morreu a 7.7.2015
com 90 anos de idade!
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10 frases.imagens
http://observador.pt/especiais/10-imagens-ineditas-10-frases-o-adeus-a-maria-barroso/
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Via Susana Duarte
https://vimeo.com/126785506
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Via Ângela Fontes
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=981165635237335&set=a.216070621746844.55897.100000317229324&type=1&theater
"A vida é uma coisa de tal modo complexa que eu, muitas vezes, me pergunto se vale a pena andarmos para aqui a representarmos a comédia da felicidade. O coração dos homens é demasiado pequeno para conter o amor verdadeiro que é grande e duradoiro, não achas? Portanto há que vê-lo nas suas pequenas dimensões e não fazer exigências a que ele não poderá corresponder"
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Via Sábado

http://www.sabado.pt/vida/obituario/detalhe/morreu_maria_de_jesus_barroso.html/?cleancache=limpar
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Via A LUA VOA
Declamando Sophia de Mello Breyner Andresen
«A paz sem vencedores e sem vencidos»
https://www.youtube.com/watch?v=IVGvw8t3BGM&feature=youtu.beA Paz sem Vencedor e sem Vencidos
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Dual'
***A paz sem vencedor e sem vencidos
Que o tempo que nos deste seja um novo
Recomeço de esperança e de justiça
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Erguei o nosso ser à transparência
Para podermos ler melhor a vida
Para entendermos vosso mandamento
Para que venha a nós o vosso reino
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Fazei Senhor que a paz seja de todos
Dai-nos a paz que nasce da verdade
Dai-nos a paz que nasce da justiça
Dai-nos a paz chamada liberdade
Dai-nos Senhor a paz que vos pedimos
A paz sem vencedor e sem vencidos
Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Dual'
Declamando CARLOS DE OLIVEIRA
Descrição da Guerra em Guernica
https://www.youtube.com/watch?v=ZHzXoF5QIFsI
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios
que dormem na fuligem;
os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos
desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore,
a chama do candeeiro.
II
As outras duas luzes
são lisas, ofuscantes;
lembram a cal, o zinco branco
nas pedreiras;
ou nos umbrais
de cantaria aparelhada; bruscamente;
a arder; há o mesmo
branco na lâmpada do tecto;
o mesmo zinco
nas máquinas que voam
fabricando o incêndio; e assim,
por toda a parte,
a mesma cal mecânica
vibra os seus cutelos.
III
Ao alto; à esquerda;
onde aparece
a linha da garganta,
a curva distendida como
o gráfico dum grito;
o som é impossível; impede-o pelo menos
o animal fumegante;
com o peso das patas, com os longos
músculos negros; sem esquecer
o sal silencioso
no outro coração:
por cima dele; inútil; a mão desta
mulher de joelhos
entre as pernas do touro.
IV
Em baixo, contra o chão
de tijolo queimado,
os fragmentos duma estátua;
ou o construtor da casa
já sem fio de prumo,
barro, sestas pobres? quem
tentou salvar o dia,
o seu resíduo
de gente e poucos bens? opor
à química da guerra,
aos reagentes dissolvendo
a construção, as traves,
este gládio,
esta palavra arcaica?
V
Mesa, madeira posta
próximo dos homens: pelo corte
da plaina,
a lixa ríspida,
a cera sobre o betume, os nós;
e dedos tacteando
as últimas rugosidades;
morosamente; com o amor
do carpinteiro ao objecto
que nasceu
para viver na casa;
no sítio destinado há muito;
como se fosse, quase,
uma criança da família.
VI
O pássaro; a sua anatomia
rápida; forma cheia de pressa,
que se condensa
apenas o bastante
para ser visível no céu,
sem o ferir;
modelo doutros voos: nuvens;
e vento leve, folhas;
agora, atónito, abre as asas
no deserto da mesa;
tenta gritar às falsas aves
que a morte é diferente:
cruzar o céu com a suavidade
dum rumor e sumir-se.
VII
Cavalo; reprodutor
de luz nos prados; quando
respira, os brônquios;
dois frémitos de soro; exalam
essa névoa
que o primeiro sol transforma
numa crina trémula
sobre pastos e éguas; mas aqui
marcou-o o ferro
dos lavradores que o anjo ignora;
e endureceu-o de tal modo
que se entrega;
como as bestas bíblicas;
ao tétano; ao furor.
VIII
Outra mulher: o susto
a entrar no pesadelo;
oprime-a o ar; e cada passo
é apenas peso: seios
donde os mamilos pendem,
gotas duras
de leite e medo; quase pedras;
memória tropeçando
em árvores, parentes,
num descampado vagaroso;
e amor também:
espécie de peso que produz
por dentro da mulher
os mesmos passos densos.
IX
Casas desidratadas
no alto forno; e olhando-as,
momentos antes de ruírem,
o anjo desolado
pensa: entre detritos
sem nenhum cerne ou água,
como anunciar
outra vez o milagre das salas;
dos quartos; crescendo cisco
a cisco, filho a filho?
as máquinas estranhas,
os motores com sede, nem sequer
beberam o espírito das minhas casas;
evaporaram-no apenas.
X
O incêndio desce;
do canto superior direito;
sobre os sótãos,
os degraus das escadas
a oscilar;
hélices, vibrações, percutem os alicerces;
e o fogo, veloz agora, fende-os, desmorona
toda a arquitectura;
as paredes áridas desabam
mas o seu desenho
sobrevive no ar; sustém-no
a terceira mulher; a última; com os braços
erguidos; com o suor da estrela
tatuada na testa
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Via Vitor Dias
http://

