11/02/2016

8.165.(11fev2016.8.8') Turquia

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TURQUIA - Turismo
https://www.youtube.com/watch?v=nOaa7Cikwaw
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https://www.youtube.com/watch?v=337cYkt-0Mg
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Curiosidades da Turquia
https://www.youtube.com/watch?v=Lxq6VQjLXL4
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Éfeso (Turquía). Un paseo virtual por la ciudad antigua.
Traianvs. Ingeniería Romana
https://www.facebook.com/151487124895824/videos/1107131639331363/?pnref=story.unseen-section
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Via Avante
28jul2016
http://www.avante.pt/pt/2226/opiniao/141458/
Turquia
Um emaranhado de considerações e especulações continua a ofuscar a nítida compreensão das contradições que estão na origem da tentativa de golpe de Estado na Turquia de 15 de Julho passado. Os elementos conhecidos apontam para que a tentativa de golpe tenha sido desencadeada por sectores até há pouco tempo aliados e ocupando até ao momento posições muito próximas de Erdogan e do AKP, como os apoiantes de Gülen, entre outros sectores.
Gülen, imã islâmico, com profundas ligações aos EUA – que remontam à instrumentalização do islamismo contra a União Soviética –, dirige uma vasta organização, cujos membros têm vindo a ocupar importantes posições no aparelho de Estado (incluindo nas forças armadas, na polícia e na justiça), assim como no ensino e nos meios de comunicação social, assegurando uma crescente influência na sociedade turca durante os governos do AKP. Aliás, após a tentativa de golpe, Erdogan dirigiu, fundamentalmente e até ao momento, as medidas repressivas contra a organização dirigida por Gülen, que aponta como responsável do golpe, levando a cabo uma imensa purga contra os seus muitos milhares de membros.
Neste quadro, um dos elementos que tem sido mais realçado é sobre qual terá sido o efectivo grau de conhecimento e, mesmo, eventual envolvimento dos EUA em todo este processo e seu significado (os Estados Unidos têm um longo historial de apoio a golpes de Estado na Turquia – importante país membro da NATO que ocupa uma posição de grande interesse geoestratégico).
Têm vindo a ser apontados diversos factores que, intimamente ligados às divisões no seio das forças que têm vindo a exercer o poder na Turquia, estarão na origem da actual agudização da situação, entre os quais o processo de islamização do país, a crescente centralização do poder político, o sistemático cerceamento de liberdades e direitos democráticos, a falência da agressão à Síria – perante a firme resistência deste país e do seu povo – e a imposição de um verdadeiro estado de guerra em regiões de predominância de população curda na Turquia, na sequência das eleições realizadas em Junho de 2015.
A evolução da situação em torno da Turquia continuará a exigir toda a atenção, sendo múltiplos os factores em jogo e suas repercussões, incluindo para o Médio Oriente. No entanto, não pode passar em branco o imenso cinismo daqueles que – como a União Europeia, que negoceia a adesão da Turquia – fingem ter descoberto no rescaldo do golpe falhado o carácter repressivo e autoritário da política de Erdogan e do AKP, procurando assim não só influenciar a evolução imediata da situação na Turquia, como encobrir o seu amplo conluio com as autoridades turcas e a sua política, de que é exemplo a ocupação ilegal de território de Chipre; a repressão da população curda; a restrição de liberdades, direitos e garantias fundamentais; a agressão e saque da Síria e do Iraque, promovendo e protegendo grupos terroristas e apoiando a sua sangrenta acção; ou a instrumentalização da dramática situação de milhões de refugiados e a negação dos seus mais elementares direitos.
Assinale-se que muitos dos que agora apontam o dedo às autoridades turcas por terem decretado o Estado de emergência e suspendido temporariamente a aplicação da Convenção para a Protecção dos Direitos Humanos e Liberdades Fundamentais, são os mesmos que justificaram as medidas de restrição de liberdades, direitos e garantias impostas pelas autoridades francesas após os atentados em Paris, em Novembro passado, que incluíram, precisamente, estas duas medidas. Convenientes e elucidativos exercícios de hipócrita «amnésia»…
Nesta complexa situação, impõe-se a expressão da solidariedade com os comunistas e outros democratas turcos e a sua luta em defesa dos direitos, interesses e aspirações do povo turco.
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Istambul
 1957 filme aventura completo legendado com Errol Flynn
https://www.youtube.com/watch?v=xB1P_BTlSHQ
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é a única cidade do mundo que tem 2 continentes: Europa e Ásia
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a ponte que liga as 2 partes da cidade é semelhante à nossa ponte 25 de Abril
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a ponte é sobre o estreito de Bósforo liga 2 mares: negro e Mármara
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Hititas
Os hititas eram um povo indo-europeu que, no II milénio a.C., fundou um poderoso império na Anatólia central (atual Turquia), cuja queda data dos séculos XIII-XII a.C. Em sua extensão máxima, o Império Hitita compreendia a Anatólia, atualmente parte da Turquia, Líbano e Síria.
https://www.youtube.com/watch?v=U_-bWGA_-Hk
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Romanos
a cisterna romana
que deu em basílica e agora museu
https://www.youtube.com/watch?v=20JofT0jbfg
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Bizantinos antecederam os Otomanos da actual Turquia
Construindo um Império: Bizâncio (Dublado) Documentário Completo
https://www.youtube.com/watch?v=ERuJ4ehZ3q8
O Império Bizantino governou o mundo ocidental durante mil anos e brilhou entre as penumbras das Eras Obscuras. Você se deslumbrará com suas grandes obras de arte e suas estruturas inusitadas e gigantescas, entre as quais destacam-se: o maior aqueduto da antiguidade, muralhas para proteger a cidade, um enorme estádio e uma importante catedral. Impressione-se com a grandiosidade de uma cidade que foi capital de múltiplos impérios.
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ex-Constantinopla ( de Constantino)
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Resultou da fragmentação do Império Otomano que dominou 3 continentes: Ásia, Europa e África
https://www.youtube.com/watch?v=wAD89XdGKSc
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Capital da Turquia e símbolo do Império Otomano, um dia ela foi a famosa Constantinopla. Hoje é uma cidade Islâmica moderna que mais parece Ocidental do que Oriental apesar dos fortes traços muçulmanos. Bela passagem por Istambul, na Turquia.
https://www.youtube.com/watch?v=OcRWW2enrIc
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Istambul é a maior cidade da Turquia e a quinta maior do mundo, com 13.120.596 de habitantes na sua área metropolitana (2010). A grande maioria da população é muçulmana, mas também há um grande número de laicos e uma ínfima minoria de cristãos e judeus. A república turca é laica e bastante moderna. Istambul é a capital da área metropolitana e da província que leva o mesmo nome, a qual faz parte da região de Mármara. Foi denominada Bizâncio até 330 d.C., e Constantinopla até 1453, nome bastante difundido no Ocidente até 1930. Durante o período otomano, os turcos chamavam-na de Istambul, nome oficialmente adotado em 28 de março de 1930. Foi a capital do Império Romano do Oriente e do Império Otomano até 1923, cujo governante máximo, o sultão, foi durante séculos reconhecido como califa, o chefe supremo de todos os muçulmanos, o que fazia da cidade uma das mais importantes de todo o Islã. Atualmente, embora a capital do país seja Ancara, Istambul continua a ser o principal pólo industrial, comercial, cultural e universitário (aí estão sediadas mais de uma dezena de universidades) do país. É a sede do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, da Igreja Ortodoxa. A cidade ocupa ambas as margens do Estreito do Bósforo e do norte do Mar de Mármara, os quais separam a Ásia da Europa no sentido norte-sul, uma situação que faz de Istambul a única cidade do mundo a ocupar dois continentes. Devido à sua dimensão e importância, Istambul é considerada uma megacidade e uma cidade global.
https://www.youtube.com/watch?v=7TSdUkEyyZs
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Viagem Cultural Turquia
https://www.youtube.com/watch?v=5-ZmQn2hD60
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Via Resistir.info
http://resistir.info/turquia/guler_06jun13.html

