19/02/2018

7.129.(19feVER2018.7.7') Francisco Keil do Amaral e esposa Maria Keil

Nasceu a 28ab1910
e morreu a 19feVER1975
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Arquitecto, formou-se na EBAL entre 1928 e 1934, tendo trabalhado inicialmente com Carlos Ramos. Foi um dos primeiros arquitectos portugueses cuja actividade revelou uma plena consciência moderna, tendo-se desde o início afastado das oscilações entre nacionalismo e modernismo, procurando uma terceira via onde articula valores de genuinidade com a modernidade tranquila da arquitectura holandesa referenciada a Dubok. A partir de então a sua obre define um quadro de resistência à ortodoxia do modernismo internacionalista e do tradicionalismo historicista. A funcionalidade estrita das primeiras obras passa a conviver com a organicidade atenta aos locais, e a austeridade das formas acusa articulações volumétricas mais complexas, ao mesmo tempo que o encontro entre a arquitectura e a natureza era sempre motivo de cuidado desenho e escolha de materiais. A sua actividade como arquitecto foi marcada pela militância crítica e pelo empenho cívico no seio da classe profissional dos arquitectos , lançando a ideia  do Inquérito à Arquitectura  Regional  Portuguesa, iniciativa que seria concretizada na segunda metade da década de 50 pelo Sindicato Nacional dos Arquitectos. Opositor ao regime político ditatorial, participou na actividade sindical e política. Da sua actividade intensa ficaram vários textos de divulgação e crítica.

No conjunto da sua obra destacam-se: 
Instituto Pasteur (Porto, 1933-1935); Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris (Paris, 1936-1937); Escola Secil (Setúbal, 1938-1940); Aeroporto (Lisboa, 1938-1942); Casa do Rodízio (Rodízio, 1943); Restaurante dos Montes Claros (Monsanto, Lisboa, 1939-1949); Clube de Ténis de Monsanto (Lisboa, 1947-1950); Feira das Indústrias Portuguesas (Lisboa, 1952-1957); Piscina do Campo Grande (Lisboa, 1960); Estádio (Bagdade, 1961-1967).
Ana TOSTÕES, Fundação Calouste Gulbenkian – Os Edifícios, F.C.G, Lisboa, 2006, p.269.

