16/11/2015

9.282.(16noVEM2015.7.7') Amadeo de Souza-Cardoso

Nasceu a 14noVEM1887...Manhufe...Mancelos...Amarante
e morreu a 25ouTU1918...Espinho
***
Ir a Exposição em Espinho
de 25ouTUbro2018 a  15dez2018
Exposição Amadeo de Souza - Cardoso Centenário da Morte (Museu Municipal de Espinho/FACE) 25 de outubro a 15 de dezembro
Exposição coletiva patente ao público no Museu Municipal de Espinho.
Álvaro Siza Vieira, Manuel Cargaleiro, Joana Vasconcelos, Júlio Resende e Nadir Afonso são alguns dos criadores que conceberam obras inspiradas em Amadeo de Souza-Cardoso expostas em Espinho pelo centenário da sua morte. Mário Bismarck, José Rodrigues, Ana Maria Pintora, António Carmo e Norberto Nunes são outros dos autores portugueses que integram a mostra "Amadeo" em memória do pintor que nasceu em Amarante a 14 de novembro de 1887 e morreu em Espinho a 25 de outubro de 1918.
A não perder!

 A imagem pode conter: 1 pessoa
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10205352701694984&set=pcb.10205352710655208&type=3&theater
 Máscara de Olho Verde
 A imagem pode conter: interiores
 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10205352699494929&set=pcb.10205352710655208&type=3&theater
***
 Procissão Corpus Christi 
 Texto alt automático indisponível.
 https://www.facebook.com/107358489335605/photos/a.279138655490920/2265242893547143/?type=3&theater
 Texto alt automático indisponível.
 https://www.facebook.com/107358489335605/photos/a.107488435989277/2265234090214690/?type=3&theater
*
 Saut du Lapin (Salto do coelho), 1911
 A imagem pode conter: planta
 https://www.facebook.com/107358489335605/photos/a.107488435989277/2265227796881986/?type=3&theater
*
 Canção Popular - a Russa e o Fígaro, c. 1916
 Texto alt automático indisponível.
 https://www.facebook.com/107358489335605/photos/a.107488435989277/2265224170215682/?type=3&theater
**

25 de Outubro de 1918: Morre o pintor Amadeo de Souza-Cardoso

Considerado o pintor mais representativo do modernismo português do princípio do século XX, Amadeo de Souza-Cardoso nasceu a 14 de novembro de 1887, em Amarante, e faleceu a 25 de outubro de 1918, em Espinho, vítima da febre pneumónica.
Em 1905 matriculou-se em Arquitetura, em Lisboa, mas, ao partir para Paris, no ano seguinte, prevaleceu a vocação da pintura. Realizou a primeira exposição no seu atelier parisiense, juntamente com o pintor italiano Modigliani, de quem se tornara amigo. Também estabeleceu laços de amizade com Robert Delaunay, Juan Gris e Max Jacob, entre outros.
Expõe depois em Berlim, publica o álbum XX Dessins, ilustra o manuscrito de La légende, de Flaubert, e em 1913 é selecionado para participar na exposição que levaria a conhecer o modernismo europeu aos Estados Unidos - o Armory Show. Amadeo incorpora na sua pintura elementos das novas tendências da arte - o expressionismo, o cubismo, o futurismo, o abstracionismo -, assim como elementos da arte africana, da tapeçaria oriental, da iluminura, da ilustração. Da abstração do cubismo passa para o expressionismo alemão em Máscara de Olho Verde (1914).


Durante a Primeira Grande Guerra refugiou-se em Amarante. A presença de Sonia e Robert Delaunay, em Vila do Conde, a contemporaneidade do movimento do Orpheu e do Futurismo, de artistas como Eduardo Viana, José de Almada-Negreiros e Santa-Rita Pintor, criaram um momento especial na pintura portuguesa desses anos conturbados. Em o Cristo Vermelho, de 1918, e nos últimos quadros, sintetiza as várias estéticas que abordara, integrando elementos picturais da imagística popular.
Amadeo de Souza-Cardoso. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.

