e morreu 10nov1891
***
Via Citador:
http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/jeanarthur-rimbaud
A nossa pálida razão esconde-nos o infinito.
*
É preciso reinventar o amor, toda a gente sabe.
*
A moral é a debilidade do cérebro.
*
A vida é uma farsa que toda a gente se vê obrigada a representar.
*
Ninguém é sério aos 17 anos.
*
Que vida! A autêntica vida está ausente. Não estamos no mundo.
*
Acredito que estou no inferno, portanto estou nele.
*
A poesia não voltará a ritmar a acção; ela passará a antecipar-se-lhe.
*
**
in Mauvais Sang
Dos meus antepassados gauleses tenho os olhos azuis pálidos, uma firmeza limitada e a falta de habilidade na luta.
**in Délires

Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens.
**in Cartas
O poeta faz-se vidente através de um longo, imenso e sensato desregramento de todos os sentidos.
**in Soleil et Chair
E, no entanto, chega de deuses! chega de deuses! o Homem é Rei,
O Homem é Deus!
***O Homem é Deus!
Via página do face

https://www.facebook.com/ArthurRimbaudAuthor/photos/a.624216120980710.1073741833.624208860981436/874912062577780/?type=3&theater
"Le Dormeur du Val"
C’est un trou de verdure, où chante une rivière
Accrochant follement aux herbes des haillons
D’argent; où le soleil, de la montagne fière,
Luit: c’est un petit val qui mousse de rayons.
Accrochant follement aux herbes des haillons
D’argent; où le soleil, de la montagne fière,
Luit: c’est un petit val qui mousse de rayons.
Un soldat jeune, bouche ouverte, tête nue,
Et la nuque baignant dans le frais cresson bleu,
Dort; il est étendu dans l’herbe, sous la nue,
Pâle dans son lit vert où la lumière pleut.
Et la nuque baignant dans le frais cresson bleu,
Dort; il est étendu dans l’herbe, sous la nue,
Pâle dans son lit vert où la lumière pleut.
Les pieds dans les glaïeuls, il dort. Souriant comme
Sourirait un enfant malade, il fait un somme:
Nature, berce-le chaudement: il a froid.
Sourirait un enfant malade, il fait un somme:
Nature, berce-le chaudement: il a froid.
Les parfums ne font pas frissonner sa narine;
Il dort dans le soleil, la main sur sa poitrine,
Tranquille. Il a deux trous rouges au côté droit.
Il dort dans le soleil, la main sur sa poitrine,
Tranquille. Il a deux trous rouges au côté droit.
Livro Iluminações
***
Livro
Temporada no Inferno
***
Via Amélia Vieira:
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=552804991593748&set=a.103668999840685.1073741826.100005927551960&type=3&theater
*
https://www.facebook.com/ArthurRimbaudAuthor/photos/a.624211764314479.1073741825.624208860981436/624211770981145/?type=3&theater
"Ele é o ser mais poético dos últimos trezentos anos.
Mudou a linha estrutural das coisas e nada foi igual depois dele.
Rimbaud é a mais bela consciência do rigor, da inventividade e do mistério da vida.
«Liberdade Livre».
***
Via Pensador:
http://pensador.uol.com.br/poemas_de_rimbaud/
Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.
Minha alma imortal,
Cumpre a tua jura
Seja o sol estival
Ou a noite pura.
Pois tu me liberas
Das humanas quimeras,
Dos anseios vãos!
Tu voas então...
— Jamais a esperança.
Sem movimento.
Ciência e paciência,
O suplício é lento.
Que venha a manhã,
Com brasas de satã,
O dever
É vosso ardor.
Ela foi encontrada!
Quem? A eternidade.
É o mar misturado
Ao sol.
*
Oh estações, oh castelos!
Que alma é sem defeitos?
Eu estudei a alta magia
Do Amor, que nunca sacia.
Saúdo-te toda vez
Que canta o galo gaulês.
Ah! Não terei mais desejos:
Perdi a vida em gracejos.
Tomou-me corpo e alento,
E dispersou meus pensamentos.
Ó estações, ó castelos!
Quando tu partires, enfim
Nada restará de mim.
Ó estações, ó castelos!
*
Canção da Torre Mais Alta
Mocidade presa
A tudo oprimida
Por delicadeza
Eu perdi a vida.
