23/10/2016

3.454.(22ouTUbro2016.7.7') Doris Lessing

Nasceu a 22ouTUbro1919 no Irão
e morreu a 17noVEMbro2013 em Londres
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Via Eulália Valentim

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=1458763824150994&set=a.282097105151011.82379.100000521703651&type=3&theater
 Qualquer ser humano, em qualquer parte do mundo, irá florescer em cem talentos e capacidades inesperadas, simplesmente por lhe ser dada a oportunidade de o fazer.
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Via Citador:
 











 http://www.citador.pt/frases/citacoes/a/doris-lessing
 Palavras. Palavras. Eu jogo com as palavras, com a esperança de que alguma combinação, mesmo que seja uma combinação por acaso, diga aquilo que eu quero dizer.
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 Eu tenho a certeza que toda a gente já teve a experiência de ler um livro, e achar que foi vibrante, com vivacidade, colorido e excitante. E que, talvez algumas semanas mais tarde, tenham-no lido outra vez e considerá-lo simples e vazio. Bem, não foi o livro que mudou: a pessoa é que mudou.
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 É isto o que significa aprender. De repente percebes algo que já tinhas percebido toda a tua vida, mas numa nova forma.
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 Uma mulher, que não tenha um homem, sempre que se encontra com um homem, qualquer homem, de qualquer idade, não consegue deixar de pensar, nem que seja por meio segundo, «Talvez seja ESTE o homem».
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 Um conselho aos jovens escritores? Sempre o mesmo conselho: aprendam a confiar no vosso próprio julgamento, aprendam a serem independentes por dentro, aprendam a confiar que o tempo vai separar o que é bom do que é mau - incluindo o vosso próprio mau.
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 Tu simplesmente não ficas mais sábio, maduro, etc, a não ser que tenhas sido um canibal desvairado durante trinta anos ou isso.
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 É terrível destruir a imagem que uma pessoa faz de si própria no interesse da verdade ou de alguma outra abstracção.
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 Deves escrever, em primeiro lugar, para te agradar a ti próprio. Não deves ter qualquer preocupação em relação a ninguém que possa vir a ler o que escreves. Mas a escrita não pode ser um modo de vida - a parte mais importante da escrita é a vida. Tens que viver de forma que a tua escrita emerja a partir do que vives.
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 Conforme envelheces, não ficas mais sábio. Ficas mais irritável.
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 Não há qualquer dúvida que a ficção faz um trabalho melhor da verdade.
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Under my skin:
 Não há qualquer dúvida que a ficção faz um trabalho melhor da verdade.
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Shikasta:

Ela era daquela geração que, ao não ter encontrado nada na religião, formou-se a ela própria através da literatura.
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Going Home:
 O mundo só é tolerável devido aos lugares vazios que existem... quando o mundo ficar completamente cheio, teremos que tomar alguma estrela. Qualquer estrela. Vénus ou Marte. E deixá-la vazia. O homem precisa de um espaço vazio nalgum lugar para que o seu espírito possa lá descansar.
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The Golden Notebook:
 A arte é o espelho dos nossos ideais traídos.
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 As pessoas não passam de canibais, a não ser que deixem os outros em paz.
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 Eu continuo sem compreender porque é ainda acho que é tão difícil de aceitar que as palavras são falíveis e, pela sua própria natureza, imprecisas.
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 Na verdade já atingi o patamar em que olho para as pessoas e digo - ele ou ela, eles são aquilo que são, porque escolheram ficar bloqueados numa determinada fase das suas vidas. As pessoas mantêm-se sãs bloqueando-se, limitando-se a elas próprias.
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 Eu sou uma pessoa que continuamente destrói as possibilidades de um futuro, devido ao número de pontos de vista alternativos em que me posso focar no presente.
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 O que é terrível é pretender que aquilo que é de segunda classe é de primeira classe. Pretender que não precisas de amor quando precisas; ou que gostas do teu trabalho quando sabes muito bem que serias capaz de melhor.
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 Sabes o que é que as pessoas realmente querem? Todas as pessoas, digo. Toda a gente no mundo está a pensar: quem me dera ter alguém com quem pudesse realmente falar, que realmente me compreendesse, que fosse gentil comigo. É isso que pessoas querem, se estiverem a dizer a verdade.
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Para as mulheres como eu, a integridade não é castidade, não é fidelidade, não corresponde a nenhuma das palavras antigas. Integridade é o orgasmo. É algo sobre o qual não tenho qualquer controle.
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A Estupidez da Humanidade

