04/11/2016

5.342.(4noVEMbro2016.8.22') Faraós

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Tutamkamon
observador...13ouTubro2015

http://observador.pt/2015/10/13/afinal-tutankhamon-morreu/
O famoso faraó morreu ainda jovem, com apenas 18 anos. As causas da sua morte são desconhecidas, mas a lista de possibilidades parece interminável, como explica o historiador José-R. Pérez-Accino.
Tutankhamon é um dos faraós egípcios mais famosos da história. Se existem ainda muitas dúvidas sobre a sua vida, sobre a sua morte não serão menos. O historiador José-R. Pérez-Accino do Departamento de História Antiga da Faculdade de Geografia e História da Universidade Complutense de Madrid, escreve no El País algumas teorias sobre a morte do faraó.
O historiador conta que a morte deste faraó talvez não suscitasse tanta curiosidade se ele não tivesse perdido a vida tão novo, aos 18 anos, e se em 1922 o arqueólogo inglês Howard Carter não tivesse encontrado a sepultura de Tutankamon, localizada numa pirâmide em Vale dos Reis, intacta. Mas não foi apenas o sarcófago onde estava a múmia do faraó que surpreendeu, diz o historiador, já que ao seu lado foram encontrados muitos tesouros, que foram fotografados, devidamente inventariados e colocados mais tarde no Museu Egípcio, no Cairo.
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O arqueólogo Howard Carter junto ao sarcófago de Tutankhamon, em 1924.
Embora a localização da múmia de Tutankhamon não fosse de fácil acesso, ela foi analisada e alvo de inúmeras observações, a primeira de todas imediatamente no ano da sua descoberta. José-R. Pérez-Accino esclarece que o objetivo era descobrir as causas prováveis da morte do faraó egípcio. Apesar da sua morte precoce, o jovem faraó não consegue até hoje aproveitar o eterno descanso. Mas afinal Tutankhamon morreu de quê? O historiador espanhol tenta esclarecer.
A família de Tutankhamon tinha um nível elevado de consanguinidade, o que pode ter contribuído para as causas da sua morte.
Os pais do faraó eram irmãos e este facto aumenta a possibilidade de Tutankhamon sofrer as consequências da endogamia (que resulta do enlace entre indivíduos da mesma família). A verdade é que a herança incestuosa do faraó egípcio poderá ter afetado o seu desenvolvimento, as suas características físicas e provocar malformações no corpo do jovem faraó (…) O rei sofria da doença de Kohler, uma doença óssea, que neste caso afetava o osso do pé e que impedia um fornecimento suficiente de sangue, provocando dor, inchaço e diminuindo a capacidade de mobilidade (…)Para além disso, o faraó sofria ainda de um curvatura na coluna vertebral que provavelmente tinha a sua origem nas malformações”, esclarece o historiador.

Embora esta doença afetasse o rei, não seria suficiente para estar na origem da sua morte.  Mas esse não era o seu único problema de saúde.
Embora esta doença afetasse o rei, não seria suficiente para estar na origem da sua morte.  Mas esse não era o seu único problema de saúde.
Tutankhamon sofreu de malária crónica e foi repetidamente infetado pelos mosquitos, os portadores da doença. A malária pode desencadear problemas circulatórios graves, ser fatal e que sobretudo no caso do faraó, terá reduzido o seu sistema imunológico, conta José-R. Pérez-Accino

“As especulações sobre a morte do faraó são bastantes e, não poderia faltar uma tese de assassinato, que inevitavelmente coloca uma carga dramática na história”, revela o historiador.
Quando Howard Carter abriu o sarcófago, percebeu que algumas lesões identificadas na múmia aconteceram já depois da sua morte. O crânio tinha uma fratura, consistente com uma pancada, que levantava os rumores de homícidio ou que simplesmente poderia ter sido provocada por algum arqueólogo menos cuidadoso,
Para além de todos os problemas do faraó já descobertos, eis que em 2005 uma análise revelou que Tutankhamon terá partido uma perna antes da sua morte, um problema que se terá complicado e provocado uma grave infeção que enfraqueceu o corpo de um rei já debilitado com a malária crónica”, diz o historiador.
Já em 2013 surge uma nova versão, que conclui que Tutankhamon terá tido um acidente de carro, sofrendo lesões em toda a sua parte parte lateral direita, sendo que depois disso surgiram novas análises que consideram que essas lesões aconteceram já depois da morte do faraó.

