16/02/2018

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14feVER2018
Jerónimo de Sousa no debate quinzenal na AR
4/0
«O progresso tecnológico exige ser acompanhado pelo progresso social»
abordou os temas do conhecimento, inovação e economia
afirmando que é preciso ter mais e melhores condições para os trabalhadores
e finalizou ainda lembrando o problema da valorização das reformas aos trabalhadores com longas carreiras contributivas(4:51)
https://www.youtube.com/watch?v=xk3mrPlf9Jo&feature=em-subs_digest
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13abril2017
O desenvolvimento tecnológico deve servir os trabalhadores

DEBATE O PCP promoveu em Lisboa no dia 4, terça-feira, a sessão pública «Capitalismo, Soberania, Desenvolvimento Tecnológico: novas e velhas questões», no qual participou Jerónimo de Sousa.

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O tema que esteve em debate na sessão promovida pelo PCP, na qual participaram dirigentes do Partido, sindicalistas e especialistas de diversas áreas, é um dos mais profusamente abordados em artigos, estudos e debates televisivos: o do desenvolvimento tecnológico e suas consequências económicas, sociais e políticas. O ponto de vista com que a questão é apresentada é, invariavelmente, o do capitalismo.

Jerónimo de Sousa começou precisamente a sua intervenção, com a qual se encerrou o debate, pela constatação de que o assunto tem servido para o combate ideológico que, a pretexto da chamada «revolução tecnológica digital e da robótica e sobre o futuro do trabalho, os centros do grande capital desenvolvem, com o objectivo de garantir o seu domínio sobre os processos económicos e sociais e assegurar os seus interesses». Com a iniciativa, que aprofundou uma reflexão que está longe de ser nova para os comunistas portugueses, o PCP deu também um contributo para que os trabalhadores partam mais munidos para esta tão intensa batalha ideológica.

Num discurso em que salientou o que de mais importante tinha sido dito anteriormente pelos restantes oradores da tarde, o Secretário-geral do PCP reconheceu a necessidade de prosseguir e alargar o debate sobre esta temática, pois ela exige «novos aprofundamentos», quer pela sua complexidade quer pelos seus impactos no mundo do trabalho e na vida dos trabalhadores.

Traçando um panorama do desenvolvimento do capitalismo nos últimos anos e da evolução nacional, Jerónimo de Sousa realçou que as teorizações que apresentavam a globalização capitalista e os seus processos de liberalização de mercados e livre circulação de capitais eram «fantasiosas». Na realidade, estes processos, conduzidos pelas grandes corporações transnacionais, não só não são a solução para os problemas da humanidade como se mostram incapazes de garantir essa mesma solução. 

Capitalismo é explorador

Detendo-se com pormenor na análise do capitalismo na sua fase actual, o Secretário-geral do Partido referiu-se ao aprofundamento da sua crise estrutural e ao agravamento dos seus traços mais negativos e da «extraordinária concentração e centralização do capital». Actualmente, lembrou, 1500 grandes empresas multinacionais controlam mais de 60 por cento da economia mundial.

Outro traço do capitalismo contemporâneo, decorrente dos anteriores, é a «concentração crescente do poder em instâncias supranacionais dominadas pelas principais potências», que procuram condicionar o desenvolvimento geral e de cada um dos países. São ainda traço característicos do capitalismo salientados por Jerónimo de Sousa a brutal ofensiva para agravar a exploração, o desemprego, a precariedade, as desigualdades e a pobreza.

Tanto o Secretário-geral como outros oradores destacaram a incapacidade da classe dominante para encontrar soluções para a persistente estagnação ou para o crescimento anémico, incluindo nos países que são o coração do sistema, apesar de todos os instrumentos e recursos que são canalizados. Nos países periféricos, dependentes e vulneráveis, como Portugal, as dificuldades são ainda maiores e exigem a recuperação dos instrumentos políticos e económicos que se revelem indispensáveis ao seu desenvolvimento soberano. 

