16 ag
Dia do filósofo
***
Cícero
Nasceu a 3jan 106 a.C.
e morreu no ano 43 a.C.
***
Sócrates nasceu a 469 a.C. em Atenas
e morreu a 399 a.C.
*
SÓCRATES
http://www.infoescola.com/filosofia/socrates/
*

http://www.suapesquisa.com/socrates/
Algumas frases e pensamentos atribuídos ao filósofo Sócrates:
- A vida que não passamos em revista não vale a pena viver.
- A palavra é o fio de ouro do pensamento.
- Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.
- É melhor fazer pouco e bem, do que muito e mal.
- Alcançar o sucesso pelos próprios méritos. Vitoriosos os que assim procedem.
- A ociosidade é que envelhece, não o trabalho.
- O início da sabedoria é a admissão da própria ignorância.
- Chamo de preguiçoso o homem que podia estar melhor empregado.
- Há sabedoria em não crer saber aquilo que tu não sabes.
- Não penses mal dos que procedem mal; pense somente que estão equivocados.
- O amor é filho de dois deuses, a carência e a astúcia.
- A verdade não está com os homens, mas entre os homens.
- Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
- Quem melhor conhece a verdade é mais capaz de mentir.
- Sob a direção de um forte general, não haverá jamais soldados fracos.
- Todo o meu saber consiste em saber que nada sei.
- Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o Universo de Deus.
***
Via José Eduardo Oliveira
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10205739887931035&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=3&theater
"Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância"
**
https://www.facebook.com/humorinteligente01/photos/a.302397109784937.77671.292974040727244/1039627376061903/?type=1&theater
***
https://www.facebook.com/carloshilsdorf/photos/a.344447259000443.1073741829.344100929035076/711404068971425/?type=1&theater
***
CÍCERO
No dia 3 de janeiro de 106 a.C nasceu Cícero.
Cícero foi filósofo, orador, escritor e político romano. Morreu assassinado em finais de 43 a.C., vitima das lutas partidárias que ensanguentaram os últimos anos da República romana.
"Não basta conquistar a sabedoria, é preciso usá-la"
https://www.facebook.com/associacao.professoreshistoria/photos/a.319967034826769.1073741828.319682111521928/583944785095658/?type=3&theater
*
Via Citador:
Marcus Tullius Cícero

http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/marcus-tullius-cicero
Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons.
*
Quem afasta a amizade da vida parece que arranca o sol do mundo, pois os deuses imortais não nos deram nada melhor nem mais doce.
*
Para se ter vida longa é preciso viver devagar.
*
Nunca estou mais acompanhado do que quando estou sozinho.
*
Não há nada que não se consiga com a força de vontade, a bondade e, principalmente, com o amor.
*
O primeiro dever do historiador é não trair a verdade, não calar a verdade, não ser suspeito de parcialidades ou rancores.
*
Não há nada mais gratificante do que o afecto correspondido, nada mais perfeito do que a reciprocidade de gostos e a troca de atenções.
*
A ignorância é a maior enfermidade do género humano.
*
O maior inimigo da sociedade é o ingrato.
*
O maior inimigo da sociedade é o ingrato.
*
Reconhece-se o amigo certo numa situação incerta.
*
A história é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.
*
Parece-me que arrancam o sol deste mundo, esses que afastam a amizade das suas vidas.
*
Os livros são o alimento da juventude.
*
Assim como gosto do jovem que tem dentro de si algo do velho, gosto do velho que tem dentro de si algo do jovem: quem segue essa norma poderá ser velho no corpo, mas na alma não o será jamais.
*
Entendo que os chefes devem reconduzir tudo a este princípio: aqueles que eles governam devem ser tão felizes quanto possível.
*
O melhor tempero da comida é a fome.
*

As letras são o alimento da juventude, a paixão da idade madura e a recreação da velhice; dão-nos brilho na prosperidade, e são uma consolação, um recurso no infortúnio; fazem as delícias do gabinete, e não embaraçam em nenhuma situação da vida; de noite servem-nos de companhia, e vão connosco para o campo e em viagem.
*
A amizade apenas encontra a sua plena irradiação na maturidade da idade e do espírito.
*
O que nos ajuda mais a conservar e manter a nossa força é o facto de sermos amados; e o que se lhe opõe mais é o facto de termos medo. O medo é mau guarda da nossa longevidade; a benevolência, pelo contrário, é fiel e dura até à eternidade.
*
A memória diminui... se não for exercitada.
*
Qualquer pessoa pode errar; mas ninguém que não seja tolo persiste no erro.
*
Não basta adquirir sabedoria; é preciso, além disso, saber utilizá-la.
*
Prudência é saber distinguir as coisas desejáveis das que convém evitar.
*
Um bom amigo é mais digno do que cem familiares.
*
Uma casa sem livros é como um corpo sem alma.
*
Um juiz iníquo é pior do que um carrasco.
*
Aquele que se diz juiz com o prestígio da eloquência, é mais culpado do que qualquer outro que o corrompa com dinheiro.
*
O magistrado é a lei que fala, e a lei um magistrado mudo.