"Derrotar o AKP é justo e mobilizador"

– "É preciso assegurar que o movimento tenha uma sequência"

por Aydemir Güler [*]
entrevistado por Hugo Janeiro
Aydemir Guler.
Os protestos que eclodiram nos últimos dias na Turquia resultam da confluência de descontentamentos com diversas origens, mas expressam um denominador comum: a rejeição popular do projecto reaccionário que o governo procura impor no país, disse ao Avante! o membro da Associação de Paz da Turquia e do CC do Partido Comunista da Turquia (TKP), que esteve em Portugal a propósito das reuniões do Secretariado e da Região Europa do Conselho Mundial da Paz.
As movimentações de massas na Turquia surgem depois da realização de manifestações contra o envolvimento turco no conflito sírio. É essa ingerência o seu principal factor desencadeador? 

A recusa da via intervencionista adoptada pelo governo, ao lado dos grupos armados e contra a Síria, foi um dos detonadores, sem dúvida, mas o alastramento da revolta surge na sequência de uma luta aparentemente menor e mais simples. Na Praça Taksim, o coração de Istambul, há um parque público muito apreciado que o governo do AKP [Partido da Justiça e do Desenvolvimento] quer demolir, argumentando que vai reconstruir uma antiga caserna militar otomana. Isso é a fachada. Na realidade, onde hoje está o Parque Gezi, o AKP pretende construir mais um centro comercial.

A rejeição do empreendimento foi desencadeada há muito, mas a repressão violenta da defesa do Parque provocou a indignação e o alastramento dos protestos.