Desenvolvimento para quem?

No debate foi ainda sublinhado facto de os avanços tecnológicos estarem a ser usados como pretexto para impor uma ainda maior exploração da força de trabalho e o empobrecimento geral, justificados com a competitividade, a concorrência, a globalização ou a internacionalização.

Rejeitando as teses em voga acerca de uma futura sociedade «sem trabalho», o Secretário-geral do PCP alertou para o facto de, no capitalismo, os frutos do desenvolvimento tecnológico serem sempre «objecto de uma intensa e inevitável luta que o capital, com os seus recursos, tem travado com vantagem e que exige acção e solidariedade dos trabalhadores». O que se impõe, acrescentou, é não apenas reverter a situação como impedir que se «multiplique o saque que coloca todas as vantagens do desenvolvimento tecnológico do lado da minoria possuidora dos meios de produção»

O avanço das forças produtivas, garantiu Jerónimo de Sousa, é «altamente desejável», pelas vantagens potenciais que comporta para os trabalhadores e os povos, mas para que estas se concretizem ele tem que ser acompanhado pelo progresso social. E este só a luta de classes está em condições de assegurar.
http://www.avante.pt/pt/2263/pcp/144875/
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favante2016

Milhares de visitantes tomaram a iniciativa no Espaço Ciência: mexeram, viram, ouviram, leram, desenharam, experimentaram, reflectiram e debateram, estimulados pelas múltiplas formas e expressões dedicadas aos progressos científicos realizados no nosso país.
Erguido pelo Grupo de Trabalho da Ciência da Festa do Avante!, desde o tema ao número de módulos, aos conteúdos teóricos e práticos, este Espaço voltou a contar com recursos individuais e institucionais, a reafirmar a importância do conhecimento de qualidade e a evidenciar o papel decisivo dos militantes comunistas nas lutas contra os vínculos precários dos trabalhadores científicos e pela afirmação da Ciência como direito consagrado na Constituição.
Quando a Ciência nos deixa os cabelos em pé ou permite deitarmo-nos numa cama de pregos ou exercitarmo-nos sob uma superfície assente em balões cheios de ar, devemos compreender por que tudo isto acontece, exercitando o hábito de conhecer para que também outras «coisas que lemos e ouvimos mereçam críticas permanentes» referiu Máximo Ferreira.
Contando com a presença de produtores do conhecimento, foram realizados quatro debates que situaram a Ciência antes e depois de Abril, o papel das instituições, as relações com as Artes e a sociedade. Das questões colocadas pelo público relevamos a descrição de situações reais vividas pelos trabalhadores científicos, com relatos como o de um trabalhador obrigado a viver na situação de bolseiro durante vinte anos, tendo a sua situação ficado resolvida só agora com o estabelecimento de um vínculo laboral. Situações dramáticas como esta afectam no nosso País «25 mil investigadores, os mais jovens» como denunciou Ana Pato. A mudança e a transformação da sociedade fazem-se com o combate efectivo às políticas destrutivas. E porque «todas as lutas estão ligadas, a nossa luta é comum, é cultural, política e social» porque «quando lutamos, lutamos pelo Serviço Nacional de Saúde, pela liberdade, pela defesa da natureza, pelo ensino» disse Luís Vicente.

