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e morreu a 27mAIo2017
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O PCP endereçou à família o seu pesar pelo falecimento de Miguel
Urbano Tavares Rodrigues, reconhecido jornalista e escritor com percurso
de intervenção política em Portugal e no estrangeiro, antes e depois do
25 de Abril, ao longo de muitas décadas. Era membro do PCP desde
Janeiro de 1964.
Como jornalista exerceu funções diversas desde 1949, no «Diário de Notícias» e «Diário Ilustrado», posteriormente no Brasil, jornal «O Estado de S.Paulo» e «Portugal Democrático» e na revista brasileira «Visão» até 1974. Após o 25 de Abril de 1974 foi chefe de Redacção do «Avante!» e entre 1976 a 1985 director do jornal «O Diário».
Foi Presidente da Assembleia Municipal de Moura entre 1986 e 1988 e Deputado do PCP na Assembleia da República entre Agosto de 1987 a Outubro de 1995.
Destaca-se a sua intervenção como jornalista de investigação e reportagem, sendo autor de vários livros.
http://www.pcp.pt/face-ao-falecimento-de-miguel-urbano-rodriguesComo jornalista exerceu funções diversas desde 1949, no «Diário de Notícias» e «Diário Ilustrado», posteriormente no Brasil, jornal «O Estado de S.Paulo» e «Portugal Democrático» e na revista brasileira «Visão» até 1974. Após o 25 de Abril de 1974 foi chefe de Redacção do «Avante!» e entre 1976 a 1985 director do jornal «O Diário».
Foi Presidente da Assembleia Municipal de Moura entre 1986 e 1988 e Deputado do PCP na Assembleia da República entre Agosto de 1987 a Outubro de 1995.
Destaca-se a sua intervenção como jornalista de investigação e reportagem, sendo autor de vários livros.
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biografia

http://www.diarioliberdade.org/component/comprofiler/userprofile/miguel.html
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muitos artigos d' opinião em
http://www.odiario.info/
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MODERNIDADE DE MARX
Viahttp://www.odiario.info/?p=3509
e
http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=8052%3Amodernidade-de-marx&catid=61%3Acultura-revolucionaria
No Rio de Janeiro, em casa de uma amiga, caiu-me nas mãos por acaso um daqueles livros raros que nos lançam em meditação inesperada.
O título da edição brasileira, A Armadilha da Globalização, não é esclarecedor. Foi editado em 1998 pela Globo. Os autores são dois jornalistas alemães, Hans Peter Martin e Harald Schumann.
Hans Peter foi um dos três jornalistas convidados a acompanhar um estranho evento internacional realizado num hotel de luxo em São Francisco, em 1995. O promotor do Encontro, que não mereceu atenção dos media estadunidenses, foi Mikhail Gorbatchov. O tema era muito ambicioso: O futuro da Humanidade.
Participaram 500 representantes da chamada elite mundial, entre os quais George Bush pai, Margaret Thatcher, Ted Turner, da CNN, eminentes professores de Harvard e Oxford e economistas e sociólogos vindos da Europa, de Tóquio e Pequim.
Os debates duraram três dias e as intervenções não podiam exceder 5 minutos, com os pedidos de apartes limitados a 2 minutos.
Houve consenso relativamente a uma «tese» de David Packard, o poderoso patrão da Hewlett Packard. Apoiado em previsões estatísticas, afirmou com convicção que em meados do século XXI 20% da população mundial será suficiente, graças aos progressos da ciência e da técnica, para garantir o bom funcionamento da economia. Ficou implícito que uns 40% das classes médias então existentes terão uma vida agradável, mais ou menos ociosa por serem supérfluos para a produção.
Não ficou claro, porém, qual seria a função dos restantes 40%.
Nenhum participante defendeu a necessidade de eliminar essa fração sobrante da humanidade. Mas de algumas intervenções, aplaudidas, transpareceu que guerras, secas, inundações e epidemias incontroláveis contribuiriam para que a população do planeta Terra fosse reduzida ao nível considerado adequado pelos grandes do capital.
Interessado em conhecer a repercussão desse Seminário da elite da Finança mundial, soube por um amigo americano que Gorbatchov foi, no final, efusivamente felicitado.
