26/11/2014

9.119.(26nov2014.7.7') Neste dia...27novembro...vou rELEVAR: 256.avÔ, Cante Alentejano, Lopes Graça, Alexandre Dumas (filho), Soares de Passos, Celsius e a poesia de Joaquim Pessoa para começar bem o dia:

***
2019
III-CCLVI-AVÔ
faz mesmo bem a meditação e o silêncio retemperador
dá energia para a lufa-a-lufa das horas
arruma o que está febril e anárquico
da nuvem sobressai o azul bonitão
o verde fica mais esperançoso
há, depois, mais cliques para novas ideias/projectos
***
2018
2/256aVÔ
Planear o meu envelheCER com a vizinhança. Preparar os acessos ao 1.º andar.
*
A Irina conseguiu que do jardim de infância, até casa, o Sebastião seja conhecido em cada loja, no engraxador, no vendedor das frutas...Foi um dos grandes registos destes dias que estive a apoiá-la e que bati o recorde de tempo com o meu neto.
***
2017
UM+256avÔ
a força dos sonhos
+1x:
sonhei com uma amiga
que é gordinha
e que, no sonho,
aparecia nua
com um corpo perfeito
***
2016
256.avÔ
estou cada x + gandista:
Tds nós
 armados da atitude da não-violência
conseguiremos terminar com a violência
neste mundo de horrores
*
 a paz no mundo
           começa no nosso ÂMAgo
                 e com os que estão + próximos
*
manter a cALMA
           é a melhor atitude
perante as cenas
                   estúpidas
                        d' insultos
                                de críticas injustas
                                       de mentiras
***
2017
 8h44’.22”...Casa mestre João Santos - Oficina d’ ARTES merece a atenção dos turistas e d’ alcobacenses...
by mim
 A imagem pode conter: ar livre
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213311165805099&set=pcb.10213311166485116&type=3&theater
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 PCP está no melhor que se conseguiu no OE2018...
 http://www.pcp.pt/tudo-que-de-positivo-trabalhadores-povo-alcancam-com-este-oe-tem-marca-ou-apoio-do-pcp?fbclid=IwAR2L7zxJQUrac7sytMYzPW6jFkGjuWjCqjN4bo7WnDf-r0UpdPNubX4pDhQ
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 ENTÃO a intervenção da NATO/FRANÇA/EUA não era para qualificar a Líbia, que tinha 1 terrível ditador??...ai estes "democratas ocidentais" que estão a fazer o mundo ir para a escravatura e outras maleitas!!!
 https://sicnoticias.sapo.pt/pequenas-grandes-historias/2017-11-27-CNN-denuncia-venda-de-escravos-na-Libia
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 3 e 4DEZembro há cinema português, recente, em Alcobaça que vos abRRaça...2 alcobacenses entram no filme...Daniel Bernardes está na banda sonora...e David Granada é 1 dos actores do elenco...https://www.facebook.com/…/gm.1278688378…/1571463242917451/…
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 8h33’8”...ACSIA deseja FF’s Festas Felizes, onde já foi anunciado ser o posto de turismo e museu Máquinas Falantes (Paulo Inácio anunciou que seria em maio 2017, sem anunciar a nova data...)...(mas qu’ importa isso para a maioria absoluta...)...com gatinhos onde devia estar a correr 1 das levadas, que ia mover a nora do rio Baça que tb devia estar a funcionar...ai a hidráulica cisterciense
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308272652772&set=pcb.10213308273092783&type=3&theater
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 .8h44’.11”...a parte bonita do passeio pedonal...oferta d’ empresas cerâmicas à cidade d’ Alcobaça, que vos abRRaça...Pedro e Inês em destaque
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308226891628&set=pcb.10213308227211636&type=3&theater
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 .8h41’14”...o restaurado pelo Estado (poucos sabem da estátua do primeiro rei) e a vergonha, de há + de 20 anos, que a maioria PSD não reSOLve (mas que a maioria dos alcobacenses,tb não se importa...)
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308217531394&set=pcb.10213308218091408&type=3&theater
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 8h...44’.55”...o ELEvaDOR funciona!!!!...parvalhões deixaram lixo...
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308189170685&set=pcb.10213308189490693&type=3&theater
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 8.55.8”...a obra do parque verde já mostra como vai ser a entrada, via rua Costa Veiga...a beira-RIO Alcoa aqui ficará muito bem...o centro da cidade ficou para + daqui a uns anos...
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308178010406&set=pcb.10213308179650447&type=3&theater
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 ...8.44’.8”...A potencialidade da água/Alcoa, em ano de seca-extrema... Vejam a força do nosso RIO... Bem dentro da cidade d’ Alcobaça, que vos abRRaça...Entretanto pagamos 5 milhões de euros em água não consumida e que não podia ser fornecida!!!!...Depois, falta-nos as actividades aquáticas, que podíamos ter no centro da cidade!!!.. Também seria reSOLvido a ausência de caudal do rio Baça, na confluência dos 2 rios, na envolvente ao jardim do amor... Com obras de custo mínimo, propostas pela CDU, há 20 anos...
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308147449642&set=pcb.10213308148649672&type=3&theater
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 8.22.8”...há que pressionar +1x os SM a pintarem o depósito da cELA, dAlcobaça que vos abRRaça...está 1 VERgonha!...e a junta tb tem de tratar da plaquemos indicativa do Casal da Carreira...
by mim
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10213308139649447&set=a.10210772205372675&type=3&theater
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2016
Vanda Marques lança o seu novo livro "Rainha D. Leonor"
comemorações dos 500 anos Misericórdia de Aljubarrota

