20/01/2017

4.169.(20jan2017.13.31') Sérgio Ribeiro

Nasceu a 21dez1935
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Sérgio RIBEIRO
http://www.europarl.europa.eu/meps/pt/234/SERGIO_RIBEIRO_home.html
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Resultado de imagem para Sérgio Ribeiro biografia
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Resultado de imagem para Sérgio Ribeiro em jantar da CDU Alcobaça
http://uniralcobaca.blogspot.pt/2014/10/88699out20141331-pcp-explicita-que-nao.html
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1 debate no aud. da Biblioteca Municipal de Alcobaça
Sérgio Ribeiro
eu
e o Pompeu Santos
(alta velocidade...combóios...pontes...)
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26out1969
Sérgio Ribeiro...com penso na cabeça...
em Alcobaça...
Nos Corações Unidos...Junto ao Rio Baça...Na Fonte Nova...
Vasco da Gama Fernandes (que além de PAssembleia da República foi PAMunicipal em 1977)













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o blogue dele:
http://anonimosecxxi.blogspot.pt/
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Foi deputado europeu
e substituiu Joaquim Miranda:
http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=1a510a61-bc10-4e17-b0fe-360b283efba4&edition=40
16fev2004
Ourém

    Sérgio Ribeiro regressa ao Parlamento Europeu
    Sérgio Ribeiro 

    Sérgio Ribeiro, terceiro elemento da lista da CDU nas eleições apara o Parlamento Europeu, em 1999, substituiu, no dia 2 de Fevereiro, Joaquim Miranda, que abandona o cargo por razões de saúde após 18 anos em Bruxelas. Economista de formação, é membro do Comité Central do PCP tendo sido também deputado à Assembleia da República. Sérgio Ribeiro, de 68 anos, reside em Ourém e regressa agora ao Parlamento Europeu, onde teve assento entre 1990 e 1999. 
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    Moeda única, "cooperação reforçada" e democratas de pacotilha
    Artigo de Sérgio Ribeiro«Avante!» de Fevereiro de 1997
    http://www.pcp.pt/actpol/temas/moeda/1003h3.html
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    Compilação de textos sobre o materialismo histórico
    http://www.dorl.pcp.pt/index.php/outros-textos-de-divulgacao-do-marxismo-leninismo/2847-compilao-de-textos-de-srgio-ribeiro-sobre-o-qmaterialismo-histricoq
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    Wook.pt - Pequeno Curso de Economia
    https://www.wook.pt/autor/sergio-ribeiro/23850
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    Tinta Fresca noticia actividades em Ourém:
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    Livraria Som da Tinta
    http://www.tintafresca.net/News/newsdetail.aspx?news=149bd2c4-d0eb-4c43-aada-58d4158d76fb&edition=124
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    1 entrevista importante:

    Ourém
      Sérgio Ribeiro: “O Poder para algumas pessoas é muito mais importante que a Democracia”
       Sérgio Ribeiro