Wikipedia(Imagens)

Imagem relacionada

Ficheiro:Amadeo de Souza Cardoso with tie and looking right.jpg

Ficheiro:Amadeo de Souza Cardoso no seu atelier.jpg

Amadeo no seu atelier, Rue Ernest Cresson, 20, Paris, 1912 https://www.youtube.com/watch?v=Zue9rixHOTE
*
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/10/25-de-outubro-de-1918-morre-o-pintor_25.html?fbclid=IwAR36PuhqiOi9Z7QhuYPBK9x9mH_zHETQDwVTyESyn2G-FlmradUXJTFs35k
***
20ouTUbro2018
 Parte da vida de Amadeo está por estudar e apenas um grande museu guarda as melhores obras dele. Longe de leilões e da crítica, sobreviverá o pintor ao entusiasmo que hoje o rodeia?
Fernando Pessoa escreveu em 1916 ao também poeta Armando Cortês-Rodrigues (açoriano que chegou a publicar na revista literária “Orpheu” sob o pseudónimo feminino Violante de Cysneiros) e elogiou Amadeo com palavras que passaram à história:
“O mais célebre pintor avançado português.”
Almada Negreiros, quase iniciante, afirmou em 1917 na revista “Portugal Futurista” que estávamos perante um “génio”. Parte da elite portuguesa olhava-o com expectativa, porém, Amadeo iria em breve engrossar a lista de milhões de vítimas da pandemia de gripe espanhola de 1918 – morreu a 25 de outubro, há precisamente um século – e essa promissora carreira de mais de 500 obras em escassos 14 anos, com enorme reconhecimento em França, na Alemanha e nos EUA, ficará esquecida por muitas décadas e ainda agora renasce desse trauma.
 Natural da pequena aldeia de Manhufe, concelho de Amarante, Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) foi um dos mais fulgurantes artistas do século XX,  próximo dos movimentos artísticos de vanguarda e interessado em experimentar linguagens de todos eles, mas teimosamente determinado em ir mais além. “É muito ambicioso, muito consciente de si, inconformista, inquieto, com forte espírito crítico e desejoso de se afirmar”, resume a historiadora de arte Catarina Alfaro, coautora da Fotobiografia de Amadeo de Souza-Cardoso (2016) e comissária de exposições do artista. “Cumpre o programa das vanguardas, sem que isso o afaste de si mesmo”, acrescenta. Terá sido impressionista, cubista, expressionista, futurista – quase tudo ao mesmo tempo. “Não sigo escola alguma, as escolas morreram, nós, os novos, só procuramos agora a originalidade”, afirmou em 1916 numa entrevista ao jornal “O Dia”.
 
Emília Ferreira Cardoso e José de Souza-Cardoso, pais de Amadeo, cerca de 1915 (Foto: Fundação Calouste Gulbenkian)

Surge-nos hoje como referência familiar devido à redescoberta iniciada há pouco mais de três décadas, ainda que sobre ele continue a pairar um “círculo infernal de eterno esquecimento”, expressão de Helena de Freitas, historiadora de arte na Fundação Gulbenkian e curadora da grande retrospetiva de 2016 no Grand Palais, em Paris. Prosaicamente, o jornalista e crítico de arte Alexandre Pomar avalia: “Amadeo não tem futuro, porque não há obras dele no mercado da arte”. Helena de Freitas concorda em parte: “Lamentavelmente, os artistas sem obras a circular no mercado, que não são reconhecidos por revistas, críticos, galerias ou museus – os agentes que dinamizam o mundo da arte – tendem para uma inexistência”. Assinala, no entanto, que Amadeo “já não é uma é uma inexistência histórica”, por via do trabalho de investigação e apresentação que se iniciou em tempos recentes e do qual ela própria e Catarina Alfaro são duas das protagonistas.

