30/01/2016

9.449.(30jan2016.12.34.56") Damião de Góis

Nasceu a 2fev1502
e morreu a 30jan1574
***
Damião de Góis. Ian Mabuse (1478-1533 ou 1536) Óleo sobre tela, s.d. Cortesia de Thomas Agnew & Sons, Ltd
http://www.bnportugal.pt/agenda/evento-damiao-gois.html
***
Livros digitalizados
Biblioteca Nacional
http://purl.pt/index/livro/aut/PT/33900.html
***
3nov2011
Em Portugal existem quatro exemplares da obra "Hispania damiani a goes equitis lusitani" do humanista português Damião de Góis, disse à Lusa a directora adjunta da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), Maria Inês Cordeiro.
A polícia alemã anunciou na quarta-feira que um exemplar daquela obra de Damião de Góis, com valor estimado em 18.500 euros, foi roubado em Outubro da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha.
Contactada pela Lusa, a directora adjunta da BNP, Maria Inês Cordeiro, disse que existem 33 exemplares daquela obra em todo o mundo, dos quais quatro em Portugal, citando o especialista Francisco Leite de Faria, autor de "Estudos bibliográficos sobre Damião de Góis e a sua época".
Segundo aquela responsável, os quatro exemplares existentes em Portugal encontram-se na BNP, na Biblioteca D. Manuel II do Paço Ducal de Vila Viçosa, na Academia de Ciências de Lisboa e na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.
Existe uma digitalização da obra feita por esta instituição de Coimbra, podendo ser consultada no sitehttps://bdigital.sib.uc.pt/bg5/UCBG-VT-20-8-15/UCBG-VT-20-8-15_item1/index.html.
De acordo com a polícia alemã, a obra roubada tem um valor estimado em 18.500 euros, mas segundo o jornal alemão Bild, um coleccionador poderá pagar pela obra rara dez vezes mais do que o valor em que foi avaliada.
Sobre esta questão, Maria Inês Cordeiro afirmou à Lusa: "Sobre o valor, é sempre imprevisível, pois pode haver alguém disposto a dar muito dinheiro. No entanto, acho francamente excessivo que um coleccionador conhecedor desse dez vezes o valor indicado".
"Hispania damiani a goes equitis lusitani" foi impressa em 1542 em Lovaina, na Bélgica, onde Damião Góis viveu.
O humanista Damião de Góis (1502-1574) foi amigo de Erasmo de Roterdão e conheceu Martinho Lutero, sendo uma das figuras de referência do Renascimento europeu.
O roubo da obra na Feira de Frankfurt foi considerado "extraordinário" e ocorreu no pavilhão do alfarrabista especializado holandês Asher Rare Books, disse um porta-voz da polícia alemã, citado pela agência France Presse.
http://www.dn.pt/portugal/interior/portugal-tem-quatro-exemplares-da-obra-de-damiao-de-gois-roubada-na-alemanha-2098160.html
***
Publico
 2ag2002
Exposição na Biblioteca Nacional
http://www.publico.pt/culturaipsilon/jornal/obra-de-damiao-de-gois-em-exposicao-na-bn-173355
Associando-se às comemorações do quinto centenário do nascimento de Damião de Góis, provavelmente o mais cosmopolita dos humanistas portugueses, a Biblioteca Nacional (BN), em Lisboa, tem patente, até 31 de Outubro, a exposição "Damião de Góis: Humanista português na Europa do Renascimento".Estruturada em torno de três núcleos distintos, a mostra viaja pela obra de um cronista e historiador que, para muitos especialistas, não teve ainda o reconhecimento que merece. Primeiras edições, originais e cópias manuscritas traçam o percurso de um homem que conhecia de perto os principais centros do conhecimento da Europa do século XVI, que conviveu de perto com Erasmo