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Via JERO

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10203419766049438&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=1&theater
Foi uma vida dedicada à luta pela liberdade, pela solidariedade e pela tolerância. Maria de Jesus Barroso Soares sempre foi muito mais do que a mulher de Mário Soares. Apesar de ter deixado o Palácio de Belém há quase 20 anos, para muitos portugueses nunca deixou de ser a “primeira-dama”.
Nascida no Algarve em 1925, era a quinta de sete irmãos. A mãe era professora primária, o pai militar e lutador antifascista. Foi em casa que teve o primeiro contacto com a política, à qual dedicaria um amor tão forte como o que devotou toda a vida às artes, sobretudo ao teatro e à poesia.
Estudou Arte Dramática no Conservatório Nacional e Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi aí que conheceu Mário Soares
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Via TSF

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=3586368
Maria Barroso: a primeira dama que começou no teatro
Publicado hoje às 07:20
Foi uma das mulheres mais ativas na luta contra a ditadura do Estado Novo, e uma das mais empenhadas na construção e consolidação do Regime Democrático saído da Revolução de Abril. Casada com Mário Soares, participou na fundação do Partido Socialista, foi atriz do Teatro Nacional D. Maria II, e era licenciada em ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
TSF
Maria Barroso: a primeira dama que começou no teatro
Maria de Jesus Simões Barroso Soares nasceu no Algarve, na freguesia da Fuseta, concelho de Olhão, em 2 de maio de 1925. Filha de Alfredo José Barroso e de Maria da Encarnação Simões, manteve sempre laços profundos à região das suas raízes familiares, pese embora ter sido uma mulher do mundo. O pai, militar e republicano perseguido e várias vezes preso por razões políticas, transmitiu-lhe o gene da contestação e da luta pela liberdade e dignidade humana.
Repartiu a infância entre Setúbal e o Algarve, mas muito cedo veio para Lisboa, onde frequentou os liceus D. Filipa de Lencastre e Pedro Nunes, de onde transitou para a Escola de Teatro do Conservatório Nacional, diplomando-se em Arte Dramática em 1943, com a nota final de 18 valores. No ano seguinte estreou-se no palco do Teatro Nacional D. Maria II, na companhia de Amélia Rey Colaço - Robles Monteiro, integrando o elenco da peça "Aparências" de Jacinto Benavente, sob a direção de Palmira Bastos.
Pouco depois Maria Barroso matriculou-se na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Ciências Histórico-Filosóficas em 1951. Conheceu na faculdade Mário Soares, com quem se casou a 22 de fevereiro de 1949, de acordo com o registo da 3ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa, quando ele se encontrava em prisão política. A partir de então, Maria Barroso sempre acompanhou o marido, não deixando, todavia, de manter as suas atividades familiares, profissionais e cívicas.
Como atriz Maria Barroso teve uma vida intensa desde 1944 até ao final da década, participando em dezenas de peças de autores reconhecidos, e contracenando com os grandes vultos do teatro. Mas no final dos anos 40 a companhia Rey Colaço-Robles Monteiro foi forçada a cancelar o contrato com Maria Barroso por razões políticas. Durante cerca de 15 anos a atriz suspendeu a representação, mas continuou a emprestar a sua voz como declamadora de poetas de intervenção em sessões privadas.
Em 1965 regressou aos palcos, desta feita nos teatros Villaret e S. Luiz. Mas para além do teatro, Maria Barroso participou em vários filmes, nomeadamente em "Mudar de Vida" (1966), de Paulo Rocha, trabalhando também com Manoel de Oliveira em "Benilde ou a Virgem Mãe" (1975), "Amor de Perdição" (1979), e "Le Soulier de Satin" (1985).
Manuel Teixeira