*
Ninguém confie nos juramentos daqueles que não acreditam que os deuses os oiçam.
*
Quanto melhor é uma pessoa, mais difícil se torna suspeitar da maldade dos outros.
*
Se temos uma biblioteca e um jardim temos tudo.
*
A verdadeira liberalidade consiste em dar com acerto.
*
Um homem nunca deve humilhar-se tanto, que chegue a esquecer-se que é homem.
*
As lágrimas secam depressa, especialmente quando se trata das tristezas dos outros.
*
É de admirar que um adivinho não ria ao ver outro adivinho.
*
Enquanto há vida, há esperança.
*
Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.
*
Para que possamos ser livres, somos escravos das leis.
*
Nas divergências civis, quando os bons valem mais do que os muitos, os cidadãos devem ser pesados, e não contados.
*
Não nascemos apenas para nós mesmos.
*
O silêncio deles é uma eloquente afirmação.
*
Sócrates foi o primeiro a evocar a filosofia do céu à terra, deu-lhe a cidadania nas cidades, introduziu-a também nas casas e obrigou-a a ocupar-se da vida e dos costumes, das coisas boas e das más.
*
Todos acham as suas obras belas.
*
O pensamento é livre.
*
Não há diferença entre um juiz perverso e um juiz ignorante.
*
Se a guerra tem de fazer-se, que se faça unicamente com a mira de obter a paz.
*
A ignorância é a noite do espírito, noite sem lua nem estrelas.
*
O hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos.
*
A dedicação contínua a um objectivo único consegue frequentemente superar o engenho.
*
Os bens mal adquiridos esvaem-se de mau modo.
*
Rico é aquele que tem tanto que não deseja mais.
*
Tudo tem um começo modesto.
*
A lembrança serena de uma dor passada traz um prazer.
*
Não saber o que aconteceu antes do teu nascimento seria para ti a mesma coisa que permanecer criança para sempre.
*
Não há nada de tão absurdo que não saia da boca de algum filósofo.
*
Quando se está em desacordo quanto ao bem soberano, é quanto a toda a filosofia que se está em desacordo.
*
O rosto é o espelho da alma.
*
No meio das armas, calam-se as leis.
*
Lazer com dignidade.
*
Viver sem amigos não é viver.
*
Nada é perfeito quando encontrado.
*
A amizade é simplesmente a amável concordância em todas as questões da vida.
*
Sem as mulheres, os homens conversariam com os deuses.
*
*
Para conservar a liberdade, a morte, que é o último dos males, não deve recear-se.
*
Nenhuma fortaleza é tão forte que não possa ser tomada sem dinheiro.
*
Para quem aspira ao primeiro lugar, não é indecoroso parar no segundo ou no terceiro.
*
Que as armas cedam à toga, o triunfo militar à glória cívica.
*
Ninguém é assim tão velho para não acredite que poderá viver por mais um ano.
*
Parece-me que arrancam o sol deste mundo, esses que afastam a amizade das suas vidas.
*
Os livros são o alimento da juventude.
*
Assim como gosto do jovem que tem dentro de si algo do velho, gosto do velho que tem dentro de si algo do jovem: quem segue essa norma poderá ser velho no corpo, mas na alma não o será jamais.
*
Entendo que os chefes devem reconduzir tudo a este princípio: aqueles que eles governam devem ser tão felizes quanto possível.
*
O melhor tempero da comida é a fome.
*

As letras são o alimento da juventude, a paixão da idade madura e a recreação da velhice; dão-nos brilho na prosperidade, e são uma consolação, um recurso no infortúnio; fazem as delícias do gabinete, e não embaraçam em nenhuma situação da vida; de noite servem-nos de companhia, e vão connosco para o campo e em viagem.
*
A amizade apenas encontra a sua plena irradiação na maturidade da idade e do espírito.
*
O que nos ajuda mais a conservar e manter a nossa força é o facto de sermos amados; e o que se lhe opõe mais é o facto de termos medo. O medo é mau guarda da nossa longevidade; a benevolência, pelo contrário, é fiel e dura até à eternidade.
*
A memória diminui... se não for exercitada.
*
Qualquer pessoa pode errar; mas ninguém que não seja tolo persiste no erro.
*
Não basta adquirir sabedoria; é preciso, além disso, saber utilizá-la.
*
Prudência é saber distinguir as coisas desejáveis das que convém evitar.
*
Um bom amigo é mais digno do que cem familiares.
*
Uma casa sem livros é como um corpo sem alma.
*
Um juiz iníquo é pior do que um carrasco.
*
Aquele que se diz juiz com o prestígio da eloquência, é mais culpado do que qualquer outro que o corrompa com dinheiro.
*
O magistrado é a lei que fala, e a lei um magistrado mudo.
*
Ninguém confie nos juramentos daqueles que não acreditam que os deuses os oiçam.
*
Quanto melhor é uma pessoa, mais difícil se torna suspeitar da maldade dos outros.
*
Se temos uma biblioteca e um jardim temos tudo.
*
A verdadeira liberalidade consiste em dar com acerto.