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10207435054783846&set=a.1304142612946.2037760.1511918102&type=3&theater
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2015...face traz-me memórias deste dia:
 Al.Creative a começar da melhor forma 😊😊 apareçam!! — em Armazém das Artes.
by Tânia Severo
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1146842092010963&set=a.641508022544375&type=3&theater
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1547917008787130&set=pcb.10152562331172992&type=1&theater
São Martinho do Porto está cheio de atletas
by Rudi-Thérèse Ferket
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 1 bravíssimooooooooooo para o CEERIA..pel 3.ªx 'vence, na categoria de Escultura, o concurso Reabilitar Através da Arte, da Apexa (Associação de Apoio a Pessoa Excepcional do Algarve).
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 o nosso CHURKY, DIOGO RICO, d' ALCOBAÇA que vos abRRaça, vai estar hj no 5 para a meia noite...
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 +1 excelente trabalho da Lúcia Serralheiro e a sua equipa da TERRA DAS LENDAS... sobre a Benedita, d' ALCOBAÇA que vos abRRaça
 http://www.oalcoa.com/anos-40-lembrados-em-memorias-benedita-1947/?fbclid=IwAR2odAvkhB38CWMI2PwpnYoN9E6LH-nYb_WtskftWGTEgh3ykgyF-lCM-Lc
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 +3 MARavILHAS de s.MARtinho do porto...
by Ni Francisco
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10153079174641946&set=pcb.10153848094843969&type=3&theater
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 SAMarionetas...são ECOA...EMBAIXADORES do concelho de ALCOBAÇA (que vos abRRaça) em Timor...
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10207827701586020&set=a.10207827692705798&type=3&theater
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2014
Cante Alentejano
Património Imaterial da Humanidade
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2014/11/912026nov2014755-cante-alentejano.html
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 foto de Hj...São Martinho do Porto hj está inundada do colorido de crianças e jovens...A Bela Baía, d' ALCOBAÇA que vos abRRaça, tem esta bela pista de corrida e é tão bom caminhar a pé Cais.Salir.Cais...
By Rudy
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1547916945453803&set=gm.10152562331172992&type=3&theater
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2013
 tinha necessidade de rever, esta de, josÉ saraMAGO: "Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro."
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151993967597789&set=a.94261612788&type=3&theater
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 PAULA TERESA uma grande artista d' Alcobaça que vos abRRaça que merece ser apoiada nesta aposta comercial!!!
by Jorge Sampaio
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202654700234072&set=p.10202654700234072&type=3&theater
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 16.16' intervalar com + uma espantosa fotogravAÇÃO da BB bela baía de S.M. Porto... d'Alcobaça que vos abRRaça
By Ni Francisco
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151706386521946&set=gm.616148275108042&type=3&theater
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 hj rELEVO o mar de gaivotas...num voo estupendo...na despedida, no pôr, da nossa estrela...Paredes da Vitória...d'Alcobaça que vos abRRaça
By Adelino Pataias
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10152050634179819&set=a.10150262398389819&type=3&theater
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2011
 hj x AQUI...sophia...
 A ÁRVORE (excertos)
"Era uma vez – em tempos muito antigos, no arquipélago do Japão – uma árvore enorme que crescia numa ilha muito pequenina.
Os japoneses têm um grande amor e um grande respeito pela Natureza e tratam todas as árvores, flores, arbustos e musgos com o maior cuidado e com um constante carinho.
Assim, o povo dessa ilha sentia-se feliz e orgulhoso por possuir uma árvore tão grande e tão bela: é que em nenhuma outra ilha do Japão, nem nas maiores, existia outra árvore igual. Até os viajantes que por ali passavam diziam que mesmo na Coreia e na China nunca tinham visto uma árvore tão alta, com a copa tão frondosa e bem formada.
E, nas tardes de Verão, as pessoas vinham sentar-se debaixo da larga sombra e admiravam a grossura rugosa e bela do tronco, maravilhavam-se com a leve frescura da sombra, o suspirar da brisa entre as folhagens perfumadas.
Assim foi durante várias gerações....
...
— Os habitantes desta ilha não querem separar-se da sua árvore que, antes de crescer demais, lhes deu tanta alegria. Vamos nós próprios construir o nosso barco.
E assim foi. Depois da chuva do Outono, deixaram o tronco secar durante longos meses e, logo que viram que a madeira já estava bem seca, meteram mãos à obra.
E, como são um povo muito inteligente, os japoneses, que trabalham muito bem, muito depressa, com muito esmero e são óptimos carpinteiros, construíram rapidamente uma grande e linda barca toda esculpida e pintada de muitas cores.
Então houve uma grande festa e a barca foi lançada ao mar.
À noite houve fogo de vista e em todas as ruas e praças se acenderam balões de papel, azuis, amarelos e vermelhos...
...
— Temos que fazer com este mastro alguma coisa que nos lembre a nossa árvore antiga e a nossa barca — disse o chefe da ilha.
Depois de muito pensar resolveram fazer uma biwa, que é uma espécie de guitarra japonesa.
Quando a obra ficou pronta, a população reuniu-se na praça principal e sentaram-se em silêncio em redor do melhor músico da ilha para ouvirem o som da biwa.
Mas, mal os dedos do músico fizeram soar as cordas, de dentro da biwa ergueu-se uma voz que cantou:

A árvore antiga
Que cantou na brisa
Tornou-se cantiga

Então, todos compreenderam que a memória da árvore nunca mais se perderia, nunca mais deixaria de os proteger, porque os poemas passam de geração em geração e são fiéis ao seu povo"

 https://www.facebook.com/quem.le.sophia.de.mello.breyner.andresen/photos/a.114014221967684/280526225316482/?type=3&theater
*
 e ainda faltam os 650 milhões de euros das comissões dos 3 TROIKAS!!!...e ainda houve 85% de eleitores a votarem em quem "negociou"/vendeu + 1 pedaço de soberania
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=272017072844833&set=a.114185868627955&type=3&theater 

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hj x AQUI...Al Berto
 FORAM BREVES E MEDONHAS AS NOITES DE AMOR
foram breves e medonhas as noites de amor
e regressar do âmago delas esfiapava-lhe o corpo
habitado ainda por flutuantes mãos

estava nu
sem água e sem luz que lhe mostrasse como era
ou como poderia construir a perfeição

os dias foram-se sumindo cor de chumbo
na procura incessante doutra amizade
que lhe prolongasse a vida

e uma vez acordou
caminhou lentamente por cima da idade
tão longe quanto pôde
onde era possível inventar outra infância
que não lhe ferisse o coração
 