      Sérgio Ribeiro, gerente e co-proprietário da livraria Som da Tinta, juntamente com outros 38 sócios - entre os quais o escritor José Saramago - contesta as orientações da Câmara Municipal de Ourém, nomeadamente, quanto à sua política cultural. Candidato da CDU na disputa das eleições para a autarquia, o ex-deputado do Parlamento Europeu tem-se distinguido também pela dinâmica cultural em Ourém, não só através da livraria e editora, mas também pela participação em grupos de teatro.
      TINTA FRESCA - É público que tem trocado algumas acusações com o presidente da Câmara Municipal de Ourém, nomeadamente, na imprensa local. Em que medida é que a actuação da autarquia influi na sua actividade cultural?
      SÉRGIO RIBEIRO - A posição do presidente da Câmara Municipal torna muito mais complicada a nossa actividade, quando ela está eivada de suspeitas e de preconceiros. Não tenho qualquer intenção que não seja a de fazer o melhor que posso, para que haja aqui um espaço cultural e para que haja uma Casa de Ourém. Faço tudo isto há 60 anos, portanto, continuarei, embora veja com alguma tristeza que há incompreensões. Em contrapartida, a presidente da Assembleia Municipal esteve hoje presente no lançamento do livro sobre a Casa de Ourém, como também esteve presente no do livro anterior.
      Acho que é uma questão de política autárquica, que eu não compreendo e tenho pena que seja assim. Quando há dificuldades e as obras merecem apoio, então esse apoio tem que se revelar. Se há dificuldades e a Câmara tem obrigação de apoiar e não apoia, as dificuldades são muito maiores.
      TINTA FRESCA - É um problema de ausência de critérios?
      SÉRGIO RIBEIRO - É capaz de haver critérios, são é muito maus. O critério é "etiquetar aquele indivíduo que tem posições na vida cívica que não são as coincidentes com as minhas": é um critério, só que é um péssimo critério. Neste caso, a "Som da Tinta" nunca utilizou esse critério. Ninguém que tenha um papel relevante na Cultura e esteja disponível para vir aqui, deixará de vir por pertencer a outro partido qualquer, muito pelo contrário, e já provámos isso.
      TINTA FRESCA - E não tem como contestar? Trata-se de uma fragilidade do sistema democrático?
      SÉRGIO RIBEIRO - O problema é que se confunde Democracia com o exercício do Poder e o exercício do Poder para algumas pessoas é muito mais importante do que a democracia. O presidente de uma Câmara Municipal não tem Poder nenhum, esse Poder é-lhe delegado pelas pessoas que o elegeram. Eu estou plenamente convencido que não há um único eleitor que esteja de acordo com determinado tipo de aspectos desta política. Porque é que os eleitos se arrogam no direito de gozarem o Poder, que não é deles, para fazerem depois coisas que não têm o direito de fazer?
      Aqui em Ourém incomoda-me essa ideia de que os eleitos são donos do Poder, pois não são donos de coisa nenhuma. Eu digo isto com toda a tranquilidade porque, durante muitos anos, também fui eleito e nunca me senti dono de nenhum Poder. Todas as manhãs acordava a dizer: "Eu não sou deputado, eu estou deputado". Eu gostaria que todos os eleitos deste País e de todos os países tivessem em frente da cama um grande letreiro para quando acordassem lerem: "Eu não sou presidente de Câmara, não sou deputado, não sou Presidente da República, não sou presidente da Junta de Freguesia, não sou nada disso, eu estou nesse lugar". Isto tem a ver com educação, com civismo, demora muitos anos, muitas décadas a consolidar-se e, às vezes, anda-se para trás...
      TINTA FRESCA - O presidente da Câmara reivindicou também para si o direito de apoiar quem entendesse. Sendo eleito não tem esse direito?
      SÉRGIO RIBEIRO - Ninguém nega o direito de apoiar quem quer que seja, mas não está a apoiá-lo em nome pessoal, está a apoiá-lo em nome de um mandato que lhe foi dado por alguém. É a tal interpretação da democracia: "Recebi um mandato, agora durante estes 4 ou 5 anos faço o que quero deste mandato". Esta interpretação de democracia é completamente antidemocrática. Mas este tipo de interpretação é um caso muito generalizado.
      TINTA FRESCA - O livro "Nos 50 anos da Casa de Ourém", da sua autoria, é dedicado a uma parte da história de Ourém, mas não foi apoiado pela autarquia. Que tipo de apoio pediram?
      SÉRGIO RIBEIRO - O apoio que pedimos foi apenas apoio para comprar alguns exemplares. Eu considero perfeitamente escandaloso e inacreditável que este livro não esteja nas Juntas de Freguesia, nas bibliotecas municipais. Vai estar apenas porque o governador civil me disse que o vai colocar lá, mas isso não é obrigação dele, é obrigação do município.
      Que o presidente da Câmara de Ourém não queira dar apoio à Som da Tinta e que não esteja interessado em gastar o que quer que seja em compra de obras da Som da Tinta, é um problema dele. É um critério dele, mas um mau critério, um critério que, na minha opinião, não corresponde àquilo que é o seu mandato. Neste caso, em particular, acho que é um escândalo, porque neste livro estão mais de 50 anos da vida de Ourém; estão 150 nomes de oureenses que passaram pela Direcção da Casa de Ourém e pela Assembleia Geral; estão recordações e fotografias e em que a única intenção é informar e divulgar os problemas que tivemos e as situações que vivemos. Se, nesta terra, isto não é motivo para comprar alguns exemplares...
