19/02/2016

4.130.(19fev2016.8.8') GRACCHUS BABEUF, O PRIMEIRO MILITANTE COMUNISTA

Nasceu a 23nov1760
***
foto
https://www.marxists.org/portugues/dicionario/verbetes/b/babeuf_gracchus.htm
(1760-1797): Revolucionário francês, representante do comunismo igualitário utópico. François Noël Babeuf, conhecido como Gracchus Babeuf nasceu em Saint-Quentin, Picardia em 23 de novembro de 1760 foi sucessivamente servo doméstico, artesão, pedreiro e depois encarregado dos registros (contabilidade) de uma propriedade senhorial.
Publica em 1790 “O Cadastro Perpétuo”, em que defende as reivindicações de igualdade radical do povo de Paris. Várias vezes preso e solto por causa de suas posições. Fez-se chamar Gracchus em referência a dois irmãos romanos que militaram a favor da reforma agrária e foram assassinados (133 e 121 antes de Cristo).
Funda em 1794 o jornal “A Tribuna do Povo” e cria em 1795 a Sociedade dos Iguais com Buonarroti. Face ao aumento da reação “thermidoriana”, essa sociedade reivindica a aplicação da constituição de 1793, que adicionou emendas à de 1789. As emendas em questão são sobretudo concessões às reivindicações populares: direito à educação, à assistência pública.
Preso em 1796, Babeuf é executado em maio de 1797, após uma tentativa de suicídio.
Marx considerava Babeuf o “primeiro comunista ativista” e a Conjuração do Iguais o "primeiro partido comunistas". Para Rosa de Luxemburgo, Babeuf é "o primeiro precursor dos levantes revolucionários do proletariado".
***

http://vozes-militantes.blogspot.pt/2009/12/gracchus-babeuf-liberte-egalite.html
Para começar a minha participação neste espaço de resistência, democrática e plural, antes de fincar as minhas raízes na revolução de outubro, vou buscar meu alimento na utopia que se inicia em terras francesas: Liberté, égalité, fraternité.
Amigos de Ananindeua, amigos da Amazônia brasileira, estou aqui atendendo o convite do Xico Rocha e Duda Bueres. Quero construir um blog onde possamos resgatar o passado de luta de muitos virtuosos, e esquecidos...
Vamos começar com o comunista de primeira hora François-Noël Babeuf (1760-1797)

Babeuf era filho de camponeses, foi autodidata como o nosso companheiro Duda Bueres, dentre as várias contribuições dadas por ele, no contexto revolucionário, se apresenta o Cadastre Perpétuelque seria um plano de reformas fiscais publicado em 1789.
Babeuf, logo depois que Robespierre levou o destempero (caiu) publicou A Tribuna do Povo, considerado, por muitos, o primeiro jornal comunista. Era radical, votou pelas leis agrárias e contra a propriedade individual. Resolveu conspirar, como todo bom comunista, foi partícipe da "Conspiração dos Iguais".
Algo que marcou Babeuf na morte de seu pai, quando dava os últimos suspiros Claude Babeuf fez que o filho jurarasse no seu leito de morte que iria defender até a morte os interesses do povo. Influenciado por Rousseau e constatando que as condições de vida da maioria da população eram muito duras, escreve bastante em favor da igualdade e da coletivização das terras. Nos seus escritos se apresentam os sinais de seu futuro socialismo...
Pela "Conspiração dos Iguais" juntamente com Maréchal e Buonarotti, Babeuf foi condenado e guilhotinado.
Babeuf morreu.
Viva Babeuf!!!
***