https://www.facebook.com/quem.le.sophia.de.mello.breyner.andresen/photos/a.114014221967684/280180482017723/?type=3&theater
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2010
 quem quer saber algo d' Alcobaça pode apreciar na minha "super pen" onde "presto contas" para quem m'elegeu como vereador CDU/PCP...
a reunião de câmara de 25.11 está por lá...
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2004...morreu Fernando Lopes Graça...1 vivaaaaaaaaaaa ao grande camarada...e aCORdai
https://uniralcobaca.blogspot.com/2018/10/685826outubro201833-da-tarde-fernando.html
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https://www.youtube.com/watch?v=I-QaJRbzUnE
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1955...Morreu Luís de Freitas Franco…(ver nesta postagem entrevista ao "nosso" Alexandre Delgado)
https://uniralcobaca.blogspot.com/2019/11/312827nov201988-luis-de-freitas-branco.html
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1901...Morreu Alexandre Dumas, filho...1 vivaaaaaaaaaaa à sua obra...
autor da "A Dama das Camélias"..."O que as grandes e puras afeições têm de bom é que depois da felicidade de as ter sentido, resta ainda a felicidade de recordá-las.”
“Dêem dinheiro, não emprestem. Dar só faz ingratos, emprestar faz inimigos.”
“A mulher - é o anjo e o diabo num só corpo.”
“Nunca discuta, não convencerá ninguém. As opiniões são como os pregos; quanto mais se martelam, mais se enterram.”
“Como é possível que, sendo as criancinhas tão inteligentes, a maioria das pessoas sejam tão tolas? A educação deve ter algo a ver com isso!”
“O dever é aquilo que exigimos dos outros.”
“Negócios? Muito simples: é o dinheiro dos outros.”
“Uma vez mãe, se não fores mãe antes de tudo, estás perdida.”
“Deus criou, provavelmente, os imbecis para os inteligentes lamentarem menos a vida.”
“Tudo o que pode substituir-se com facilidade pode ser abandonado mais facilmente ainda.”
“Não estimes o dinheiro nem mais, nem menos do que ele vale: é um bom servidor e um péssimo amo.”
“O dinheiro é o único poder que nunca se discute.”
“O perdão é o que há de maior, de divino no homem.”
“A vida é o último hábito que se deve perder, porque foi o primeiro que se tomou."

http://uniralcobaca.blogspot.pt/2015/07/991127jul201577-alexandre-dumas-filho.html
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 1895... Alfred Nobel assina o seu testamento..."nestes tempos de publicidade gritante e despudorada, apenas os particularmente dotados para esse género de coisas devem permitir que os jornais Ihes publiquem a fotografia".
 "No dia em que exércitos inimigos possam aniquilar-se em um segundo, todas as nações civilizadas — ao menos é de se esperar — evitarão a guerra e desmobilizarão seus soldados. Por isso, minhas fábricas podem pôr termo à guerra mais rapidamente que seus congressos pela paz".
"Onde estão os meus numerosos amigos? No fundo lodoso das ilusões perdidas ou demasiado ocupados em escutar o retinir do metal sonante de suas economias? Creia-me, só fazemos numerosos amigos entre os cães que nutrimos com a carne alheia, ou entre os vermes que alimentamos com a nossa própria substância. Os estômagos saciados e os corações arrependidos são irmãos gémeos".
https://uniralcobaca.blogspot.com/2010/10/3554-ha-quem-diga-que-o-pcp-deu-1-tiro.html
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1862
Soares de Passos..."A CAMÕES

Ai do que a sorte assinalou no berço
Inspirado cantor, rei da harmonia!
Ai do que Deus às gerações envia
Dizendo – vai, padece, é teu fadário;
Como um astro brilhante o mundo o admira,
Mas não vê que essa chama abrasadora
Que o cerca d'esplendor, também devora
Seu peito solitário.

Pairar nos céus em alteroso adejo,
Buscando amor, e vida, e luz, e glórias;
E ver passar, quais sombras ilusórias,
Essas imagens de fulgor divino:
Tais s o vossos destinos, ó poetas,
Almas de fogo, que um vil mundo encerra;
Tal foi, grande Camões, tal foi na terra
Teu mísero destino.

