21/02/2017

3.415.(21fev2017.7.7') Equador

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3abril2017
Perante milhares de pessoas reunidas em Quito para celebrar a sua vitória na segunda volta das presidenciais equatorianas, Lenín Moreno afirmou manter a senda da Revolução Cidadã. Lasso, o candidato derrotado, ameaça impugnar os resultados, por fraude.
http://www.abrilabril.pt/internacional/moreno-vence-eleicoes-presidenciais-no-equador
Lenín Moreno, da Alianza PAIS, vai prosseguir a Revolução Cidadã, no Equador
Com praticamente 99% do escrutínio realizado, o candidato da Alianza PAIS e vice-presidente durante os dois mandatos de Rafael Correa obtém 51,15% da votação, enquanto Guillermo Lasso, da coligação de direita CREO-SUMA, alcança 48,85%.
Ontem à noite, logo após a divulgação dos primeiros resultados pelo presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Juan Pablo Pozo, milhares de apoiantes do candidato da esquerda, reunidos na zona Norte de Quito, expressaram o seu regozijo pela vitória eleitoral.
Moreno, que declarara à imprensa ir «ser o presidente de todos», reafirmou a sua intenção de prosseguir o caminho iniciado por Rafael Correa há dez anos, dando sequência aos avanços económicos, políticos e sociais alcançados no período conhecido como «Década Ganha».
Como tributo ao construtor deste «novo Equador», Lenín Moreno, que deverá tomar posse a 24 de Maio, pediu a todos os compatriotas que «continuem a construir um país melhor», lançando como desafios à nova administração a erradicação da pobreza extrema, o fim da desnutrição infantil, a melhoria das condições de vida entre as camadas mais velhas da população, informa a Prensa Latina.
Outras prioridades por si anunciadas são a luta contra a corrupção ainda existente no país, bem como o reforço do investimento no Ensino Superior e a criação de emprego.

Lasso ameaça impugnar eleições

Logo após a divulgação dos primeiros resultados oficiais, o ainda presidente Rafael Correa afirmou que a vitória de Lenín é uma «grande notícia para a Pátria Grande», pois «a Revolução voltou a triunfar no Equador» e «a direita [foi] derrotada, apesar dos seus milhões e da sua imprensa».
Já Guillermo Lasso, candidato derrotado à presidência do Equador, não teve palavras de felicitação para Lenín Moreno. O representante da aliança de direita CREO-SUMA não só não reconheceu a derrota, como anunciou a sua intenção de impugnar o acto eleitoral, por «alegadas irregularidades nas actas», que se apressou a denunciar, por via telefónica, a Luis Almagro, o presidente da Organização dos Estados Americanos (OEA), segundo revela a TeleSur.
Ontem, os apoiantes de Lasso provocaram desacatos junto à sede do CNE na capital do país, Quito, havendo também registo de incidentes na cidade de Guayaquil.
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22fev2017
http://www.abrilabril.pt/internacional/segunda-volta-e-certa-nas-presidenciais-equatorianas


Segunda volta é certa nas presidenciais equatorianas

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Juan Pablo Pozo, já deu como certa a realização de uma segunda volta nas eleições para a Presidência do Equador. Diversas organizações repudiaram pressões e violência por parte da direita nos últimos dias.

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A primeira ronda das eleições presidenciais equatorianas realizou-se no domingo passado, 19
A primeira ronda das eleições presidenciais equatorianas realizou-se no domingo passado, 19Créditos/ ecuavisa.com

Com mais de 98,5% do escrutínio efectuado ao início desta manhã, Lenín Moreno, da Alianza PAIS, pró-governamental, seguia à frente com 39,33%, seguido de Guillermo Lasso, candidato da aliança CREO-SUMA, de direita, com 28,19%. Estas eleições, que se realizaram no domingo passado, ficam marcadas pela elevada participação. A taxa de abstenção não superou os 18,2%.
Para se tornar chefe de Estado do Equador já na primeira ronda, Moreno cumpre um requisito – ter 10% ou mais de vantagem sobre o segundo candidato – mas não outro: alcançar 40% dos votos.
Questionado sobre a possibilidade de se evitar uma segunda volta, o presidente do CNE, Juan Pablo Pozo, disse: «Não, não é possível», informa a PressTV. No entanto, a segunda volta, que terá lugar a 2 de Abril, só será oficialmente anunciada quando estiverem contabilizados todos os votos nesta eleição – o que, segundo Pozo, deve ocorrer amanhã.
No domingo passado, para além da eleição do presidente e do vice-presidente do país andino, os equatorianos recenseados deviam escolher também os 137 membros da Assembleia Nacional, sendo que os resultados preliminares apontam para uma vitória, com maioria absoluta, da Alianza PAIS, actualmente no poder.
Paralelamente à eleição dos representantes políticos, foi submetida a consulta popular uma proposta do ainda chefe de Estado, Rafael Correa, que visa proibir os funcionários públicos de ter bens ou capitais em paraísos fiscais. Com 92,8% dos resultados aferidos, o «Sim» seguia à frente com 54,98%, indica o Portal Alba.