Paris: a grande descoberta

Amadeo veio ao mundo a 14 de novembro de 1887, filho de Emília Ferreira Cardoso e de José de Souza-Cardoso, grande proprietário rural e viticultor. Passou a infância com os oito irmãos entre Manhufe e Espinho e cedo mostrou apetência para desenho, a começar pela caricatura. Manuel Laranjeira, pouco mais velho que ele, foi um dos amigos que mais o encorajaram. A família também. Estava destinado a ser arquiteto e mudou-se para Lisboa aos 18 anos, em 1905, para estudar na Academia de Belas-Artes. Simplesmente, “desinteressa-se do ambiente da capital e nem é estudante de boas notas”, aponta Catarina Alfaro. Encontra em Lisboa os mesmos vícios do Porto e terá dito isso mesmo a Manuel Laranjeira, mais tarde médico e escritor, ao que este lhe responde numa carta de 1905 que a “futilíssima vida lisboeta” era “boa para pelintras e mariolas”. Por óbvias razões, e porque tinha dinheiro para isso, em 1906 ruma a Paris. Com ele segue Francis Smith, poeta e pintor de origem inglesa nascido em Portugal.



Paris será uma segunda casa para o artista amarantino, oito anos de fulgurante projeção que hão de acabar em 1914, quando rebenta a I Guerra Mundial e regressa às origens. “Não esteva nada distraído nesta fase”, explica Helena de Freitas. “Pouco se dava com os artistas portugueses em Paris, mas também não os desprezava". 
 “Cursara vagamente a Academia de Belas-Artes de Lisboa e em França não procurou ensino oficial”, escreve em 1979 o historiador e crítico José-Augusto França no livro O Modernismo na Arte Portuguesa. “Nenhuma bolsa a isso o obrigava, já que a fortuna paterna lhe sustentava com alguma largueza as despesas, marginalizando-o também por isso em relação aos muitos compatriotas que vimos demandarem Paris.” José-Augusto França foi dos primeiros a enaltecerem Amadeo na primeira vaga de redescoberta do pintor, nos anos 1950, mas parece reservar-lhe sempre alguma recriminação. Dá-o como “talento emocional e ambicioso, como outro não houve entre os seus contemporâneos”, mas chama a atenção para a “falta de preparação estética que atravessa a sua obra, responsável por erros e ignorâncias”.
Paris será uma segunda casa para o artista amarantino, oito anos de fulgurante projeção que hão de acabar em 1914, quando rebenta a I Guerra Mundial. Dá-se com artistas portugueses estabelecidos na capital francesa, Manuel Bentes, Eduardo Viana, Emmérico Nunes, Domingos Rebelo, e em lugar da arquitetura vai interessar-se pela pintura. “Não esteve nada distraído em Paris”, explica Helena de Freitas. “A partir de certa altura, pouco se deu com os artistas portugueses, mas também não os desprezava. Percebeu que deveria afastar-se de um circuito nacional e colocar-se no centro, para contracenar com os outros atores daquele mundo cosmopolita.” Faz ele próprio o álbum “XX Dessins”, em 1912, um portefólio com os melhores dos seus desenhos, numa tentativa bem sucedida de chegar ao maior número possível de pessoas. “Promovia-se muito bem, com os meios certos e através das pessoas certas”, comenta Catarina Alfaro.

