30/12/2014

9.313.(30dez2014.13.33') bom último dia do ano para tds....neste dia...31dezembro....vou rELEVAR: 290.avÔ, BOAS E BELAS festas da passagem de ano, RF Mira Serra Louções,Natalie Cole, Donna Summer, Rita Lee, Simon Wisenthal, Matisse e as pitadinhas de Joaquim Pessoa para animar o dia:

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2018
2/290aVÔ
Nós somos muito do passado que nos fez
mas o qu' importa +
é o que agHora fazemos
com o preSENTE
e com quem estAMOs
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2017
UM+290avÔ
úlTImo
+1X festança no CCCela
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2016
290.AVÔ
as MARgens
dos RIOS
podem ser meigas
e permitirem
as cheias
e irem ao LEIto
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2015
morreu Natalie Cole...1 vivaaaaaaa à sua obra
https://www.youtube.com/watch?v=PxS0Trxc59k&list=RDPxS0Trxc59k#t=1
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alcobaça by Alda Vaz
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1194603870553204&set=pcb.1194606647219593&type=3&theater
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2014
+1 estupenda fotogravAÇÃO da Polvoeira.Pataias.Martingança d'ALCOBAÇA que vos abRRaça...+1 fim que foi princípio...

http://admiravelmundodafotografia.blogspot.pt/2014/12/a-ultima-noite-do-ano.html
do A.M.Catarino
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festas por todo o concelho
CCCela, Urba, S.Martinho e a novidade nas Paredes da Vitória
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2014/11/913227nov2014142-passagem-de-ano.html
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1987
RF Mira Serra Louções
https://www.youtube.com/watch?v=8UmTllcs35w
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1948...Donna Summer
https://www.youtube.com/watch?v=UPXizlnS7go&list=PLCD30C830E8F53F22
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1947...Rita Lee
https://www.youtube.com/watch?v=j0htLCgAEj8&list=RDj0htLCgAEj8#t=8
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1908...Simon Wisenthal - caçador de nazis
https://www.dw.com/pt-br/ca%C3%A7ador-de-nazistas-completaria-100-anos/a-3911438
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1877...Morreu Gustave Coubert,,,Pintor do Realismo..."Ser capaz de reflectir os costumes, as ideias, o aspecto da minha época; ser não só um pintor, mas também um homem; numa palavra: fazer arte viva. Esse é o meu objectivo."
" O belo, como a verdade, está ligado ao tempo em que se vive e ao indivíduo que está pronto para compreendê-lo."
 "Nunca vi anjos. Se me mostrarem um, eu pinto."
 "Um artista só é capaz de reproduzir o que puder ver e tocar, e deve tentar fazê-lo tão simples e objectivamente quanto possível."
 "Só espero realizar um milagre: viver toda minha vida para minha arte, sem me afastar de meus princípios, sem ter por um só instante mentido à minha consciência, e sem ter nunca executado um palmo de pintura para agradar a alguém ou para vender."
 https://uniralcobaca.blogspot.com/2019/06/391010jun201988-gustave-courbet.html
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1869...Henri Matisse: "Na verdade, um pintor não tem outros inimigos sérios senão os seus quadros maus."
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2016/11/41873novembro201677-henri-matisse.html
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e as 3(+1) pitadinhas de Joaquim Pessoa para animar o dia:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=786239191411246&set=gm.864327510276027&type=1&theater
Dia 365

Termina o ano comum.
Termina o ano como 
um outro qualquer. Amei 
cada um dos dias que gastei. 
E gostei de os gastar. De os 
gostar. E degustei as horas, 
as semanas, os meses. Fui
sábio umas vezes, outras,
impaciente. Pedi-te:
dá-me a tua canção,
canta-a com os teus olhos,
os olhos do coração
irmãos da terra, irmãos 
da sombra, da cal, 
do sisal e do azul. Mal
me bastam as mil razões
do mel para sorrir e
para bater à porta de
cada página, procurando
no reverso, os versos da
ternura. Afago a pele
dos dias, a carne aflita
da distância. Quem é
que quer dar outro nome
às coisas que sempre
se chamaram assim,
e que assim se cantam
porque, agora, os dias
serão prova exaustiva
de coragem?
in ANO COMUM, 2.ª Ed.
Edições Esgotadas, 2013

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POEMA TRIGÉSIMO OITAVO (excertos)
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Que dizer, no entanto, de tantos poemas escritos modernamente 
mas que nasceram já velhos, os que sendo modernos apenas em
relação à época em que são escritos, os actuais, os muito actuais
e os actualíssimos, rapidamente ficarão ancorados na primeira es-
quina do tempo?
O que realmente seria bom é que, na literatura, como em tudo na
vida, não se confundisse nunca a "modernice" com a modernidade.
in  GUARDAR O FOGO
Editora Edições Esgotadas, 2013.
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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=781400218594146&set=a.115803568487151.13305.100001725243075&type=1&theater
NO SILÊNCIO DA ESPERA

Meu amor
meu amor
meu amor

Quem ao menos me dera
um punhal que arrancasse de vez esta dor.
Pelas costas do medo. Pelo ventre da espera.
Meu amor quem me dera
um punhal pelo menos.
Ou então uma flor.

No silêncio da espera.

No silêncio da espera
ficaremos de cera.
Perderemos a cor.

Se embarcarmos no sonho
numa nave de pedra
numa onda perdida
no silêncio da espera
num silêncio medonho
perderemos a vida.

Meu amor
meu amor
meu amor

Nas searas da raiva
cresce um pão de suor.
Na manhã deste trigo
nesta noite de trevo
são cantigas de amigo
os poemas que escrevo.

O silêncio é mais vivo
quando o medo é mais cego.

No silêncio da espera.

No silêncio da espera
nunca há Primavera
que resista ao terror.
No silêncio da espera
espreita sempre uma fera
ao virar desta dor.

Meu amor
meu amor
meu amor

Um punhal quem me dera!
Ou então uma flor.

No silêncio da espera.

No silêncio da espera
quem ao menos me dera
ter-te a ti meu amor.
in Obra Poética - Volume 01 (Amor Combate)
Litexa, 2001, 1ª edição
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(imagem da web)

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https://www.facebook.com/photo.php?fbid=785711651464000&set=gm.863331410375637&type=1&theater
POEMA CENTÉSIMO QUARTO

Venha a obra. Venha o leitor
acercar-se do dia. O poeta há-de sorrir
com o mesmo sorriso das palavras,
a mesma vontade de existir que vive
nas coisas realmente simples. Na obra
tudo arde em solidão, última fogueira
na noite do deserto, aguardando
as mãos frias do viajante que não
chegou a partir, o desassossego
daquele que nunca há-de chegar,
o medo que há nos olhos
daquele que não chora.
O leitor vem e interroga a obra.
E o poeta finge não ouvir, não tem
de ter resposta, o diálogo é
apenas
entre o poema e aquele que o lê,
ao poeta não interessam já as
explicações, a interpretação
da vida das palavras. O poeta
fez a obra mas desconhece
a obra. Coloca-se na fila
daqueles que esperam o momento
de inaugurar o texto. Deixou
de ser autor. É,
agora, simplesmente,
um seu leitor.
in GUARDAR O FOGO,
Editora: Edições Esgotadas 2013

Foto cena do filme O Leitor

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