      Além disso, fazíamos o favor de vender esses exemplares à autarquia com 20% de desconto, foi isso que fizemos às empresas que deram o apoio e que nós agradecemos muito. Em vez de fazerem a oferta de bugigangas aos clientes e aos fornecedores, vão oferecer um livro sobre a terra. A compra de alguns exemplares deste livro não tem a ver com subsídios ou apoios à livraria e, por isso, esta recusa causa alguma tristeza, mas não nos desmoraliza.
      TINTA FRESCA - Foi "acusado" de dirigir um grupo de teatro partidário. Confirma?SÉRGIO RIBEIRO - O grupo de teatro chama-se JCP/VCF e este nome tem uma razão de ser. Foi realmente na JCP - Juventude Comunista Portuguesa que se pensou começar a fazer teatro. O grupo de teatro passou a designar-se Jovens Com Passado e Velhos Com Futuro e, entre os jovens e os velhos que estão a trabalhar neste grupo, se dos 14 ou 15 elementos que trabalham, houver 3 ou 4 do PCP, são demais. O resto das pessoas fazem apenas teatro e os textos não têm qualquer mensagem partidária: têm a mensagem humana e a mensagem de situações vividas pelas pessoas.
      TINTA FRESCA - Já agora, foi também acusado de ter acabado com o grupo de teatro da Atouguia...
      SÉRGIO RIBEIRO - O teatro da Atouguia continua a existir se a Direcção da Atouguia quiser que ele exista. No final do terceiro ano de colaboração com o grupo, fiquei à espera que a Direcção me dissesse alguma coisa, mas nunca mais me disseram nada. Dá-me ideia que a Direcção perdeu o interesse pela secção de teatro, mas isso é um problema da Direcção. Eles sabem perfeitamente que contam comigo e que têm a minha disponibilidade se a quiserem ter, mas eu não sou mais do que um vizinho a quem eles recorrem quando quiserem. Em relação ao JCP/VCF, é um grupo de teatro que não tem qualquer conotação partidária. É um grupo de jovens que gosta de fazer teatro e é mais uma coisa que uma autarquia a trabalhar com outros critérios apoiaria em vez de caluniar.
      TINTA FRESCA - Mas tem conhecimento de apoios a outros grupos de teatro?
      SÉRGIO RIBEIRO - Eu julgo que as associações terão os apoios que a Câmara distribuiu pelas associações. Mais do que isso, fazem o CenOurém, que é uma excelente iniciativa, mas, por exemplo, se as associações quiserem usar o teatro têm que pagar. O mesmo se passa com os clubes desportivos que, se querem utilizar o pavilhão ou a piscina, têm de pagar e não é simbolicamente. Isso não promove a Cultura, não promove o desporto, actividades que são finalidades de uma autarquia.
      Os grupos de teatro que participam no CenOurém têm apoio da Câmara para participar, o que é louvável, mas, durante os três anos que participei no CenOurém, passámos o ano a ensaiar em condições muito precárias e tínhamos direito a um único ensaio no sítio onde iríamos representar: o ensaio geral. Portanto, as circunstâncias eram completamente desajustadas a um trabalho com o mínimo qualidade. Não é possível fazer-se um ensaio geral no Cine-Teatro, passando todo o ano a ensaiar em condições completamente diferentes, sobretudo, havendo esse espaço disponível. A utilização envolve custos, os utilizadores devem participar, mas não se faça disto uma actividade do tipo mercantil.
      TINTA FRESCA - Referiu que o JCP/VCF não é um projecto partidário, mas poderia ser. Considera portanto, que, como cidadão, tem esse direito...
      SÉRGIO RIBEIRO - Acho que toda a gente em Ourém sabe que eu nunca escondi nada do que sou e do que faço. Por isso, se eu quiser fazer um grupo de teatro, que seja um grupo de teatro partidário, eu faço um grupo de teatro partidário e tenho esse direito. Se eu quiser fazer um grupo de teatro, como estamos a fazer, que é um grupo aberto, onde toda a gente pode entrar, onde os textos não têm qualquer intenção de ser um teatro político e partidário, é isso que eu faço. Eles sabem isso, não escondo nada.
      Se eu quiser fazer um jornal, que seja um jornal da comissão concelhia do PCP, faço um jornal da comissão concelhia do PCP. Se quiser fazer um jornal que seja um jornal de um grupo de amigos, faço um jornal de grupo de amigos. Se quiser fazer uma livraria de um grupo de amigos, faço. Se quiser fazer uma livraria da concelhia do PCP, faço. No meu critério, acho que não se justifica haver em Ourém uma livraria que seja do PCP, mas há lugar para um espaço cultural o mais aberto possível, onde os comunistas também podem estar e onde têm o direito de tomar iniciativas.
      Na Som da Tinta, são 39 sócios que formam um grupo que faz as actividades culturais que já conhecem. Somos 39 sócios de um grupo perfeitamente heterogéneo sem qualquer intenção comercial, apenas temos a preocupação de não perder dinheiro. Podemos dizer que há uma vertente de gente da área da Esquerda e que seja assim.
      TINTA FRESCA - A Som da Tinta fez, no dia 28 de Novembro, o lançamento do livro "A Gente e as Arestas". Em que consiste o livro e como correu a apresentação?SÉRGIO RIBEIRO - Os autores do livro são 2 jovens antropólogos, sendo um deles natural de Ourém. O livro foi apresentado nesta livraria, editado por esta editora e impresso numa tipografia da cidade, além de ser um livro que está ligadíssimo a Ourém.
      É um livro com fotografias não só de Ourém, mas também de Castro Verde, Bragança, Alentejo e Beiras. Ontem, na apresentação, os autores tiveram a delicadeza de referir os apoios que tiveram - Câmaras Municipais de Castelo Branco e Castro Verde - e tiveram o cuidado de não dizer de quem não tiveram apoios. É um livro que tem fotografias com legendas de grandes poetas, de grandes escritores, um livro lindíssimo, de dois jovens de 21 e 22 anos, mas não tiveram apoios da Câmara de Ourém.