Na capital francesa, começa por se instalar junto a Montparnasse, visitava o Louvre com frequência e assombrava-se com a pintura dos primeiros renascentistas, os “primitivos”. Aí conhece Lucie Meynardi Pecetto (1890-1987), a futura mulher, de origem italiana. Faz aulas com o pintor espanhol Anglada Camarasa, então muito considerado, e convive com o pintor italiano Amadeo Modigliani, o escultor romeno Constantin Brancusi, o muralista mexicano Diego Rivera, os pintores franceses Sonia e Robert Delaunay.
“Relaciona-se com o expressionismo alemão e com a influência russa e oriental”, sublinha Alexandre Pomar. “Foi muitas vezes visto como um pequeno artista cubista, o que o desvalorizava, porque o colocava como seguidor de outros. Essa mania de apresentar sempre os artistas portugueses referenciados à escola de Paris prejudica-os bastante. Só nos estudos mais recentes, a partir da década de 1990, é que se valorizou o facto de Amadeo ter tido uma carreira muito instável. Nunca se fixou num estilo.”
 No livro de 1979, José-Augusto França faz uma extraordinária súmula, notando o percurso cubista do artista: “Um encontro de amizade com Modigliani, com quem expôs em 1911, deu a Amadeo uma indicação de caminho original. [Depois] aproximou-se dos cubistas, vindo a expor no Salon d’Automne de 1912. [O poeta e crítico] Apollinaire menciona-o de passagem e um crítico americano convida-o a participar no que seria a primeira e escandalosa exposição de pintura moderna nos Estados Unidos, o famoso Armory Show de Nova Iorque, Chicago e Boston, em 1913. Logo a seguir, por proposta de Delaunay, Amadeo figurou no Salão de Der Sturm, em Berlim, e a obra exposta regista-se já em esquemas cubistas ortodoxos.”
 
Domingos Rebêlo, Amadeo de Sousa Cardoso, Emmérico Nunes, Manuel Bentes e José Pedro Cruz, em Paris, 1908 (Foto: Fundação Calouste Gulbenkian)
A Portugal chega em 1914, depois de uma visita a Barcelona que lhe permite conhecer Gaudi. A Guerra terá impedido que regressasse. Casa-se no Porto com Lucie Pecett e ficam a viver na Casa do Ribeiro, em Manhufe. Hão de manter ligação próxima ao casal Delaunay que também se muda de Paris para Vila do Conde, por causa da guerra. Amadeo continuou a produzir obra e alguns consideram essa fase tardia, marcada por colagens, a mais interessante.
Duas famosas exposições em nome próprio causam escândalo e surpresa em 1916: primeiro no Porto, no Jardim Passos Manuel; depois em Lisboa, na Liga Naval Portuguesa – momentos reconstituídos em 2016 e 2017 no Museu Nacional Soares dos Reis e no Museu do Chiado, com curadoria das historiadoras Raquel Henriques da Silva e Marta Soares. Subitamente, morre em Espinho a 25 de outubro de 1918, com apenas 30 anos. “O regresso a Portugal terá sido um grande erro”, avalia Helena de Freitas.

Anos e anos esteve guardado

A coleção de arte moderna do Museu Calouste Gulbenkian, em Lisboa, é onde se encontra atualmente a esmagadora maioria das obras do artista, bem como fotografias, cartas e outros papéis, vendidos e doados pela família a partir de meados de 60. São 62 pinturas, 138 desenhos e 38 objetos (incluindo uma paleta), segundo Ana Vasconcelos, conservadora do museu. O arquiteto José Sommer Ribeiro (1924-2006) e o pintor Paulo Ferreira foram dos principais responsáveis por essa transferência do espólio e a isso terão convencido Lucie. Em Amarante, no Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, e também em Lisboa, no Museu do Chiado, existem outros núcleos relevantes do artista. De resto, só três instituições fora do país o têm na coleção: Pompidou (uma pintura), The Art Institute of Chicago (três) e Museu do Michigan (uma). A obra esteve várias décadas sem circular, remetida a um desastroso silêncio.