De que morreu Tutankhamon? É difícil responder à pergunta, já que as possibilidades são infinitas e parecem não se esgotar. O historiador  José-R. Pérez-Accino  explica que apenas sabemos que Tutankhamon foi um jovem com pouca sorte e que teve realmente poucos anos de vida. Nasceu, à partida, condicionado pela carga genética, mas a era em que viveu também não ajudou. O historiador acrescenta que no antigo Egito, as condições de higiene podiam ser escassas ou mesmo inexistentes, de tal maneira que uma qualquer infeção bacteriana ou viral, considerada hoje razoavelmente normal, pode ter provocado sérias complicações graves que poderão ter ditado o fim trágico do famoso faraó.
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4nov1922
a equipa de Howard Carter descobre a entrada do túmulo do faraó Tutamkamon, no Vale dos Reis, Egipto
2007, neste mesmo dia, é retirada a múmia deste faraó e é revelado o seu rosto
https://www.youtube.com/watch?v=wtFOFP5BSNc
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04 de Novembro de 1922: É descoberta, no Egipto, a entrada para o túmulo de Tutankhamon

Howard Carter foi um arqueólogo, egiptólogo, prospetor de antiguidades e artista inglês, nasceu a 9 de março de 1874, em Kensington, filho de Samuel John Carter, artista e de quem foi recebendo todas as influências como desenhador e pintor. Foi para o Egito em outubro de 1891 trabalhar para a Egyptian Exploration Found, onde era responsável pela execução de cópias de desenhos e inscrições descobertas para ulterior uso dos estudiosos. Recebeu influências de grandes egiptólogos nos finais do século XIX, com destaque para Gaston Maspero e Flinders Petrie, com quem trabalhou em Tell El-Amarna em 1892. Entre 1893 e 1899 trabalhou como desenhador para Edouard Naville em Der El-Bahri (Luxor), e no ano de 1899, com apenas 25 anos, foi nomeado Inspetor Geral dos Monumentos do Alto Egito, dado que conhecia muito bem a língua árabe e suas formas dialetais egípcias. A sua responsabilidade passava pela supervisão e controlo da arqueologia do Alto Egito. Graças às suas capacidades técnicas, a ele se deve a instalação das primeiras formas de luz elétrica no Vale dos Reis e no templo de Abu Simbel.
Em 1903 renunciou a um cargo no Serviço de Antiguidades Egípcias, depois de se ter envolvido numa discussão com turistas francesas em Saqqara. Posteriormente, trabalhou durante quatro anos como pintor e negociante de antiguidades, bem como guia de excursões, isto até 1908, altura em que Lord George Herbert, também conhecido pelo título de 5.º Lord Carnarvon, um súbdito da monarquia inglesa, o passou a financiar e convidou mesmo a regressar ao Vale dos Reis para retomar as escavações (conheceram-se em 1907). De notar que nesta altura o Vale dos Reis era uma muralha de pedras de transposição difícil, com as paredes em rocha, detritos e areia que se desprendiam a qualquer momento e escorregavam para o vale, um lugar desértico, quente, seco e inóspito, onde esquadrinhar terreno era difícil e onde muitos não anteviam grandes sucessos.
As escavações tiveram início em 1914 mas foram logo suspensas devido ao deflagrar da Primeira Guerra Mundial sendo depois retomadas em 1917. Carter descobriu seis túmulos no vale de Tebas, de onde sobressai a sua máxima glória, o túmulo intacto do faraó Tutankhamon (faraó que faleceu com apenas 18 anos, um dos soberanos, c. 1336-1327 a.C., menos conhecidos do Antigo Egito, provável filho de Amenhotep IV, ou Amenófis, ou Akhenaton) em novembro de 1922, curiosamente 100 anos depois de Champollion ter publicado o artigo em que decifrava a Pedra de Roseta, e dez anos depois de ali andar o arqueólogo inglês em busca de algo mais importante do que se tinha ali achado. Carter, com efeito, a 4 de novembro de 1922 descobria o primeiro degrau que dava acesso a umas escadas que terminavam num corredor que estava fechado por uma porta selada com os símbolos reais do faraó Tutankhamon. A 26 de novembro era descoberta a câmara real do faraó, um túmulo com inúmeros objetos de luxo. Em fevereiro de 1923, abriu a câmara real, selada por uma parede, e foi o primeiro a ver o riquíssimo sarcófago do jovem faraó. Os últimos dezassete anos da sua vida foram dedicados a analisar todo o equipamento funerário que ele havia descoberto no túmulo do faraó. Morreu a 2 de março de 1939, na sua Londres natal. Tinha uns bons 65 anos de idade capazes de provar que sobreviveu à célebre “maldição dos faraós”, que se acredita ter fulminado os descobridores do túmulo de Tutankhamon, que mais não era do que um conjunto de bactérias com mais de 3000 anos subitamente trazidas para o ar livre no século XX para a respiração de quem a elas não estava habituado, logo, sem imunidades.

Howard Carter. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012.
wikipédia (Imagens)
Howard Carter
 

File:Howard carter.jpg
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=7ZWB5-aXMXQ
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https://estoriasdahistoria12.blogspot.com/2018/11/04-de-novembro-de-1922-e-descoberta-no.html?fbclid=IwAR2kvdpsg6HfBWd89oKogNnrvitKqM4kIOk3F9eAvd_ZzZLp6BdqMOJ2Tvg
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