A cruz levaste desde o berço à campa:
Esgotaste a amargura ate às fezes:
Parece que a fortuna em seus revezes
Te mediu pelo génio a desventura.
Combateste com ela como o cedro
Que provoca o rancor da tempestade,
Mas cuja inabalável majestade
Lhe resiste segura.

Foste grande na dor como na lira!
Quem soube mais sofrer, quem sofreu tanto?
Um anjo viste de celeste encanto,
E aos pés caíste da visão querida...
Engano! foi um astro passageiro,
Foi uma flor de perfumado alento
Que ao longe te sorriu, mas que sedento
Jamais colheste em vida.

Sob a couraça que cingiste ao peito
Do peito ansioso sufocaste a chama,
E foste ao longe procurar a fama,
Talvez, quem sabe? procurar a morte.
Mas, qual onda que o náufrago arremessa
Sobre inóspita praia sem guarida,
A morte crua te arrojou a vida,
E as injúrias da sorte.

De praia em praia divagando incerto
Tuas desditas ensinaste ao mundo:
A terra, os homens, 'té o mar profundo
Conspirados achavas em teu dano.
Ave canora em solidão gemendo,
Tiveste o génio por algoz ferino:
Teu alento imortal era divino,
Perdeste em ser humano:

Índicos vales, solidões do Ganges,
E tu, ó gruta de Macau, sombria,
Vós lhe ouvistes as queixas, e a harmonia
Desses hinos que o tempo não consome.
Foi lá, nessa rocha solitária,
Que o vate desterrado e perseguido,
À pátria, ingrata, que lhe dera o olvido,
Deu eterno renome.

"Cantemos!" disse, e triunfou da sorte.
"Cantemos!" disse, e recordando glórias,
Sobre o mesmo teatro das vitórias,
Bardo guerreiro, levantou seus hinos.
Os desastres da pátria, a sua queda,
Temendo já no meditar profundo,
Quis dar-lhe a voz do cisne moribundo
Em seus cantos divinos.

E que sentidos cantos! d'Inês triste
Se ouve mais triste o derradeiro alento,
Ensinando o que pode o sentimento
Quando um seio que amou d'amores canta:
No brado heróico da guerreira tuba
O valor português soa tremendo,
E o fero Adamastor com gesto horrendo
Inda hoje o mundo espanta!

Mas ai! a pátria não lhe ouvia o canto!
Da pátria e do cantor findava a sorte:
Aos dois juraram perdição e morte,
E os dois juntaram na mansão funérea...
Ingratos! ao que, alçando a voz do génio
Além dos astros nos erguera um sólio,
Decretaram por louro e capitólio
O leito da miséria!

Ninguém o pranto lhe enxugou piedoso...
Valeu-lhe o seu escravo, o seu amigo:
"Dai esmola a Camões, dai-lhe um abrigo!"
Dizia o triste a mendigar confuso!
Homero, Ovídio, Tasso, estranhos cisnes,
Vós, que sorvestes do infortúnio a taça,
Vinde depor as c'roas da desgraça
Aos pés do cisne luso!

Mas não tardava o derradeiro instante...
O raio ardente, que fulmina a rocha,
Também a flor que nela desabrocha,
Cresta, passando, coas etéreas lavas!
Que cena! enquanto ao longe a pátria exangue
Aos alfanges mouriscos dava o peito,
De mísero hospital num pobre leito,
Camões, tu expiravas!

Oh! quem me dera desse leito à beira
Sondar teu grande espírito nessa hora,
Por saber, quando a mágoa nos devora,
Que dor pode conter um peito humano;
Palpar teu seio, e nesse estreito espaço
Sentir a imensidade do tormento,
Combatendo-te n'alma, como o vento,
Nas ondas do Oceano!
O amor da pátria, a ingratidão dos homens,
Natércia, a glória, as ilusões passadas,
Entre as sombras da morte debuxadas,
Em teu pálido rosto já pendido;
E a pátria, oh! e a pátria que exaltaras
Nessas canções d'inspiração profunda,
Exalando contigo moribunda
Seu último gemido!