"Lamento não ter havido um leilão quando ele morreu, porque dessa forma teria sobrevivido como artista de forma relevante. Os artistas ganham posição quando há obras no mercado, quando há colecionadores a comprar", diz Alexandre Pomar. A viúva de Amadeo, segundo Helena de Freitas e Alexandre Pomar, manteve em sua posse a parte mais significativa do espólio, nunca o colocando no mercado e resistindo à integração em museus, o que terá contribuído para um esquecimento acentuado. Paradoxalmente, José-Augusto França afirmou em 1979 que Amadeo teve em vida “uma espécie de bulimia perante o lauto banquete que a arte contemporânea oferecia”.
Alguma visibilidade foi-lhe dada, por fim, com uma exposição na Casa de Portugal em Paris, em 1958, e outra no Secretariado Nacional de Informação (SNI), no Palácio Foz, em Lisboa, em 1959 (sendo o SNI o organismo responsável pelo propaganda política durante o salazarismo). Contudo, nenhuma das iniciativas terá sido muito benéfica, “em parte por causa da guerrilha política entre a oposição e o regime”, conta Alexandre Pomar. “O facto de Amadeo ser valorizado pelo SNI levantou problemas a pessoas como o José-Augusto França. Teria sido diferente se a retrospetiva tivesse acontecido noutro contexto”. Quanto à mostra de 1958, diz Helena de Freitas, “fez parte de uma estratégia diplomática do Estado Novo” e consistiu numa “apresentação folclórica que destacava na obra de Amadeo os valores que o regime pretendia, o que não foi vantajoso, porque os anos 50 em França são já uma época muito culta e com exigência museológica”. Ainda assim, através dessa exposição francesa, o curador Jean Cassou comprou uma pintura de Amadeo para o Museu de Arte Moderna, atual Centro Pompidou, ainda hoje no acervo da instituição: “Cavaleiros”, de 1913, óleo sobre tela.

Nova vida de Amadeo

Uma verdadeira redescoberta só no fim da década de 1980 aconteceu, com retrospetivas na Gulbenkian (1987) e nos EUA (Washington, 1999, e Chicago, 2000), mas principalmente a partir de 2006, com a muito falada exposição “Diálogos de Vanguardas”, na Gulbenkian, comissariada por Helena de Freitas e Catarina Alfaro, vista por mais de 75 mil visitantes.
 
Amadeo e a mulher, Lucie, em Barcelona, 1914 (Foto: Fundação Calouste Gulbenkian)
“Amadeo teve a fatalidade de desaparecer muito novo e o azar de não ter sido posto no mercado na altura certa”, sustenta Alexandre Pomar. “Lamento não ter havido um leilão quando ele morreu, porque dessa forma teria sobrevivido como artista relevante. Os artistas ganham posição quando há obras no mercado, quando há colecionadores a comprar, quando atingem valores altos em leilões, quando os museus disputam a compra de obras. No caso de Amadeo, não há nada para vender, a Gulbenkian comprou quase tudo.”
As raras criações de Amadeo que circulam por leiloeiras têm preços oscilantes, mas bastante elevados. Em 2006, por exemplo, “Paisagem com Casa e Figura Montada num Burro”, alcançou 190 mil euros no Palácio do Correio Velho, em Lisboa. Na mesma casa, em 2011, “Barba à Guise Cabeça” foi arrematado por 122 mil euros. E há quatro anos, na Veritas Art Auctioneers, “Instrumento Musical” teve um valor de martelo de 55 mil euros. Por comparação, “O Almoço do Trolha”, de Júlio Pomar, chegou aos 350 mil euros em 2015, um recorde para artistas portugueses contemporâneos leiloados em Portugal.

“Quem sabe se um dia a Gulbenkian não abdica de uma dezena de obras e as vende ou deposita noutros museus”, conjetura Alexandre Pomar. Uma tal operação, considera Helena de Freitas, “teria de ser negociada, seria longa e lenta, mas não impossível”. A investigadora faz questão de notar que a realização de colóquios, conferências e exposições não são despiciendas para o prestígio internacional do artista e destaca que a 11 de dezembro, na delegação da Gulbenkian em Paris, terá lugar um encontro de académicos, organizado por Marta Soares.
Bem familiarizada com os estudos sobre Amadeo, Catarina Alfaro acrescenta que falta conhecer em detalhe as exposições que o pintor realizou em vários países, desde logo a Alemanha, sobre as quais há lacunas documentais, e adianta que estão por localizar obras mencionados em catálogos quando o artista era vivo. Um século depois da morte, o pintor de Manhufe ainda é um puzzle com peças por juntar.
https://observador.pt/especiais/amadeo-de-souza-cardoso-morreu-ha-100-anos-o-que-vale-hoje-o-pintor-genial/?fbclid=IwAR07Hqq5jIFg5R67ZWcLRJpfljw9lDnQo7E1nV4qi5MltO9A2Y9rDAYeoUw
***
12jan2017
Museu do Chiado abre exposição  dedicada a Amadeo de Souza-Cardoso... "evoca a apresentação das suas obras no Porto e em Lisboa há um século, gerando escândalo e debate, abre ao público a 12 de janeiro..."