Com a Constituição garantir direitos

Desde 2 de Abril de 1976 que a Constituição garante a liberdade da «criação intelectual, artística e científica» (Artigo 42.º), «o direito à invenção, produção e divulgação da obra científica» (Id.) assegurando «uma política científica e tecnológica favorável ao desenvolvimento do país» (Artigo 81.º) incumbindo ao Estado garantir «a todos os cidadãos, segundo as suas capacidades, o acesso aos graus mais elevados do ensino, da investigação científica e da criação artística» (Artigo 74.º) e o dever de «ter em conta as necessidades em quadros qualificados e a elevação do nível educativo, cultural científico do país» (id.) «por forma a assegurar a respectiva liberdade e autonomia, o reforço da competitividade e a articulação entre as instituições científicas e as empresas» (Artigo 73.º).
Festejando os quarenta anos da entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa o destaque dado neste espaço foi justamente aos artigos que garantem o caminho seguro para uma Ciência ao alcance de todos. Esta Constituição, que «está por cumprir e em muitos aspectos tem vindo na prática a ser pervertida no seu espírito e na sua letra com largas parcelas do sector nacional a ser destruído», como referiu Frederico de Carvalho, foi dada a conhecer podendo os visitantes constatar, em artigo único (73.º) as perdas notáveis para a educação, cultura e ciência em resultado da sétima e última revisão (2005).

Valorizar a ciência nacional

Biologia, química, ciência dos materiais, astronomia, astrofísica, ciências sociais, história, antropologia, sociologia, psicologia, desporto e da ciência à indústria foram as áreas tratadas. Nos desporto salientamos a escolha de dois produtos da produção científica nacional, os caiaques e os fatos de banho (tecnologia «colados») usados na alta competição por atletas de muitos países como marco da Ciência pós-25 de Abril.
Outras leituras sobre os problemas do mundo feitas por artistas também foram mostradas desmistificando «a existência de um abismo entre intelectuais e cientistas» nos exemplos trazidos por Ana Maria Dias ampliando a exploração feita por Saramago em «O Homem Duplicado», Pancho e Vhils na relação do Homem com a máquina, na representação da antiga visão geocêntrica da organização do mundo com «A grande máquina do Mundo» – Metalúrgica Coelho/Centro de Ciência Viva de Constância –, por Miguel Araújo e Inês Viterbo com a canção «Balada Astral», e no filme «Até ao tecto do Mundo» concebido com uma nova tecnologia de animação vectorial 2D que resultou de uma investigação na Universidade de Aveiro.
Um balanço permitiu dar a conhecer as edições da Ciência, desde o seu início em 2000, registando num percurso expositivo de memória os meios e as matérias trazidas como os protótipos de investigação na área da robótica, as esculturas representativas dos cinco sentidos e da actividade reprodutora, os crânios verdadeiros de primatas, o mercado e as hortas biológicas, a plantação e o tratamento de aromáticas, o circo matemática, a câmara escura, os gelados ao minuto feitos com azoto líquido, a locomotiva em movimento e os bilhetes antigos, o calceteiro e o oleiro a produzirem peças, o modelo de orca bebé, os bolos e cafés solares feitos em fornos e em painéis solares e o robot a servir cervejas.
Tal como nos anos anteriores, o espaço Ciência não fecha portas. Neste ano o acesso dos visitantes aos conteúdos recebeu nova dinâmica sendo enviado para casa por correio eletrónico numa visível contribuição para a defesa do ambiente. Também está garantida a disponibilização física das várias exposições patentes a escolas, instituições, associações e autarquias.
http://festadoavante.pcp.pt/2016/constituicao-revolucao-ciencia/
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19noVEM2011
Armas nucleares, robôs militares e guerra cibernética
Frederico de Carvalho
As despesas militares dos Estados Unidos da América são as mais altas do mundo1. Em 2011 terão ultrapassado os 700 mil milhões de dólares2. Entre 2001 e 2011 mais do que duplicaram, a preços constantes. Em percentagem do PIB subiram de cerca de 3% para mais de 5%. A China, com uma população cerca de quatro vezes maior, apresenta a segunda maior despesa militar mas a grande distância dos EUA (cerca de um sexto)3.