             Mário Lopes
      18-12-2003
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      24set2016..Jornal de Leiria

      Sérgio Ribeiro: Uma vida de luta por ideias

      Sérgio Ribeiro: Uma vida de luta por ideias
      https://www.jornaldeleiria.pt/noticia/sergio-ribeiro-uma-vida-de-luta-por-ideias-5056#.WIIpKp9ND9u.facebook
      Militante do PCP, foi preso duas vezes pela PIDE, Sérgo Ribeiro esteve encarcerado no Aljube e em Caxias. Desde o 25 de Abril, concorreu 16 vezes às eleições autárquicas em Ourém.
      A vida de Sérgio Ribeiro - ou episódios dela - já deu alguns livros. Ou não fosse a escrita uma das coisas que mais gosta de fazer e a sua vida tão intensa e preenchida. São 80 anos de dedicação aos ideais em que a acredita e a servir a política “além das próprias forças”.
      Militante do PCP, foi preso duas vezes pela PIDE e esteve encarcerado no Aljube e em Caxias. No pós-25 de Abril, trabalhou como técnico das Nações Unidas em África, foi professor universitário, eurodeputado e deputado na Assembleia da República. Por 16 vezes, concorreu às eleições autárquicas em Ourém.
      Para perceber o percurso de Sérgio Ribeiro é preciso recuar até à sua infância e juventude, passadas em Lisboa, onde o pai, natural do Zambujal, uma pequena aldeia dos arredores de Ourém, se fixou.
      “Cresci num ambiente de não aceitação do regime fascista e de defesa da democracia e da liberdade. O meu pai tinha apenas a 4.ª classe. Não tinha hábitos de cultura, a não ser o de ir ao teatro, que me pegou. Mas, sem saber como nem porquê, era anti-clerical, republicano e anti-fascista”, conta Sérgio Ribeiro, realçando ainda a influência de alguns amigos do pai, como Artur de Oliveira Santos, administrador de Ourém aquando das designadas aparições de Fátima.
      Com naturalidade, foi tomando consciência de que “não gostava” do que via à sua volta e da vontade de “querer mudar as coisas”. Começou a ir às comemorações do 5 de Outubro no cemitério do Alto de São João, em Lisboa. Vieram as primeiras fugas à GNR que, nesses encontros, “carregava” nos estudantes.
      Esta sua actividade de luta contra o regime intensificou-se com a entrada na Faculdade de Economia e a colaboração com a Associação de Estudantes (AE). “O meu pai passou-me também o gosto pelo associativismo. Esteve ligado a várias colectividades. Fundou a Casa de Ourém em Lisboa, da qual fui sócio fundador, e organizou a primeira excursão de oureenses a viver em Lisboa à sua terra natal.”
      Durante os tempos de faculdade, Sérgio Ribeiro colaborava em várias secções da AE, nomeadamente, na organização de actividades desportivas que serviam também como oposição ao regime. É disso exemplo a tentativa da Mocidade Portuguesa de “arrancar as AE do associativismo estudantil, passando a organizar campeonatos de futebol, onde oferecia tudo: estádio nacional, botas com pitões e equipamento do melhor”.
      Em resposta a esse “aliciamento” surgiram os TIAS – Torneios Intra- -Associações, disputados “em campos pelados e com botas travessas”. “A participação no TIAS era uma recusa ao regime”, conta Sérgio Ribeiro, que, em 1957, se sagrou campeão universitário de futebol.
      O dia em que a morte saiu à rua
      A adesão ao PCP acontece, “de forma natural”, em 1958, no mesmo ano em que termina o curso, passando a integrar a célula de economistas do partido. Desses tempos, são muitas as histórias e os episódios, mas há um que o marcaria para sempre: o assassinato do camarada José Dias Coelho, que Zeca Afonso imortalizou na música A morte saiu à rua.
      Nesse dia, Sérgio Ribeiro ficou de ir buscar aquele funcionário do partido para uma reunião. Mas, à hora e no local combinado, ele não apareceu. Tinha sido interceptado e morto pela PIDE. Só dias depois souberam da morte através de uma notícia do jornal. “O episódio marcou-me toda a vida”. De tal forma, que, há dez anos, quando saiu da anestesia, “após a operação a um cancrozito”, a primeira coisa de que falou foi desse dia.

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