https://www.noticiasaominuto.com/cultura/711871/exposicao-de-amadeo-de-souza-cardoso-no-museu-do-chiado-em-janeiro
***
19/10/2016 - Um documentário inédito que traça o percurso do pintor português Amadeo de Souza Cardoso, realizado pelo luso-francês Christophe ...
https://www.rtp.pt/play/p2871/amadeo-o-ultimo-segredo-da-arte-moderna
***
19ab2016
TSF
"A arte, tal como eu a sinto, é o produto emocional da natureza, fonte de vida, de sensibilidade, de cor, de profundidade, de ação mental e poder emotivo".
A frase é de Amadeo de Souza-Cardoso, numa carta enviada ao tio, escrita em Paris, em 1913. E é também essa frase que introduz o vídeo de apresentação da exposição dedicada ao pintor que abre ao público no Grand Palais, em Paris, esta quarta-feira.

São 1000 metros quadrados em dois pisos para viajar através da vida e da obra de um dos maiores pintores do século XX.
"Amadeo de Souza-Cardoso" é o nome da exposição que se insere na comemoração dos 50 anos da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian e que vai estar no Grand Palais até 14 de julho.
https://www.tsf.pt/cultura/arte/interior/100-anos-depois-amadeo-de-souza-cardoso-regressa-a-paris-5133185.html
***
D. Quixote...via Lídia Ferraz

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1042937345799633&set=a.108070622619648.15572.100002501319286&type=3&theater
***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1039189756174392&set=a.108070622619648.15572.100002501319286&type=3&theater
***
via RTP
Hoje, dia 20, dia em que abre ao público a exposição de Amadeo à Paris no Grand Palais - RMN (Officiel), é transmitido às 21:00 o Documentário sobre Amadeo de Souza-Cardoso 'O último segredo da Arte Moderna' na RTP1.
Amadeo, O Último Segredo da Arte Moderna
Estreia mundial em televisão: documentário sobre "o segredo mais bem guardado do primeiro modernismo".
Um documentário inédito que traça o percurso do pintor português Amadeo de Souza Cardoso, realizado pelo luso-francês Christophe Fonseca. Amadeo conhece em vida um grande sucesso da crítica, mas a sua morte precoce mergulhou-o no esquecimento durante mais de 50 anos. Este documentário foi realizado no âmbito da exposição que o Grand Palais, em Paris, dedica ao artista nacional. Tem uma narrativa biográfica e inclui a história das investigações recentes. Ao longo de 52 minutos conta-nos o percurso apaixonante deste jovem, sedutor e afortunado prodígio, que chegou a Paris no dia em que completou 19 anos, com um destino de envergadura nas suas mãos. Numerosas entrevistas a especialistas, críticos e historiadores, como Hélène de Freitas, Catarina Alfaro, António Cardoso, Maria João de Melo, Catherine Grenier, Laurent Salomé, Laurette McCarthy, Marilyn Kushner, Stephanie D´Alessandro, enriquecem a narração com fotografias, correspondências e testemunhos raros. Uma história que mergulha o espectador no coração de um dos períodos artísticos mais ricos a apaixonantes, para assim conferir todo o seu espaço. Ele conhece em vida um grande sucesso da crítica mas a sua morte precoce mergulha-o no esquecimento durante mais de 50 anos.
- See more at: http://www.rtp.pt/programa/tv/p32963#sthash.wEDsr2ZR.dpuf
Amadeo, O Último Segredo da Arte Moderna
http://www.rtp.pt/programa/tv/p32963
*