https://www.facebook.com/960198530674380/photos/a.960209104006656.1073741828.960198530674380/1223017041059193/?type=3&theater
Gracchus Babeuf, aliás François Noël Babeuf, foi um jornalista que participou da Revolução Francesa e foi executado pelo seu papel na Conspiração dos Iguais. Embora os termos anarquismo, socialismo e comunismo não existissem na época em que viveu, eles foram usados posteriormente para descrever suas ideias.
Babeuf nasceu em Saint-Quentin. O seu pai Claude Babeuf, tinha desertado do exército francês em 1738 para ingressar no exército de Maria Theresa da Áustria. Amnistiado em 1755, voltou a França, mas viveu na pobreza, tendo que fazer pequenos serviços para garantir o sustento da sua família. As dificuldades que Babeuf sofreu durante os seus primeiros anos de vida contribuíram para o desenvolvimento das suas opiniões políticas. O pai proporcionou-lhe a educação básica, mas até a eclosão da Revolução Francesa, trabalhou como servo doméstico. Desde os 12 anos de idade, trabalhou como pedreiro nas obras do canal da Picardia. Aos 17 anos conseguiu empregar-se como aprendiz de um tabelião feudalista.
O pai Babeuf morreu em 1780. Diz-se que no leito de morte, entregou ao seu filho um exemplar de Plutarco e o fez jurar sobre a espada que defenderia até a morte os interesses do povo. Em 1781, aos 21 anos, começou a exercer a actividade de tabelião feudal por conta própria em Roye. Inspirado pela leitura de Rousseau e constatando as condições de vida muito duras da maioria da população, desenvolve teorias em favor da igualdade e da colectivização das terras. Torna-se um escritor prolífico e escreve uma série de cartas, a maior parte sobre literatura. Numa delas, de 1787, endereçada ao secretário da Academia de Arras, os sinais do seu futuro "socialismo" já estavam contidos. Em 1789 publicou o seu primeiro artigo no caderno dos eleitores de Roye, exigindo a abolição dos direitos feudais. De Julho a Outubro de 1789, viveu em Paris, supervisionando a publicação do seu primeiro livro: Cadastre perpétuel (cadastro perpétuo).
Em Março de 1789, Babeuf participou da redacção do “cahier de doléances” dos habitantes de Roye, reivindicações populares a serem levadas para a Assembleia dos Estados Gerais em Maio daquele ano. A partir de Setembro de 1789, graças à publicação do seu livro e do início da Revolução Francesa, tornou-se jornalista, como correspondente do Correio da Europa (editado em Londres).
Passou a insurgir-se contra os impostos indirectos (gabelle), através de petições e reuniões. Em consequência, foi preso em Maio de 1790 e libertado em Julho graças à pressão do revolucionário Jean-Paul Marat. Na mesma época rompeu com o catolicismo (em 1793 escreveria: "O cristianismo e a liberdade são incompatíveis").
Fundou então seu próprio jornal, em Outubro de 1790, “Le Correspondant Picard”, no qual se lança contra o voto censitário criado para as eleições de 1791. O jornal foi forçado a fechar alguns meses mais tarde, fazendo com que Babeuf fosse novamente preso. Ainda assim continuou a mobilizar-se ao lado dos camponeses e dos operários picardos.
Já em Paris, Babeuf tomou partido pelos jacobinos (Robespierre, Saint-Just, etc.) contra os girondinos. Em Maio de 1793 entrou na “Commission des subsistances de Paris”, onde apoiava as reivindicações dos sans-culottes. Babeuf criticava a acção dos montanheses, referente ao Terror, dizendo: "eu reprovo este ponto particular do sistema", mas agia em favor da sua continuidade, com a intenção de fazer passar da igualdade "proclamada" à igualdade de facto (a "igualdade perfeita" pela qual ele milita).
Em 23 de Agosto de 1793 foi sentenciado a vinte anos de prisão. Os juízes de Amiens o perseguiram com uma intimação e ele foi aprisionado de 14 de Novembro de 1793 (24 brumaire ano II) a 18 de Julho de 1794 (31 messidor ano II), quando foi absolvido num recurso.
Dez dias após sua libertação, ocorreu o golpe de estado contra Robespierre e os montanheses, o 9 termidor (27 de Julho de 1794).
Em 3 de Setembro de 1794 publica o primeiro número do «Journal de la liberté de la presse» (jornal da liberdade de imprensa), cujo título foi alterado em 5 de Outubro para «Le Tribun du Peuple» (A Tribuna do Povo), assumindo então o nome Gracchus em homenagem aos Gracchi, família da Roma antiga que se tornou símbolo da luta pelas mudanças sociais. Em 3 de Novembro defendeu que as mulheres pudessem ingressar nos clubes. Defendia também a necessidade de uma "insurreição pacífica" e atacava, de um ponto de vista socialista, o resultado económico da Revolução.
A impossibilidade de agir legalmente levou à fundação da Conjuração dos Iguais, dirigida por Babeuf, Darthé, Buonarroti, Sylvain Maréchal, Félix Lepeletier, Antoine Antonelle e outros. O movimento espalhou-se por todos os arredores de Paris e muitas outras cidades da província. Um "Directório secreto de saúde pública" dirigido por Babeuf coordenava a luta. O objectivo era continuar a revolução e garantir a colectivização das terras para conseguir a "igualdade perfeita" e o "bem comum".
Em 11 de Abril de 1797, Paris amanheceu coberta de posteres intitulados Analyse de la doctrine de Baboeuf (sic), tribun du peuple, (análise da doutrina de Baboeuf, tribuna do povo) cuja frase inicial dizia que: "A natureza deu a todos os homens o direito de gozar de uma parcela igual em todas as propriedades" e terminava por conclamar a restauração da constituição de 1793.
Uma canção de Babeuf "Mourant de faim, mourant de froid" (Morrendo de fome, morrendo de frio), começou a ser cantada nos cafés e mesmo entre os militares se ouviam rumores de insurreição. O governo julgou ser o momento de agir. Um dos agentes do Directório, Georges Grisel, que se infiltrara no grupo de Babeuf, denunciou-o por uma conspiração que depois seria chamada Conspiração dos Iguais, na qual socialistas e Jacobinos agiam em conjunto.
Em 10 de Maio (19 floréal ano IV) de 1796, Babeuf foi preso com muitos dos seus companheiros, entre eles Augustin Alexandre Darthé e Philippe Buonarroti, os ex-membros da Convenção, Robert Lindet, J-A-B Amar, Marc-Guillaume Alexis Vadier e Jean-Baptiste Drouet. Uma tentativa popular de libertá-los fracassou em 29 de Junho (11 messidor). Outra tentativa ocorreu pouco depois. Para evitar que o povo os libertasse, os conspiradores foram transferidos a Vendôme, (Loir-et-Cher).
A sua defesa tornou-se, de facto, impressionante dado o teor socialista. Ele que, em parte solidificou a ideia de que a população é uma classe, precisava consciencializar-se disso e exigir os seus direitos inalienáveis. Em sua defesa admitiu-se culpado e afirmou que apenas estava cumprindo o artigo 35 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1793. Babeuf foi declarado líder do movimento, mesmo havendo outras pessoas mais importantes envolvidas. Devido ao teor de seu discurso, Babeuf foi condenado à morte que aconteceria no dia 27 de Maio de 1797.
Friedrich Engels e Karl Marx reconhecem nele um precursor do comunismo e na Conjuração dos Iguais o "primeiro partido comunista". Babeuf é frequentemente considerado o primeiro militante comunista.
Segundo Rosa Luxemburgo, Babeuf é "O primeiro precursor dos levantamentos revolucionários do proletariado".