Nós passamos as nossas vidas a lutar para conseguir que pessoas ligeiramente mais estúpidas que nós aceitem as verdades que os grandes homens conheceram desde sempre. Já há milhares de anos que eles sabiam que fechar uma pessoa doente num ambiente solitário torna-a ainda pior. Já há milhares de anos que eles sabiam que um homem pobre que é assustado, pelo seu patrão, e pela polícia, é um escravo. Eles sabiam. Nós sabemos. Mas será que a granda massa iluminada dos britânicos o sabem? Não. É o nosso dever, Ella, o teu e o meu, de lhes dizer. Porque os grandes homens são demasiado grandes para serem incomodados. Estão já a descobrir como colonizar Vénus e como irrigar a Lua. Isso é que é o mais importante para o nosso tempo. Tu e eu somos os empurradores da pedra. Todas as nossas vidas, tu e eu, temos que empregar as nossas energias, e todo o nosso talento, a empurrar uma enorme pedra por uma montanha acima. A pedra é a verdade que os grandes homens sabem por instinto, e a montanha é a estupidez da humanidade.  *

Formatados pela Sociedade

Idealmente, o que deveria ser dito a todas as crianças, repetidamente, ao longo da sua vida escolar, seria algo como isto: «Estás no processo de ser doutrinado. Nós ainda não fomos capazes de desenvolver um sistema de educação que não seja um processo de doutrinação. Lamentamos, mas é o melhor que podemos fazer. O que te estamos a ensinar é uma amálgama dos preconceitos actuais e das escolhas desta cultura em particular. Uma pequena olhada na História vai-te mostrar o quanto estes são temporários. Estás a ser ensinado por pessoas que conseguiram acomodar-se a um regime de pensamento que foi desenhado pelos seus antecessores. É um sistema de auto-perpetuação. Aqueles de vocês que forem mais robustos e individuais que os outros serão encorajados a sair e a encontrar formas de se educarem a si próprios – a educarem os seus próprios julgamentos. Aqueles que ficarem têm que se lembrar, sempre, e para sempre, que estão a ser moldados e modelados para se encaixarem nas necessidades estreitas e particulares desta sociedade». ***
Ser Rebelde
 https://www.youtube.com/watch?v=nEiZLH-fprc
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Morreu Doris Lessing, uma contadora de histórias de intelecto feroz e coração afectuoso

https://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/morreu-a-escritora-britanica-doris-lessing-1612861
 Autora de uma obra ficcional vastíssima, muito marcada pela sua infância e juventude em África e pelas suas preocupações sociais e políticas, recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 2007

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 http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/11/1372671-nao-pedi-para-ser-filha-da-guerra-disse-doris-lessing-a-folha-em-2001.shtml