***

Documentário " Amadeo de Souza Cardoso - À velocidade da inquietação" emitido na rtp 2

https://www.youtube.com/watch?v=t6oCn2tcamw
***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582329561914998&set=a.107947722686520.16947.100004138779711&type=3&theater
Amadeo de Souza-Cardoso nasceu em Manhufe, freguesia de Mancelos, Amarante a 14 de novembro de 1887 e morreu em Espinho a 25 de outubro de 1918, foi um destacado pintor português.
Pertencente à primeira geração de pintores modernistas portugueses , Amadeo de Souza-Cardoso destaca-se entre todos eles pela qualidade excepcional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX.
"O artista desenvolveu, entre Paris e Manhufe, a mais séria possibilidade de arte moderna em Portugal num diálogo internacional, intenso mas pouco conhecido, com os artistas do seu tempo".
A sua pintura articula-se de modo aberto com movimentos como o cubismo, o futurismo ou o expressionismo, atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção dos últimos anos – um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional sua contemporânea.
A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora mas ainda em fase de afirmação.
Amadeo ficaria longamente esquecido,dentro e, sobretudo, fora de Portugal: "O silêncio que durante longos anos cobriu com um espesso manto a visibilidade interpretativa da sua obra […], e que foi também o silêncio de Portugal como país, não permitiu a actualização histórica internacional do artista"; e "só muito recentemente Amadeo de Souza-Cardoso começou o seu caminho de reconhecimento historiográfico".
Filho de Emília Cândida Ferreira Cardoso e José Emygdio de Sousa Cardoso, Amadeo de Souza-Cardoso nasceu "numa família de boa burguesia rural, poderosa e de muita religião, entre nove irmãos […]. O seu pai era uma espécie de «gentleman farmer», vinhateiro rico, de espírito prático, desejando educar eficientemente os filhos".
Estudou no Liceu Nacional de Amarante e mais tarde em Coimbra. Em 1905 ingressou no curso preparatório de desenho na Academia Real de Belas-Artes, em Lisboa e em Novembro do ano seguinte (no dia em que celebrou o seu 19º aniversário), partiu para Paris, instalando-se no bairro de Montparnasse, famoso ponto de encontro de intelectuais e artistas, onde viveu todos os anos de permanência nessa cidade (1907 – 1914). Ao longo desses 8 anos regressou, no entanto, diversas vezes a Portugal para estadias mais ou menos breves.
Estabeleceu contacto com outros artistas portugueses a residir em Paris, entre os quais Francisco Smith, Eduardo Viana e Emmerico Nunes. Frequentou os ateliers de Godefroy e Freynet com o intuito de preparar a admissão ao curso de arquitetura, projecto que abraça, em parte para responder às expectativas familiares, mas que acaba por abandonar.
Publicou caricaturas em jornais portugueses como O Primeiro de Janeiro (1907) e a Ilustração Popular (1908 – 1909).
O início da sua actividade como pintor data provavelmente de 1907. No ano seguinte conhece Lucie Meynardi Pecetto, com quem viria a casar-se sete anos mais tarde. Em 1909 frequenta as aulas do pintor Anglada-Camarasa na Académie Vitti e mais tarde as Academias Livres.
Em 1910 estabelece uma forte e duradoura ralação de amizade com Amedeo Modigliani, Constantin Brancusi e Alexander Archipenko. Na correspondência para Portugal Amadeo refere-se à sua fascinação por aquilo que denomina por "pintores primitivos" (e pela escultura e arquitetura da cristandade); por outro lado, revela um sentimento artístico já amadurecido, manifestando a sua oposição ao naturalismo em favor de opções plásticas exigentes, distanciadas de pressupostos académicos.
No dia 5 de Março de 1911 Modigliani e Amadeo inauguram uma exposição no atelier do pintor português, perto do Quai d'Orsay, cujo livro de honra é assinado por Picasso, Apollinaire, Max Jacob e Derain e no mês seguinte Amadeo participa pela primeira vez numa grande mostra internacional, o XXVII Salon des Independents, exposição determinante e que dá grande visibilidade ao cubismo.
