PIB, subiu de 107,5% para 155%); a divida
pública, na ótica de Maastritch (que não inclui a totalidade da divida pública, mas é a
considerada pela União Europeia) cresceu de 162.473 milhões € para 220.684 milhões €
(em % do PIB passou de 94% para 132,4%); e a divida do Portugal ao estrangeiro
(Ativo-Passivo) aumentou de 185.221 milhões € para 205.158 milhões € (em % do PIB,
subiu de 107,2% para 121,4%). Estes dados do Banco de Portugal confirmam o total
fracasso da política de austeridade, já que o principal objetivo desta politica – conter a
subida da dúvida – fracassou estrondosamente. Eis a herança da ”troika” e do PSD/CDS

Numa altura em que debate sobre “manter-se no euro ou sair do euro” está a aumentar
no espaço público, tanto em Portugal como em outros países, interessa referir uma
situação grave que estes números encerram, mas que tem sido ignorada ou escondida.
Segundo o Boletim Estatístico de Maio de 2014 do Banco de Portugal, a divida total das
Administrações Públicas, das empresas públicas e das empresas privadas, e dos
particulares, financiada pelo exterior atingia já 229.225 milhões € (135,7% do PIB), não
incluindo as das instituições financeiras cuja divida ao exterior atingia, em março de
2014, 90.242,7 milhões € (53,4% do PIB). Daquele total (229.225 milhões €), 150.000
milhões € (88,8% do PIB) era divida pública; 15.737 milhões € (9,3% do PIB%) era de
empresas públicas; e 62.932 milhões € (37,2% do PIB) era dívida ao exterior de
empresas privadas. É previsível que a quase totalidade desta divida, no caso de Portugal
sair euro, não possa ser redenominada em escudos porque está sobre alçada de
tribunais estrangeiros. Portanto, se não se obtiver o acordo dos credores para a reduzir
qualquer desvalorização determina um aumento, em escudos, de igual proporção desta
divida. A alternativa seria o corte unilateral da divida, mas isso determinaria represálias
que não podem ser ignoradas. A armadilha da divida externa é um garrote que o país
teria de enfrentar, e que não tem fácil solução."