*
Um homem nunca deve humilhar-se tanto, que chegue a esquecer-se que é homem.
*
As lágrimas secam depressa, especialmente quando se trata das tristezas dos outros.
*
É de admirar que um adivinho não ria ao ver outro adivinho.
*
Enquanto há vida, há esperança.
*
Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação.
*
Para que possamos ser livres, somos escravos das leis.
*
Nas divergências civis, quando os bons valem mais do que os muitos, os cidadãos devem ser pesados, e não contados.
*
Não nascemos apenas para nós mesmos.
*
O silêncio deles é uma eloquente afirmação.
*
Sócrates foi o primeiro a evocar a filosofia do céu à terra, deu-lhe a cidadania nas cidades, introduziu-a também nas casas e obrigou-a a ocupar-se da vida e dos costumes, das coisas boas e das más.
*
Todos acham as suas obras belas.
*
O pensamento é livre.
*
Não há diferença entre um juiz perverso e um juiz ignorante.
*
Se a guerra tem de fazer-se, que se faça unicamente com a mira de obter a paz.
*
A ignorância é a noite do espírito, noite sem lua nem estrelas.
*
O hábito de tudo tolerar pode ser a causa de muitos erros e de muitos perigos.
*
A dedicação contínua a um objectivo único consegue frequentemente superar o engenho.
*
Os bens mal adquiridos esvaem-se de mau modo.
*
Rico é aquele que tem tanto que não deseja mais.
*
Tudo tem um começo modesto.
*
A lembrança serena de uma dor passada traz um prazer.
*
Não saber o que aconteceu antes do teu nascimento seria para ti a mesma coisa que permanecer criança para sempre.
*
Não há nada de tão absurdo que não saia da boca de algum filósofo.
*
Quando se está em desacordo quanto ao bem soberano, é quanto a toda a filosofia que se está em desacordo.
*
O rosto é o espelho da alma.
*
No meio das armas, calam-se as leis.
*
Lazer com dignidade.
*
Viver sem amigos não é viver.
*
Nada é perfeito quando encontrado.
*
A amizade é simplesmente a amável concordância em todas as questões da vida.
*
Sem as mulheres, os homens conversariam com os deuses.
*
Nem chega a ser útil saber o que acontecerá: é muito triste angustiar-se por aquilo que não se pode remediar.
Para conservar a liberdade, a morte, que é o último dos males, não deve recear-se.
*
Nenhuma fortaleza é tão forte que não possa ser tomada sem dinheiro.
*
Para quem aspira ao primeiro lugar, não é indecoroso parar no segundo ou no terceiro.
*
Que as armas cedam à toga, o triunfo militar à glória cívica.
*
Ninguém é assim tão velho para não acredite que poderá viver por mais um ano.
**
Uma Alma Grande e Corajosa
Um espírito corajoso e grande é reconhecido principalmente devido a duas características: uma consiste no desprezo pelas coisas exteriores, na convicção de que o homem, independentemente do que é belo e conveniente, não deve admirar, decidir ou escolher coisa alguma nem deixar-se abater por homem algum, por qualquer questão espiritual ou simplesmente pela má fortuna. A outra consiste no facto - especialmente quando o espírito é disciplinado na maneira acima referida - de se dever realizar feitos, não só grandes e seguramente, bastante úteis, mas ainda em grande número, árduos e cheios de trabalhos e perigos, tanto para a vida como para as muitas coisas que à vida interessam.
Todo o esplendor, toda a dimensão (devo acrescentar ainda a utilidade), pertencem à segunda destas duas características; porém, a causa e o princípio eficiente, que os tornam homens grandes, à primeira.
Naquela está, com efeito, aquilo que torna os espíritos excelentes e desdenhosos das coisas humanas. Na verdade, pode isto ser reconhecido por duas condições: em primeiro lugar, se estimares alguma coisa como sendo boa unicamente porque é honesta, em segundo lugar, se te encontrares livre de toda a perturbação de espírito. Consequentemente, o facto de se ter em pouca conta aquelas coisas humanas e de se desprezar, com uma atitude de espírito firme e sólida, essas mesmas coisas, que a muitos parecem ilustres e exímias, deve constituir apanágio de uma alma grande e corajosa. Suportar aquilo que parece acerbo, que de muitas e variadas maneiras aflige a vida e a sorte dos homens (de modo por assim dizer a não renunciares à ordem natural e à dignidade do sábio), é próprio de um espírito robusto e de grande constância.
in 'Dos Deveres'
Todo o esplendor, toda a dimensão (devo acrescentar ainda a utilidade), pertencem à segunda destas duas características; porém, a causa e o princípio eficiente, que os tornam homens grandes, à primeira.
