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" No Outono já sei o que quero fazer.
Plantar.
Romãzeiras perto de casa.
E um corredor de amendoeiras mais ao longe.
Tavira no coração do Alentejo.
*
SENTIMENTO, LIBERDADE E MEMÓRIA
(…)
“Agora, no século XXI, a poesia tornou-se tão global quanto a comunicação, e há que fazer um novo uso desta globalidade.
A poesia é sentimento e expressão: é o impulso de uma voz interior que não se cala.
O poeta sabe que morre, se não falar, se não disser o seu dizer !
(…)
Nas ruas de Lisboa
Veio avisar
Veio com rosto
de sombra:
morrerá um poeta
nas ruas de Lisboa.
Chove muito,
a chuva lavará
o seu cadáver.
Alguém dirá
o seu nome
alguém lhe fechará
os olhos
que ele desejava
abertos
sobre o mar
Canções do Rio Profundo
Porto, Edições ASA, 2002
*
"Meninas //(a Paula Rego)
Saem da treva
as amas
sentam-se em bancos
pequenos
bem juntinhos
à lareira
abrem os cestos
de fruta
que são caixas
de costura
linhas de côr
e agulhas
vão bordar um pano
branco
saltam faúlhas
vermelhas
ouve-se o grito
rasgado
foge o gato
da tesoura
lá no fundo
uma menina
com o seu avental
de pranto
II
Sonhos confusos
engolidos
pela onda mais negra
água
do rio que passa
à beira-rio
a Sombra-mãe aguarda
esconde os sonhos
na caixa"
***
http://www.wook.pt/authors/detail/id/20210
nasceu em Lisboa, em 1940, numa família de origem germano-polaca. É casada, tem quatro filhos, e em sua casa a música e a literatura estiveram sempre presentes. Licenciou-se em Filologia Germânica com uma dissertação sobre O homem sem qualidades, de Musil, e doutorou-se com uma tese sobre A alquimia no Fausto de Goethe. É desde 1983 Professora Catedrática da Universidade Nova de Lisboa, onde fundou o Gabinete de Estudos de Simbologia, actualmente integrado no Centro de Estudos do Imaginário Literário. Ainda em estudante interessou-se por teatro, escreveu peças e rábulas, fundou o CITAC em Coimbra. Tem publicado literatura infantil, ensaio de investigação, poesia, teatro e ficção, com romances como Três histórias de amor (1994), Os jardins de Eva (1998) e Amores secretos (2006), tendo parte da sua obra traduzida em França, Espanha e Alemanha. Entre os autores que traduziu contam-se Shakespeare, Goethe, Stendhal, Brecht, Celan e Fassbinder.
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A Árvore
Chegaste
com a tua tesoura de jardineiro
e começaste a cortar:
umas folhas aqui e ali
uns ramos
que não doeram…
Eu estava desprevenida
quando arrancaste a raiz.
*
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