Nesse mesmo ano conhece Sonia e Robert Delaunay e, através deles, Apollinaire, Picabia, Chagall, Boccioni, Klee, Franz Marc e Auguste Macke.
Em 1912 publica o álbum XX Dessins, onde reúne desenhos desse ano e do anterior que terão grande divulgação na imprensa francesa e portuguesa; participa no X Salon d’Automne (Grand Palais), encerrando o seu curto ciclo expositivo em Paris.
É um dos artistas representados no famoso Armory Show (International Exhibition of Modern Art), Nova Iorque, 1913, exposição que marca a grande viragem modernista no meio artístico norte-americano: atento ao panorama artístico alemão, expõe também em Berlim, no Erster Deutscher Herbstsalon (Primeiro Salão de Outono Alemão), organizado pela Galeria Der Sturm, em conjunto com artistas maioritariamente associados à "novíssima pintura", dos futuristas italianos ao grupo do Blaue Reiter e ao casal Delaunay.
Em 1914 tem trabalhos expostos em Londres e nos Estados Unidos da América (Exhibition of Painting and Sculpture in the "Modern Spirit", Milwaukee Art Society).
O seu espírito instável fá-lo passar por "momentos torturantes de ansiedade".
Durante uma viagem a Barcelona toma conhecimento do início da 1ª Guerra Mundial (1914-1918).
Regressa a Portugal e a 26 de Setembro casa-se com Lucie Pecetto, fixando residência na Casa do Ribeiro, em Manhufe, que o seu pai mandara construir.
No ano seguinte reencontra Sonia e Robert Delaunay, que entretanto haviam fixado residência em Vila do Conde.
Amadeo ocupa o seu tempo entre a pintura, a caça, os passeios a cavalo, mas o seu isolamento começa a tornar-se difícil de suportar e faz planos para regressar a Paris.
O ano de 1916 fica marcado por várias tentativas falhadas de participação em exposições internacionais; nesse mesmo ano publica o álbum 12 Reproductions e realiza exposições individuais no Porto (Salão de Festas do Jardim Passos Manuel) e em Lisboa (Liga Naval, Palácio do Calhariz).
O acolhimento crítico, "num país pouco acostumado a exposições deste género, em que o modelo dos salons ainda vigorava, foi sobretudo marcado pela surpresa"; a articulação da montagem, "as obras exibidas e a internacionalização do artista português causaram espanto generalizado".
Durante a estadia em Lisboa convive com Almada Negreiros e com membros do grupo Orpheu.
Em 1917 envolve-se em projetos editoriais com Almada Negreiros, publica dois trabalhos na revista Portugal Futurista (Farol; Cabeça Negra), mas acima de tudo trabalha intensamente, aprofundando o seu universo pictórico, que expande em novas direções.
Anseia no entanto pelo regresso a Paris, o que não viria a acontecer.
No ano seguinte contrai uma doença de pele que lhe afeta o rosto e as mãos e o impede de trabalhar.
Abandona Manhufe e refugia-se em Espinho, na tentativa vã de escapar à epidemia de Gripe Espanhola que se espalha rapidamente e à qual viria a sucumbir em 25 de Outubro desse mesmo ano.
De personalidade algo paradoxal, Amadeo era monárquico e poderá ter pertencido – este facto não é mencionado nas publicações mais importantes sobre Amadeo – a um movimento conhecido por Grupo do Tavares, que incluiria, entre outros, Eduardo Viana, Almada Negreiros e Santa Rita.
***

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582331041914850&set=pcb.582331621914792&type=3&theater
*

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582331161914838&set=pcb.582331621914792&type=3&theater
*

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582331208581500&set=pcb.582331621914792&type=3&theater
*

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582331321914822&set=pcb.582331621914792&type=3&theater
*

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=582331435248144&set=pcb.582331621914792&type=3&theater