e morreu a 6jan1989

http://pt.wikipedia.org/wiki/Elisa_Lispector
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irmã da Clarice Lispector
ver postagem da Clarice:
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2014/03/773429mar20141441-clarice-lispector.html
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Via
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2013/02/19/internas_viver,424168/elisa-lispector-comeca-a-sair-do-ostracismo.shtml

A avó, a mãe (em pé, à direita), e tias de Elisa, Tania e Clarice Lispector. Foto: Arquivo/Elisa Lispector.
Quando emigrou da Ucrânia para o Brasil em 1920, com 9 anos de idade, Leia teve o nome alterado para Elisa. Aos 14 anos, veio morar no Recife, onde permaneceu por uma década. Mas somente aos 34 anos, já no Rio de Janeiro, a escritora começou a publicação de seus sete romances e três livros de contos. A biografia e a obra de Elisa até hoje são pouco estudadas e despertam interesse quase nulo por parte do público leitor. Situação considerada injusta por pesquisadores. A hipótese mais provável para o ostracismo é a força do sobrenome: Lispector.
Ter sido escritora e irmã de Clarice Lispector, um dos maiores expoentes da literatura brasileira, não foi fácil. Mas Elisa, bem ou mal, encontrou seu próprio caminho. No autobiográfico No exílio (1948) baseou-se na saga da família ucraniana, incluindo os dez anos de convivência com o Recife. “Elisa descreve a rotina na cidade pernambucana, com registro de lugares, comidas, escolas, festas, situações… A perspectiva é a de uma adolescente judia, imigrante, que circula pelo bairro da Boa Vista, frequenta o clube israelita com o pai, vai à escola”, diz a pesquisadora da USP Nádia Gotlib.
A história da família Lispector tornou-se ainda mais acessível 63 anos depois da publicação de No exílio, quando Gotlib retomou o assunto com a organização de Retratos antigos (Editora UFMG, 143 páginas, R$ 85). O livro traz relatos inéditos de Elisa Lispector, várias fotos em preto e branco, além de declarações sobre o quanto a autora sofria com os “encargos pesados que a vida lhe reservara: cuidar da casa, das duas irmãs menores e da mãe, que padecia de paralisia e mal de Parkinson”.
Um dos motivos para o esquecimento de Elisa por parte do público e dos acadêmicos é a escassez de novas edições. Além deRetratos antigos (2012), apenas No exílio (José Olympio, 208 páginas, R$ 32) pode ser encontrado nas livrarias. Nas décadas de 1970 e 1980, tiveram segunda edição O muro de pedras (1976), O dia mais longo de Thereza (1978) e Além da fronteira(1988), mas três romances e três livros de contos permanecem na primeira edição. “Poucos volumes ainda são encontrados em sebos, mas os preços estão subindo. Elisa escreveu textos que merecem ser lidos por um público mais amplo”, alerta Nádia Gotlib.
Trechos
"Todas as manhãs Marim vem sentar-se à varanda do velho sobrado da rua da Imperatriz, vestido de linho engomado, os cabelos negros e lisos penteados, os braços inúteis cruzados sobre o busto. Depois que toma tento do que vai lá embaixo, reparando numa ou noutra pessoa que passa, inclina a cabeça de lado, os olhos como contas azuis ligeiramente amortecidos, e fica olhando com ar distante, entristecido."
(Fonte: Trecho do livro No exílio, 1948)
"É difícil definir bem a própria irmã. Sempre fomos muito unidas, Clarice, Tânia e eu. Lembro-me que, na infância, Clarice demonstrou logo ser independente, imaginativa e cheia de ternura. Tivemos todas uma vida muito agradável e feliz no Recife, e temos muitas saudades daqueles tempos. Embora casadas, e muitas vezes morando muito longe, estávamos sempre em contato umas com as outras, seja por carta, ou telefone. O que mais impressiona em Clarice não é fato de ser irmã, e ótima como sempre foi, mas como tornou-se mãe maravilhosa."
(Depoimento de 1963. Fonte: Arquivo Clarice Lispector da Fundação Casa de Rui Barbosa)
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Via blogue
CLARICE E ELISA LISPECTOR

Será lançado em Janeiro de 2012. Chamar-se-á Retratos Antigos. Coordenado por Nádia Gotlib. «De acordo com Nádia, a obra tem como características marcantes o modo como a história da família – de trabalhadores rurais e comerciantes – é contada por Elisa, que volta a seu tempo de infância para reconstruir o passado com o filtro da maturidade. «O texto é movido por intensa e respeitosa comoção da narradora diante dos sofrimentos que levaram o pai, Pedro, a deixar a Ucrânia em direção ao Brasil», salienta Nádia Gotlib, que foi professora de literatura brasileira na USP.
Ao contrário de Clarice, a escrita de Elisa é claramente autobiográfica, mas uma biografia não da primeira pessoa mas da família. Sintoma de solidão, ela que nunca casou nem filhos teve e viveu uma vida discreta, funcionária do Ministério do Trabalho. A qualidade da sua escrita surpreendeu muitos. Hoje é a hora do resgaste. [mais, aqui]

http://haialispector.blogspot.pt/
É mais um dos seus pequenos livros. Grande livro. São contos. Interessa-me menos o que conta mas o modo de contar. Como é tradicional nos livros de contos, o título é o nome de um dos contos que arquiva. Não o li a esse conto. Não sei em nome de que superstição faço quase sempre assim, guardando para o fim, como quem quer terminar a refeição com a mais saborosa lembrança. Li ao calhar, sublinhei os momentos magníficos como quando «entortando as bocas, na aflição da asfixia, os peixinhos minúsculos lutavam desesperadamente pelas suas minúsculas vidas», a história da despedida, «o penoso esforço de desatar os laços dos humanos comprometimentos tantas vezes alicerçados sobre intenções mal compreendidas», o difícil adeus àquele «que, não fosse por imposição, e do mesmo modo se lhe teria devotado, tão tocante é a fraqueza dos que em nós se apoiam, e a piedade que nos inspiram, como desnorteante é o remorso de quando nos furtamos e, em consequência, ferimos e deserdamos».
Elisa Lispector escreveu A Despedida. O livro Inventário, publicado em 1977, pela Rocco, no Rio de Janeiro, guardou-o para quem, sentindo-o, se reveja no já vivido, «num magoado adeus para nunca mais».
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Relato biográfico resgata Elisa, a irmã mais velha de Clarice Lispector
RAQUEL COZER
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
https://www.facebook.com/lerclarice/posts/199703056784138
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