A HISTÓRIA NÃO ACABOU; E O MARXISMO RENASCE
A previsão sobre o Fim da História foi formulada pelo norte-americano Francis Fukuyama em 1989.
Esse funcionário do Departamento de Estado, hegeliano fora de tempo, festejou prematuramente a morte do comunismo, proclamando a eternidade do neoliberalismo.
Transcorridas décadas, o seu exercício de futurologia é ridicularizado inclusive por acadêmicos de direita.
A História continua e a crise mundial iniciada nos EUA desacreditou o neoliberalismo.
Quanto ao marxismo, voltou a despertar um enorme interesse em escala mundial.
O Manifesto Comunista tem sido reeditado em dezenas de países. Congressos sobre Marx e a sua obra são promovidos na Europa, na América Latina, na Ásia.
Em França, um Seminário sobre O MARXISMO NO SÉCULO XXI, promovido na Sorbonne por Jean Salem, é acompanhado na Internet por umas 30 000 pessoas. Nos últimos anos, Salem tem corrido o mundo para falar sobre Marx em universidades europeias, asiáticas, africanas e latino-americanas.
Ensaios sobre o pensamento do autor de O Capital são editados em muitas línguas.
Marxistas como o húngaro István Meszaros, o italiano Domenico Losurdo, o inglês David Harvey, o alemão Michael Krakte, o argentino Claudio Katz, os franceses Georges Labica, Jean Salem e Rémy Herrera adquiriram prestígio mundial com a publicação de trabalhos que confirmam a extraordinária atualidade da obra de Marx.
A ofensiva do capital contra as grandes conquistas dos trabalhadores posteriores à da II Guerra Mundial, desencadeada após 1973, acentuou-se depois do fim da URSS. A contrarrevolução neoliberal, liderada por Thatcher e Reagan, tirou da gaveta as teses ultramontanas de Hayek e em poucos anos desmantelou na União Europeia o chamado «estado do bem-estar social».
A DESIGUALDADE AUMENTOU
Os mais ricos enriqueceram prodigiosamente, as massas oprimidas empobreceram e uma percentagem considerável vegeta hoje na pobreza ou numa miséria absoluta.
Um relatório da ONU divulgado em 1990 informava que 358 bilionários concentravam na época um património equivalente à renda total de 45% dos cidadãos mais pobres do mundo, 2.300 milhões de pessoas. Os três primeiros da lista tinham fortunas superiores ao PIB de países com 600 milhões de habitantes. Desde então o fosso aprofundou-se, mas houve mudanças na pirâmide dos bilionários. Hoje o homem mais rico do mundo é o mexicano Slim, que ultrapassou o americano Bill Gates, da Microsoft. Essa troca de lugares é por si só esclarecedora do nível da exploração a que são submetidos os trabalhadores do México.
As relações de poder alteraram-se profundamente no último quarto de século. A URSS desagregou-se, a Rússia e os países da Europa Oriental não são mais socialistas; a China, sob a direção do Partido Comunista, é um gigante mundial que pratica um capitalismo atípico; e os EUA, incapazes de superar a crise estrutural do capitalismo, desencadeiam guerras de saque na Ásia e na África no âmbito de uma estratégia de dominação planetária.
Um sistema midiático perverso, que desinforma a Humanidade, tornou-se o instrumento de poder fundamental para o imperialismo. O desencadeamento das agressões contra países que os EUA pretendem ocupar e saquear é sempre precedido de campanhas que as justificam em defesa das liberdades, da democracia, dos direitos humanos…
Desmontar a falsificação da Historia é, portanto, hoje uma exigência na luta contra a alienação dos povos.
Nunca foi tão necessário compreender o mundo e a estratégia da ideologia hegemônica, o capitalismo.
Essa situação favoreceu o «renascimento» do marxismo. Daí a importância dos intelectuais que contribuem para a modernidade de Marx neste início do seculo XXI.
Já Lenin dizia que não há revolução vitoriosa sem teoria.
DAVID HARVEY
Em recente visita ao Brasil, Ivana Jinkings ofereceu-me parte da monumental obra de David Harvey, nomeadamente a segunda edição de «Os Limites do Capital».