Naquela está, com efeito, aquilo que torna os espíritos excelentes e desdenhosos das coisas humanas. Na verdade, pode isto ser reconhecido por duas condições: em primeiro lugar, se estimares alguma coisa como sendo boa unicamente porque é honesta, em segundo lugar, se te encontrares livre de toda a perturbação de espírito. Consequentemente, o facto de se ter em pouca conta aquelas coisas humanas e de se desprezar, com uma atitude de espírito firme e sólida, essas mesmas coisas, que a muitos parecem ilustres e exímias, deve constituir apanágio de uma alma grande e corajosa. Suportar aquilo que parece acerbo, que de muitas e variadas maneiras aflige a vida e a sorte dos homens (de modo por assim dizer a não renunciares à ordem natural e à dignidade do sábio), é próprio de um espírito robusto e de grande constância.
in 'Dos Deveres'
**
Os Limites da Amizade
Determinemos, agora, quais são os limites e, por assim dizer, os termos da amizade. Encontro aqui três opiniões diferentes, das quais não aprovo nenhuma: a primeira deseja que sejamos para os nossos amigos, assim como somos para nós mesmos; a segunda, que a nossa afeição por eles seja tal e qual à que eles têm por nós; a terceira, que estimemos os nossos amigos, assim como eles se estimam a si mesmos. Não posso concordar com nenhuma destas três máximas. Porque a primeira, que cada um tenha para com o seu amigo a mesma afeição e vontade que tem para si, é falsa. De facto, quantas coisas fazemos pelos nossos amigos, que jamais faríamos para nós! Rogar, suplicar a um homem que se despreza, tratar a outro com aspereza, persegui-lo com violência; coisas que em causa própria não seriam muito decentes, nos negócios dos amigos tornam-se muito honrosas. Quantas vezes um homem de bem abandona a defesa dos seus interesses e os sacrifica, em seu próprio detrimento, para servir os de seu amigo!
A segunda opinião é a que define a amizade por uma correspondência igual em amor e bons serviços. É fazer da amizade uma ideia bem limitada e mesquinha, sujeitá-la, assim, a um balanço entre a despesa e a receita. Parece-me que a verdadeira amizade é mais rica e mais generosa; não calcula com exactidão com medo de oferecer mais do que recebeu. Não se deve temer na amizade que se vá dar demais ou que se vá perder alguma coisa.
A terceira máxima é a mais perniciosa de todas: quer que se estime ao amigo tanto quanto ele se estima a si mesmo. Mas há bom número de pessoas, cuja alma tímida e desalentada não ousa aspirar a uma melhor sorte. Serão, então, os amigos obrigados a pensar como eles? Não deverão, ao contrário, esforçarem-se por encorajá-los, sugerindo esperanças e doces pensamentos? É necessário, portanto, prescrever outros limites para a amizade.
(...) Eis aqui os limites nos quais creio poder encerrar a amizade. Que os costumes dos amigos sejam sempre puros, que uma inteira comunhão de bens, de pensamentos, de vontade, exista entre eles. E mesmo se, por infelicidade, um deles necessita de auxílio do outro, em alguma empresa de justiça duvidosa, mas de onde dependa a sua vida ou a sua honra, pode-se, neste caso, desviar um pouco o caminho certo, contanto que daí não resulte a desonra. A amizade, com efeito, condescende até um certo ponto.
A segunda opinião é a que define a amizade por uma correspondência igual em amor e bons serviços. É fazer da amizade uma ideia bem limitada e mesquinha, sujeitá-la, assim, a um balanço entre a despesa e a receita. Parece-me que a verdadeira amizade é mais rica e mais generosa; não calcula com exactidão com medo de oferecer mais do que recebeu. Não se deve temer na amizade que se vá dar demais ou que se vá perder alguma coisa.
A terceira máxima é a mais perniciosa de todas: quer que se estime ao amigo tanto quanto ele se estima a si mesmo. Mas há bom número de pessoas, cuja alma tímida e desalentada não ousa aspirar a uma melhor sorte. Serão, então, os amigos obrigados a pensar como eles? Não deverão, ao contrário, esforçarem-se por encorajá-los, sugerindo esperanças e doces pensamentos? É necessário, portanto, prescrever outros limites para a amizade.
(...) Eis aqui os limites nos quais creio poder encerrar a amizade. Que os costumes dos amigos sejam sempre puros, que uma inteira comunhão de bens, de pensamentos, de vontade, exista entre eles. E mesmo se, por infelicidade, um deles necessita de auxílio do outro, em alguma empresa de justiça duvidosa, mas de onde dependa a sua vida ou a sua honra, pode-se, neste caso, desviar um pouco o caminho certo, contanto que daí não resulte a desonra. A amizade, com efeito, condescende até um certo ponto.
*
A Amizade é Indispensável ao Nosso Ser
A amizade é a unica coisa cuja utilidade é unanimemente reconhecida. A própria virtude tem muitos detratores, que a acusam de ostentação e charlatanismo. Muitos desprezam as riquezas e, contentes de pouco, agradam-se da mediocridade. As honras, à procura da qual se matam tanto as pessoas, quantos outros as desdenham até olhá-las como o que há de mais fútil e de mais frívolo? E, assim, quanto ao mais! O que a uns parece admirável, ao juízo doutros nada é. Mas quanto à amizade, toda a gente está de acordo: os que se ocupam dos negócios públicos, os que se apaixonaram pelo estudo e pelas indagações sapientes, e os que, longe do bulício, limitam os seus cuidados aos seus interesses privados: todos enfim, aqueles mesmos que se entregaram todos inteiros aos prazeres, declaram que a vida nada é sem a amizade, por pouco que queiram reservar a sua para algum sentimento honorável.