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Os EUA despendem cerca de 12 mil milhões de dólares anuais em ajuda militar a vários países estrangeiros, na sua maior parte destinada ao Afeganistão, Iraque, Israel, Paquistão e pelo menos num passado próximo ao Egipto4. A despesa militar dos EUA tem mantido uma tendência crescente desde pelo menos 19985. Mesmo numa economia com a dimensão da norte-americana, pode não ser sustentável no longo prazo a manutenção de um nível tão elevado de gastos militares6.
No decurso das duas últimas décadas, assistiu-se a uma evolução e desenvolvimentos muito significativos no campo da investigação científica e tecnológica para fins militares. Quatro domínios merecem particular atenção: as armas nucleares; os robôs militares; as armas de energia dirigida, ditas «não letais»; e a utilização da cibernética7 para fins de espionagem ou com vista a disrupção ou desactivação de sistemas ou equipamentos informatizados. Neste último domínio, fala-se de «ciberguerra» e entende-se como tal a intromissão (hacking) dolosa, politicamente motivada, em redes informáticas ou computadores do (suposto) inimigo com o fim de provocar danos ou desfuncionalidades. William Lynn, subsecretário da Defesa dos Estados Unidos, afirma que «como questão de doutrina, o Pentágono reconheceu formalmente o ciberespaço como um novo domínio da arte da guerra» que «se tornou tão crítico do ponto de vista militar como o solo, o mar, o ar ou o espaço (exterior) 8».
Neste contexto recorda-se a notícia vinda a público do ataque ocorrido em Setembro de 2010 ao parque de ultracentrifugadoras de Natanz, no Irão, de enriquecimento de urânio com vista à sua utilização como combustível nuclear. Neste caso foi usado o vírus Stuxnet até aí desconhecido9. O alvo do Stuxnet são sistemas de controlo usados em centrais eléctricas e outras instalações industriais. A origem do vírus não foi publicamente identificada mas há razões que apontam para um projecto comum americano-israelita10.
De acordo com um artigo recente do New York Times11, imediatamente antes de terem sido iniciados os raidsamericanos sobre a Líbia, foi seriamente debatido no seio da administração Obama a possibilidade de lançar uma ofensiva cibernética com vista a pôr fora de serviço os radares do sistema líbio de alerta precoce (early warning) contra ataques aéreos. A possibilidade foi afastada por razões político-militares que não cabe analisar aqui.12
Nos EUA foi criada em 2009 uma subunidade do Comando Estratégico das Forças Armadas com a designação de Ciber-Comando (USCYBERCOM) a qual atingiu completa capacidade operacional em fins de 201013.
No que respeita a engenhos nucleares para fins militares pode dizer-se que a ameaça nuclear continua presente e no essencial inalterada quando comparada a situação actual com a que existia há algumas décadas. Quarenta e um anos depois da sua entrada em vigor, em 199014 e após oito Conferências de Revisão, mantém-se o carácter discriminatório do Tratado de não-proliferação relativamente aos estados que não dispõem de armamentos nucleares e o desinteresse por parte das potências nucleares signatárias do Tratado em dar os passos previstos no seu Artigo VI, no sentido do desarmamento nuclear e do desarmamento geral e completo.
Em 1996 foi aprovado o Tratado Geral de Proibição de Ensaios Nucleares (CTBT)15. A entrada em vigor do tratado depende, entre outros, da ratificação pelo Congresso dos Estados Unidos, o que, 15 anos depois, ainda não aconteceu16. No entender de diversos observadores, o conhecimento que se tem das orientações e decisões das administrações norte-americanas no domínio nuclear ao longo dos últimos 20 anos, permite dizer que os EUA não têm qualquer intenção de prescindir da arma nuclear num futuro previsível17. No complexo nuclear militar científico e industrial norte-americano prosseguem sem limitação de fundos os trabalhos de manutenção, modernização e desenvolvimento de armas nucleares. A orientação desses trabalhos pode resumir-se assim: desenvolver armas capazes de penetrar no solo e destruir alvos subterrâneos especialmente protegidos (hardened); e desenvolver armas cuja utilização seja politicamente exequível, entendendo-se, por isto, cabeças nucleares susceptíveis de minimizar os chamados «efeitos colaterais»18.