Publicado em 1982, esse livro não se desatualizou, pelo contrário. Ajuda-nos a compreender uma humanidade diferente, ameaçada de extinção por um sistema que, sob a máscara da democracia, é tão perigoso como o nazismo.
Harvey não é um revisionista. Em Os Limites do Capital propõe-se a facilitar o entendimento dos textos do genial filósofo alemão, « adaptá-los de maneira que possam lidar com as complexidades da nossa época».
O objetivo é compreender um tempo em que o capitalismo, como ele afirma, se consolidou em países como o México, a África do Sul e a India e conseguiu implantar- se na Rússia e na China.
Harvey nos lembra que «o significado do Estado mudou dramaticamente nos últimos 30 anos e que o principal agente de pressão nessa mudança foi algo chamado globalização». Alinha com aqueles que «consideram o Estado como um momento vital na dialética e na função contraditória da acumulação do capital».
Noutro dos seus livros, o geógrafo e pensador britânico define o novo imperialismo como «fusão contraditória da política do Estado e do império e dos processos moleculares da acumulação do capital no espaço e no tempo».
Harvey, creio, cumpre hoje um papel que lembra o do francês Georges Politser no início do século XX, quando tornou o marxismo acessível a milhões de operários.
Harvey dirige-se a um público diferente, de intelectuais e jovens estudiosos do marxismo, mas isso não retira importância à sua obra.
Nestes dias de confusão ideológica em que partidos como o Syriza grego e o Podemos espanhol semeiam a confusão em meios progressistas ao surgirem com máscara de esquerda, os livros de David Harvey representam uma valiosa contribuição para o regresso de Marx.
Verifiquei, sem surpresa, no Brasil que a intelectualidade burguesa promove ali com entusiasmo o livro Marx no século XXI, de Thomas Pikkety. Tal como em Portugal, tentam apresentar o autor como um continuador de Marx quando, na realidade, o acadêmico francês é um reformador do capitalismo com uma mundividência antagônica à marxista.
Neste tempo de barbárie capitalista e de luta creio que a leitura da obra de David Harvey seria útil a dirigentes de partidos comunistas europeus que acreditam ingenuamente na possibilidade de contribuírem para a futura construção do socialismo utilizando as instituições criadas pela burguesia.
Vila Nova de Gaia, dezembro de 2014
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Via:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=823842264360118&set=a.113367988740886.18583.100002030573081&type=1&theater
Atenas, 30 de Maio de 2015
Sobre a grécia
O SYRIZA SEM MÁSCARA
(por Miguel Urbano Rodrigues)
Manifestação do PAME, 1º Maio 2015. O governo presidido por Tsipras tem vindo aceleradamente a deixar cair as suas promessas eleitorais. Tanto no plano interno como no plano internacional, a sua política é a do patronato, do grande capital, dos pólos europeu e norte-americano do imperialismo. O governo Syriza-Anel, que tem contado com o apoio transparente da burguesia, cria dificuldades à luta dos trabalhadores, mas não pode impedir a ascensão da luta de massas. Depois do êxito dos desfiles do 1º de Maio multiplicam-se em toda a Grécia as manifestações e as greves. Pode suceder que o Syriza, que tão útil foi ao capital na oposição, perca essa utilidade agora que está no poder.
Os dirigentes das principais potências da União Europeia e os media controlados pelo capital projectam no mundo uma imagem da Grécia grosseiramente deformada. Na caracterização da crise começam por esconder que os empréstimos concedidos à Grécia se destinaram a financiar o grande capital financeiro no âmbito da estratégia da União Europeia. Contrariamente ao que amplos sectores sociais admitiram, o governo Syriza-Anel foi recebido com agrado pelas organizações e representantes do mundo empresarial.
A coligação do Syriza com o Anel - partido nacionalista e xenófobo - formou-se em poucas horas porque existia um acordo prévio. É aliás significativo que a Federação Helénica de Empresas (SEV) e o director-geral de Business-Europe tenham felicitado Alexis Tsipras logo após a sua nomeação para primeiro-ministro.