Ela se insinua, com efeito, não sei como, no coração de todos os homens e não se admite que, sem ela, possa passar nenhuma condição da vida. Bem mais, se é um homem de natureza selvagem, muito feroz para odiar seus semelhantes e fugir do seu contacto, como fazia, diz-se, não sei mais que Timon de Atenas. É preciso ainda que este homem procure um confidente no seio do qual possa verter o seu veneno e o seu ódio. A necessidade da amizade será ainda mais evidente, se ele pudesse admitir que um Deus nos tirasse do seio da sociedade para nos colocar numa solidão profunda, onde, fornecendo-nos em abundância tudo o que a natureza nos pode propinar, nos subtraísse ao mesmo passo a esperança e os meios de ver jamais qualquer face humana.
Qual é a alma de ferro que suportaria uma tal existência e a quem a solidão não tornaria insípidos todos os gozos? Assim tenho por verdadeiras as palavras de Arquitas de Taranto, que entendi recordar a velhos que as ouviram eles próprios de seus pais: «se alguem subir ao céu, e de lá contemplar a beleza do universo e dos astros, todas essas maravilhas deixá-lo-ão indiferente, enquanto que o embasbacarão de surpresa se tiver de contá-las a alguém». Assim, a natureza do homem se recusa à solidão, e parece sempre procurar um apoio: e não o há mais doce que o coração de um terno amigo.
Ela se insinua, com efeito, não sei como, no coração de todos os homens e não se admite que, sem ela, possa passar nenhuma condição da vida. Bem mais, se é um homem de natureza selvagem, muito feroz para odiar seus semelhantes e fugir do seu contacto, como fazia, diz-se, não sei mais que Timon de Atenas. É preciso ainda que este homem procure um confidente no seio do qual possa verter o seu veneno e o seu ódio. A necessidade da amizade será ainda mais evidente, se ele pudesse admitir que um Deus nos tirasse do seio da sociedade para nos colocar numa solidão profunda, onde, fornecendo-nos em abundância tudo o que a natureza nos pode propinar, nos subtraísse ao mesmo passo a esperança e os meios de ver jamais qualquer face humana.
Qual é a alma de ferro que suportaria uma tal existência e a quem a solidão não tornaria insípidos todos os gozos? Assim tenho por verdadeiras as palavras de Arquitas de Taranto, que entendi recordar a velhos que as ouviram eles próprios de seus pais: «se alguem subir ao céu, e de lá contemplar a beleza do universo e dos astros, todas essas maravilhas deixá-lo-ão indiferente, enquanto que o embasbacarão de surpresa se tiver de contá-las a alguém». Assim, a natureza do homem se recusa à solidão, e parece sempre procurar um apoio: e não o há mais doce que o coração de um terno amigo.
*
Saber Terminar uma Amizade Indesejável
Sucede, também, como por calamidade, que algumas vezes é necessário romper uma amizade: porque passo agora das amizades dos sábios às ligações vulgares. Muitas vezes quando os vícios se revelam num homem, os seus amigos são as suas vítimas como todos os outros: contudo é sobre eles que recai a vergonha. É preciso, pois, desligar-se de tais amizades —, afrouxando o laço pouco a pouco e, como ouvi dizer a Catão, é necessário descoser antes que despedaçar, a menos que se não haja produzido um escândalo de tal modo intolerável, que não fosse nem justo nem honesto, nem mesmo possível, deixar de romper imediatamente.
Mas se o carácter e os gostos vierem a mudar, o que acontece muitas vezes; se algum dissentimento político separar dois amigos (não falo mais, repito-o, das amizades dos sábios, mas das afeições vulgares), é preciso tomar cuidado em, desfazendo a amizade, não a substituir logo pelo ódio. Nada mais vergonhoso, com efeito, que estar em guerra com aquele que se amou por muito tempo.
(...) Apliquemo-nos, pois, antes de tudo, em afastar toda a causa de ruptura: se contudo, acontecer alguma, que a amizade pareça antes extinta do que estrangulada. Temamos sobretudo que ela não se transforme em ódio violento, que traz sempre consigo as querelas, as injúrias, os ultrajes. Por nós, suportemos esses ultrajes quanto forem suportáveis e prestemos esta homenagem a uma antiga amizade, de modo que a culpa caiba a quem os faz e não àquele que os sofre.
Mas o único meio de evitar e prevenir todos os aborrecimentos é não dar a nossa afeição nem muito depressa, nem a pessoas que não são dignas.
São dignos da nossa amizade aqueles que trazem consigo os meios de se fazer amar. Homens raros! De resto, tudo que é bom é raro e nada é mais difícil do que achar alguma coisa que seja em seu género perfeita em tudo. Mas a maior parte dos homens não conhece nada de bom nas coisas humanas senão o que lhes interessa e tratam seus amigos como aos animais, estimando mais aqueles de quem esperam recolher mais proveito.
