18/03/2015

9.756.(18mar2015.13.55') Augusto César Sandino - revolucionário da Nicarágua

Nasceu a 18maio1895
e morreu 21fev1934
***
19jul1979 - revolução sandinista
***
Via avante
22jul2014
Albano Nunes:
No 25º aniversário da revolução sandinista
O derrube da ditadura militar fascista de Somoza e a conquista do poder pela Frente Sandinista de Libertação Nacional em 19 de Julho de 1979, após anos da dura luta guerrilheira e popular, constituiu um acontecimento de extraordinário alcance revolucionário, não apenas para o povo nicaragüense que se lançou com entusiasmo na demolição da oligarquia e na construção de uma sociedade mais livre e mais justa, mas para todos os povos do mundo.
É por isso necessário que a história da revolução sandinista – cujo 25.º aniversário acaba de ser celebrado em Manágua com importantes iniciativas a que o PCP se associou – seja estudada por todos aqueles que, no momento actual, num quadro de grandes dificuldades e perigos, se não resignam e persistem na luta pela transformação revolucionária da sociedade. Nas suas diferentes étapes e desenvolvimentos – da insurreição armada à tentativa de construir um poder popular; da luta contra o analfabetismo ou pela Reforma Agrária ao combate à reacção interna e à violenta agressão do imperialismo; das dificuldades provocadas pelos divisionistas e pelas pressões anti-comunistas da Internacional Socialista a fenómenos de degenerescência nas próprias fileiras sandinistas ligadas com o acesso ao poder; em períodos de avanço libertador ou de recuo contra-revolucionário – a revolução que leva o nome de Sandino, o grande herói nacional da Nicarágua, comporta ensinamentos universais de grande actualidade para os revolucionários de todo o mundo.

A revolução sandinista foi antes do mais obra dos trabalhadores, do povo e dos revolucionários da Nicarágua e uma poderosa afirmação de liberdade e de soberania. A originalidade e criatividade que a caracterizaram, a ela como a todas as autenticas revoluções (sem esquecer a portuguesa), mergulha profundamente nas massas e na realidade da sociedade nicaraguense. Incluindo a sua maior realização que foi a FSLN a qual, não obstante o seu carácter frentista e limitações no plano ideológico, assumiu inequivocamente o papel de vanguarda revolucionária. Nos dias de hoje quando o imperialismo, alimentando teorizações oportunistas que negam a dimensão patriótica da luta libertadora, tudo faz para separar os revolucionários das massas e desenraizá-los do terreno nacional, isto deve ser particularmente sublinhado.
Simultaneamente é indispensável levar em consideração o contexto internacional da revolução sandinista e a dialética dos factores nacional e internacional, que no caso da Nicarágua é ainda mais importante que na revolução portuguesa. A sua vitória situa-se num claro ascenso do processo revolucionário que caracterizou a década de 70, e contou com o sólido apoio dos países socialistas e da sua política de solidariedade internacionalista. A sua derrota, assinalada pela vitória da direita nas eleições de Fevereiro de 1990, reflecte já a profunda alteração da correlação de forças resultante das derrotas do socialismo no Leste da Europa e a viragem da política externa do PCUS dominada pelo «novo pensamento» e inerente claudicação diante das exigências do imperialismo.

De facto o grande responsável pela liquidação da experiência de poder sandinista é o imperialismo norte-americano, que não recuou perante nenhum crime para esmagar a revolução (terrorismo dos «contra», escândalo do «Irangate», bloqueio económico, minagem dos portos nicaraguenses). Hoje, quando o imperialismo, tentando deter a marcha da História, desenvolve por toda a parte uma violenta política de ingerência e agressão, esta dura experiência da Nicarágua incita-nos a fortalecer sempre mais a solidariedade internacionalista para com os povos alvo da hostilidade do imperialismo, como é o caso de Cuba e da Venezuela, onde em torno do referendo de 15 de Agosto, se joga muito do futuro imediato da revolução bolivariana e mesmo do processo libertador na América Latina
***
Daniel Ortega e Augusto Sandino: dois nomes das lutas sociais estabelecidas na Nicarágua
http://www.brasilescola.com/historia-da-america/revolucao-sandinista.htm


Daniel Ortega e Augusto Sandino: dois nomes das lutas sociais estabelecidas na Nicarágua

