12/10/2017

7.860.(12ouTUbro2017.7.7') Mali

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27maio2017
via fonte: avante
http://www.vermelho.org.br/noticia/297450-9
Chegado ao Eliseu, o novo presidente francês reafirmou a opção pelo intervencionismo militar na África e pediu maior participação da Alemanha no combate ao "terrorismo internacional".

Na sua primeira viagem ao estrangeiro, Macron foi a Berlim prestar vassalagem a Angela Merkel. Dias depois, deslocou-se ao Mali para visitar o contingente militar francês em Gao, no Norte.

A França tem cerca de 4000 soldados na faixa sahel-saariana, 1700 dos quais em Gao, hoje uma das suas maiores bases militares na África.

Na histórica cidade nas margens do Níger, o presidente gaulês foi recebido pelo seu homólogo maliano, Ibrahim Boubacar Keita, um fiel aliado. Macron afirmou que "a Alemanha sabe que se joga aqui uma parte da segurança da Europa e do nosso futuro". E apelou a uma maior intervenção alemã: "Que o terrorismo islamista prospere na zona do Sahel é, evidentemente, um risco para a Europa. A França garante [militarmente] a segurança europeia no Mali e noutros teatros de operações, mas outros países podem fazer mais em termos de missões de apoio, de equipamento. Espero que a participação alemã, já perceptível, se intensifique".

Berlim é o principal contribuinte da missão militar de manutenção da paz das Nações Unidas no Mali (Minusma), que conta com 12 mil efetivos, a maior parte oriundos de países africanos.

Com demagogia, Macron reconheceu em Gao que "o terrorismo prospera sobre a miséria" e que, para o travar, "o melhor antídoto" é o progresso das condições de vida do povo. Enfatizou que, na luta contra o jihadismo, "tudo o que se faça no terreno será efémero se, ao mesmo tempo, não se investir de forma decidida em infra-estruturas, em educação, em saúde". Mas, escreve o jornal El País, não anunciou qualquer medida para o desenvolvimento.

Violência agrava-se
A intervenção militar francesa no Mali arrancou em janeiro de 2013, no início do mandato de François Hollande, com a Operação Serval. Foi ampliada a toda a região do Sahel, com tropas em cinco países (Mali, Burkina-Faso, Mauritânia, Níger e Chade), mudando de designação em 2014 para Operação Barkhane.

Teve por objetivo declarado derrotar os grupos jihadistas, aliados dos independentistas tuaregues, que controlavam o Norte e ameaçavam avançar para Sul e entrar na capital, Bamako.

Em 2015, foi assinado em Argel um acordo de paz com algumas das organizações rebeldes, mas a sua aplicação tem sido difícil e as ações armadas não cessaram.

Não obstante a presença de numerosas forças estrangeiras – as tropas francesas e de outros países ocidentais, incluindo os Estados Unidos, e os capacetes azuis da Minusma –, a situação está a deteriorar-se.

Segundo a Federação Internacional das Ligas de Direitos do Homem, o primeiro trimestre deste ano confirma a tendência observada em 2015 e 2016 de "um agravamento contínuo e sem precedentes da violência no Mali".

A França está a perder a guerra no Mali.

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12ouTUbro2017
via avante
http://www.avante.pt/pt/2289/internacional/147163/
Manifestações no Mali contra tropas francesas