Expirou! como o nauta destemido,
Vendo a procela que o navio alaga,
E ouvindo em roda no bramir da vaga
D'horrenda morte o funeral presságio,
Aos entes corre que adorou na vida,
Em seguro baixel os põe a nado,
E esquecido de si morre abraçado
Aos restos do naufrágio:

Assim, da pátria que baixava à tumba,
Em cantos imortais salvando a pátria,
E entregando-a dos tempos à memória,
Como em gigante pedestal segura:
"Pátria querida, morreremos juntos!"
Murmurou em acento funerário,
E envolvido da pátria no sudário
Baixou à sepultura.

Quebrando a lousa do feral jazigo,
Portugal ressurgiu, vingando a afronta,
E inda hoje ao mundo sua glória aponta
Dos cantos de Camões no eterno brado;
Mas do vate imortal as frias cinzas
Esquecidas deixou na sepultura,
E o estrangeiro que passa, em vão procura
Seu túmulo ignorado.

Nenhuma pedra ou inscrição ligeira
Recorda o grã cantor... porém calemos!
Silêncio! do imortal não profanemos
Com tributos mortais a alta memória.
Camões, grande Camões; foste poeta!
Eu sei que tua sombra nos perdoa:
Que valem mausoléus antes a coroa
De tua eterna glória?"
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2016/11/84728novembro201688-soares-de-passos.html
***
1701...Anders Celsius...astrónomo sueco, criador da escala de temperatura em graus centígrados (Celsius).
http://uniralcobaca.blogspot.com/2019/11/751327nov201999-anders-celsius.html
***

Efemérides Lusa - 27 de novembro (excertos)


1492 - Cristóvão Colombo chega a Cuba.
1919 - Mahatma Gandhi lança a campanha nacionalista na Índia.
1953 - Morre o dramaturgo norte-americano Eugene O'Neill, 65 anos, autor de "Jornada para a Noite".
***
e 3 pitadinhas da poesia de Joaquim Pessoa para começar bem o dia:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=725320560856236&set=gm.843396349035810&type=1&theater
Nunca houve palavras para gritar a tua ausência
Apenas o coração
Pulsando a solidão antes de ti
Quando o teu rosto doía no meu rosto
E eu descobri as minhas mãos sem as tuas
E os teus olhos não eram mais
que um lugar escondido onde a primavera
refaz o seu vestido de corolas.

E não havia um nome para a tua ausência.
Mas tu vieste.
Do coração da noite?
Dos braços da manhã?
Dos bosques do Outono?

Tu vieste.
E acordas todas as horas.
Preenches todos os minutos.
acendes todas as fogueiras
escreves todas as palavras.

Um canto de alegria desprende-se dos meus dedos
quando toco o teu corpo e habito em ti
e a noite não existe
porque as nossas bocas acendem na madrugada
uma aurora de beijos.

Oh, meu amor,
doem-me os braços de te abraçar,
trago as mãos acesas,
a boca desfeita
e a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
o medo de perder-te é um corcel que pisa os meus cabelos
e se perde depois numa estrada deserta
por onde caminhas nua.

Francesco Hayez
The kiss (1859)

**

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=768643926504106&set=gm.843478259027619&type=1&theater
Dia 283.