Também são eles privados dessa amizade tão bela e tão natural, por si mesma tão desejável; e o seu coração não lhes faz compreender qual é a natureza e a grandeza de tal sentimento. Cada um ama-se a si mesmo, não para exigir prémio da sua própria ternura, mas porque naturalmente a sua própria pessoa lhe é cara. Se não existe alguma coisa de semelhante na amizade, não se achará nunca um verdadeiro amigo; porque um amigo, é um outro nós mesmos.
Se se vê nos animais aprisionados ou selvagens, habitantes do ar, da terra ou das águas, primeiro amarem-se a si mesmos (porque este sentimento é inato em toda a criatura), em seguida desejar e procurar seres da sua espécie, para se unir a eles (e, nessa procura mostram um afã e um ardor que não deixa de ser semelhante ao nosso amor), quanto mais essa dupla inclinação na natureza do homem que se ama a si próprio e que busca um outro homem, cuja alma se confunde de tal modo com a sua que de duas não faça mais de que uma.
Mas se o carácter e os gostos vierem a mudar, o que acontece muitas vezes; se algum dissentimento político separar dois amigos (não falo mais, repito-o, das amizades dos sábios, mas das afeições vulgares), é preciso tomar cuidado em, desfazendo a amizade, não a substituir logo pelo ódio. Nada mais vergonhoso, com efeito, que estar em guerra com aquele que se amou por muito tempo.
(...) Apliquemo-nos, pois, antes de tudo, em afastar toda a causa de ruptura: se contudo, acontecer alguma, que a amizade pareça antes extinta do que estrangulada. Temamos sobretudo que ela não se transforme em ódio violento, que traz sempre consigo as querelas, as injúrias, os ultrajes. Por nós, suportemos esses ultrajes quanto forem suportáveis e prestemos esta homenagem a uma antiga amizade, de modo que a culpa caiba a quem os faz e não àquele que os sofre.
Mas o único meio de evitar e prevenir todos os aborrecimentos é não dar a nossa afeição nem muito depressa, nem a pessoas que não são dignas.
São dignos da nossa amizade aqueles que trazem consigo os meios de se fazer amar. Homens raros! De resto, tudo que é bom é raro e nada é mais difícil do que achar alguma coisa que seja em seu género perfeita em tudo. Mas a maior parte dos homens não conhece nada de bom nas coisas humanas senão o que lhes interessa e tratam seus amigos como aos animais, estimando mais aqueles de quem esperam recolher mais proveito.
Também são eles privados dessa amizade tão bela e tão natural, por si mesma tão desejável; e o seu coração não lhes faz compreender qual é a natureza e a grandeza de tal sentimento. Cada um ama-se a si mesmo, não para exigir prémio da sua própria ternura, mas porque naturalmente a sua própria pessoa lhe é cara. Se não existe alguma coisa de semelhante na amizade, não se achará nunca um verdadeiro amigo; porque um amigo, é um outro nós mesmos.
Se se vê nos animais aprisionados ou selvagens, habitantes do ar, da terra ou das águas, primeiro amarem-se a si mesmos (porque este sentimento é inato em toda a criatura), em seguida desejar e procurar seres da sua espécie, para se unir a eles (e, nessa procura mostram um afã e um ardor que não deixa de ser semelhante ao nosso amor), quanto mais essa dupla inclinação na natureza do homem que se ama a si próprio e que busca um outro homem, cuja alma se confunde de tal modo com a sua que de duas não faça mais de que uma.
in 'Diálogo sobre a Amizade'
*
***biografia
http://www.infoescola.com/filosofos/marco-tulio-cicero/
Cícero foi um dos mais importantes filósofos da Roma antiga.
Nascido no dia 3 de janeiro do ano 106 antes de Cristo, Marco Túlio Cícero era proveniente de uma cidade ao sul de Roma de nome Arpino. O fato de Cícero não ser um romano tradicional foi incomodo durante toda a sua vida, o deixava envergonhado. Mas sua educação foi baseada nos grandes filósofos, poetas e historiadores gregos. Foi toda a sua proficiência na língua grega que o levou à condição de intelectual e o colocou entre a elite romana tradicional. A família de Cícero também o ajudou a crescer, seu pai era um rico equestre com importantes contatos em Roma.
Cícero era um estudante incansável e extremamente talentoso, características que despertaram a atenção de Roma. Desprovido de qualquer interesse pela vida militar, Cícero era um intelectual e começou sua carreira como advogado. Mais tarde, mudou-se para a Grécia e ampliou seus estudos de retórica. Através dessa estadia na Grécia teve contato e passou a admirar calorosamente a obra de Platão. Cícero tornou-se o responsável por introduzir a filosofia grega em Roma, criando um vocabulário filosófico em Latim.