As novas armas

Robôs, designadamente na forma de veículos aéreos sem piloto (VASP) estão a ser usados extensivamente e são alvo de constantes aperfeiçoamentos para utilizações militares quer em teatros de guerra quer na localização e abate de alvos humanos seleccionados, no que é o equivalente de uma execução extrajudicial19. Esta utilização, inaceitável e efectivamente perversa, abre a porta a novas formas de fazer a guerra. Robôs militares e VASPs podem ser comandados ou «pilotados» a partir de uma consola de comando situada a milhares de quilómetros de distância, graças às possibilidades criadas pela existência de linhas de comunicação eficientes de alta qualidade20.
Em anos recentes a utilização de robôs militares tem crescido extraordinariamente: a quando da invasão do Iraque em 2003, as forças dos EUA praticamente não possuíam robôs militares; já em 2010 as forças armadas americanas dispunham de um número global de cerca de 12 mil robôs militares dos quais perto de 7000 eram VASPs — os chamados drones. Esta evolução levanta questões sérias nos planos ético e legal. No que concerne à classificação do pessoal envolvido na utilização de robôs militares, pode argumentar-se que se esfuma a distinção entre o «soldado» e o não-combatente, em particular no caso daqueles «pilotos» à distância e técnicos civis que tomam decisões à mesa ou consola de comando, se levantam no fim de um «dia de trabalho» e vão para casa jantar com a família21.
Os drones foram utilizados pelos americanos nos Balcãs, no Iemen (com apoio da CIA), na Somália, no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão (neste caso sob controlo da CIA, por razões que não podem ser examinadas aqui). Israel usou drones na faixa de Gaza22. No caso da acção da CIA no Paquistão a taxa dos chamados «danos colaterais» é estimada em um militante para 10 civis abatidos23 e 24.
No que toca ao arsenal de armas de energia dirigida e outras, ditas «não-letais», que visam sobretudo o controlo de movimentos ou manifestações de massas em países ou regiões política ou socialmente instáveis, mesmo no plano doméstico, muito haveria a dizer mas o tempo disponível não o permite. Ficará assim para outra oportunidade 25.
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Notas:
 1 http://www.globalissues.org/article/75/world-military-spending. See also Financial Times.com, “Global military spending slows” John O’Doherty, April 11 2011.
Na edição do Financial Times do passado dia 6 do corrente podia ler-se a afirmação de que, nos Estados Unidos, a degradação de infra-estruturas físicas essenciais – como estradas, pontes, barragens, redes eléctricas, sistemas de abastecimento de água – era tal que o país se aproximava rapidamente de um estatuto (estou a citar) de «segundo mundo». Acrescentava que os gastos com manutenção e modernização de infra-estruturas básicas se ficava por 2% do PIB, quatro vezes menos do que a China.
2 Este número inclui o orçamento base da defesa e também a despesa respeitante às operações no Iraque e no Afeganistão mas não inclui as despesas do Departamento de Energia (DoE) com os programas respeitantes a armas nucleares. O valor indicado equivale a cerca de três vezes o valor estimado nesse ano para o PIB português
3 Entre 2000 e 2010 a despesa militar da R.P. da China terá passado de cerca de US$34kM para cerca de US$120kM, isto é, terá crescido cerca de 250%. Em 2010, os gastos militares dos EUA representavam cerca de 43% da despesa militar global do planeta. Os EUA e a R. P. da China em conjunto atingiam 50% da despesa mundial.
4 http://www.theworld.org/2011/08/defense-budget-tea-party/
5 Cf. Christopher Hellman, «The Runaway Military Budget: An Analysis», (Friends Committee on National Legislation, March 2006, no. 705, p. 3)