de Roterdão ou Thomas More e que chegou a assistir a um sermão de Lutero."Damião de Góis teve um grande impacto junto dos maiores humanistas da época", explicou ao PÚBLICO Luís Costa Dias, um dos responsáveis pela organização desta exposição, comissariada por Amadeu Torres. "A sua obra causou grande fascínio porque traduzia uma nova postura face à cristandade e ao problema religioso, porque representava uma laicização da mentalidade culta", acrescenta, sublinhando a dedicação de Góis à tradução para vernáculo de textos fundamentais seus contemporâneos, disponíveis apenas em latim e, regra geral, circunscritos aos círculos religiosos, dominados por uma "mentalidade clerical" que inúmeras vezes fez questão de o perseguir, física e intelectualmente.Góis e o Prestes JoãoEstudando com os grandes pensadores do seu tempo, Damião de Góis dedicou grande parte da sua obra "à tentativa de 'demonstração' da existência de um novo reino cristão na Etiópia, liderado por um rei-sacerdote de nome Prestes João, e à defesa de uma cristandade mais aberta e mais acessível, a que se vivia na Lapónia, uma região que, na sua opinião, era explorada e delapidada por alguns dos grandes centros europeus", defende Costa Dias.Na BN estão em exposição cartas, traduções e outros documentos que testemunham as duas grandes fases da obra daquele que viria a ser o autor da "Crónica do Felicíssimo Rei Dom Manuel", apesar de, dadas as antipatias e controvérsias que gerava na corte, não possuir o título oficial de cronista-mor. "Na sua obra podemos identificar claramente dois períodos. O primeiro, o do humanismo europeu, a fase de internacionalização, relativo à obra que deixou escrita, essencialmente em latim, antes do regresso a Portugal. O segundo, já no reino, como cronista e historiador."No núcleo inaugural, em que se destacam as crónicas de D. Manuel e do Príncipe D. João, e uma cópia do processo que contra ele foi movido pelo Tribunal da Inquisição (é condenado como "herege, luterano, pertinaz e negativo" e sujeito a prisão, no Mosteiro da Batalha, em 1572), é apresentado um Góis dedicado à lei, à religião e à historiografia. "Damião de Góis foi alvo do maior processo da Inquisição em Portugal. O erasmismo em que se colocou foi entendido como heresia e valeu-lhe muitos inimigos. Sendo um homem rico, com fortuna feita através do comércio e da finança, acabou por morrer em condições estranhas (1574), depois de ter visto grande parte dos seus bens confiscada."O segundo módulo tem em foco a sua ligação à "urbe". A peça central é a célebre "Descrição da cidade de Lisboa", que surge ao lado de uma série de reproduções de mapas da época em que são assinaladas as viagens do cronista às cidades europeias do Renascimento, de Lisboa a Antuérpia, passando por Lovaina, Bruxelas, Pádua ou Friburgo. A exposição encerra com um sector dedicado às suas relações portuguesas e europeias, demonstrativo da sua importância no circuito humanista internacional.Para os que não conhecem a vida e a obra deste historiador que se manteve fiel às suas convicções, conviveu com Dürer e Münster, teve em André de Resende um dos seus melhores amigos, conheceu as prisões da Picardia na sequência do cerco francês a Lovaina e foi hóspede de Erasmo, esta exposição na BN pode ser um bom ponto de partida."Damião de Góis: Humanista português na Europa do Renascimento"Lisboa Biblioteca Nacional, de 2ª a 6ª, das 10h às 17h30
***

