16/02/2015

9.597.(16fev2015.7.11') Luísa Dacosta

Nasceu a 23fev1927
e morreu a 15fev2015
***
"as primeiras palavras que guardei:
leite a seivar
meu cravinho aberto
rosa branca desfolhada
lubrinar
estás cariote
*
aprendi muito com o povo
*
só comecei a escrever depois de começar a dar aulas
*
aquelas horrorosas selectas
***
http://paginas.fe.up.pt/porto-ol/aaf/fotobiografia.html
Nota biográfica
Luísa Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas. Mas as suas "Universidades" foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga (-Ele não me bate muito, só o preciso) e que, mesmo afeitas, num treino de gerações,às vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Às mulheres de A-Ver-O-Mar "Deve" a língua ao rés do coloquial. Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a tem motivado a escrever para crianças.
Nota bibliográfica
A autora está representada nas seguintes antologias:

Daqui Houve Nome de Portugal, Eugénio de Andrade, 1969.
De Que São Feitos os Sonhos, Areal Editores, 1985.
Portugal: A Terra e o Homem, Fundação Calouste Gulbenkian, II Vol., 3ª série, 1981.

Escreveu:

Província
Aspectos do Burguesismo Literário
Notas de Leituras
Vóvó Ana,Bisavó Filomena e Eu
De Mãos Dadas Estrada Fora...I
O Príncipe que Guardava Ovelhas
O Valor Pedagógicao da Sessão de Leitura
De Mãos Dadas Estrada Fora...II
O Elefante Cor-de-Rosa
Teatrinho do Romão
A Menina Coração de Pássaro
De Mãos Dadas Estrada Fora...III
A-Ver-O--Mar
Nos Jardins do Mar
Prefácio a Raul Brandão
Corpo Recusado
A Batalha de Aljubarrota
História com Recadinho
Os Magos Que Não Chegaram a Belém
Morrer a Ocidente
Sonhos Na Palma da Mão
Na Água do Tempo
Lá Vai Uma... Lá Vão Duas...
***
Via Graça da Silva
Não sei tecer senão espumas, nuvens e brumas. Coisas breves, leves, que o vento desfaz. Como prender-te em teia tão frágil? in A Maresia e o Sargaço dos Dias
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Via
http://nescritas.com/poetasapaixonados/listapoesiasdeamor2/1879/09/


Luísa Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas.
Mas as suas "Universidades" foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga (- Ele não me bate muito, só o preciso) e que, mesmo afeitas, num treino de gerações, ás vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Ás mulheres de A-Ver-O-Mar "Deve" a língua ao rés do coloquial.
Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a tem motivado a escrever para crianças.

APELO

Cayetano de Arquer Buigas
 Cayetano de Arquer Buigas

Atravessa os campos da noite
e vem.

A minha pele
ainda cálida de sol
te será margem.

Nas fontes, vivas,
do meu corpo
saciarás a tua sede.

Os ramos dos meus braços
serão sombra rumorejante
ao teu sono, exausto.

Atravessa os campos da noite
e vem.


in «Cem  Poemas Portugueses no Feminino»,
Selec., Organiz. e introd. de José Fanha e José Jorge Letria

CHAMAMENTO

© 7Paintings: www.7paintings.com
Silence of the Night, at 7paintings.com

Da margem do sonho
e do outro lado do mar
alguém me estremece
sem me alcançar.

Um bafo de desejo
chega, vago, até mim.
Perfume delido
de impossivel jasmim.

É ele que me sonha?
Sou eu a sonhar?
Sabê-lo seria
desfazer, no vento,
tranças de luar.

Nuvens,
barcos,
espumas
desmancham-se na noite.

E a vida lateja, longe,
num outro lugar.

in «Cem  Poemas Portugueses no Feminino»,
Selec., Organiz. e introd. de José Fanha e José Jorge Letria
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entrevista
https://www.youtube.com/watch?v=gbOR0HhmYBg
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Dois poemas de Luísa Dacosta

Entretenimento

Como quem procura conchas à beira do mar,
escolho as palavras para te dizer,
quando o silêncio dos teus braços
vestir o frio dos meus ombros.


Apelo

Atravessa os campos da noite
e vem.

A minha pele
ainda cálida de sol
te será margem.

Nas fontes, vivas,
do meu corpo
saciarás a tua sede.

Os ramos dos meus braços
serão sombra rumorejante
ao teu sono, exausto.

Atravessa os campos da noite
e vem.
A Maresia e o Sargaço dos Dias, Porto: Edições Asa, 2002
Via: 
http://tulisses.blogspot.pt/2009/06/dois-poemas-de-luisa-dacosta.html
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http://foleirices.blogs.sapo.pt/tag/lu%C3%ADsa+dacosta
Scan1.jpg
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Via JERO:

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202680153519587&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=1&theater
Entre os seus livros contam-se Província, A Menina Coração de Pássaro, Sonhos Na Palma da Mão, O Valor Pedagógico da Sessão de Leitura, A-Ver-O-Mar ou Nos Jardins do Mar. Escreveu também livros infantis.
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