"Não pedi para ser filha da guerra", disse Doris Lessing à Folha em 2001


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Morta na madrugada deste domingo (17), a escritora britânica Doris Lessing deu entrevista à Folha por ocasião do lançamento de seu 25º romance, "The Sweetest Dream". Ela acabara de receber o prêmio Príncipe de Astúrias, na Espanha. Posteriormente, o livro foi publicado no Brasil com o título "O Sonho mais Doce".
Leia abaixo a reportagem publicada em novembro de 2001:
SYLVIA COLOMBO, EDITORA-ADJUNTA DA "ILUSTRADA"
"O dia hoje amanheceu lindo. O sol está brilhando, é uma pena que o inverno esteja chegando. Este foi o outubro mais morno e agradável dos últimos anos."
Quem atende assim o telefone, com a voz rouca de quem acaba de acordar, é Doris Lessing, 82, uma das mais importantes escritoras da língua inglesa, que acaba de lançar no Reino Unido o 25º romance de sua extensa carreira.
"The Sweetest Dream", ainda sem previsão de lançamento no Brasil, é uma ficção que passeia pela cultura e efervescência de ideias dos anos 60 e antecipa a frustração que o século 20 traria a partir de então para aqueles que, como Lessing, cresceriam com "a marca da guerra fincada em suas histórias pessoais". A desilusão de seus contemporâneos com o comunismo permeia toda a obra.
A princípio, o livro seria o terceiro volume de sua autobiografia -cujos dois primeiros tomos já foram lançados aqui ("Andando na Sombra" e "Debaixo da Minha Pele", ambos pela Companhia das Letras). Mas, ao começar esta que seria a última parte da trilogia, Lessing mudou de ideia e resolveu transformá-la num romance.
"The Sweetest Dream" é uma saga familiar que atravessa o século 20. Os principais atores deste enredo são Frances ("parcialmente eu", diz Lessing), seu ex-marido comunista Johnny e Julia, a matriarca. "Suas vidas giram em torno do dano que sofrem e veem sofrer os jovens nascidos da guerra. É também um livro sobre o estrago causado pelos sonhos, pelo idealismo", diz Lessing.
Politicamente ativa durante toda a carreira, Lessing também já publicou, além de romances, ensaios e textos para teatro e ópera. Seu primeiro livro, "The Grass Is Singing", fazia uma crítica à política racial do Zimbábue (então Rodésia, onde cresceu). Já "The Golden Notebook", por exemplo, tornou-se uma referência para as feministas --ainda que Lessing faça ressalvas à essa apropriação.
No último dia 26 de outubro, a autora, que nasceu no Irã e mora em Londres, recebeu na Espanha o Prêmio Príncipe de Astúrias.
Leia os principais trechos da entrevista que a escritora concedeu à Folha, por telefone, da Inglaterra.
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Folha - Por que a sra. transformou a terceira parte de sua biografia em um romance?
Doris Lessing - Não quis machucar ou prejudicar pessoas frágeis. Tenho insistido em dizer que, em "The Sweetest Dream", eu não fiz da minha autobiografia uma ficção. Em termos gerais, trata-se de um romance familiar à moda antiga. Há coisas e pessoas totalmente inventadas, ao mesmo tempo em que há muito de minhas impressões.
E o que a interessa mais, a ficção ou o relato autobiográfico?
Os dois são interessantes e difíceis a seu modo. Na autobiografia, é preciso ter disciplina e correção. Na ficção é preciso ser livre, mas ao mesmo tempo saber controlar essa liberdade.
Se a sra. pudesse mudar algo de sua biografia, o que seria?
Nada. Em primeiro lugar, porque é impossível que uma passagem de sua vida seja transformada sem que isso não tenha consequências em todo o resto dela. No meu caso, naqueles dias, na África, era preciso sair e procurar um caminho. Se eu não tomasse uma das decisões que tomei, eu teria tido um outro destino. Era minha única saída. Em segundo lugar --e talvez essa seja a principal constatação que faço a essa altura- porque descobri que é muito pouco o que podemos fazer por nossas vidas.
Como assim?
Quando olho para as difíceis decisões que tomei, concluo que elas não eram nada perto do que foi o contexto em que cresci. Minha geração foi marcada pela 2ª Guerra. Não pedi para ser filha da guerra. Não quisemos isso, mas está fincado em nós e determinou, praticamente, tudo.
Londres mudou muito desde os anos 60 retratados em "The Sweetest Dream"?
Bom, o clima infelizmente não mudou muito... Mas a cidade, sim. Está melhor, hoje é mais efervescente. Tudo o que se dizia sobre a agitação da Londres dos anos 60, eu acho que vale mais para a cidade que vejo hoje.
A sra. vem trabalhando em suas memórias há anos. Esse processo fez com que repensasse sua atuação política?
Não. A alternativa que escolhi foi a única que teria sido possível para mim na época. Hoje eu não aderiria ao comunismo, ninguém de bom senso faria isso agora. Este é um tempo difícil para abraçar uma só bandeira, o que de maneira nenhuma é negativo. Não procurei rever minha posição política, pois não é possível mudar o que fizemos. Quanto ao tempo que dediquei aos livros, foi estimulante, escrevi um monte de outras coisas nesse período.
Escrever a autobiografia ajudou-a a esclarecer coisas sobre sua história íntima?
Sim, há algo muito gratificante, que é o fato de me fazer lembrar de um monte de coisas de que há muito havia me esquecido.
O que a sra. pensa da ação militar contra o Afeganistão?
Um erro. É só olhar para a história dos séculos que se passaram, cada vez que um país foi atacado dessa maneira, isso só fez aumentar a possibilidade de uma coalizão de apoio a esse alvo.
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morreu
A autora britânica Doris Lessing discursa após receber o prêmio Nobel de literatura, em 2008
 http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/11/1372660-aos-94-anos-morre-a-escritora-britanica-doris-lessing.shtml
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Doris Lessing o Prémio Nobel a senhora imensa...e também dos gatos, nasceu hoje. E assim se encerra o ciclo Balança. Uma senhora a quem adoro e que escreveu e foi maravilhosamente um ser inteiro e verdadeiramente superior.

https://www.facebook.com/photo.php?fbid=520661448141436&set=a.271616623045921.1073742131.100005927551960&type=3&theater




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Casimiro de Brito
Casimiro de Brito Mágico o fim da sua vida. A doença arrancou-lhe a magnífica memória. E sabes como foram os seus últimos anos? Diante da TV a ver bonecos para crianças.