http://www.fotosantesedepois.com/damiao-de-gois/
Damião de Góis nasceu em Alenquer em Fevereiro de 1502. Era filho de Rui Dias de Góis e de D.Isabel Gomes Limi. Órfão de pai em 1513, foi recebido no paço de D. Manuel e aí fez a sua formação em contacto com os grandes nomes da cultura do seu tempo: matemáticos, músicos, poetas e navegadores… Com vinte anos, parte para Anvers onde desempenhou o cargo de Secretário da Feitoria portuguesa. Nos anos seguintes; “servio nas partes da Alemanha, Flandres, Barbante e Holanda em negócios de muita importância onde foi tão quisto e aceito que o tinham todos por seu natural”.

Em 1529, em missão oficial, Damião de Góis vai ao Báltico, visita Danzigue e segue até aos confins da Lituânia; de regresso passou por Poznan demora-se na Corte da Cracóvia tendo ali, segundo consta, dado a provar, pela primeira vez, o açúcar.
Em 1531, noutra missão, vai à Dinamarca, segue para a Polónia, visita no caminho Lubeque e Vitemberga avistando-se nesta última cidade com Lutero e Melanchton.
Em 1532 desiste dos cargos e inicia uma nova fase da sua vida. Em 1534 vive em Basileia na companhia de Erasmo. Depois segue para Pádua onde frequenta durante quatro anos a Universidade. Nas férias contacta com as grandes figuras do humanismo do seu tempo e visita Veneza, Roma e a Itália de norte a sul. Buonamici, Sadoleto e Bembo figuram entre os seus amigos humanistas.
Terminada a sua escolaridade em Pádua, vai continuá-la em Lovaina. Foi nesta cidade e neste ano de 1538 que constituiu família, casando com D. Joana de Hargen.
Entre 1539 e 1542, com o perfeito domínio da língua latina, publica vários opúsculos: Commentarii rerum gestarum in India (1539) e Fides, religio moresque Aethioporum sub imperio Preciosi Joanni (1540).
Em 1545 regressa à Pátria “aureolado de prestígio pelas amizades que contraíra na Europa”.
Em 1548 é nomeado guarda-mor da Torre do Tombo, a título interino. Ao dispor, assim, das fontes documentais do arquivo régio, pode Damião de Goes dar início à sua obra de cronista.
Em 1566 saiu a primeira edição da Crónica do Felícissimo Rei D. Manuel que levantou protestos de certas famílias nobres que se “julgaram diminuídas pela narração do autor” e no ano seguinte foi reimpressa a 1ª. parte da Crónica com alterações marcando a “vitória dos cortesãos sobre o cronista probo que ousara flagelar os desvios da classe privilegiada”. Segue-se a Crónica do Príncipe Dom João o Segundo de Nome, em 1567.
Na variedade dos seus talentos Damião de Góis também foi amador de pintura, coleccionador de arte e cultivou a música tendo deixado algumas composições de natureza religiosa e profana. Daqui o poder afirmar-se que Damião de Góis foi uma “figura ímpar do renascimento português, como historiador e humanista, viajante e epistológrafo, diplomata e funcionário régio”.
Mas este homem de superior craveira, clássico de formação, de tendência cosmopolita, não encontrou no ambiente português as condições para desenvolver este belo ideal de vida. Acusado de heterodoxia e denunciado pelo seu companheiro de estudos em Pádua, P e. Simão Rodrigues de Azevedo, à Inquisição em 1545, veio a cair nas garras do Santo Oficio. Embora tivesse provado a sua inocência, foi preso e transferido, depois, para o Mosteiro da Batalha. Damião de Góis que tanto amou a sua terra, não omitindo na Crónica do reinado de D. Manuel “nenhuma acção valente praticada por um alenquerense” nela veio a encontrar, afinal, um trágico fim de vida. Nesta “nobre e histórica” vila, berço e túmulo de Damião de Goío, orgulho de todos nós, apareceu morto com suspeitas de assassinato, na sua casa de Alenquer em 30 de Janeiro de 1574.

 

O Município de Alenquer mandou erigir em honra à sua memória uma estátua. Está localizada junto ao edifício do Tribunal Judicial ­ à entrada da Vila de Alenquer.

Fonte do artigo: Damião de Góis - Biografia e Empreendimento
Permitida a cópia do conteúdo deste que referida a fonte no final do artigo.

***
Via Wikipédia
Abandonado pela sua família, apareceu morto, com suspeitas de assassinato,
***
http://arlindo-correia.com/160810.html
***
"Não há na vida quem esteja seguro dos reveses da fortuna."
Leia mais:http://quemdisse.com.br/frase.asp?frase=29871#ixzz3yjNM6dao

***

30 de Janeiro de 1574: Morre Damião de Góis, uma das figuras mais proeminentes do Humanismo português