Pressões e apelos à violência por parte da direita

Apesar de os observadores da União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e da Organização de Estados Americanos (OEA) terem sublinhado a transparência e a normalidade do acto eleitoral, a oposição de direita reclamou a realização de uma segunda volta praticamente desde o encerramento das secções de voto (17h locais), no domingo, e promoveu uma concentração em frente ao CNE.
Seguiram-se os apelos à violência e à desordem, com os apoiantes da aliança CREO-SUMA a ameaçarem «incendiar Quito» – um cenário que se agravou à medida que a contagem dos votos se foi tornando mais lenta.
O principal candidato da direita, Guillermo Lasso, afirmou que «três dias para publicar os resultados era uma tentativa de fraude e que não ia permitir tal coisa». Por seu lado, as autoridades equatorianas fizeram apelos à calma, e o presidente do CNE respondeu a Lasso que «nunca na história do país os resultados tinham sido publicados menos de 48 horas após o fim de uma votação».

Organizações repudiam violência

Por seu lado, representantes de diversas associações e organizações de trabalhadores equatorianas – Red de Maestros, Central Unitaria de Trabajadores, Coordinadora Campesina Eloy Alfaro e Coalición de Organizaciones Sociales de Ecuador, entre outras – manifestaram o seu repúdio perante acções e mensagens violentas promovidas e divulgadas por membros da oposição.
Estas entidades sublinharam que é preciso respeitar a vontade dos votantes e condenaram as acções violentas perpetradas no exterior da sede do CNE, bem como os ataques, denunciados em várias cidades, contra pessoas e bens públicos e privados, informa a Prensa Latina.
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21fev2017
Não há notícias disponíveis sobre as votações da 1.ª volta...
Será que o venceu a 1.ª volta foi Lenin Moreno
de esquerda!!!
Porque será?
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Dn antes das eleições

http://www.dn.pt/mundo/interior/o-favorito-lenin-entre-o-legado-de-correa-e-a-crise-no-equador-5677231.html
"O país deve descansar de mim e, sinceramente, eu também devo descansar um bocadinho do país", disse o presidente equatoriano Rafael Correa, no último discurso à nação, quando já se sabia que não tentaria um novo mandato. Mas após uma década em que dominou a política do Equador e numa altura em que este atravessa uma crise económica, a escolha do sucessor é também um plebiscito à sua Revolução Cidadã. E se o candidato da Aliança País, Lenín Moreno, surge como favorito com a aposta numa "mudança na continuidade", os principais adversários da oposição, que não conseguiu chegar unida às eleições, esperam o resultado desta espécie de primária da direita para poder agregar todos os votos anti-Correa e surpreender na segunda volta.
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Avante
25jun2015
http://www.avante.pt/pt/2169/internacional/136148/
Presidente apela à defesa da «revolução»
Alerta no Equador

O presidente equatoriano advertiu, sábado, 20, para a preparação de uma intentona visando derrubar o governo e chamou o povo à defesa do processo progressista em curso no país.
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«Muito atentos companheiros, porque, insisto, somos a imensa maioria pacífica, mas vamos defender a nossa revolução», garantiu no seu programa semanal Rafael Correa, para quem a mobilização popular é fundamental na manutenção da legalidade constitucional e das conquistas alcançadas durante a chamada «revolução cidadã».


O apelo do chefe de Estado do Equador para que a população saia à rua e combata as conspirações golpistas ocorre quando o executivo de Quito enfrenta «uma campanha massiva de desinformação, desgaste e manipulação por parte da oposição», sublinhou igualmente Rafael Correa.


Em causa está a apresentação na Assembleia Nacional, a 5 de Junho, de dois projectos de lei que, no entender do governo e nas palavras do próprio presidente, têm como objectivo combater «o maior pecado social da nossa América: a desigualdade».