Após morar na Grécia, Cícero voltou a Roma e ingressou na vida pública. Nesse momento, já era reconhecido como grande linguista, tradutor e filósofo e tinha em sua história pessoal o respeito por ser um eloquente orientador e bem sucedido advogado. Porém ele acreditava que a carreira política era a conquista de maior sucesso em sua vida. Cícero participou de grandes eventos da história política de Roma, como as guerras civis e a ditadura de Júlio César na primeira metade do século I a.C.. Foi Cícero quem patrocinou o retorno ao governo republicano tradicional em Roma, era um homem descrito por seus biógrafos como de personalidade sensível e impressionável, que reagia de modo exagerado às mudanças políticas. Como estadista, era inconsistente em suas decisões e tinha a tendência de muda-las em função do clima político do momento.
De toda forma, Cícero se tornou o homem mais importante de Roma, ao lado de Marco Antônio. O primeiro como porta-voz do Senado e o segundo como cônsul. Só que os dois nunca tiveram uma relação amigável. O que piorou quando Cícero acusou Marco Antônio de abusar na interpretação das intenções e dos desejos de Júlio César. Cícero articulou um plano para colocar no poder o herdeiro de César, contudo seu plano não saiu como desejava. Octaviano aliou-se a Marco Antônio e formaram um triunvirato juntamente com Lépido para governar Roma. Esse novo governo elaborou uma lista de pessoas que deveriam ser consideradas inimigas do Estado, na qual Cícero foi incluída. O intelectual romano era muito bem visto por grande parte do público e Octaviano também se recusava a inseri-lo nessa listagem. Mas a medida foi inevitável, Cícero foi capturado no dia 7 de dezembro do ano 43 antes de Cristo quando tentava fugir para a Macedônia. Seus escravos ainda tentaram o esconder, mas os assassinos o encontraram e o mataram. Cícero não resistiu à morte, mas teve a cabeça cortada e as mãos também, por ordem de Marco Antônio, partes que foram pregadas no Fórum Romano.
Além de um escritor talentoso, Cícero deixou um legado de grande influência na cultura europeia. É uma das principais fontes primárias para o estudo da Roma antiga.
***
Cícero
nasceu numa antiga família da classe equestre, duma povoação do
interior do Lácio, a quem tinha sido dada a cidadania romana somente em
188 a.C., e que nunca tinha por isso participado na vida política de
Roma. O pai proporcionou aos dois filhos, Marco, o mais velho, e Quinto,
uma educação muito completa, sendo que Marco Túlio, após ter estudado
na escola pública e ter chegado à maioridade, foi entregue aos cuidados
do célebre senador e jurista romano Múcio Cévola que o pôs a par das
leis e das instituições políticas de Roma.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/03-de-janeiro-de-106-ac-nasce-cicero.html?fbclid=IwAR1jNkPAbbtGN_nrWGJZHS9ra_KhIzypQKGoIXqW1hPuargYL0oJF9ZpzII
***
03 de Janeiro de 106 a.C. : Nasce Cícero, filósofo, orador, escritor e político romano
Durante
a Guerra Social do princípio do século I a.C (91-88 a.C.) Cícero passou
brevemente pela vida militar, passo necessário para poder participar
plenamente na vida política romana, tendo estado presente numa campanha
militar sob o comando do cônsul Pompeu Estrabão, pai de Pompeu o Grande.
Regressado à vida civil, começou a estudar filosofia com Filão, o
Académico, mas a sua atenção centrou-se na oratória que estudou com a
ajuda de Molo, o principal retórico da época, e de Diodoto, o Estóico.
Cícero
é considerado o primeiro romano que chegou aos principais postos do
governo com base na sua eloquência, e ao mérito com exerceu as suas
funções de magistrado civil. O primeiro caso importante que aceitou foi
a defesa de Amerino, um escravo liberto, acusado de parricida por um
favorito de Sila, nessa época ditador de Roma. Esta acção corajosa
levou-o a sair prudentemente de Roma, após a conclusão do pleito, tendo
viajado durante dois anos, oficialmente para se restabelecer de uma
doença. Em Atenas reencontrou o seu colega de escola Pompónio Ático, com
quem estabelecerá a partir daí uma longa, e muito célebre, Correspondência. No Oriente concluiu a sua formação filosófica e retórica.
Regressado
a Roma em 76 a.C. após a morte de Sila, começou a sua carreira
política, sendo nomeado questor da Sicília no ano seguinte, província
que governou com sucesso. De regresso a Roma aceitou dirigir, em 70
a.C., o processo que a população da ilha intentou contra o pro-pretor da
ilha, Verres, por corrupção. Venceu o processo obrigando este a sair de
Roma. No ano seguinte (69 a.C.), cinco anos depois de regressar da
Sicília, foi eleito edil e mais tarde, cumpridos os dois anos de
intervalo entre magistraturas, foi escolhido para pretor (66 a.C.),
discursando pela primeira vez a partir da Rostra - a antiga plataforma dos oradores no Fórum de Roma - em defesa da Lex Manilia,
que pretendia entregar a Pompeu o governo de várias províncias
orientais, como base para atacar o rei do Ponto, Mitríades VI Eupator,
em luta contra Roma no norte da península da Anatólia (Ásia Menor).
