e morreu a 15fev2015
***
"as primeiras palavras que guardei:
leite a seivar
meu cravinho aberto
rosa branca desfolhada
lubrinar
estás cariote
*
aprendi muito com o povo
*
só comecei a escrever depois de começar a dar aulas
*
aquelas horrorosas selectas
***
http://paginas.fe.up.pt/porto-ol/aaf/fotobiografia.html
Nota biográfica
Luísa Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas. Mas as suas "Universidades" foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga (-Ele não me bate muito, só o preciso) e que, mesmo afeitas, num treino de gerações,às vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Às mulheres de A-Ver-O-Mar "Deve" a língua ao rés do coloquial. Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a tem motivado a escrever para crianças.Nota bibliográfica
A autora está representada nas seguintes antologias:
Daqui Houve Nome de Portugal, Eugénio de Andrade, 1969.
De Que São Feitos os Sonhos, Areal Editores, 1985.
Portugal: A Terra e o Homem, Fundação Calouste Gulbenkian, II Vol., 3ª série, 1981.
Escreveu:
Província
Aspectos do Burguesismo Literário
Notas de Leituras
Vóvó Ana,Bisavó Filomena e Eu
De Mãos Dadas Estrada Fora...I
O Príncipe que Guardava Ovelhas
O Valor Pedagógicao da Sessão de Leitura
De Mãos Dadas Estrada Fora...II
O Elefante Cor-de-Rosa
Teatrinho do Romão
A Menina Coração de Pássaro
De Mãos Dadas Estrada Fora...III
A-Ver-O--Mar
Nos Jardins do Mar
Prefácio a Raul Brandão
Corpo Recusado
A Batalha de Aljubarrota
História com Recadinho
Os Magos Que Não Chegaram a Belém
Morrer a Ocidente
Sonhos Na Palma da Mão
Na Água do Tempo
Lá Vai Uma... Lá Vão Duas...
***Aspectos do Burguesismo Literário
Notas de Leituras
Vóvó Ana,Bisavó Filomena e Eu
De Mãos Dadas Estrada Fora...I
O Príncipe que Guardava Ovelhas
O Valor Pedagógicao da Sessão de Leitura
De Mãos Dadas Estrada Fora...II
O Elefante Cor-de-Rosa
Teatrinho do Romão
A Menina Coração de Pássaro
De Mãos Dadas Estrada Fora...III
A-Ver-O--Mar
Nos Jardins do Mar
Prefácio a Raul Brandão
Corpo Recusado
A Batalha de Aljubarrota
História com Recadinho
Os Magos Que Não Chegaram a Belém
Morrer a Ocidente
Sonhos Na Palma da Mão
Na Água do Tempo
Lá Vai Uma... Lá Vão Duas...
Via Graça da Silva
Não sei tecer senão espumas, nuvens e brumas. Coisas breves, leves, que o vento desfaz. Como prender-te em teia tão frágil? in A Maresia e o Sargaço dos Dias
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Via
http://nescritas.com/poetasapaixonados/listapoesiasdeamor2/1879/09/
Luísa Dacosta nasceu em 1927, em Vila Real de Trás-os-Montes. Formou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, em Histórico-Filosóficas.
Mas as suas "Universidades" foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga (- Ele não me bate muito, só o preciso) e que, mesmo afeitas, num treino de gerações, ás vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Ás mulheres de A-Ver-O-Mar "Deve" a língua ao rés do coloquial.
Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a tem motivado a escrever para crianças.
Mas as suas "Universidades" foram as mulheres de A-Ver-O-Mar, que murcham aos trinta anos, vivem e morrem na resignação de ter filhos e de os perder, na rotina de um trabalho escravo, sem remuneração, espancadas como animais de carga (- Ele não me bate muito, só o preciso) e que, mesmo afeitas, num treino de gerações, ás vezes não aguentam e se suicidam (oh! Senhora das Neves! E tu permites!) depois de um parto, quando o mundo recomeça num vagido de criança! Ás mulheres de A-Ver-O-Mar "Deve" a língua ao rés do coloquial.
Foi professora do ciclo preparatório e alguma coisa deve também aos alunos: o ter ficado do lado do sonho. Isso a tem motivado a escrever para crianças.
APELO
Cayetano de Arquer Buigas
Atravessa os campos da noite
e vem.
e vem.
A minha pele
ainda cálida de sol
te será margem.
ainda cálida de sol
te será margem.
Nas fontes, vivas,
do meu corpo
saciarás a tua sede.
do meu corpo
saciarás a tua sede.
Os ramos dos meus braços
serão sombra rumorejante
ao teu sono, exausto.
serão sombra rumorejante
ao teu sono, exausto.
Atravessa os campos da noite
e vem.
e vem.
in «Cem Poemas Portugueses no Feminino»,
Selec., Organiz. e introd. de José Fanha e José Jorge Letria
CHAMAMENTO
Silence of the Night, at 7paintings.com
Da margem do sonho
e do outro lado do mar
alguém me estremece
sem me alcançar.
e do outro lado do mar
alguém me estremece
sem me alcançar.
Um bafo de desejo
chega, vago, até mim.
Perfume delido
de impossivel jasmim.
chega, vago, até mim.
Perfume delido
de impossivel jasmim.
É ele que me sonha?
Sou eu a sonhar?
Sabê-lo seria
desfazer, no vento,
tranças de luar.
Sou eu a sonhar?
Sabê-lo seria
desfazer, no vento,
tranças de luar.
Nuvens,
barcos,
espumas
desmancham-se na noite.
barcos,
espumas
desmancham-se na noite.
E a vida lateja, longe,
num outro lugar.
num outro lugar.
in «Cem Poemas Portugueses no Feminino»,
Selec., Organiz. e introd. de José Fanha e José Jorge Letria
entrevista
https://www.youtube.com/watch?v=gbOR0HhmYBg
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Dois poemas de Luísa Dacosta
Entretenimento
Como quem procura conchas à beira do mar,
escolho as palavras para te dizer,
quando o silêncio dos teus braços
vestir o frio dos meus ombros.
Apelo
Atravessa os campos da noite
e vem.
A minha pele
ainda cálida de sol
te será margem.
Nas fontes, vivas,
do meu corpo
saciarás a tua sede.
Os ramos dos meus braços
serão sombra rumorejante
ao teu sono, exausto.
Atravessa os campos da noite
e vem.
A Maresia e o Sargaço dos Dias, Porto: Edições Asa, 2002
Como quem procura conchas à beira do mar,
escolho as palavras para te dizer,
quando o silêncio dos teus braços
vestir o frio dos meus ombros.
Apelo
Atravessa os campos da noite
e vem.
A minha pele
ainda cálida de sol
te será margem.
Nas fontes, vivas,
do meu corpo
saciarás a tua sede.
Os ramos dos meus braços
serão sombra rumorejante
ao teu sono, exausto.
Atravessa os campos da noite
e vem.
A Maresia e o Sargaço dos Dias, Porto: Edições Asa, 2002
Via:
http://tulisses.blogspot.pt/2009/06/dois-poemas-de-luisa-dacosta.html
***http://foleirices.blogs.sapo.pt/tag/lu%C3%ADsa+dacosta
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Via JERO:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10202680153519587&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=1&theater
Entre os seus livros contam-se Província, A Menina Coração de Pássaro, Sonhos Na Palma da Mão, O Valor Pedagógico da Sessão de Leitura, A-Ver-O-Mar ou Nos Jardins do Mar. Escreveu também livros infantis.
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