Desde então, diversas acções foram desencadeados a contestar a intenção do governo, obrigado a retirar provisoriamente as propostas de aumentar a carga fiscal sobre a riqueza e as mais-valias.


Rafael Correa assegurou, no entanto, que não desiste de fazer aprovar os projectos que incidem sobre os rendimentos e fortunas dos cerca de seis por cento dos equatorianos que acumulam o grosso da riqueza no território. Correa reiterou, ainda, que a intenção é melhorar a sua redistribuição, e lembrou que as normas tributárias sobre a matéria datam... de 1927.


Antes da advertência do presidente, a União de Nações Sul-Americanas pronunciou-se em defesa da legalidade democrática no país, contra as manobras e os apelos à violência feitos pela oposição de direita e pela oligarquia.


Recorde-se que a 30 de Setembro de 2010 os sectores mais reaccionários equatorianos montaram uma cilada a Rafael Correa tendo como propósito derrubá-lo. O presidente resistiu com rara bravura, mas quando abandonou as instalações da escola nacional de polícia, onde permaneceu cativo durante várias horas, a sua caravana foi alvejada. O povo equatoriano, bem como facções das forças armadas, foram determinantes para derrotar a intentona.


A comissão constituída para apurar os factos concluiu que o golpe de Estado de 2010 foi pensado e posto em marcha por forças internas e externas. Cerca de uma centena de envolvidos foram entretanto condenados e 400 suspeitos aguardam pronunciamento por parte da Justiça.
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28nov2002
http://avante.pt/arquivo/20021128/513g2.html
A vitória do ex-coronel é comparada com a de Hugo Chávez,
na Venezuela, em 1998, e com a do metalúrgico Lula da Silva
Equador elege Gutierrez
Com uma coligação de partidos de esquerda e movimentos sociais, Lúcio Gutierrez venceu, domingo, no Equador, a segunda volta das eleições presidenciais
Protagonista de um golpe de Estado contra Jamil Mahuad, no ano de 2000, e que levou ao seu posterior abandono do Exército, Gutierrez alcançou 54,35 por cento, 2 636 570 votos contra 45,64 por cento de Gustavo Nóboa.
Dirigindo-se aos jornalistas, Gutierrez, de 45 anos, pediu-lhes «para serem críticos permanentes e construtivos, porque o pior apoio vem dos incondicionais». O antigo militar anunciou que vai trocar o uniforme verde oliva pela indumentária civil e disse que a instituição militar tem de continuar a funcionar de acordo com a Constituição. «Amo a instituição militar apesar de a ter abandonado. Tirei o uniforme mas sinto-o dentro de mim».
O presidente eleito apelou «à união nacional dos equatorianos, porque só um povo sólido e unido pode seguir em frente» e prometeu governar o país «de uma forma diferente». Admirador declarado do presidente da Venezuela, Gutierrez prometeu durante a campanha lutar contra a corrupção e ajudar a população índia equatoriana empobrecida.
O empresário Gustavo Nóboa obteve 45,64 por cento do votos. Nóboa, que é o homem mais rico do país, reconheceu a vitória do antigo militar e declarou-se disponível para receber «o novo presidente Gutierrez no palácio presidencial».
Dos 8,1 milhões de eleitores, votaram 5,7 milhões, uma taxa de abstenção de 28,8 por cento. As eleições, vigiadas por observadores internacionais, decorreram com normalidade em todo o país, exceptuando alguns incidentes na província de Chimborazo, onde tinha sido lançado um apelo ao boicote.
«Um homem simples»
Na sua primeira entrevista, concedida à televisão nacional, Gutierrez agradeceu aos que nele confiaram e lhe deram a vitória. Durante a entrevista, o novo presidente do Equador reiterou que deseja unir todos os equatorianos pelo bem do país. Convocou também todos os sectores, produtivos, financeiros, sociais, financeiros, a conjugar esforços com este fim. «É preciso conversar com todas as forças políticas, porque quero instaurar um novo estilo de governar», afirmou o presidente, prometendo procurar o consenso de «maneira transparente».
Gutierrez dirigiu ainda uma mensagem ao exterior: «Aqui no Equador, há um homem simples que sonha com um país justo, mais honesto, com democracia, um país digno para os nossos filhos», declarou. «Para isso, vou usar todo o meu entusiasmo, toda a minha vitalidade, toda a minha força para alcançar o consenso com a maioria dos sectores do Equador», concluiu. 
«Avante!» Nº 1513 - 28.Novembro.2002