Ah! Que o tempo venha
Em que a alma se empenha.
Eu me disse: cessa,
Que ninguém te veja:
E sem a promessa
De algum bem que seja.
A ti só aspiro
Augusto retiro.
Tamanha paciência
Não me hei de esquecer.
Temor e dolência,
Aos céus fiz erguer.
E esta sede estranha
A ofuscar-me a entranha.
Qual o Prado imenso
Condenado a olvido,
Que cresce florido
De joio e de incenso
Ao feroz zunzum das
Moscas imundas.
*
Minha Boêmia
(Fantasia)
Lá ia eu, de mãos nos bolsos descosidos;
Meu paletó também tornava-se ideal;
Sob o céu, Musa! Eu fui teu súdito leal;
Puxa vida! A sonhar amores destemidos!
O meu único par de calças tinha furos.
- Pequeno Polegar do sonho ao meu redor
Rimas espalho. Albergo-me à Ursa Maior.
- Os meus astros nos céus rangem frêmitos puros.
Sentado, eu os ouvia, à beira do caminho,
Nas noites de setembro, onde senti tal vinho
O orvalho a rorejar-me as fronte em comoção;
Onde, rimando em meio à imensidões fantásticas,
Eu tomava, qual lira, as botinas elásticas
E tangia um dos pés junto ao meu coração!
***
08 de Agosto de 1873: O poeta Paul Verlaine é condenado por tentar matar Rimbaud
No dia 8 de Agosto de 1873, um tribunal de Bruxelas emite o veredicto, condenando o poeta Paul Verlaine, 29 anos, a dois anos de prisão por ter disparado dois tiros contra Arthur Rimbaud, também poeta, 19 anos, seu amante havia dois anos. Para Verlaine era difícil suportar a perda do amor do seu companheiro.
Um mês antes, num quarto de hotel de Bruxelas, Verlaine, alcoolizado e desesperado, disparava contra Rimbaud, uma bala atingindo o seu antebraço. Verlaine seria encarcerado na prisão de Petits-Carmes, enquanto Rimbaud publicaria Une saison en enfer. Na cela, Verlaine escreveu Sagesse , onde se pode ler estes versos que se tornaram célebres: Le ciel est, par-dessus le toit, / Si bleu, si calme ! / Un arbre, par-dessus le toit, / Berce sa palme.
Em 27 de Agosto de 1874, o poeta beneficia de uma redução da pena por boa conduta e sai da prisão. Pouco depois, partiria para se encontrar com Rimbaud em Estugarda, onde o ex-amante trabalhava como preceptor.
Verlaine nasceu em Metz em 30 de Março de 1844. Filho de uma família da pequena burguesia, fez os seus estudos em Paris. Nessa época, frequentava os cafés e os salões literários. Já Rimbaud nasceu em 20 de Outubro de 1854 em Charleville-mézières, nas Ardenas. O jovem Arthur era um aluno brilhante e pena talentosa. Revoltado contra a ordem das coisas, via na poesia um meio de fazê-las evoluir.
Verlaine, que recebera os seus trabalhos, mostrou-se tocado pelos versos do jovem e convida-o a ir para Paris. Rimbaud vai morar na casa de Verlaine, naquela altura casado. Em 1870 Verlaine casara-se com Mathilde Mauté mas o ano seguinte reserva uma mudança radical na sua vida, ao encontrar-se com Rimbaud. Verlaine deixa a sua esposa e acompanha cegamente o jovem poeta pela Inglaterra e depois, Bélgica. Seguem-se dois anos de vida boémia, frequentando os bares do Quartier Latin. Os dois amantes viajariam juntos por Bruxelas e Londres. O relacionamento terminaria violentamente em 8 de Julho de 1873.