No
fim da sua actuação como pretor, decidiu concorrer ao consulado, tendo
por isso recusado a nomeação para o governo de uma província do império,
o pagamento normal para o exercício do cargo de pretor. Foi eleito
cônsul em 62 a.C., para o exercício do ano seguinte. Nesse cargo
conseguiu destruir a Conjuração de Catilina, tendo sido declarado Pai da Pátria por essa actuação em defesa das instituições republicanas.
Mas
o regresso triunfal de Pompeu a Roma, e a institucionalização do
primeiro Triunvirato, fez com que as ambições políticas de Cícero
sofressem um rude golpe, fazendo com que voltasse às actividades forense
e literária. Mas a actuação de um seu inimigo político, P. Clódio, que
criticava a actuação de Cícero durante a conjuração de Catilina, devido à
execução dos conjurados sem julgamento, fez com que abandonasse
voluntariamente Roma (58 a.C.) e a Itália indo para o exílio na Grécia,
por onde deambulou, até que se instalou em Tessalónica no norte da
província, o que não impediu a votação de uma lei que o desterrava. A
perseguição de P. Clódio continuou, atacando a família mais próxima e as
propriedades de Cícero, até que Pompeu interveio e conseguiu, com a
ajuda de parentes e de amigos de Cícero, que o Senado se decidisse a
chamá-lo do exílio. Quando regressou (57 a.C.), o Senado foi recebê-lo
às portas da cidade, sendo a sua entrada quase uma procissão triunfal.
Seis
anos mais tade (51 a.C.), devido a uma lei de Pompeu, que obrigava os
senadores de nível consular ou pretoriano a dividirem as províncias
vagas entre si, foi governar a Cilícia. Aí, nas costas meridionais da
Ásia Menor, antigo centro da pirataria do Mediterrâneo oriental, lutou
vitoriosamente contra tribos rebeldes das montanhas, recebendo dos seus
soldados o título de Imperator. Demitiu-se e regressou a Roma por
volta do ano 50 a.C., com intenção de reclamar a realização de um
triunfo. Mas o começo das lutas entre Pompeu e César, que deram origem à
Guerra Civil, impediram a sua efectivação.
Foi o período mais crítico do ponto de vista moral e político da vida de Cícero.
Querendo
manter-se neutral na feroz luta política da época tentou agradar aos
dois campos, sem conseguir agradar a nenhum deles. Mas manteve-se sempre
mais perto de Pompeu, e do partido senatorial, do que de César, e do
partido popular, e de facto acabou por se decidir, mas muito
timidamente, pelo campo senatorial. Após a batalha de Farsalia (48
a.C.), e a fuga consequente de Pompeu e a morte deste no Egipto,
recusou-se a comandar tropas e regressou a Roma, governada por António
enquanto representante pessoal de César. Cícero passou então a
dedicar-se integralmente à filosofia e à literatura, sendo desta época o
tratado De Republica.
Os
empréstimos feitos a Pompeu, naturalmente não pagos, empobreceram-no,
tendo necessidade de pedir a assistência do seu velho amigo Ático, e de
se divorciar da sua mulher, Terência, casando com Publilia, uma jovem de
meios. Nessa período, Túlia, filha do seu primeiro casamento, morreu, o
que provocou o divórcio da sua segunda mulher, que não terá mostrado
suficiente pesar pela morte da enteada. Estes factos provocaram a
publicação de De Consolatione.
O
assassínio de César em 44 a.C. trouxe-o de novo para o centro da
actividade política. Tentou recuperar a influência política, e a
direcção do partido senatorial, mas António ocupou o lugar de Júlio
César, e a Cícero só lhe restou escrever as orações contra o sucessor de
César conhecidas comoFilípicas. A sua oposição a António
granjearam-lhe o interesse de Octávio. Cícero não se deixou enganar pelo
filho adoptivo de César, e as resoluções do Senado contra António
tiveram origem nele. Mas Octávio, eleito cônsul, chegou a acordo com
António e Lépido, antigo general de Júlio César, formando-se o segundo
triunvirato. Cícero retirou-se com alguns familiares para Túsculo, a sul
de Roma. Aí teve conhecimento que Octávio o tinha abandonado e que
António o tinha colocado na lista dos proscritos, uma declaração de
morte. Viajou para Fórmio, na costa adriática, com intenção de embarcar
para a Grécia. Mas acabou por ficar afirmando «Moriar in patria soepe servata»
(Morra eu na pátria que tantas vezes salvei), o que aconteceu às mãos
de soldados comandados por um seu antigo cliente. Cortaram-lhe a cabeça e
as mãos e, por ordem de António, pregaram-nas na Rostra.
Fontes:Portal da História
Wikipedia(imagens)
Jovem Cícero a Ler - Vicenzo Foppa
Cícero denuncia Catilina - Cesare Maccari
Busto de Cícero
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/03-de-janeiro-de-106-ac-nasce-cicero.html?fbclid=IwAR1jNkPAbbtGN_nrWGJZHS9ra_KhIzypQKGoIXqW1hPuargYL0oJF9ZpzII
***