08/12/2014

9.186.(8dez2014.8.33') Ester L. Cid

Nasceu a 8dez
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Madrugadas Alentejanas
a última postagem:

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sábado, 6 de Dezembro de 2014

Ribeira doce

Aquela ribeira doce e mansa que corre entre pequenos montes, entalada por pedras grandes e surdas, extensa e solitária planície alentejana, sonhou um dia conhecer o mar.
Abraçou as terras secas e gretadas pelo sol, cantou com as cotovias um belo cântico que suavizava a vida das gentes que trabalhavam as terras, dançou alegremente com o vento, confidenciou o seu sonho à chuva e correu sem cansaço para o concretizar.
Mas - há sempre um mas na vida das belas ribeiras que sonham conhecer o mar - a ribeira cresceu com a cumplicidade da chuva e encontrou rios que quiseram ser seus donos, que lhe apertaram os contornos do sonho e a encheram de lágrimas que salgaram a sua doce água (as ribeiras não nascem para ter donos).
A ribeira começou a perder a doçura e a mansidão, perdeu as forças e o Norte, começou a secar lentamente nas terras gretadas e secas pelo sol. Mas todas as noites confidencia às estrelas e à lua que não vai morrer sem conhecer o mar.

(ao abrigo do código do autor)
imagem:Google.
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Via pág do face:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1415477482003687&set=a.1385287515022684.1073741827.100006243463312&type=1&theater
FOTO 
Campanha das eleições autárquicas.2013

(Uma das etapas mais bonitas da minha vida.
Que orgulho ter sido cabeça de lista à união de freguesias de Carnaxide e Queijas pela CDU.)
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Acordai
Os mares esperam os afluentes dos rios
os braços esperam abraços
os lábios esperam sorrisos 
e eu para aqui desejando
que a chuva acorde quem de dia"dorme".
(6dez2014)
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1567381506813283&set=a.1386177241600378.1073741828.100006243463312&type=1&theater
Apesar da distância 

Da chuva que cai
e se funde com a chuva do olhar

Apesar do vento que murmura triste

Do frio que envolve os sentidos
e gela os corpos

Apesar do silêncio das aves
num céu que não conhece o azul

Apesar do relógio de pulso que deixou de pulsar

da solidão que nos enche e nos esvazia

Há sempre um sorriso nosso
guardado no olhar de alguém.

(4dez2014)