Os últimos anos de Verlaine testemunharam a sua dependência de drogas, alcoolismo e pobreza. Ele viveu em bairros pobres e hospitais públicos, e passava os seus dias a beber absinto em cafés parisienses. Por sorte, o amor à arte dos franceses foi capaz de dar-lhe apoio e alguma ajuda financeira: as suas poesias antigas foram redescobertas, o seu estilo de vida e estranho comportamento perante as plateias atraíram admiração, e em1894 ele foi eleito "Príncipe dos Poetas". A sua poesia foi admirada e reconhecida como inovadora, servindo de fonte de inspiração para famosos compositores, como Gabriel Fauré, que transformou vários dos seus poemas em música, incluindo La bonne chanson, e Claude Debussy, que tornou música cinco dos poemas de Fêtes galantes. Paul Verlaine morreu em Paris em 8 de Janeiro de 1896. No dia seguinte ao seu enterro, os jornais estamparam um episódio curioso: na noite das suas exéquias, a estátua representando a Poesia no teatro da Ópera, apareceu sem um braço. Esse membro estava no chão, literalmente despedaçado, junto com a lira que segurava. Por esse exacto lugar, o carro fúnebre de Verlaine havia passado algumas horas antes.
Fontes: Opera Mundi
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/08-de-agosto-de-1873-o-poeta-paul.html
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No dia 8 de Agosto de 1873, um tribunal de Bruxelas emite o veredicto, condenando o poeta Paul Verlaine, 29 anos, a dois anos de prisão por ter disparado dois tiros contra Arthur Rimbaud, também poeta, 19 anos, seu amante havia dois anos. Para Verlaine era difícil suportar a perda do amor do seu companheiro.
Um mês antes, num quarto de hotel de Bruxelas, Verlaine, alcoolizado e desesperado, disparava contra Rimbaud, uma bala atingindo o seu antebraço. Verlaine seria encarcerado na prisão de Petits-Carmes, enquanto Rimbaud publicaria Une saison en enfer. Na cela, Verlaine escreveu Sagesse , onde se pode ler estes versos que se tornaram célebres: Le ciel est, par-dessus le toit, / Si bleu, si calme ! / Un arbre, par-dessus le toit, / Berce sa palme.
Em 27 de Agosto de 1874, o poeta beneficia de uma redução da pena por boa conduta e sai da prisão. Pouco depois, partiria para se encontrar com Rimbaud em Estugarda, onde o ex-amante trabalhava como preceptor.
Verlaine nasceu em Metz em 30 de Março de 1844. Filho de uma família da pequena burguesia, fez os seus estudos em Paris. Nessa época, frequentava os cafés e os salões literários. Já Rimbaud nasceu em 20 de Outubro de 1854 em Charleville-mézières, nas Ardenas. O jovem Arthur era um aluno brilhante e pena talentosa. Revoltado contra a ordem das coisas, via na poesia um meio de fazê-las evoluir.
Verlaine, que recebera os seus trabalhos, mostrou-se tocado pelos versos do jovem e convida-o a ir para Paris. Rimbaud vai morar na casa de Verlaine, naquela altura casado. Em 1870 Verlaine casara-se com Mathilde Mauté mas o ano seguinte reserva uma mudança radical na sua vida, ao encontrar-se com Rimbaud. Verlaine deixa a sua esposa e acompanha cegamente o jovem poeta pela Inglaterra e depois, Bélgica. Seguem-se dois anos de vida boémia, frequentando os bares do Quartier Latin. Os dois amantes viajariam juntos por Bruxelas e Londres. O relacionamento terminaria violentamente em 8 de Julho de 1873.
Os últimos anos de Verlaine testemunharam a sua dependência de drogas, alcoolismo e pobreza. Ele viveu em bairros pobres e hospitais públicos, e passava os seus dias a beber absinto em cafés parisienses. Por sorte, o amor à arte dos franceses foi capaz de dar-lhe apoio e alguma ajuda financeira: as suas poesias antigas foram redescobertas, o seu estilo de vida e estranho comportamento perante as plateias atraíram admiração, e em1894 ele foi eleito "Príncipe dos Poetas". A sua poesia foi admirada e reconhecida como inovadora, servindo de fonte de inspiração para famosos compositores, como Gabriel Fauré, que transformou vários dos seus poemas em música, incluindo La bonne chanson, e Claude Debussy, que tornou música cinco dos poemas de Fêtes galantes. Paul Verlaine morreu em Paris em 8 de Janeiro de 1896. No dia seguinte ao seu enterro, os jornais estamparam um episódio curioso: na noite das suas exéquias, a estátua representando a Poesia no teatro da Ópera, apareceu sem um braço. Esse membro estava no chão, literalmente despedaçado, junto com a lira que segurava. Por esse exacto lugar, o carro fúnebre de Verlaine havia passado algumas horas antes.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Paul Verlaine fotografado por Paul Marsan Dornac em 1892
Rimbaud, com17anos, fotografado por Étienne Carjat
À volta da mesa, por Henri Fantin-Latour, 1872, Rimbaud é o segundo à esquerda, tendo ao seu lado direito Paul Verlaine
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/08/08-de-agosto-de-1873-o-poeta-paul.html
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20 de Outubro de 1854: Nasce o poeta francês Arthur Rimbaud, autor de "Temporada no Inferno" e "Iluminações"
Nascido
no dia 20 de Outubro de 1854 em Charleville, comuna
francesa, Jean-Nicolas Arthur Rimbaud foi um poeta influente que
escreveu praticamente todas as suas obras primas entre os 15 e os 18
anos. Segundo a opinião de críticos literários, o poeta francês é
considerado precursor do surrealismo e também um pós-romântico.