https://gulbenkian.pt/arquivo-digital-jardim/biografias/francisco-keil-do-amaral/
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 Formado pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, foi, durante anos, arquitecto-urbanista da Câmara Municipal de Lisboa, dedicando-se, sobretudo, à criação e renovação de parques e jardins, em especial em Monsanto e no Campo Grande. Entre os edifícios, cuja traça lhe pertence, são de mencionar os dos aeroportos de Lisboa e Luanda, bem como o da União Eléctrica Portuguesa, em Almada. Foi galardoado com a medalha de ouro da Exposição Internacional de Paris, em 1937, e com o prémio municipal de arquitectura. Publicou ainda as obras "A Arquitectura e a Vida" (Lx., 1942), "A Moderna Arquitectura Holandesa" (Lx., 1943), e "O Problema da Habitação" (Lx., 1945).
(Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura
http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/j_g_ferreira/keil.html
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Francisco Caetano Keil Coelho do Amaral
 foi um arquicteto português. Autor de uma produção teórica de relevo e de uma vasta obra construída, a sua ação foi determinante para a consolidação de uma plena consciência moderna na arquitectura em Portugal. Wikipédia
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Antes de Pardal Monteiro também Francisco Keil do Amaral  (outro destacado arquitetoportuguês que, aliás, acabaria por desenvolver ideias na linha do que viria a ser designado regionalismo crítico) considerara o pombalino como “constituindo uma das mais sólidas e portuguesas expressões de (...)
https://books.google.pt/books?isbn=9892608828
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https://books.google.pt/books?id=p1YkEvoHJiwC
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19feVER2018
Via JERO
 "A República não era apenas uma forma de Governo, cujas virtudes se julgavam adequadas (...). Era uma paixão avassaladora, uma amante idolatrada e absorvente"
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10209159857028125&set=a.1029365188983.3914.1670949754&type=3&theater
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8jul2016
Rua dos Caetanos, n.º 22,  ao Bairro Alto, reabilitado pela Quantico
O “Caetanos 22” apresenta 10 apartamentos de tipologia T2 e um duplex T3, alguns com vista de Rio. As áreas variam entre 85 e 170 m2; conta com dois pátios privativos de 24 e 46 m2 e terraços privados entre os 5 e os 28 m2, tendo todos os apartamentos arrecadação e um lugar de estacionamento, com entrada pela Rua Luz Soriano.
http://www.diarioimobiliario.pt/Habitacao/Predio-com-a-assinatura-de-Francisco-Keil-do-Amaral-reabilitado
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Maria Keil / esposa do Francisco Keil do Amaral
nasceu a 9agGOSTO1914.Silves
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Pequenina, frágil, cabelo curto, calças pretas e camisolão cinzento, estende de pronto uma mão miúda, com os sensores à flor da pele. Dá as boas-vindas e lança de chofre: "Mas por que é que querem entrevistar-me? Eu não sei falar."Independente, enérgica, orgulhosa até à solidão, Maria Keil nasceu em Silves há 84 anos. Foi ver a Expo-98 sozinha, de mochila às costas. Não gosta de recorrer a "expedientes", mas face às bichas monstras decidiu recorrer ao "estratagema" da "velhinha": não havia um atendimento especial para a terceira idade?Com certeza, respondeu o recepcionista, logo inquirindo sobre "o grupo a que pertencia". "Venho sozinha", dizia, para aflição do interlocutor, que se sentia na obrigação de a guiar - "não vá acontecer-lhe qualquer coisa". "Despachava-o" dizendo-lhe que "estava habituada, não se preocupasse".Não há dúvida que as aparências iludem. Maria Keil, a (re)criadora da azulejaria portuguesa, deixa perplexo mesmo o mais impassível dos seus interlocutores. Reage ao discurso da banalidade e à terceira frase a realçar o papel notável, histórico, que desempenhou no modernismo português interrompe, firme, para dizer: "Não gosto que me façam elogios."Feita a correcção, uma outra se impõe: "De atenções todos gostamos. Quando são sinceras." É assim Maria Keil, artista plástica que nasceu em Silves no dia 9 de Agosto de 1914 e foi viver para casa do avô paterno, na aldeia de Estomba. Guarda a melhor recordação desse tempo: "Só fui o que era até aos sete anos." Depois regressou a Silves, para casa do pai, que fizera um segundo matrimónio, e passou a ir à escola: "Tornei-me obediente e cheia de medo."O encanto de Estomba vem envolto num mistério que ainda a cativa e só desvenda ao interlocutor que também teve deslumbramentos infantis. Aquele avô Francisco era o "pavor" das velhas da vizinhança.Enxotava-as sem cerimónias quando regressava a casa e metia-se no quarto. Só quando o sentiam a dormir elas regressavam - "as bruxas", como ele as chamava e que por acaso até o eram, confidencia esta Maria, então uma menina demasiado miúda para lhe "darem atenção" e que se chamava Silva Pires.O apelido Keil só veio em 1933, quando na Escola de Belas-Artes de Lisboa se apaixonou por um rapaz "muito bonito, loiro, que andava de moto". De seu nome Francisco Keil do Amaral, arquitecto de referência na arte portuguesa deste meio século, com uma exposição patente até ao fim do mês no Palácio Galveias, em Lisboa.Voltando a Estomba, Maria recorda o encontro das vizinhas, num estranho ritual que incluía "uma peneira, dois garfos pendurados, que oscilavam, e um novelo". O poder mágico desta interacção nunca lhe foi confiado, miúda que era. Ficou a contemplação desses momentos e a compreensão de aquela "bruxaria ser necessária para perceber o que as pessoas andavam a pensar". Dava coesão ao grupo e protegia-o de si mesmo, dos instintos que se soltam, irrefreáveis. Aquele ritual "representava uma necessidade de saber, permitia estar dentro dos assuntos, sem passar pela palavra, indo para lá do discurso".Silves era nesses anos um centro corticeiro com uma forte componente operária anarco-sindicalista, de que ainda hoje a artista recorda o eco das ameaças de "incendiar as casas dos burgueses". Ecos que chegavam a casa do pai, proprietário de uma fábrica de cortiça.Eram quatro irmãos, mas a ida dela para casa do avô e deles, mais velhos, para colégios internos esfriou as cumplicidades fraternas."Nunca percebi porque é que me enviaram aos 15 anos para uma escola de Belas-Artes. Só pode ter sido por influência do meu professor de Desenho, Samora Barros, personagem excêntrica naquele meio burguês."Assustada e tímida, foi entregue com 15 anos aos cuidados de um tio militar e autoritário, aquartelado no Castelo de São Jorge. Chegou a Lisboa em 1929, quando Salazar, ainda ministro das Finanças, já aspirava ser o chefe do Estado Novo.O amor libertador chegou quatro anos mais tarde, na figura do neto de Alfredo Keil, o autor da música da "Portuguesa". Foi também uma união de artistas.Ele era arquitecto, ela pintora. Tiveram o mesmo início, no "atelier" Arta, de José Rocha e Fred Kradolfer, criador da moderna publicidade em Portugal. Maria Keil ficou com a pasta da Casa Pompadour, uma loja de modas que havia junto aos Armazéns do Chiado.Depois passou para a pintura e no final dos anos 50 reinventou a azulejaria portuguesa. A sua imagem de marca foi durante muito tempo a decoração das estações do metro de Lisboa. Está magoada com o modo como as obras de renovação lhe destruíram esse trabalho. De pé ficaram os frisos dos prédios da Avenida Infante Santo, em Lisboa.Há dois anos teve um "encontro" com os motoqueiros, no Cais do Sodré, e desde aí anda à procura dos novos centauros, a que chama "motauros".
https://www.publico.pt/1999/01/17/jornal/uma-artista-de-mochila-as-costas-126697

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