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Do blogue podemos ler contos...
http://luisdecaminhos.blogspot.pt/
Eis uma história que escrevi baseada nas três thangkas tibetanas que vêm apresentadas. Vejam-nas com atenção para melhor compreenderem. A história tem muitas referências à cultura e histórias tibetana e chinesa, mas acho que isso é mais motivante do que desmotivante. Espero que gostem, pois estas histórias sobre lugares e tempos exóticos são as que mais gosto de escrever.
Eis um pequeno extracto para vos chamar a atenção:
"Depois, foi Kunchen quem a começou a despir a ela até a sua pele alva e suave ser como a superfície de uma thangka de infinitas possibilidades. Pintai-me, Kunchen, disse ela, perdida nos seus braços. E, silenciosamente, Kunchen obedeceu. Estava rodeados por pequenos vasos com cores e o pintor tinha um pincel nas suas mãos. Como os artistas tinham confundido tantas vezes a paisagem com uma mulher, também Kunchen confundiu dessa vez uma mulher com uma paisagem, pintando-lhe uma planície no ventre túmido, árvores nos seus membros, montanhas nos seus seios, flores em torno do seu pescoço e um lago de águas eternas na púbis. Ao seu lado, Pema tinha um espelho que o seu marido lhe havia oferecido e que era uma das poucas recordações que tinha trazido consigo. Nele, foi-se observando enquanto, como uma borboleta saindo do seu casulo, se metamorfoseava de futura mãe a mãe natureza. Ultimamente, tinha-se sentido tão sozinha e horrível, mas agora sentia-se feliz por aquele homem que era como um feiticeiro conseguir extrair de novo beleza de si e conseguir fazê-la sentir-se agradecida por estar viva e ter aquele seu corpo. E no fim, estando concretizada a paisagem nela, Kunchen penetrou nela como um viajante, como um peregrino, perdendo-se por entre a planície, as árvores, as montanhas, as flores como no símbolo yam yum e banhando-se no lago que havia saído da sua própria mão. Pema, disse-lhe Kunchen ao ouvido quando a paisagem já estava quieta e silenciosa, vamos fugir juntos. Só nós os dois. Sim, sussurrou-lhe ela. Só nós os dois."
***Da página do face
respiguei poesia e cantar:
14dez2015
"A segunda das minhas novas músicas. Agradeço ao Ricardo Caldeirapor fornecer a voz, o baixo e os samples, tanto nesta como em todas as outras músicas. Se acharem que é caso disso, partilhem. Obrigado"
https://www.youtube.com/watch?v=MNlvgG5k-xc&feature=share
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https://www.youtube.com/watch?v=UMHRFBL0wvQ&feature=share
Quantos homens me amaram e me vão amar e em mim naufragar? Quantos homens não puderam voltar atrás
Prometeram por amor mostrar-me um mundo melhor e uma vida de paz
Mas só queriam o meu corpo, quando partiram do porto não voltaram nunca mais
E lá andam à deriva no chão de Lisboa. Não se lembram mais de Goa, de vogarem corajosos no meu mar
Vão pelas sete colinas que nós vemos cá de cima sem destino a navegar
Deixaram-me aqui sozinha, tão ingénua, tão menina para a vida lamentar
Vim à janela, depois, e olhei para o céu e ao ver as constelações disse: “Quem sou eu?
Para me fechar, choramingar, não querer viver, eu que para o céu, Ursa Maior, sou só uma mulher.”
Tantos planetas e estrelas que não morrem mais e nós os dois à janela somos só mortais
A ver a terra, toda a guerra pelo poder, quando Lisboa, os navegadores vão desta terra desaparecer
Ficarás aqui comigo de novo amanhã? Sendo a vida curta e vã, eu só quero que um dia um capitão
Venha ser armas na mão, sem qualquer carta na manga atracar no meu coração
Que me mostre que a vida, embora curta e sofrida, não é uma vida em vão
*
https://www.youtube.com/watch?v=qsxRs7cBEFA&feature=share
Esta cidade será aquela por onde eu passei de manhã?
Não há tempestades, não batem ondas nas velas não se ouve um som
Eis que subitamente os edifícios, a gente e tudo parece tão bom
Casas, casebres são matos, florestas sem se ver o fim
Mulheres dormindo são ninfas divinas chamando por mim
Como um rouxinol, como um colibri dormem sob o seu lençol e não saem ao jardim
E esta ilha será um sonho e lá tenho de me fazer ao mar
Assim que na vida o grande amor que eu sinto lá tiver que acabar
Então a esse mundo de tormento profundo, por fim, lá terei de voltar
Frutos e flores ofereçam-me as cores para recordação
E pintem as dores que eu vou sentir neste meu coração
Para eu saber que este dia vi e que uma mulher me fez renascer
Como eu mudei. Como eu cresci
Como é que alguém soube tão bem fazer-me a mim, assim, feliz
*
Canta e escreve poesia
https://www.youtube.com/watch?v=0ZLFMwLtQuk&feature=share
O rio que corre nesta direcção onde me vai levar?
Que é tão longo e que eu não sei se vai morrer no mar
Ou se acaba e não há nada do lado de lá
Que não é Tejo, Douro, nem o posso imaginar
Eu bem gostava de poder remar contra a maré
Para o lugar de onde eu parti, por lá ficar até
Sempre a chorar, dormir nos braços daquela mulher
Não tenhas terras a explorar nem homens a vencer
No fim levaram-me os seus braços, deixaram-me ao frio
E com meus próprios braços construí o meu navio
Sem astrolábio nem bandeira desbravei o rio
A arriscar deixar a minha vida por um fio
Dizem que para alguns o rio é um mar de solidão
Salvam princesas, entram na caverna do dragão
Voltam com ouro até, mas sempre tudo foi em vão
Para tanto sangue, suor não houve explicação
E tanta gente por quem passo que um dia partiu
E grande parte à corrente nunca resistiu
Morreu de fome ou loucura no fundo do rio
E quem ficou para trás para sempre a esqueceu
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6jul2015
Através do correr dos rios
Através do canto dos pássaros
Há algo que me queres dizer
Ou correrão os rios para lado nenhum
Cantarão os pássaros para ninguém
E nada além disso há que perceber?
Através do canto dos pássaros
Há algo que me queres dizer
Ou correrão os rios para lado nenhum
Cantarão os pássaros para ninguém
E nada além disso há que perceber?
Não, eu ouço a Tua voz
No vento, na chuva, na terra
No silêncio, em todo o lugar
E toda a minha vida Te procurei
E acreditei em certos momentos saber
A história que tinhas para contar
No vento, na chuva, na terra
No silêncio, em todo o lugar
E toda a minha vida Te procurei
E acreditei em certos momentos saber
A história que tinhas para contar
Mas sempre se desfez o sonho
No fim, a todos os sentidos
Um vazio se veio interpor
E nem florestas, miragens, cataratas
O contacto de paisagens sublimes
Me trouxeram vestígios de calor
No fim, a todos os sentidos
Um vazio se veio interpor
E nem florestas, miragens, cataratas
O contacto de paisagens sublimes
Me trouxeram vestígios de calor
Então, finalmente, veio ela
A sua voz dos rios quietos
A voz dos pássaros a dormir
Afinal, era simples a Tua mensagem
E sem pensar, só apreciando a paisagem
Foi para mim mais fácil prosseguir
A sua voz dos rios quietos
A voz dos pássaros a dormir
Afinal, era simples a Tua mensagem
E sem pensar, só apreciando a paisagem
Foi para mim mais fácil prosseguir