Começou
a revelar o seu talento para a poesia durante a adolescência e, devido
ao seu temperamento rebelde, acabou por fugir de casa várias vezes
durante a juventude. Ao completar 17 anos, muda-se para Paris com o
apoio do poeta Paul Verlaine. Rimbaud tinha enviado a sua obra “Soneto
de Vogais” para Verlaine, que, um ano depois, deixa a família e começa a
viver junto de Rimbaud em Londres. A relação de amor e ódio entre os
dois chega ao fim quando Rimbaud é ferido por Verlaine com uma bala no
pulso.
Rimbaud, talvez, tenha sido um dos primeiros poetas a viver a sua própria poesia. Influenciou autores dageração perdida (Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Ezra Pound, Sherwood Anderson) e os beatniks dos anos 50 (Jack Kerouac, Allen Ginsberg, William Burroughs).
Um
dos apreciadores da obra de Rimbaud foi Henry Miller, escritor
americano subversivo dos anos 30 que também viveu em Paris. “Até que o
velho mundo morra de vez, o indivíduo 'anormal' será cada vez mais a
norma. O novo homem encontrar-se-á quando a guerra cessar. Veremos
então o novo tipo de homem na sua plenitude e esplendor", disse Miller
sobre Rimbaud.
Entre
as suas principais obras estão “Temporada no Inferno”, de 1873 e
“Iluminações”, de 1886. As duas abrangem novidades estéticas na maneira
de escrever literatura com uma linguagem mais libertária, sendo que as
ideias, nas obras de Rimbaud, nasciam da sinergia entre o verbo e tudo
que os sentidos interpretavam. Aos 20 anos de idade, Rimbaud abandona a
literatura e retoma a vida sem rumo que levava quando adolescente.
Começa
a trabalhar com o comércio de café na Etiópia, chega a fazer parte do
Exército das colónias holandesas e faz tráfico de armas em Ogaden. Ainda
visita o Chipre e Alexandria. A sua caminhada termina quando tem a
perna amputada devido a um cancro no joelho. Após este episódio, morre
no dia 10 de Novembro de 1891 em Marselha, após anos de agonia.
Fontes:http://www.infoescola.com
wikipedia (imagens)
Rimbaud aos 17 anos, retratado por Étienne Carjat, provavelmente em Dezembro de 1871
Á volta da mesa, por Henri Fantin-Latour, 1872, Rimbaud é o segundo à esquerda, tendo ao seu lado direito Paul VerlaineSensação
Pelas tardes azuis do Verão, irei pelas
sendas,
Guarnecidas pelo trigal,
pisando a erva miúda:
Sonhador, sentirei a
frescura em meus pés.
Deixarei o vento banhar
minha cabeça nua.
Não falarei mais, não
pensarei mais:
Mas um amor infinito me
invadirá a alma.
E irei longe, bem longe,
como um boémio,
Pela natureza, - feliz
como com uma mulher.
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/20-de-outubro-de-1854-nasce-o-poeta.html?fbclid=IwAR2Q_Q8HUcOB6ypJipGN4vKeyaY8pcQarS3Iy_w6dl6qboubdxjBXmfYGywsendas,
Guarnecidas pelo trigal,
pisando a erva miúda:
Sonhador, sentirei a
frescura em meus pés.
Deixarei o vento banhar
minha cabeça nua.
Não falarei mais, não
pensarei mais:
Mas um amor infinito me
invadirá a alma.
E irei longe, bem longe,
como um boémio,
Pela natureza, - feliz
como com uma mulher.
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