As linhas gerais da política capituladora do novo governo foram traçadas com antecedência, mas Tsipras e o seu ministro Varoufakis esforçaram-se inicialmente nos seus discursos por transmitir ao mundo a imagem de um governo de esquerda, empenhado em realizar reformas progressistas de ruptura com a política da Nova Democracia e do PASOK, que respondessem às aspirações do povo. Confundir as massas foi objectivo prioritário.
Acompanhando uma chuva de promessas, o governo criou uma linguagem enganadora. O memorando passou a chamar-se "acordo-ponte", a troika "grupo de Bruxelas”, as privatizações "colaborações".
HIPOCRISIA E SUBMISSÃO OSTENSIVA
O êxito eleitoral do Syriza a 25 de Janeiro foi uma consequência do profundo descontentamento popular. O povo votou contra a política da Nova Democracia – PASOK que arruinara o país, empobrecera dramaticamente os trabalhadores em nome da competitividade e rentabilidade do capital.
Num contexto em que o desemprego atingira os 26,8%, o Syriza fez promessas que na prática não ultrapassavam políticas assistencialistas similares às aplicadas por outros governos burgueses, inclusive os do PASOK e da Nova Democracia, para gestão da pobreza extrema e da miséria absoluta. Não tinha, sublinhe-se, a intenção de as cumprir, como ficou demonstrado.
Prometeu, por exemplo, restabelecer o salário mínimo em 751 euros, mas manteve-o em 580 euros. Afirmou que reduziria drasticamente o IVA, mas engavetou rapidamente a promessa, e agora está negociando o seu aumento. A condenação frontal da "austeridade" cedeu lugar a uma "austeridade suavizada". Transcorridas poucas semanas, ficou ainda mais transparente que o governo Syriza-Anel se propunha a desenvolver uma política capitalista, totalmente alinhada com a estratégia e as políticas da União Europeia.
Afirma despudoradamente que a Grécia pagará integralmente a sua gigantesca dívida externa de 374 mil milhões de euros, pela qual não cabe ao povo grego nenhuma responsabilidade. A lentidão das negociações com Bruxelas não deve gerar ilusões. Acabaram por chegar a um acordo, como ambas as partes desejavam. Segundo declarou Varoufakis, será assinado antes do final de Junho. Registe-se, porém, que na última reunião do Comité Central do Syriza um sector minoritário desse partido criticou o acordo, manifestando-se contra a sua aprovação.
Para favorecer os grupos monopolistas e o patronato em geral, o governo precisa de realizar tímidas reformas nas áreas da política monetária e fiscal. As contradições existentes na União Europeia e no relacionamento desta com os EUA teriam de se reflectir no diálogo do governo com as potências imperialistas.Cabe lembrar que Washington disputa à Alemanha a hegemonia na Europa e tudo faz para sabotar as relações económicas do governo de Ângela Merkel com a Rússia.
O afastamento do ministro da Economia, Varoufakis, do papel de "negociador" foi tema de interpretações fantasistas. Na realidade, essa decisão não teve motivação ideológica, resultando da sua personalidade e estilo. É esclarecedor ele ter sido professor de uma universidade norte-americana e ser um keynesiano, defensor assumido do capitalismo e do aprofundamento das relações com os EUA. Declarou enfaticamente que está de acordo com 70% das medidas do memorando imposto pela troika.
O "Acordo de 20 de Fevereiro", negociado com o Euro-grupo, prolongou a validade do memorando. O governo Tsipras-Anel manteve todos os compromissos assumidos pelo governo de Samarás e os anteriores, e abre a porta a um pacote de novas medidas anti-populares: aumento de impostos, privatizações de infra-estruturas estratégicas, cortes em áreas sociais (saúde, educação, segurança social) e nos salários da função pública, benefícios fiscais para os grandes grupos económicos, etc. A privatização do porto do Pireu intensifica-se com o aumento do controlo privado para 51% – e perspectiva da venda de mais 16% num futuro próximo – bem como outras estruturas privadas e 14 aeroportos regionais.
Aliás, a Nova Democracia, o Pasok e o Potami apressaram-se a declarar que votarão a favor do Acordo de 20 de Fevereiro se ele for submetido ao Parlamento, e expressaram disponibilidade para aprovar qualquer acordo que mantenha a Grécia na zona euro.