6 Cf. «World Military Spending», Global Issues (http://www.globalissues.org/article/75/world-military-spending ) (2011)
7 «Ciência que investiga os mecanismos de comunicação e de controlo nos organismos vivos e nas máquinas.» (cf. Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa)
8 Lynn, William J. III. «Defending a New Domain: The Pentagon's Cyberstrategy», Foreign Affairs, Sept/Oct. 2010, pp. 97–108 
9 Cf «Stuxnet worm brings cyber warfare out of virtual world», Pascal Mallet (AFP) – Oct 1, 2010
10 Cf. «U.S. Debated Cyberwarfare in Attack Plan on Libya», Eric Schmitt and Thom Shanker, The New York Times, Published: October 17, 2011. A mesma fonte refere que tanto o Pentágono como empresas com contratos militares são objecto e repelem regularmente, ataques às suas redes de computadores, muitos deles alegadamente provenientes de fontes russas ou chinesas.
11 Id., ib.; tratava-se de penetrar as barreiras informáticas de protecção contra intromissões (fire wall) das redes de computadores do governo líbio para cortar as linhas de comunicação com as baterias de mísseis do sistema de defesa antiaérea.
12 Recentemente (Outubro de 2011) foi descoberto um novo vírus (malwware) que recebeu o nome de Duku. O Dukupartilha grande parte do código informático do Stuxnet mas actua de forma diferente e com objectivos diferentes (cf. Discover Magazine, October 19th, 2011, artigo de Veronique Greenwood). O novo vírus, provavelmente com a mesma origem do Stuxnet, é um «vírus espião», destinado à recolha de informação sobre características e organização interna de sistemas de redes e computadores, incluindo chaves de segurança, de modo a permitir futuros ataques destrutivos ou de incapacitação. O vírus não se reproduz e auto-extingue-se em 36 dias, provavelmente para dificultar a detecção.
13 Além dos EUA, o Reino Unido, a R.P. da China e as duas Coreias, pelo menos, terão posto de pé estruturas de defesa contra riscos associados a ataques cibernéticos. Barak Obama afirmou, em 2009, que tinham ocorrido situações de intrusão cibernética nas redes eléctricas dos EUA com fim de avaliar as condições de segurança das redes (Cf. «China's Cyberassault on America», Richard Clarke in The Wall Street Journal, Junho 15, 2011)
14 O TNPN obriga nesta data 189 estados, incluindo os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança
15 Aprovado na Assembleia Geral das Nações Unidas por uma maioria superior a dois terços dos estados membros.
16 Os outros estados de cuja ratificação está dependente a entrada em vigor do CNTBT são: China, Egipto, Índia, Indonésia, Irão, Israel, Coreia do Norte e Paquistão
17 O chefe do Comando Estratégico dos EUA, general Kevin Chilton, declarou recentemente o seguinte à comunicação social: «Quando olhamos para o futuro – e é minha convicção que precisaremos de um dissuasor nuclear neste país para o que resta do século, o século XXI – penso que aquilo de que necessitamos é de uma arma nuclear modernizada compatível com os nossas também modernizadas plataformas de lançamento». Cf. A elucidativa informação de Andrew Lichterman, para a Western States Legal Foundation: «Nuclear Weapons Forever: The U.S. Plan to Modernize its Nuclear Weapons Complex» (2008) (http://www.wslfweb.org/docs/ctbrief.pdf )
18 ver nota anterior
19 Ver «Resolução sobre a utilização de robôs militares», Comissão Internacional para o Desarmamento, a Segurança e a Paz (ICD), da Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos, Paris, Maio de 2011 (http://www.otc.pt/index.php/noticias/fmtc/43-robosmilit)
20 Há razões para dizer que a utilização de robôs no campo de batalha ou em missões ofensivas de sobrevoo fora dele, representa a mais profunda transformação da arte militar desde o advento da bomba atómica.
