11 de Junho de 1144: No interior da Basílica de Saint Denis, nasce a arquitectura gótica
No
dia 11 de Junho de 1144, a inauguração do coro da Basílica de
Saint-Denis marca o nascimento da arte gótica. Convidados pelo abade
Suger, participariam da cerimónia o rei de França, Luis VII, a sua
esposa, a duquesa Leonor da Aquitânia, e todas as grandes personagens da
corte e do clero.
Arcebispos,
maravilhados pela luz dos vitrais e pelo arrebatamento das estruturas,
retornariam às suas dioceses com o desejo de construir as suas próprias
catedrais dentro do peculiar estilo de Saint-Denis.
O
estilo arquitectónico que caracteriza o coro de Saint-Denis foi
baptizado de ogival devido ao padrão estético dos seus arcos. Também
chegou a receber o nome de arte francesa dada a sua origem, a Paris do
século XII. Apenas na Renascença italiana é que passaria a designar-se
arte gótica, um escárnio que associava essa arquitectura a algo “apenas
digno das tribos bárbaras Godas”.
O
termo gótico foi usado pela primeira vez pelo pintor Rafael por volta
de 1518, num relatório ao papa Leão X sobre a conservação de monumentos
antigos. O pintor considerava que os arcos em ogiva lembravam a
curvatura das árvores que formavam as cabanas primitivas dos habitantes
das florestas germânicas. O termo gótico é retomado num sentido
pejorativo pelo crítico de arte Giorgio Vasari, em 1530, fazendo
referência ao saque de Roma pelos bárbaros Godos.
Filho
de um servo, o abade Suger ascendeu à cúpula da Igreja e do Estado
somente pelo seu talento. A sua abadia, cujas partes mais antigas
remontam aos reis merovíngios da linhagem de Clóvis, foi desde cedo um
lugar de peregrinação. Desde a época de Dagoberto, os reis e príncipes
queriam ser sepultados lá. Pepino, o Breve, e os seus dois filhos, foram
ali sagrados reis de França pelo papa.
Empreendedor
singular, mandou reconstruir a abadia de Saint-Denis. As suas
concepções arquitectónicas eram opostas às do seu contemporâneo e rival,
o austero Bernardo de Claraval, que defendia o despojamento dos locais
de culto.
Num
primeiro momento, o abade adopta para a fachada e para a cripta o
estilo românico da época. Ainda assim, introduz na fachada uma soberba
rosácea, a primeira do género. O estilo românico expandiu-se no Ocidente
após o ano mil, por ocasião da renovação da Igreja. Caracterizava-se
pela utilização de abóbadas de berço capazes de sustentar sólidas
paredes de pedra, eram construídas como um contínuo arco de volta
perfeita, retomado posteriormente pela arquitectura do Renascimento.
Todavia,
por volta de 1130, por ocasião da construção da catedral de
Saint-Étienne em Sens, um novo estilo arquitectónico surge
discretamente, trazendo formas mais leves, mais esbeltas e mais
luminosas. O abade Suger ficou seduzido por esse novo estilo e decide
inspirar-se nele para o término da sua querida basílica.
Com
a consagração do coro de Saint-Denis, os contemporâneos tiveram
consciência de assistir ao nascimento de um novo estilo arquitectónico,
revolucionário pela sua audácia e pelo seu carácter resolutamente
inovador.
Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2019/06/11-de-junho-de-1144-no-interior-da.html?spref=fb&fbclid=IwAR3_q6_lfYndtcUd8yau6g7_eJGGmhS6UCAOyZDRfZhiJMVG2mzO3TfFFVo
***
17ouTUbro2016
respiguei da página do António Delgado
Aguarela 1927 Pórtico da Capela do Senhor dos Passos Évora de Alcobaça
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10154637172547264&set=oa.1121681741243623&type=3&theater
r cujo nome não recordo, mas faz parte dos extraordinários pintores desta técnica em Portugal que não tem tido a atenção que merece. Representa o PORTAL GÓTICO DA CAPELA DO SENHOR DOS PASSOS EM EVORA DE ALCOBAÇA. Mas o extraordinário da obra é o documento sensível de alguém que registou um elemento de enorme importância patrimonial, dos muitos que existem no nosso concelho, cujo portal deixo em destaque, e a porta também para se entender as diversas obras de arte que podem exister numa só. Por outro lado foi simpática a integração da criança, uma menina que parece sorridente e feliz, mas sobre o ponto de vista etnográfico mostra como a geração dos nossos avôs (termo genérico) cresciam. No casos da menina tem um avental aos quadrados, como proteção da roupa normal e é indicativo de acção laboral que toda a criança tinha nos meios rurais. Indicativo das abstinências à escola e o nível escolar do país por esse então. Por outro lado o lenço na cabeça a tapar o cabelo, mostra o tabú do cabelo feminino como símbolo de "tentações". Neste âmbito há inúmeras história mitológicas desde Homero, na Bíblia e outros… em que figuras femininas estão à beira de lagos ou de rios a pentear-se com pentes de oiro a seduzir homens para o “pecado”, ninfas, sereias, moiras, o próprio diabo... Mas é também igualmente importante ver a criança descalça. Um facto que muito me impressionava quando em pequenino, nos anos sessenta, ia de férias para o Silval de Turquel, Alcobaça e via as crianças da minha idade andarem assim pela Aldeia a correr e felizes e dava-me muita vontade de fazer o mesmo para brincar com elas, no entanto os meus pais nunca deixavam. Só mais tarde percebi a importância da expressão “PÉ DESCALÇO” e no mundo da cidade. Verdadeiramente não concordo com ela porque a felicidade das crianças era enorme e hoje vejo quanto me sinto corporalmente bem andar em casa e no jardim descalço ou a escrever posts ou noutro tipo de actividades. Em síntese uma imagem pode remeter-nos para muitas histórias escondidas e para vê-las e entender os seus códigos e necessário apenas olha-las em detalhe e deixar que caldo cultural da nossa experiência actue porque a nossa memoria seletiva ou comum acaba por fazer o resto.