MAIOR INTEGRAÇÃO NA NATO
O governo Syriza-Anel tem afirmado que pretende fortalecer as relações com os Estados Unidos e a NATO, instrumento militar da sua estratégia planetária de dominação imperialista. O ministro da Defesa, político de extrema-direita, defende um aprofundamento da cooperação com Israel. Ao visitar os EUA sugeriu a exploração conjunta dos recursos energéticos do Mar Egeu.
O governo coligado criou condições para a intensificação de manobras da NATO no país, alargando a cooperação com as bases militares da organização no território nacional. O ministro da Defesa propôs inclusive a instalação de mais uma base militar da NATO na ilha de Karpathos.
Não obstante a asfixia financeira, o governo de Tsipras aprovou uma verba de 500 milhões de dólares para modernização de aviões obsoletos Lockheed, destinados a missões de vigilância da NATO no sudeste do Mediterrâneo.
Numa exibição das suas contradições, discordou primeiro da imposição de um novo pacote de sanções à Rússia, mas depois aprovou-as. Aceitou também participar na escalada militar no Médio Oriente, invocando como pretexto "a protecção das populações cristãs" contra o chamado Estado Islâmico. Ampliam-se as relações com o estado terrorista de Israel, assumindo o perfil de uma aliança estratégica. Logo nos primeiros dias do actual governo, o ministro da Defesa sugeriu a criação de um espaço de defesa comum que inclua Chipre e Israel.
A Grécia acha-se cada vez mais envolvida nos projectos agressivos do imperialismo para a Região e, portanto, cada vez mais exposta aos perigos inseparáveis dessa política. É nesse contexto que o capital grego encara as suas relações com as outras potências capitalistas. A visita a Moscovo de Tsipras inseriu-se nesse quadro.
IRREDUTIVEL OPOSIÇÃO DO KKE
A direcção do KKE declarou desde o início da campanha eleitoral que não aceitaria em hipótese alguma participar em qualquer governo burguês.
O Partido Comunista está consciente das dificuldades da sua posição.
O facto de o Synapismos, núcleo do catual Syriza, ter sido formado por dissidentes do KKE contribuiu para que grandes media internacionais apresentassem o partido de Tsipras como força política radical e até revolucionária. O apoio do Partido da Esquerda Europeia (criado para desmobilizar a classe operária), de partidos comunistas reformistas como o PCF e o PCE ao governo Syriza-Anel, e da social-democracia europeia em geral também gerou alguma confusão.
O KKE desempenha um papel fundamental na organização da luta contra as medidas anti-populares do actual governo. A votação do projecto de lei que apresentou no Parlamento para abolição do memorando e das leis anti-populares tem sido adiada. Será certamente derrotado pela maioria.
O governo Syriza-Anel, que tem contado com o apoio transparente da burguesia, cria dificuldades à luta dos trabalhadores, mas não pode impedir a ascensão da luta de massas.
O Syriza com o seu populismo demagógico continua a confundir amplos sectores sociais. Mas a sua máscara apresenta-se cada vez mais esburacada. No momento em que escrevo multiplicam-se em toda a Grécia as manifestações e as greves. O êxito dos desfiles do 1º de Maio iluminou bem a atitude de milhares de trabalhadores perante uma política classista, favorável ao grande capital. Para os dias 11 e 23 de Junho foram convocadas pelo PAME – a frente de trabalhadores e organizações sindicais na qual o KKE desempenha um papel fundamental – grandes manifestações.
O capitalismo não tem soluções para a sua crise estrutural. Está condenado a desaparecer e a única alternativa é o Socialismo. O KKE não desconhece que no actual contexto europeu e mundial a agonia do monstruoso sistema de exploração do homem será provavelmente lenta. Mas como partido revolucionário marxista-leninista a estratégia do KKE não é elaborada em função de um calendário para a tomada do poder. Os comunistas gregos não excluem a possibilidade de uma agudização das contradições e antagonismos, situação essa que poderia desembocar numa guerra imperialista na Região.
De dirigentes seus ouvi repetidamente a afirmação de que [o Partido] está preparado para "todas as eventualidades".