A maioria dos turcos, e mesmo muitos dos habitantes dos subúrbios de Istambul, nunca estiveram no Parque Gezi, mas consideram-no parte da identidade da cidade.

Então o que move milhões de pessoas em todo o território? 

A destruição do Parque Gezi foi a gota de água que fez transbordar a paciência do povo. Foi a centelha da revolta dos trabalhadores, dos jovens, dos estudantes, de sectores e camadas intermédias que recusam o alinhamento do país numa guerra imperialista na região; que estão contra a proposta de nova constituição apresentada pelo AKP, o desemprego galopante que atinge jovens qualificados e não-qualificados; contra as orientações neoliberais impostas pelo primeiro-ministro Recep Erdogan e as suas consequências sociais; contra a violência policial cada vez mais frequente e o autoritarismo do governo que sempre se recusa a negociar.

A Síria é uma questão central. A 11 de Maio, o governo turco acusou a Síria de ser responsável pelas explosões em Reyhanli. Ninguém acreditou nisso. Ninguém acredita que a Frente al-Nusra, vinculada à al-Qaeda, produza armas em Adana, a quinta maior cidade turca, sem o conhecimento de Ancara.

A iniciativa que a Associação de Paz da Turquia e o Conselho Mundial da Paz promoveram em Antakya, no final de Abril, incluindo um acto público com milhares de pessoas, esclareceu e mobilizou contra a guerra. A esmagadora maioria dos populares da província de Hatay tiveram algum contacto com o movimento da paz. A isto acresce o facto de observarem a liberdade com que se movimentam os terroristas na fronteira e, sobretudo, constatarem que dois anos de guerra na Síria provocaram o colapso da economia na sua região.

Para mais, os atentados em Reyhyanli vitimaram cerca de uma centena de pessoas. O primeiro-ministro acusa um Estado vizinho da sua autoria e a primeira coisa que faz é deslocar-se aos EUA para reunir com Barack Obama e apelar a um intervenção na Síria? Tudo isto tornou muito claras as intenções do AKP e desacreditou o governo aos olhos do povo, que recusa que a Turquia seja o principal centro de provocação à Síria, que rejeita que a «oposição» se reúna no país e tenha bases.

Há então um denominador comum? 

Sim, há, a islamização da sociedade num determinado sentido. Recentemente, o governo fez aprovar legislação que limita a comercialização e consumo de álcool. O que os turcos vêm nisto não é a defesa da saúde pública, mas o aprofundamento de uma orientação por parte do AKP. A maioria dos turcos são muçulmanos, mas convivem com a religião de uma forma diferenciada face a outras facções islâmicas. Defendem o Estado laico e os valores do secularismo.

O AKP não é somente um partido, mas um projecto. Podemos até dizer que terá servido de inspiração no desfecho das chamadas primaveras árabes para a instalação no poder de partidos afectos à Irmandade Muçulmana. O AKP foi a primeira experiência bem sucedida de um modelo de consolidação de um poder islâmico promotor de políticas neoliberais. O AKP acalenta a esperança de reconstruir o império otomano, ser a maior potência regional. Washington apoia um poder desse tipo. O AKP é apoiado pelo grande capital na Turquia.

Qual o rumo que os acontecimentos podem tomar? 

As movimentações de massas cresceram de uma forma espontânea. O governo mostra-se incapaz de manipular essa dinâmica. Tem a maioria no parlamento, tem dinheiro e apoio das petro-monarquias árabes do Golfo, mas não vai conseguir controlar um povo inteiro que sempre se tem manifestado. A Turquia não é uma sociedade abafada, calada, amorfa. Milhões de pessoas estão nas ruas com reivindicações específicas. Demitir o governo é a tarefa imediata.

O TKP está a desempenhar um papel fundamental no estímulo da luta. No último sábado, apoiou e chamou para uma manifestação na Praça Taksim. O Partido Popular Republicano, maior partido da oposição parlamentar, fundador da República Turca, social-democrata, foi obrigado a desconvocar o protesto, agendado para uma outra praça de Istambul e a mobilizar para Taksim.

É certo que os protestos carecem de uma direcção política. Neste momento, nenhum partido pode reivindicar a condução de um processo onde sobressai a grande energia e disponibilidade das massas. É urgente garantir a unidade de acção e propósito, assegurar que a resistência prossegue. Se este movimento deixa as ruas para a polícia, o governo vai entender que forçou o regresso do povo a casa e avançar com mais limitações à liberdade, mais repressão, mais autoritarismo.

Derrotar o AKP e exigir eleições antecipadas é um objectivo justo e mobilizador que contribui para o recuo do seu projecto político.
O original encontra-se em www.avante.pt/pt/2062/internacional/125524/ 
Esta entrevista encontra-se em http://resistir.info/ .