21 No quadro do programa de expansão da automatização de teatro de operações, a força Aérea dos EUA tem neste momento em formação um número de operadores de dronessuperior ao de pilotos de aviões de caça e de bombardeiros tomados em conjunto. A meta para a robotização das forças armadas dos EUA é de 15% para 2015. Cf. «US Air Force prepares drones to end era of fighter pilots», The Guardian, Edward Helmore in New York, 23 August 2009 (http://www.guardian.co.uk/world/2009/aug/22/us-air-force-drones-pilots-afghanistan )
22 A Turquia, que pretende adquirir drones aos EUA, pôs à disposição dos americanos uma base aérea que é utilizada por uma esquadra de drones das FFAA dos EUA. Os dronesarmados disparam em regra mísseis Hellfire ou Scorpion, estes de menor poder destrutivo numa tentativa para reduzir os danos colaterais.
23 Cf, «Do Targeted Killings Work?», Daniel L. Byman, Senior Fellow, Foreign Policy, Saban Center for Middle East Policy (http://www.brookings.edu/opinions/2009/0714_targeted_killings_byman.aspx?p=1)
24 O arsenal de robôs militares de reconhecimento e ataque é vasto.
Diversas fontes referem os trabalhos de desenvolvimento tecnológico de robots-espiões com aparência e dimensões semelhantes às de um insecto, capazes de voar como insectos e passar despercebidos. Entretanto decorrem também trabalhos que visam a utilização de insectos reais em que são implantados cirurgicamente dispositivos (chips) electrónicos que permitem comandar à distância o seu voo e comportamento. Esses dispositivos enviam também sinais que contêm diversas informações que interessam aos operadores. Os chips são implantados nos insectos de preferência durante a fase de desenvolvimento da crisálida antes da metamorfose final do insecto. Trabalhos deste tipo estão em desenvolvimento no departamento das Forças Armadas dos EUA designado por DARPA (Defense Advanced Research Project Agency). Os insectos modificados são usualmente chamados «Cyborgs» ou «Cybugs».
Os robots já utilizados ou que se encontram em fase de protótipo têm as mais variadas formas e dimensões, e finalidades múltiplas. Tipicamente desempenham funções de espionagem, vigilância, identificação de alvos e reconhecimento. Os sensores utilizados permitem a recolha de imagens ópticas, que chegam a cobrir um ângulo de 360º, sinais de radar, radiação infravermelha, microondas e radiação ultravioleta. São também usados sensores químicos e biológicos.
Sensores biológicos são sensores que podem detectar a presença no ar de microrganismos e outros agentes biológicos. Os sensores químicos podem detectar a presença e concentração no ar de elementos químicos diversos por meio de espectrometria de laser.
25 Existe uma considerável diversidade das ditas «armas não-letais»: feixes de energia dirigidos (infravermelhos); geradores de impulsos sonoros de alta intensidade; projécteis que actuam por efeito de impacto, descargas eléctricas, dispersão de agentes químicos ou biológicos; barreiras electromagnéticas («active denial systems»); indução externa de sons e imagens, por acção de campos electromagnéticos que actuam sobre os circuitos neurológicos do sistema nervoso central, e outros. Um olhar rápido sobre esta parafernália de instrumentos e sistemas ditos «não-letais» pode não deixar entender todos os seus possíveis destinos, as motivações para o seu domínio e suas implicações. Neste contexto é útil citar aqui um documento já referenciado em trabalho anterior. Cf. «Crowd Behavior, Crowd Control, and the Use of Non-Lethal Weapons», Institute for Non-Lethal Defense Technologies, Human Effects Advisory Panel, Report of Findings, Pennsylvania State University, 1 January 2001. O relatório é o resultado de um estudo efectuado sob contrato com o Corpo de Marines dos EUA.
(*) Intervenção proferida na XXII Assembleia da PAz do CPPC, a 19 de Novembro de 2011, em Lisboa
http://www.avante.pt/pt/1988/temas/118040/