 No início do século XIX, passado o processo de independência mexicana, as regiões pertencentes à América Central experimentaram diversas transformações políticas em favor da formação de várias nações independentes. Na maioria dos casos, as elites locais obtinham o apoio estadunidense e britânico na formação de nações frágeis e incapazes de fazer frente aos interesses das potências capitalistas. Foi nesse contexto que notamos o surgimento da Nicarágua.
Por volta da década de 1920, o camponês Augusto César Sandino iniciou a formação de um grupo revolucionário determinado a dar fim à intervenção imperialista em seu país. Entre outros pontos, Sandino defendia a realização de um projeto de distribuição de terras e saída dos militares americanos que ocupavam o território nicaragüense. Dessa maneira, os partidários de Sandino participaram de movimentos de guerrilha que atuaram no país entre 1926 e 1933.
Após conseguir a saída das tropas estadunidense do país, Sandino aceitou assinar um acordo onde concordava em depor das armas mediante a preservação da soberania de seu país. A opção pela pacificação política permitiu que militares liderados por Anastásio Somoza Garcia empreendessem o assassinato do líder revolucionário e instalassem um governo ditatorial alinhado aos interesses norte-americanos. Entre as décadas de 1930 e 1970, a família Somoza controlou os ditames da vida política nicaragüense.
Contudo, em 1961, um novo movimento guerrilheiro foi formado com o objetivo de acabar com a ingerência estrangeira e a opressão ditatorial. A partir da reunião de líderes, como Tomás Borge, Carlos Fonseca e Carlos Mayorga, fundou-se a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN). Seus partidários passaram a formar sindicatos, abrir escolas de alfabetização e organizar focos em favor do seu projeto de natureza socialista.
No início de 1978, uma guerra civil tomou conta do país após a morte do jornalista Pedro Joaquín Chamorro, que participava ativamente contra a ditadura da família Somoza. Por meio de batalhas contra as forças governistas, a FSLN conseguiu dominar o Palácio Nacional de Manágua, na capital do país. Chegando ao poder por meio da formação da Direção Nacional da Frente Sandinista de Libertação Nacional, o novo governo representado por Daniel Ortega prometeu dar fim às mazelas que tomavam o país.
No plano político interno, os sandinistas promoveram uma aproximação com as nações do bloco socialista. Além disso, prometiam um amplo processo de desapropriação onde o Estado controlaria as terras e as demais forças produtivas do país. O projeto radical oferecido pelos sandinistas acabou não só incomodando os interesses do bloco capitalista, bem como de porções heterogêneas da população nicaragüense. Dessa maneira, a partir de 1981, formou-se uma ação contra-revolucionária no país.
Os oponentes do governo sandinista, popularmente conhecidos como “Contras”, tiveram o apoio financeiro dos Estados Unidos e de membros da alta cúpula católica do país. Durante toda a década de 1980, o governo sandinista enfrentou uma grave crise econômica que ampliou as forças oposicionistas e colocou a Nicarágua à beira do caos. Em 1990, a crise acabou configurando uma derrota eleitoral dos sandinistas e a eleição de Violeta Chamorro.
Somente após uma seqüência de governos de tendência neoliberal e conservadora, os sandinistas se fortaleceram politicamente com as permanências dos problemas que afligiam a população. Em 2007, Daniel Ortega voltou à presidência com um discurso político moderado e com o apoio declarado dos norte-americanos. Hoje, o histórico líder da revolução de 1979 tem de enfrentar o atraso tecnológico, a inflação, o desemprego e a dívida externa que corroem a Nicarágua.


Por Rainer Sousa
Graduado em História
***

***

***

***
Via Wikipédia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_C%C3%A9sar_Sandino
(...) foi um revolucionário nicaraguense líder da rebelião contra a presença militar dos Estados Unidos na Nicarágua entre 1927 e 1933
Rotulado como bandido pelo governo dos Estados Unidos, suas acções torná-lo-iam um herói em grande parte da América Latina, onde é considerado um símbolo da resistência à dominação estadunidense. 
Levando os Fuzileiros Navais dos Estados Unidos a uma guerra não declarada, sua organização guerrilheira sofreu duras derrotas. Ainda assim, escapou a diversas tentativas de captura. As tropas estadunidenses se retiraram do país após controlarem a eleição e tomada de posse do presidente Juan Bautista Sacasa
Sandino foi executado pelo general Anastasio Somoza García, que subiu ao poder através de um golpe de estado dois anos mais tarde, estabelecendo uma dinastia hereditária que comandou a Nicarágua durante mais de quarenta anos. 
O legado de Sandino foi seguido pela Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), que derrubou o governo de Somoza em 1979.
***