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Manifestantes exigiram na segunda-feira, 9, na cidade de Kidal, no Nordeste do Mali, a retirada dos militares franceses da região. Foi o terceiro protesto em menos de uma semana no bastião dos antigos rebeldes independentistas tuaregues.
«Manifestámo-nos e continuaremos a manifestar-nos porque as tropas francesas devem sair», declarou um dos organizadores dos protestos, Ali Ag Mahmoud, que denunciou brutalidades dos soldados contra a população civil.
As manifestações decorreram em frente ao quartel da Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) em Kidal, que abriga também forças da operação francesa Barkhane. Foram exibidos cartazes com dizeres como «Barkhane fora» e «Saiam de Kidal» e atiradas pedras contra viaturas dos militares.
A operação Berkhane foi lançada no seguimento da intervenção militar francesa no Mali, em 2013, alegadamente para combater grupos jihadistas. Mobiliza 4000 militares em cinco países do Sahel – Mauritânia, Mali, Burkina Fasso, Níger e Chade. Está equipada com aviões de transporte, caças, helicópteros e drones, blindados e viaturas de apoio logístico.
A par dos expedicionários gauleses, encontram-se no Mali 15 mil capacetes azuis da ONU.
Apesar desta presença militar, grandes zonas de território escapam ao controlo governamental. As forças malianas, francesas e onusinas são, aliás, atacadas por jihadistas de diversas organizações, umas ligadas à Al-Qaida, outras ao autodenominado Estado Islâmico, que actuam em toda a região sahelo-saariana.
No início de Outubro, no Níger, morreram cinco soldados nigerinos e quatro membros de forças especiais norte-americanas, que sofreram um ataque, «provavelmente terrorista», durante uma «patrulha de rotina» perto da fronteira com o Mali.
O Africom, o comando militar dos EUA para África, confirmou as baixas no que disse ser uma missão de «capacitação e assistência» às forças armadas do Níger, um fiel aliado de Paris e Washington.
Força G5 Sahel
Em meados do ano, por pressão da França e Alemanha, foi criada uma força militar conjunta daqueles cinco estados africanos, a força G5 Sahel. Com sede em Sévaré, no centro do Mali, terá 5000 efectivos e prepara as primeiras operações para este mês.
O financiamento da força africana, que ficará inteiramente operacional no primeiro trimestre de 2018, não está garantido: a União Europeia prometeu 50 milhões de euros e os seus estados membros outros 50 milhões, mas calcula-se que custe mais de 400 milhões euros anuais.
Por iniciativa francesa, uma delegação do Conselho de Segurança visitará de 19 a 23 deste mês o Mali, a Mauritânia e o Burkina Faso, para avaliar a situação política e militar.
Os EUA não integram esta missão ao Sahel. A sua embaixadora na ONU, Nikki Haley, viaja ao Sudão do Sul e à República Democrática do Congo, para se inteirar das operações de paz das Nações Unidas nos dois países. É que o presidente Donald Trump está relutante em financiar operações de paz – prefere as acções de guerra e as ameaças, da Coreia do Norte à Venezuela, de Cuba ao Irão…
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abril2012
documentário
Documentário em língua inglesa (dublado em português) no qual o fotógrafo e explorador Art Wolfe viaja para diferentes lugares do mundo para fotografar belas paisagens naturais, aspectos da vida animal e também povos que mantêm modo de vida tradicional, sem grande influência da cultura ocidental. Destacam-se as belas imagens de lugares de difícil acesso e pouco visitados. Mali: deserto do Saara -- documentário sobre alguns povos que vivem próximo ou mesmo no Saara. São retratados vilas e povoados pouco tecnificados, danças e cultura típica. Destaque para a fortaleza Gogol e as moradias construídas nas rochas, o comércio de sal por meio de camelos ao longo do deserto do Saara, os tuaregues e berberes, a bela cidade de Timbuktu e aspectos da cultura islâmica, como as mesquitas.
https://www.youtube.com/watch?v=08-HjtyNhlU
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jan2017
http://www.vermelho.org.br/noticia/292350-9

A reunião na capital maliana, anunciada como um fórum para debater a cooperação, a paz e o desenvolvimento, centrou-se sobretudo em questões de segurança.

Perante cerca de três dezenas de chefes de Estado e de governo participantes, o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, anfitrião da cimeira, multiplicou gestos calorosos e elogios ao seu homólogo francês. Lembrou "tudo" o que o seu país deve ao "cher François", o homem que ordenou, em 2013, sete meses depois da sua chegada ao Eliseu, o "auxílio" militar ao Mali.

Do seu lado, Hollande fez um balanço dessa Operação Serval – mantêm-se hoje no Mali forças francesas, das Nações Unidas e da União Europeia –, considerando que "a democracia retomou o seu curso" e "os terroristas não controlam qualquer território".

Uma constatação "largamente deturpada", escreve a Jeune Afrique, já que permanecem fora do controle governamental amplas áreas do Norte e centro do país, onde "todas as semanas ocorrem ataques mortíferos contra os militares malianos ou os 'capacetes azuis' da Minusma". Para a revista, a História reterá que a política de Hollande na África "foi sobretudo securitária, com duas operações militares de grande envergadura (Serval no Mali e Sangaris na República Centro-Africana".

A realidade é que, no âmbito da política imperialista francesa na África (e em outras regiões, como o Oriente Médio), a ingerência e os conflitos no continente têm vindo a aumentar consideravelmente desde 2011. Sempre em nome da "guerra contra o terrorismo" e do "contributo para a paz e a segurança" na África e na Europa…

Nicolas Sarkozy – que será recordado também pelo seu discurso em Dakar, em 2007, em que afirmou que "o africano não entrou suficientemente na História" –, foi responsável por duas intervenções militares com resultados catastróficos.

Em 2011, na Costa do Marfim, as tropas francesas ajudaram a derrubar o presidente Laurent Gbagbo, atualmente preso e julgado pelo Tribunal Penal Internacional, de Haia, e então substituído por Alassane Ouattara, um protegido de Paris. Na mesma altura, a França participou, ao lado dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais, na agressão da Otan contra a Líbia, no derrube de Muammar Kadhafi e na destruição do país, hoje mergulhado no caos e na guerra.