Damião de Góis entrou na corte aos 10 anos, graças à influência de seu pai, fidalgo da casa do Duque de Viseu D. Fernando. Aí foi educado até 1521, exercendo o cargo de "moço de câmara" e beneficiando de uma pensão. Em 1523, foi nomeado para a feitoria de Flandres, em Antuérpia, onde ocupou os cargos de escrivão e secretário. Esse mesmo valimento fez que lhe fossem atribuídas importantes missões na Holanda e nos países bálticos, com as quais passou a cumprir um destino de grande itinerante por mais de vinte anos. Nestas viagens teve a oportunidade de conviver com os maiores humanistas do seu tempo como Lutero, Alberto Dürer, que lhe pintou o retrato, Erasmo e Melanchthon, e de frequentar a Universidade de Pádua durante quatro anos. Nesta estadia em Itália tratou intimamente com os cardeais Bembo e Sadoletto, dele esperando este último que a sua influência particular junto dos chefes protestantes promovesse uma reconciliação com o catolicismo.
Apesar de ter recusado o lugar de tesoureiro da Casa da Índia que o rei D. João III lhe ofereceu, viu-se obrigado, em 1545, perante as insistências do rei, a regressar a Portugal e ocupar o cargo de guarda-mor da Torre do Tombo em 1548. Foi então incumbido, em 1558, de escrever a Crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel, que faltava no conjunto dedicado aos reis de Portugal. Anos antes tinha escrito a Crónica do Príncipe D. João.
As críticas que teceu na sua historiografia erudita e ensaística a questões como a expulsão dos judeus, a matança dos cristãos-novos e a expansão portuguesa e as referências desfavoráveis que fez a tantos protagonistas do drama, que foi o reinado do Príncipe Perfeito, acabaram por ferir suscetibilidades e instaurar-lhe um processo inquisitorial pelo Santo Ofício. Sem a protecção do cardeal-regente, foi preso, no dia 4 de Abril de 1571. Damião de Góis entrou para o cárcere já condenado e os Inquisidores apenas tiveram de se preocupar em encontrar o maior número possível de testemunhas que o denunciassem. Damião de Góis, por seu lado, defendeu-se como pôde e possivelmente juntou uma ou outra invenção que não pudesse ser verificada e lhe servisse de ajuda. Infelizmente para ele, houve acusadores da sua própria casa, pois os Inquisidores, certamente bem informados de problemas entre ambos, convocaram para depor seu genro Luís de Castro que, sem referir factos concretos, disse que seu sogro tinha simpatia pela seita dos luteranos. Sua esposa, Catarina, tinha na altura, 21 anos, e foi interrogada de factos ocorridos quando tinha 8 ou 9 anos.
A Inquisição tinha por missão uma tarefa que é uma autêntica impossibilidade: fazer prova da crença das pessoas. Ora, o pensamento é livre por natureza, embora na altura se dissesse que o pensamento não era livre em matéria de religião. Era uma instituição perversa por natureza.
Em 16 de Dezembro de 1572, deu Damião de Góis entrada no Mosteiro da Batalha para cumprir a sua pena – prisão perpétua. É possível que, passado não muito tempo, a pena lhe tenha sido perdoada, porque ele acabou por falecer na sua casa em Alenquer em 30 de Janeiro de 1574, ignorando-se a causa da morte. Com alguma plausibilidade, teria tido uma apoplexia que o vitimou numa noite quando se aquecia ao lume, tendo aparecido parcialmente queimado na manhã seguinte.Alguns autores referem suspeitas de assassinato. Foi sepultado na igreja de Santa Maria da Várzea, da mesma vila, que mandara restaurar em 1560.
Além das crónicas já referidas, Damião de Góis escreveu ainda várias obras em latim, compiladas no volume Opuscula, impressos em Lovaina e reimpressos em Coimbra, em 1791, na Colecção das obras de autores clássicos portugueses que escreveram em latim, sobre temas históricos e geográficos, incluindo descrições da vida dos povos da Lapónia ou da Abissínia, por exemplo. Foi ainda músico e tradutor.
Coleccionador de espécies greco-romanas, musicólogo, diplomata e historiógrafo, Damião de Góis é uma das figuras mais proeminentes do Humanismo português pelo contacto que proporcionou entre Portugal e os grandes nomes da época.
Damião de Góis. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagem)


 Ficheiro:Damian de gois.jpg
Damião de Góis em desenho de DürerGaleria Albertina, Viena
Urbis Olisiponis descriptio (1554)
 https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/01/30-de-janeiro-de-1574-morre-damiao-de.html?fbclid=IwAR07YUSxjY_GKlBd9VQuTFOLLPFcSqV77uUz9TJvNfbwpRudA_aRjnAtVkU
***
GÓIS, Damião de (1502-1574)
http://www.fcsh.unl.pt/cham/eve/content.php?printconceito=792