Sou um fantasma em busca de uma pátria. O sítio onde estou
é um quintal cheio de melancolia e de solidão onde cada um
foge de si próprio e os que se afirmam felizes são aqueles que
ainda não têm consciência disso. Não quero uma pátria de 
peregrinos e de putas "free lance", não quero atravessar a rua
sem respostas, sem responsabilidade, ferido pela imundície,
por um silêncio estéril, com passos impotentes e contrafeitos,
tentando evitar que alguém me explique ou ensine alguma 
coisa. Já quase não tenho ninguém a quem dar um abraço, à 
beira do caminho só vejo estranhas flores de papel, próximas 
da morte, que pretendem dar-me conselhos, transmitir-me 
recados, fazer-me avisos.
Sinto que me empurram para a morte como se me oferecessem
um refúgio onde me querem de costas para a vida, para tudo o
que nela sempre procurei desesperadamente transformar como
se quisesse mudar o sangue em água pura. Procuro amar-me
e amar os outros com uma obstinação ágil e silenciosa, procuro 
uma intimidade com um mundo cuja herança tenho dificuldade 
em reconhecer e aceitar.
Não tenho pátria e busco uma. Um país onde as estrelas não 
estejam tão distantes, onde o silêncio faça sentido, onde o sentido 
das coisas não seja o do fogo que as consome. Persigo uma
pátria que venha dentro de mim, mas que seja de todos aqueles 
que os meus lábios possam pronunciar o nome. Com uma
realidade próxima dos sonhos. Os possíveis, os impossíveis, os
que não podem ser sonhados.
Uma pátria enamorada, onde se possa caminhar em direcção ao
amor, sem actos heróicos e sem lágrimas, com o coração cheio
de canções. Onde ao princípio de cada madrugada qualquer de
nós possa trocar intimamente os seus segredos, com a garantia
de que mais ninguém escutará essas palavras.
 
in ANO COMUM 2ª ed.
Editora Edições Esgotadas 2013

Foto Web sem identificação do autor

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Dia 230.
*
Cada um deve conhecer a sua serpente. Essa coisa fria, lenta, só,
que se esgueira calada, do nosso embaraço para fora de nós, de
forma a que estejamos à vontade para poder mostrar o quanto so-
mos desenvoltos, seguros, amáveis, decididos.
Conheço bem a minha. É tão preguiçosa, que raramente sai cá de
dentro, o que me deixa quase sempre embaraçado e sem bem sa-
ber o que fazer.
A minha serpente é como uma espada invisível que me separa de
tudo, animal rasgado com alma de cotovia. Umas vezes lençol, ou-
tras estátua, outras pedra pura. E simples. É dela o brilho que às
vezes se me nota nas mãos, quando a pele está bêbeda demais
para recusar carícias.
Confronto-me com ela entre duas solidões. E entre palavras e sil-
vos fatigados, sobra uma boca inocente, quase sempre traída pe-
lo minuto inicial.
Quando esta serpente me morrer, fecharei também eu as pálpe-
bras e não mais terei vergonha de coisa alguma. Partirei desen-
volto, seguro, amável, decidido.
Por enquanto, vivo deslumbrado.
*
in
ANO COMUM, 2ª ed.
Editora Edições Esgotadas, 2013.
*
postei em 2011:


hj x AQUI...
Tenho orgulho em ti, orgulho em quem acredita que sempre
é possível. Em ti, que repartes o que recebes e voltas a rece-
ber o que ofereceste como natural recompensa da tua genero-
sidade. Ser solidário, amante do amor, coração aberto aos ou-
tros e ao mundo.
Tenho orgulho também na tua força, e na tua coragem, e na
tua inspiração. Perdi a conta às vezes que respondeste a ofen-
sas com um sorriso. Vi-te tentar passar com toda a discreção
entre gente que adoraria ser reconhecida a teu lado. Sempre
que perdeste, ganhaste a admiração dos que venceram. Quan-
do ganhaste, sempre procuraste não exibir a condição de ven-
cedor. Porque acreditas, porque sabes que é possível ser me-
lhor, ainda que não se possa ganhar sempre, e que nem sem-
pre acrescentamos alguma coisa à nossa vida quando ganha-
mos.
E tenho orgulho em ti, sobretudo, porque nunca fazes seja o
que for para conseguir esse orgulho, essa admiração genuína
e profunda por parte dos que te conhecem e que nunca preci-
saram de fazer o mínimo esforço para gostar de ti. E porque
é muito o carinho, a ternura, o amor que tens necessidade de
oferecer à vida, sem nada pedir em troca, sem nada esperar
em troca.
É por tudo isto o imenso orgulho que tenho em ti. E nem direi
o teu nome porque sei que não gostarias que o fizesse.





in ANO COMUM, Litexa, 2011 (Introdução de Robert Simon;
Posfácio de Teresa Sá Couto.