Continuar Sarkozy
Hollande ultrapassou o antecessor como autor de guerras e prosseguiu a estratégia neocolonialista da França na África, aliás, na esteira dos outros presidentes franceses desde De Gaulle.

A destruição do Estado líbio teve repercussões em toda a região, nomeadamente no Mali. Onde, precisamente, em 2013, as tropas francesas, com a Operação Serval, intervieram para "salvar"o governo de Bamako, ameaçado por movimentos independentistas tuaregues e grupos islâmicos radicais, fugidos da Líbia com armas e bagagens.

No ano seguinte, com a Operação Barkhane, o dispositivo militar francês "reorganizou-se" e, a partir do Chade, passou a atuar em toda a faixa sahelo-saariana, com tropas, aviões e tanques em países como a Mauritânia, o Mali, o Burkina Faso ou o Níger.

Na República Centro-Africana, a Operação Sangaris foi desencadeada no final de 2013 e, desde então, o país envolveu-se numa guerra civil que reacendeu conflitos étnicos e religiosos. Ali estão também estacionadas tropas das Nações Unidas.

A associação Survie, criada em Paris para denunciar "todas as formas de intervenção neocolonial francesa na África", lembra que a presença militar da França na África, há mais de meio século, é um dos pilares da sua política de ingerência e domínio imperialista.

Foi posta em prática logo após a emergência das independências africanas, no começo dos anos 60 do séc. XX, visando garantir os novos países na órbita da França. O objetivo foi "preservar os interesses econômicos da antiga metrópole (petróleo, urânio, madeira, etc.) e de lhe permitir conservar o estatuto e potência mundial, mantendo os países africanos na esfera de influência ocidental". Isto, quer durante a Guerra Fria, quer na atualidade.

Hoje, as forças progressistas e os povos da África continuam a lutar contra estas guerras de saque e pilhagem dos seus países, exigindo o fecho das bases militares estrangeiras, a retirada das tropas expedicionárias e o fim das ingerências no continente.
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avante jan2013
http://www.avante.pt/pt/2042/europa/123415/
França faz guerra no Mali
O presidente francês oficializou, dia 11, a intervenção militar no território do Mali, a pretexto de travar o avanço para o Sul dos rebeldes islamitas.
Numa declaração no Eliseu, François Hollande disse ter respondido «ao pedido de ajuda do presidente do Mali, apoiado pelos países da África Ocidental. Hollande considerou ainda agir «no quadro da legalidade internacional», acrescentando que o Mali é um «Estado amigo» e que «a segurança da sua população» e dos residentes franceses, cerca de seis mil, justificam a operação.
Com uma importante presença militar na região, há muito que a França desempenha o papel de gendarme de África, apoiando-se nos «regimes amigos». Assim boa parte do material e efectivos militares foram deslocados de países vizinhos como o Burkina Faso e a Mauritânia, mas sobretudo do Chade, onde o exército gaulês conta com um importante contingente, instalado «provisoriamente» em 1986.
Esta força militar é conhecida das potências ocidentais, caso da Grã-Bretanha e da Alemanha, bem como dos Estados Unidos que apesar das declarações de apoio, se recusam para já a enviar tropas para o terreno.
O Reino Unido ofereceu ajuda à França para o transporte aéreo e apoio logístico às suas tropas. No entanto, o primeiro-ministro, David Cameron, explicitou, em comunicado, que não irá disponibilizar qualquer militar para o terreno de combate.
Por outro lado, apesar de Hollande ter evocado a «legalidade internacional», a verdade é que a intervenção francesa não se inscreve no quadro das resoluções da ONU. As decisões do Conselho de Segurança a este respeito abrem a via para um intervenção internacional sob responsabilidade africana, podendo fazer uso da força, mas nada dizem sobre o envolvimento directo de militares franceses.
De resto, a própria NATO apressou-se a qualificar a intervenção no Mali como uma «operação nacional» que foi «decidida pelo governo francês», sem existirem previamente «discussões entre os membros da Aliança Atlântica sobre esta crise», declarou na segunda-feira, 15, Oana Lungescu, porta-voz da organização.
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país dividido

Publicado a 06/04/2012

O norte do Mali, uma vasta região em sua maioria desértica, berço dos tuaregues, é controlado por vários grupos armados, com reivindicações e interesses muito divergentes, entre os quais há muçulmanos e traficantes de drogas. A AFP obteve imagens exclusivas do líder do grupo islâmico Ansar Dine que tomou conta da cidade de Tombuctu.
https://www.youtube.com/watch?v=0Z3cOKIVWug